quinta-feira, 11 de junho de 2009

Auto Conhecimento

SANTO AGOSTINHO

A decisão de crescer intimamente exige-nos pensamentos, sentimentos e atitudes, capazes de promover as necessárias transformações que desejamos realizar.

O filósofo grego Sócrates, há aproximadamente 450 anos antes de Cristo, já indicava no “conhece-te a ti mesmo” o caminho para a descoberta do ser. Na busca do crescimento intelectivo e moral, no conhecimento e na aplicação das virtudes, teremos maior consciência da nossa ignorância nos vários campos do saber.

Somos eternos aprendizes do viver e toda experiência traz um aprendizado; assim, devemos estar receptivos e permeáveis às novas idéias. Nos encontraremos mais dispostos e menos amedrontados para experimentar as diversas manifestações vivenciadas na vida de relação. Os atritos naturais, gerados no convívio social, permitirão o contato com a diferença, com a multiplicidade de idéias, conceitos, posturas e atitudes, bem como questionamentos, que quando positivos, tornam-se forças estimulantes ao burilamento de nós mesmos.

Jesus Cristo nos asseverava: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Conhecer a verdade pode ser visto como o encontro de si mesmo, com o seu deus interior, habilitando-se para a busca superior e a aproximação de novas possibilidades de realização e entendimento.

De fato, a ignorância nos afasta da liberdade, mantendo-nos acorrentados a hábitos e idéias cristalizados que acreditamos serem imutáveis. Se agimos e pensamos conforme sentimos, bastante natural, pois, que muitas vezes ajamos equivocadamente, semeando incompreensões e conflitos, dentro e fora de nós, sofrendo com as dores decorrentes da obtusão momentânea em que nos encontramos.

Cada um tem seu próprio momento de despertar, de buscar o seu melhor; e o seu melhor nunca estará fora de si mesmo.

Descobrimos o que necessitamos quando estamos prontos para tal; quando isto não acontece, nos sentimos como se tivéssemos um mapa do tesouro nas mãos, estando na ilha errada; confundindo paisagens e rotas, orientações e caminhos, causas com efeitos, transferindo para fora de nós o que a nós pertence.

Muitos vivemos buscando tesouros em ilhas erradas e demoramos muito tempo para compreender onde está o engano; procuramos em todos os lugares e nos esquecemos de usar o mapa dentro do nosso próprio território.

PERFEIÇÃO MORAL

Chegamos ao último capítulo do livro terceiro de O Livro dos Espíritos a cerca das Leis Morais. Trata-se do estudo da Perfeição Moral, alvo e destino de todos nós. Neste riquíssimo material encontram-se, didaticamente, os subsídios seguros para esta conquista, bem como os seus obstáculos para o intento. Somos Espíritos imortais depositários de inúmeras tendências mantenedoras da condição inferior, bem como de potencialidades superiores, muitas delas adormecidas. O trabalho é, pouco a pouco, fazer com que as potencialidades se transformem em virtudes e dominem todas as inquietações características do início da jornada. Como saber se está na direção certa? é só verificar o quanto o interesse pessoal predomina no ser, o incontestável indício da imperfeição e fruto do mais radical vício moral, o egoísmo, assevera-nos a lição. O egoísmo se mostra na indiferença ao drama alheio, na condução das ações para proveito próprio, na intolerância aos erros de outrem, no atendimento de prazeres vis, na busca incessante pela evidência de suas realizações, no distanciamento da caridade... Estar-se-á na rota ascendente quando se resiste a essas e todas más inclinações do ser. A Sociedade dos Alcoólicos Anônimos detém a maior taxa de sucesso na luta contra o alcoolismo porque o seu sócio reconhece o seu vício e o mal advindo dele e renova diariamente a força para resistir o apelo para a entrega do seu prazer. Ao seu exemplo, é preciso reconhecer as atitudes negativas algemantes e investir força para não sucumbir a elas. Mas a tarefa do conhecimento de si mesmo deve ser profunda e desprovida das tão comuns máscaras mantidas para o falso bem-estar social. Coragem para reconhecer a própria sombra é imprescindível para êxito. Elencadas as más tendências, é hora de resistir ao seu arrastamento com que os Espíritos da codificação conceitua a virtude. O trabalho é árduo, mas é acessível e gratificante. Como auxílio para a proposta, recomenda-se a prática da maior das virtudes, a caridade desinteressada e a prece. Ao ajudar alguém, forças invisíveis são mobilizadas na estrutura íntima do ser que levam o equilíbrio, auto-estima e fortaleza moral. A prece permite a ligação com a esfera superior e com ela, eflúvios de paz e harmonia. Por fim, assinala-se que ao eclodir as potencialidades no passo da abolição das atitudes inferiores estar-se-á conquistando as características do Homem de Bem contidas na lição do Livro dos Espíritos a qual convidamos o leitor para o estudo.

Pedro Herbert

LEI DE JUSTIÇA, AMOR E CARIDADE

O Livro dos Espíritos
Cap. XI
As Leis Morais

A justiça consiste no respeito aos direitos de cada um; assim tanto a justiça como o direito deveriam andar juntas, se completar, ter o mesmo caráter, expressar a mesma virtude.
O sentimento de justiça é inerente a nós, somos feitos imagem e semelhança de Deus. Porém acumulamos tendências de nossas vidas passadas, valores nem sempre elevados, paixões, que nos levam muitas vezes a julgar as coisas do ponto de vista de nossas personalidades, de nossos interesses e de nossas convenções, levando-nos a pensar que temos privilégios, sendo que todo tipo de privilégio é contrário ao direito comum.
Podemos dar alguns exemplos como a escravidão com seus requintes de crueldade foi por muito tempo tida como coisa legal, isto é, um “direito”, em inúmeras circunstâncias o assassínio igualmente tem sido utilizado, qual um “direito”, nos casos da defesa da honra e dos bens adquiridos, também encontramos como sendo “direito” condições de trabalhos e aposentadorias especiais, isenções, que tantas pessoas gozam em detrimento de outras.
Como podemos observar essas “leis humanas” variam com o progresso.
Todas estas situações, não condizem com a verdadeira Justiça Natural que nosso mestre Jesus sintetizou na máxima “Querer para os outros o que quereis para vós mesmos” o que é bem diferente de “Querer para si o que deseja para os outros”, sendo esta mais aplicada nos dias de hoje.
Tendo necessidade de viver em sociedade, o homem tem algumas obrigações particulares a serem cumpridas, e a primeira delas é respeitar os direitos dos semelhantes, independente da situação em que se encontram, pois Deus criou todos iguais, mas é importante asseverar que temos aptidões diferentes, para que os mais fortes ajudem os mais fracos e não os tornem escravos diante da sua “superioridade”.
Sendo assim não há razão para temer o reconhecimento da igualdade dos homens, pois a “subordinação não se achará comprometida, quando a autoridade for deferida à sabedoria”.
Então para que possamos conhecer nossos limites e responsabilidades devemos lembrar Paulo o Apóstolo dos Gentios quando disse: “Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém”, que nos pede uma reflexão profunda dos nossos atos para com o próximo, colocando-nos na mesma situação e de maneira recíproca.
A Doutrina Espírita nos ensina que o direito de viver é o primeiro de todos os direitos do homem; e que o homem pode acumular bens durante sua vida, através de trabalho digno e honesto que o permita ao repouso quando não mais puder trabalhar, não de maneira egoísta, mas em sociedade.
O homem tem o direto de defender aquilo que ajuntou pelo trabalho honesto, pois sendo uma propriedade legítima e fruto do seu trabalho constitui-lhe um direito natural, tão sagrado como o de viver e trabalhar.
Na questão 885 nos é esclarecido que é ilimitado o direito de propriedade, sendo que tudo o que é legitimamente adquirido é uma propriedade, mas, como já dissemos as leis humanas são imperfeitas, dando alguns direitos que a justiça natural reprova.
Daí a afirmação do Mestre “é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus”.
Porém o roubo vai muito além das coisas materiais, não é só dinheiro que podemos roubar, matando nós estamos roubando uma vida, roubando da esposa o direito de ter um marido, roubando dos filhos um pai, quando mentimos, estamos roubando de alguém o direito de saber a verdade, quando trapaceamos, estamos roubando o direito à justiça.
Assim como a caridade não esta circunscrita às doações de bens materiais, aos pobres e deserdados e sim na benevolência para com todos, na indulgência para as imperfeições alheias e no perdão das ofensas, como nos disse Jesus “Amai-vos uns aos outros, como irmãos”, isto inclui também nossos inimigos, que devemos perdoá-los e pagar-lhes o mal com o bem.
Sendo assim “o homem de bem que compreende a caridade, como Jesus, vai até o infeliz sem esperar que ele estenda a mão.
A verdadeira caridade é sempre boa e benevolente, tanto no ato quanto na forma. Um serviço que nos é oferecido com delicadeza tem seu valor aumentado; mas se é feito com ostentação, a necessidade pode fazer com que seja aceito, porém o coração não se sente tocado.
Lembrai-vos também que a ostentação tira, aos olhos de Deus, o mérito do benefício. Jesus ensinou: “Que a mão esquerda não saiba o que faz a direita”, ensinando a não ofuscar a caridade com o orgulho.
É preciso distinguir a esmola propriamente dita da beneficência. O mais necessitado nem sempre é aquele que pede; o temor da humilhação tolhe o verdadeiro pobre, que sofre sem se lamentar; é a esse que o homem verdadeiramente humano deve procurar sem ostentação.
Amai-vos uns aos outros, eis toda a lei. Lei divina pela qual Deus governa os mundos. O amor é a lei de atração para os seres vivos e organizados; a atração é a lei de amor para a matéria inorgânica.
Nunca vos esqueçais de que o Espírito, seja qual for seu grau de adiantamento, sua situação como reencarnado ou no mundo espiritual, está sempre colocado entre um superior que o guia e aperfeiçoa e um inferior diante do qual tem esses mesmos deveres a cumprir.
Sede caridosos, praticando não apenas a caridade que tira do bolso a esmola que dais friamente àquele que ousa pedir, mas a que vos leve ao encontro das misérias ocultas. Sede indulgentes para com os defeitos de vossos semelhantes. Em vez de desprezar a ignorância e o vício, instruí-os e moralizai-os. Sede doces e benevolentes para todos que são inferiores; sede doces e benevolentes mesmo em relação aos seres mais insignificantes da criação e tereis obedecido à lei de Deus”.

São Vicente de Paulo

LEI DE JUSTIÇA, AMOR E CARIDADE

O Livro dos Espíritos
Cap. XI
As Leis Morais

A justiça consiste no respeito aos direitos de cada um; assim tanto a justiça como o direito deveriam andar juntas, se completar, ter o mesmo caráter, expressar a mesma virtude.
O sentimento de justiça é inerente a nós, somos feitos imagem e semelhança de Deus. Porém acumulamos tendências de nossas vidas passadas, valores nem sempre elevados, paixões, que nos levam muitas vezes a julgar as coisas do ponto de vista de nossas personalidades, de nossos interesses e de nossas convenções, levando-nos a pensar que temos privilégios, sendo que todo tipo de privilégio é contrário ao direito comum.
Podemos dar alguns exemplos como a escravidão com seus requintes de crueldade foi por muito tempo tida como coisa legal, isto é, um “direito”, em inúmeras circunstâncias o assassínio igualmente tem sido utilizado, qual um “direito”, nos casos da defesa da honra e dos bens adquiridos, também encontramos como sendo “direito” condições de trabalhos e aposentadorias especiais, isenções, que tantas pessoas gozam em detrimento de outras.
Como podemos observar essas “leis humanas” variam com o progresso.
Todas estas situações, não condizem com a verdadeira Justiça Natural que nosso mestre Jesus sintetizou na máxima “Querer para os outros o que quereis para vós mesmos” o que é bem diferente de “Querer para si o que deseja para os outros”, sendo esta mais aplicada nos dias de hoje.
Tendo necessidade de viver em sociedade, o homem tem algumas obrigações particulares a serem cumpridas, e a primeira delas é respeitar os direitos dos semelhantes, independente da situação em que se encontram, pois Deus criou todos iguais, mas é importante asseverar que temos aptidões diferentes, para que os mais fortes ajudem os mais fracos e não os tornem escravos diante da sua “superioridade”.
Sendo assim não há razão para temer o reconhecimento da igualdade dos homens, pois a “subordinação não se achará comprometida, quando a autoridade for deferida à sabedoria”.
Então para que possamos conhecer nossos limites e responsabilidades devemos lembrar Paulo o Apóstolo dos Gentios quando disse: “Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém”, que nos pede uma reflexão profunda dos nossos atos para com o próximo, colocando-nos na mesma situação e de maneira recíproca.
A Doutrina Espírita nos ensina que o direito de viver é o primeiro de todos os direitos do homem; e que o homem pode acumular bens durante sua vida, através de trabalho digno e honesto que o permita ao repouso quando não mais puder trabalhar, não de maneira egoísta, mas em sociedade.
O homem tem o direto de defender aquilo que ajuntou pelo trabalho honesto, pois sendo uma propriedade legítima e fruto do seu trabalho constitui-lhe um direito natural, tão sagrado como o de viver e trabalhar.
Na questão 885 nos é esclarecido que é ilimitado o direito de propriedade, sendo que tudo o que é legitimamente adquirido é uma propriedade, mas, como já dissemos as leis humanas são imperfeitas, dando alguns direitos que a justiça natural reprova.
Daí a afirmação do Mestre “é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus”.
Porém o roubo vai muito além das coisas materiais, não é só dinheiro que podemos roubar, matando nós estamos roubando uma vida, roubando da esposa o direito de ter um marido, roubando dos filhos um pai, quando mentimos, estamos roubando de alguém o direito de saber a verdade, quando trapaceamos, estamos roubando o direito à justiça.
Assim como a caridade não esta circunscrita às doações de bens materiais, aos pobres e deserdados e sim na benevolência para com todos, na indulgência para as imperfeições alheias e no perdão das ofensas, como nos disse Jesus “Amai-vos uns aos outros, como irmãos”, isto inclui também nossos inimigos, que devemos perdoá-los e pagar-lhes o mal com o bem.
Sendo assim “o homem de bem que compreende a caridade, como Jesus, vai até o infeliz sem esperar que ele estenda a mão.
A verdadeira caridade é sempre boa e benevolente, tanto no ato quanto na forma. Um serviço que nos é oferecido com delicadeza tem seu valor aumentado; mas se é feito com ostentação, a necessidade pode fazer com que seja aceito, porém o coração não se sente tocado.
Lembrai-vos também que a ostentação tira, aos olhos de Deus, o mérito do benefício. Jesus ensinou: “Que a mão esquerda não saiba o que faz a direita”, ensinando a não ofuscar a caridade com o orgulho.
É preciso distinguir a esmola propriamente dita da beneficência. O mais necessitado nem sempre é aquele que pede; o temor da humilhação tolhe o verdadeiro pobre, que sofre sem se lamentar; é a esse que o homem verdadeiramente humano deve procurar sem ostentação.
Amai-vos uns aos outros, eis toda a lei. Lei divina pela qual Deus governa os mundos. O amor é a lei de atração para os seres vivos e organizados; a atração é a lei de amor para a matéria inorgânica.
Nunca vos esqueçais de que o Espírito, seja qual for seu grau de adiantamento, sua situação como reencarnado ou no mundo espiritual, está sempre colocado entre um superior que o guia e aperfeiçoa e um inferior diante do qual tem esses mesmos deveres a cumprir.
Sede caridosos, praticando não apenas a caridade que tira do bolso a esmola que dais friamente àquele que ousa pedir, mas a que vos leve ao encontro das misérias ocultas. Sede indulgentes para com os defeitos de vossos semelhantes. Em vez de desprezar a ignorância e o vício, instruí-os e moralizai-os. Sede doces e benevolentes para todos que são inferiores; sede doces e benevolentes mesmo em relação aos seres mais insignificantes da criação e tereis obedecido à lei de Deus”.

São Vicente de Paulo

AUTOCONHECIMENTO

COMPILAÇÃO

919 - QUAL O MEIO PRÁTICO MAIS EFICAZ PARA SE MELHORAR NESTA VIDA E RESISTIR AO ARRASTAMENTO DO MAL ?

- UM SÁBIO DA ANTIGUIDADE VOS DISSE:
“CONHECE-TE A TI MESMO”
O LIVRO DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO XII
PERFEIÇÃO MORAL

“O CONHECIMENTO DE SI MESMO É PORTANTO
A CHAVE DO MELHORAMENTO INDIVIDUAL”
SANTO AGOSTINHO

"O momento atual é, essencialmente, o das questões psicológicas, a tal ponto que os estudiosos e pesquisadores desse atraente campo estão voltados para um esforço conjunto de se fazer um mapeamento do psiquismo humano, do cérebro e seus meandros e a sua fantástica potencialidade. Estuda-se a mente desde as suas reações a partir do feto até os doentes terminais em idade avançada ou não, e também nas experiências de quase morte (EQM). Há um novo entendimento, uma nova visão e uma constante busca desde que tais especialistas concluíram que existe algo mais além do cérebro."
SUELY CALDAS SCHUBERT

14. VÓS SOIS A LUZ DO MUNDO; NÃO SE PODE ESCONDER UMA CIDADE EDIFICADA SOBRE UM MONTE;
15. NEM SE ACENDE A CANDEIA E SE COLOCA DEBAIXO DO ALQUEIRE, MAS NO VELADOR, E DÁ LUZ A TODOS QUE ESTÃO NA CASA.
16. ASSIM RESPLANDEÇA A VOSSA LUZ DIANTE DOS HOMENS, PARA QUE VEJAM AS VOSSAS BOAS OBRAS E GLORIFIQUEM A VOSSO PAI, QUE ESTÁ NOS CÉUS.
MATEUS (5,14:16)
“...TRANSFORMAI-VOS PELA RENOVAÇÃO DE VOSSA MENTE, PARA QUE EXPERIMENTEIS QUAL SEJA A BOA, AGRADÁVEL E PERFEITA VONTADE DE DEUS”
PAULO (RO,12:2)

AUTOILUMINAÇÃO
Iluminar-se é dotar-se de luz, a fim de clarear a própria vida. Iluminar o mundo interior é o mesmo que adicionar energia à luz interna, chama divina do Criador da Vida, adquirindo a consciência das potencialidades inerentes ao próprio Espírito.
O ser humano é mais do que imagina e do que percebe que é. Ele tem mais capacidades do que acredita que possuí. Mesmo as pessoas que ainda se encontram no início de sua caminhada evolutiva, possuem esse sentido interior de crescimento, portanto a potencialidade de realizá-lo. Esse sentido interno que o direciona a auto-realização chama-se Self.
Essa iluminação interna não é uma simples descoberta de algo que se encontra escondido, mas se dá no encontro com a realidade externa. Trata-se de um longo processo de amadurecimento do Espírito, o qual vai a busca de si mesmo para iluminar-se interiormente, não mais perdendo seu brilho. Esse processo se dá por etapas que sintetizamos em quatro para melhor compreensão:
O processo de iluminação interior é a descoberta do deus interno, parcela criadora gerada diretamente por Deus, em nós.
Há um Deus, Absoluto, Único, Criador e Causa de todas as coisas. Há um deus interno, imagem e semelhança de Deus, descoberto inicialmente pelas manifestações da Natureza, confirmado pela necessidade psicológica de sua existência e sentido pela vivência do amor em plenitude.
Iniciar um processo de auto-iluminação é passar a espiritualizar o próprio olhar sobre o mundo, colocando o amor na consciência, inundando a razão do sentimento de amorosidade.
Dessa forma, as idéias e raciocínios passam a ser contaminados pelos sentimentos superiores oriundos do Espírito, dotado de amor e sabedoria, proporcionando prosperidade e tranqüilidade na vida.


AS QUATRO ETAPAS
1. AUTOCONHECIMENTO
O autoconhecimento representa a percepção da identidade pessoal frente ao mundo, incluindo origem familiar, situação no contexto social, perspectivas futuras de realização nos vários campos das relações humanas, além do reconhecimento externo da própria existência.
A atuação do ego é sempre no sentido de se colocar na captação dos eventos externos, associá-los aos conteúdos da consciência e do inconsciente que estejam mais acessíveis por semelhança emocional.
Para se formar, o ego, utiliza certos mecanismos de identificação, isto é, necessita de uma imagem na qual se espelhe para estabelecer aquela identidade. Muitas vezes, essa identificação, que varia ao longo da vida do indivíduo, se dá primeiramente com os pais e, depois, com personagens que se assemelhem às características do espírito, adquiridas nas várias existências.
Essa identificação é um referencial sob o qual o ego orbita enquanto o Espírito não se descobre verdadeiramente. A partir do momento em que se dá a percepção do ego às diretrizes superiores do Espírito, ele se identificará com o referencial próprio.
Por ser o centro da consciência, o ego procura ocupar lugar de destaque em sua atuação frente ao mundo. Seu desejo de poder e de atenção é notório. Muitas vezes desviando as motivações que vêm do Espírito, inflando-se ou deprimindo-se, neste último caso, quando as coisas não ocorrem de acordo com seus planos. Suas aspirações se situam na esfera da manutenção do status quo, isto é, em assegurar sua posição frente ao mundo. Isso quer dizer que o ego, enquanto identidade, ainda é imaturo.
Saber compreender e lidar com pensamentos perturbadores, sendo capaz de regular os próprios estados emocionais é proposta do autoconhecimento. Nem sempre os pensamentos conseguem plasmar psiquicamente nossas idéias, pois elas são oriundas das camadas profundas da psiquê. É preciso, portanto, fazer silêncio interior para melhor distingir suas emoções, idéias e conseqüentes pensamentos e atitudes.

“... EXAMINAI O QUE PUDÉSSEIS TER FEITO CONTRA DEUS, DEPOIS CONTRA O PRÓXIMO E POR FIM CONTRA VÓS MESMO. AS RESPOSTAS SERÃO MOTIVO DE REPOUSO PARA VOSSA CONSCIÊNCIA OU INDICARÃO UM MAL QUE DEVE SER CURADO.”
SANTO AGOSTINHO


2. AUTODESCOBRIMENTO
O processo de autodescobrimento é uma fase posterior ao do autoconhecimento, muito embora se possa iniciá-lo enquanto se vive o reconhecimento das características do ego.
Autodescobrir-se é conseguir revelar à consciência, gradativamente, os conteúdos que se encontram inconscientes, além de descobrir como funcionam os mecanismos psíquicos entre a vida consciente e a inconsciente.
No autodescobrimento, obtém-se a capacidade de acreditar em si mesmo independente das contingências externas. Essa crença é fruto do autoconhecimento e da consciência do próprio processo existencial.
O indivíduo, que nessa fase, já atravessou algumas contingências aversivas da vida, já obteve experiências para lidar com outras adversidades sem os medos e receios característicos do início. Acreditar em si mesmo não quer dizer extrapolar os limites da própria capacidade, mas considerar que é possível alcançar algum ganho, mesmo que não se consiga os objetivos que se almeja, isto é, a partir de qualquer experiência pode se obter algum tipo de aprendizado.
Tomar consciência da existência dos complexos e suas origens, das influências das fantasias que cria, dos potenciais que possui, das virtudes, bem como das perspectivas quanto ao futuro para além da atual existência.
“... QUE AQUELE QUE TEM A VERDADEIRA VONTADE DE SE MELHORAR EXPLORE, PORTANTO, A SUA CONSCIÊNCIA, A FIM DE ARRANCAR DALI AS MÁS TENDÊNCIAS COMO ARRANCA AS ERVAS DANINHAS DO SEU JARDIM...”
SANTO AGOSTINHO

3.AUTOTRANSFORMAÇÃO
A autotransformação é o processo de retomada da própria vida a partir do referencial do Self, dispondo-se o indivíduo a atuar nela com o conhecimento de si mesmo e com a descoberta e utilização adequada dos próprios potenciais interiores. É um processo de relação com o mundo e que deve ser feito na convivência social, no contato com o que se lhe opõe, internalizando as experiências e crescendo nelas.
A autotransformação ocorre quando nos dispomos a por em prova o que somos e verificando se o que acreditamos já ter conquistado pode ser posto em prática. Nessa fase do processo de crescimento pessoal, descobre-se se os valores alicerçados nas experiências vividas, de fato funcionam e se são consistentes na personalidade.
Muitas vezes pensamos já possuir determinadas virtudes, porém não as colocamos em prática, não só diante das adversidades como também quando nos relacionamos com pessoas que nos opõem na forma de pensar e agir. Equivale a dizer que, entre os bons é fácil ser bom, porém entre os maus é que se prova a virtude do bem.
O processo de transformação interior decorre da necessidade da reforma íntima, a qual pressupõe a educação dos pensamentos e das emoções. É uma decisão interna de mudar, face à necessidade de se desligar de situações e conflitos que não mais favorecem o crescimento pessoal.
No processo de autotransformação o indivíduo se conscientiza da capacidade de alterar sua vida e eu destino. Percebe que o mundo chega até si como reflexo da própria transformação interior. Parece que são as pessoas que mudam, que se transformam. E de fato elas se modificam interiormente e no trato pessoal, porém a grande mudança está ocorrendo naquele que se encontra em processo de autotransformação. O universo conspira a favor desse processo de transformação, o qual se constitui num dos objetivos divinos.

“... ME PERGUNTAVA A MIM MESMO SE NÃO TINHA FALTADO AO CUMPRIMENTO DE ALGUM DEVER... FOI ASSIM QUE CHEGUEI A ME CONHECER E VER O QUE EM MIM, NECESSITAVA DE REFORMA...”
SANTO AGOSTINHO


4.AUTOILUMINAÇÃO
O processo de auto-iluminação nos permite colocar, no lugar mais reservado de nosso ser, a realização do destino pessoal em consonância com os objetivos divinos. Descobrir como encaixar o que fazemos e queremos da Vida com aquilo que acreditamos que sejam os desígnios do Criador, é fundamental na própria evolução espiritual. A luz de nossa essência interior deverá brilhar a fim de que se realize em nós a presença de Deus. O ser humano é simultaneamente material e espiritual, pois, sua origem e raízes estão na Terra e sua destinação e essência se encontram nas estrelas.
No processo de auto-iluminação, depois de vencidas as barreiras dos processos anteriores e feitas as conquistas necessárias, devemos buscar o estado permanente de paz e harmonia interior e exterior. Isso ocorre quando, além de descobrirmos o sentido da Vida, vamos a busca de novos e maiores objetivos. Nesse estado o indivíduo consegue ser feliz como é, visto que se percebe ainda em processo de constante evolução.
Nesse processo de auto-iluminação as dificuldades de compreensão do significado do espiritual já não existem. As dúvidas e resistências em aceitar a realidade espiritual já não perseguem a consciência. O indivíduo possui uma vivência espiritual adequada à sua tarefa no mundo, sem os medos e receios característicos de fases anteriores de sua vida.
O iluminado não é o santo, o religioso, mas o consciente de Deus, de si mesmo e de seu destino. É o ser que ama tendo o amor como sentimento que o une ao universo. É o ser que, integrado aos objetivos divinos, manifesta-os em suas realizações sem se ausentar do mundo
O iluminado não é o diferente, mas o que se iguala para realizar sua própria singularidade. Ele nem sempre está nas hostes religiosas, nem nos templos erigidos pelos homens, nem tampouco tem assento garantido nos poderes mundanos, mas se encontra no mundo, servindo a Deus junto aos seres humanos. Seu lugar é ao lado, compartilhando, crescendo junto, implicando-se e envolvendo-se com as pessoas de sua convivência. Onde existir oportunidade de colocar-se a serviço do próximo, aí ele se fará presente.
“... QUE FAÇA O BALANÇO DA SUA JORNADA MORAL. SE ELE PUDER DIZER QUE A SUA JORNADA FOI BOA, PODE DORMIR EM PAZ E ESPERAR SEM TEMOS O DESPERTAR NA OUTRA VIDA...”
SANTO AGOSTINHO
“ASSIM, TUDO O QUE VÓS QUEREIS QUE OS HOMENS VOS FAÇAM, FAZEI-O TAMBÉM VÓS A ELES; ESTA É A LEI E OS PROFETAS”
MATEUS (5,14:16)

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