quinta-feira, 23 de julho de 2009

Mensagem de Apoio

CARIDADE E MERECIMENTO

Emmanuel

Em verdade, a maior expressão de amor que nos envolve na Vida é aquela da proteção de Nosso Pai Celestial, que tudo dispõe para a nossa felicidade.

O sol que nos visita farto de luz, a chuva que nos prepara a colheita de pão, a terra que nos asila e esclarece, a fonte que nos dessedenta, a árvore que nos auxilia e a semente que nos prove o celeiro, com todos os recursos da natureza, expressam o devotamento da Providência Divina, em nosso favor.

Dir-se-ia que Deus estabelece com os homens, seus filhos conscientes, um contrato, em bases de carinho paternal, com que lhes cede todas as possibilidades de enriquecimento com uma simples condição – a do trabalho com boa vontade e perseverança.


É por isso que, em renascendo na Terra, o espírito recebe com o instrumento do corpo físico a caridade maior do Senhor, porquanto vê-se novamente investindo de bênçãos para adquirir o tesouro do seu próprio engrandecimento.

Eis porque, caridade, na vida de relação, não se aparta da lei do merecimento.

Daí e dar-se-vos-á ensinou o Divino Mestre.

Ninguém receberá suprimento de graças, sem constituir-se distribuidor diligente delas.

Sem alicerces, a casa não se levanta.

Sem esforço, a lavoura não produz.

Assim também, no campo da habilitação espiritual do homem para a vida eterna, somente se eleva quem se devota à ascensão e somente alcança a luz divina quem lhe prepara adequado combustível na candeia da própria alma.

Sejamos caridosos para que a caridade nos auxilie.

Saibamos dar para receber com abundância.

A fonte da vida fornece as dádivas, que lhe fluem da corrente sublime, segundo a medida que levamos aos seus preciosos mananciais.

Aproximemo-nos do bem com o largo cântaro da boa vontade e do serviço, e a vida nos enriquecerá de sua paz invariável e de sua paz invariável e de imorredoura alegria.

Do livro: Construção do Amor

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Obsessão espiritual infantil - Ler Matéria - Revista RIE

Vitor Ronaldo Costa

“O Espírito mau espera que o outro, a quem ele quer mal, esteja preso ao seu corpo e, assim, menos livre, para mais facilmente o atormentar, ferir nos seus interesses, ou nas suas mais caras afeições.” (Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. X, item VI, 24ª edição de bolso. FEB)
Em decorrência de observações bem conduzidas por investigadores da alma humana, pode-se afirmar que, entre os fatores condicionantes da perseguição espiritual, destacam-se o ódio e o sentimento abastardado de vingança. Enquanto a maldade prevalecer no orbe terreno, enquanto o egoísmo encontrar guarida nos corações, a criatura deixar-se-á envolver com as imperfeições morais responsáveis por atitudes infelizes de agressões ou revides contra os semelhantes. A incompetência afetiva embrutece o sujeito e, quando, por ventura, ele se considera vítima de uma injúria, mostra-se incapaz de apelar para o recurso do perdão. E, no desvario em que se entorpece, termina por cristalizar o próprio pensamento no padrão inconsequente do revide. A morte, infelizmente, nem sempre apaga da lembrança o rancor que perturba, e, assim, o espírito menos esclarecido, impermeável ao chamamento evangélico, prossegue na erraticidade a albergar em seu âmago a mágoa e o ódio incontroláveis. Imerso na penumbra da própria desarmonia psíquica, busca no desforço a forma que imagina correta de se contrapor à ofensa: fazer justiça com as próprias mãos. Ao se aproveitar da invisibilidade do plano astral, o espírito rancoroso escolhe a melhor maneira de acicatar o seu desafeto, analisa os seus pontos frágeis, psíquicos e orgânicos, para influenciá-lo mentalmente ou inundá-lo de fluidos perniciosos com o propósito de desencadear as mais estranhas doenças, nem sempre diagnosticadas pela ciência convencional. E não importa a idade da vítima encarnada.
Quando o infante é acometido de obsessão, torna-se mais difícil elaborar o diagnóstico espiritual do caso, pois, geralmente, os familiares resistem em admitir tal hipótese. Imaginam que, por ser criança, ela esteja livre do assédio invisível. Eis um engano lamentável de sérias repercussões, visto que, quanto mais demorada a perturbação sofrida, maior a possibilidade de sequelas irreversíveis. De mais a mais, no afã da vingança, o obsessor, em verdade, enxerga na pequena vítima o seu desafeto de outrora, o espírito imortal responsável pelo delito cometido, e não a criança momentaneamente frágil e ingênua da atual reencarnação.
Por vezes, identificamos, em campo experimental mediúnico, cruel investida engendrada pela entidade odienta. Digamos que o alvo pretendido seja o genitor. Então, o obsessor desfecha seus fluidos mórbidos contra um dos filhos, pois, comprometendo-lhe a saúde, compraz-se no sofrimento paterno. É um tipo de obsessão indireta, bem mais frequente do que se imagina.
Em virtude da sensibilidade, a criança, alvo da ação obsessiva, logo se ressente e manifesta o mal estar de que é vítima por meio do choro, da inquietude, da irritabilidade, do sono perturbado. Todavia, os sintomas decorrentes do assédio espiritual podem confundir o pediatra que vai buscar no organismo as causas mais frequentes de desconforto geral, a exemplo de erupção dentária, otalgia, verminose, distúrbio comportamental etc.
Naturalmente os distúrbios infantis requerem urgência nos procedimentos médicos, pois nem sempre sintomas psíquicos ou persistentes derivam exclusivamente de obsessão espiritual. O bom senso adverte: Em primeiro lugar a assistência clínica, depois, o suporte da ciência da espiritualidade nos casos suspeitos.
Não obstante, considera-se tênue a linha divisória entre as duas condições. No nosso modo de ver, quando as tentativas da medicina não surtirem o efeito esperado, justifica-se uma investigação espiritual do caso, pois esta nada custa e acontece no recesso da instituição espírita, com o concurso de médiuns experimentados nesses misteres, além da cobertura indispensável dos mentores.
Por muito tempo ainda, a obsessão espiritual será uma realidade sinistra a infelicitar o gênero humano. Esse quadro adverso só será extinto quando as imperfeições morais cederem lugar aos sentimentos enobrecidos conquistados pela maioria. A maldade humana não distingue idade nem sexo. O ódio e a vingança bloqueiam o senso crítico, e, a exemplo do que acontece na crosta, delitos hediondos são cometidos por espíritos inferiores, avessos ao chamamento do bem. Por isso, a ciência da espiritualidade aplicada à saúde integral nos adverte para a possibilidade da obsessão espiritual, em certas situações, que não respondam satisfatoriamente aos esforços da medicina. Partindo de tal raciocínio, é preciso atenção redobrada especialmente com as crianças. Os espíritos bondosos que nos orientam por meio de médiuns confiáveis e honestos sugerem a prática do evangelho no lar, insistem na manutenção de um clima de harmonia em família e aconselham a frequência às aulas de moral cristã nas instituições espíritas, com a finalidade de robustecer as defesas espirituais das crianças. Portanto, diante de um quadro sugestivo de perturbação espiritual infantil, quando os passes e a água fluidificada não surtirem os efeitos previstos, por uma questão de bom senso, não descartemos a hipótese de influenciação espiritual grave, a exigir os procedimentos mais elaborados da desobsessão formal. Na atualidade, as casas espíritas bem orientadas cultivam em sua rotina doutrinária as sessões desobsessivas, sem dúvida um passo à frente no vasto campo da medicina da alma.

Mediunidade curadora - Ler Matéria - Revista RIE

Rogério Coelho

O conhecimento da mediunidade curadora é uma das conquistas que devemos ao Espiritismo.

A intolerância – em várias oportunidades – marcou presença até mesmo no seio do Colégio Apostólico. Certa feita, voltando de uma viagem, João disse a Jesus:
– “Mestre, eis que encontramos um homem pelo caminho que curava em Teu nome, expulsando Espíritos infelizes.”
– “E que fizestes?” – inquiriu Jesus.
– “Repreendemo-lo”, disse o discípulo inexperiente. “Expusemos que ele não tinha o direito de usar o Teu nome, pois não privava contigo; não era um dos nossos...”
Amélia Rodrigues1 narra, em belíssima linguagem, a réplica de Jesus:
“Fizestes mal; pois todo aquele que não é contra nós é por nós. Se alguém em meu nome expulsa Espíritos maus, asserenando obsessos e acalmando obsessores, cultivando nas almas o pólen da saúde que se converte em pomar de tranquilidade, não poderá voltar-se contra nós, depois, assacando calúnias e, no futuro, erguendo-nos acusações. A palavra de amor é moeda de paz para aquisição do continente das almas.
O servidor do Evangelho deve fiscalizar, com sincera acuidade, as nascentes íntimas dos sentimentos, de modo a cercear, no começo, os adversários cruéis, que são o egoísmo e o orgulho, a inveja e o ciúme com toda a corte de nefandos sequazes...”
Explica Allan Kardec2 que a “questão da mediunidade curadora foi esboçada em O Livro dos Médiuns e em muitos artigos da Revue Spirite, a propósito de fatos de curas e de obsessões; ela está resumida em O Evangelho Segundo o Espiritismo, a propósito das preces para os doentes e para os médiuns curadores. O conhecimento da mediunidade curadora é uma das conquistas que devemos ao Espiritismo; mas o Espiritismo, que começa, não pode ainda haver dito tudo; não pode – de um só golpe –, mostrar-nos todos os fatos que ele abarca; cada dia, deles desenvolve novos aspectos, de onde decorrem novos princípios que vêm corroborar ou completar aqueles que já se conheciam, mas é preciso o tempo material para tudo; qualquer parte integrante do Espiritismo é, por si mesma, toda uma ciência, porque se liga ao magnetismo, e abarca não só as doenças propriamente ditas, mas todas as variedades, tão numerosas e tão complicadas de obsessões que, elas mesmas, influem sobre o organismo. Eis alguns dos princípios fundamentais que a experiência consagrou:
1. Quem diz médium diz intermediário. Há esta diferença entre o Magnetizador e o médium curador, que o primeiro magnetiza com o seu fluido pessoal, e o segundo, com o fluido dos Espíritos, ao qual serve de condutor. O magnetismo produzido pelo fluido do homem é o magnetismo humano; aquele que provém do fluido dos Espíritos é o magnetismo espiritual.
2. O fluido magnético tem, pois, duas fontes muito distintas: os Espíritos encarnados e os Espíritos desencarnados. Essa diferença de origem produz uma diferença muito grande na qualidade do fluido e em seus efeitos. O fluido humano é sempre mais ou menos impregnado das impurezas físicas e morais do encarnado; o dos bons Espíritos é, necessariamente, mais puro e, por isto mesmo, tem propriedades mais ativas que levam a uma cura mais rápida. Mas, passando por intermédio do encarnado, pode-se alterar, como uma água límpida passando por um vaso impuro, como todo remédio se altera, se permanece em um vaso impróprio, e perde, em parte, suas propriedades benfazejas. Daí, para todo verdadeiro médium curador, a necessidade absoluta de trabalhar em sua depuração, quer dizer, em sua melhoria moral, segundo este princípio vulgar: Limpai o vaso, antes de vos servir dele, se quereis ter alguma coisa de bom.
3. O fluido espiritual é tanto mais depurado e benfazejo quanto o Espírito que o fornece é, ele mesmo, mais puro e mais desligado da matéria. (...) As qualidades morais do magnetizador, quer dizer, a pureza de intenção e de sentimento, o desejo ardente e desinteressado de aliviar seu semelhante, unido à saúde do corpo, dão ao fluido um poder reparador que pode, em certos indivíduos, aproximar-se das qualidades do fluido espiritual.
4. O Espírito pode agir diretamente, sem intermediário, sobre um indivíduo, assim como se pôde constatar em muitas ocasiões, seja para aliviá-lo, curá-lo, se isto se pode, ou para produzir o sono sonambúlico. Quando se age por intermediário, é o caso da mediunidade curadora.
5. O médium curador recebe o influxo fluídico do Espírito, ao passo que o magnetizador haure tudo em si mesmo. O orgulho e o egoísmo sendo as principais fontes das imperfeições humanas, disso resulta que aqueles que se gabam de possuir esse dom, que vão por toda a parte enaltecendo as curas maravilhosas que fizeram, ou que dizem ter feito, que procuram a glória, a reputação ou o proveito, estão nas piores condições para obtê-la, porque esta faculdade é o privilégio exclusivo da modéstia, da humildade, do devotamento e do desinteresse. Jesus dizia àqueles que tinha curado: Ide dar graças a Deus, e não o digais a ninguém.
6. Todo magnetizador pode se tornar médium curador, se sabe se fazer assistir pelos bons Espíritos; neste caso, os Espíritos lhe vêm em ajuda, derramando sobre ele seu próprio fluido que pode decuplicar ou centuplicar a ação do fluido puramente humano.
7. Os Espíritos vão para onde querem; nenhuma vontade pode constrangê-los; eles se rendem à prece, se é fervorosa, sincera, mas jamais à injunção. Disso resulta que a vontade não pode dar a mediunidade curadora, e que ninguém pode ser médium curador de
desejo premeditado. Reconhece-se o médium curador pelos resultados que obtém, e não pela sua pretensão de sê-lo.
8. A prece, que é um pensamento, quando é fervorosa, ardente, feita com fé, produz o efeito de uma magnetização, não só chamando o concurso dos bons Espíritos, mas em dirigindo sobre o doente uma corrente fluídica salutar.
9. Se a mediunidade curadora pura é o privilégio das almas de elite, a possibilidade de abrandar certos sofrimentos, de curar mesmo, embora de maneira não instantânea, certas doenças, é dada a todo o mundo, sem que seja necessário ser magnetizador.
10. Mas do fato de que se tenha obtido uma vez, ou mesmo várias vezes, resultados satisfatórios, seria temerário se dar como médium curador, e disso concluir que se pode vencer toda espécie de mal. Tal terá devolvido a saúde a um doente, que não produzirá nada sobre um outro; tal terá curado um mal num indivíduo, que não curará o mesmo mal uma outra vez, sobre a mesma pessoa ou sobre uma outra; tal, enfim, terá a faculdade hoje, que não terá mais amanhã, e poderá recobrá-la mais tarde, segundo as afinidades ou as condições fluídicas em que se encontrem.
11. A mediunidade curadora é uma aptidão, como todos os gêneros de mediunidade, inerente ao indivíduo, mas o resultado efetivo dessa aptidão é independente de sua vontade. Ela se desenvolve, incontestavelmente, pelo exercício, e, sobretudo, pela prática do bem e da caridade.
12. É um erro crer que aqueles que não partilham nossas crenças, não teriam nenhuma repugnância em tentar essa faculdade. A mediunidade curadora racional é intimamente ligada ao Espiritismo, uma vez que repousa essencialmente sobre o concurso dos Espíritos; ora, aqueles que não crêem nem nos Espíritos, nem em sua alma, e ainda menos na eficácia da prece, não saberiam colocar-se nas condições desejadas, porque isso não é uma coisa que se possa tentar maquinalmente. Isto não será sempre assim, sem dúvida, mas se passará muito tempo, antes que a luz penetre em certos cérebros. À espera disto, façamos o maior bem possível com a ajuda do Espiritismo; façamo-lo mesmo aos nossos inimigos, aceitemos ser pagos com a ingratidão, é o melhor meio de vencer certas resistências, e de provar que o Espiritismo não é tão negro quanto alguns o pretendem.

1 - FRANCO, Divaldo. Luz do Mundo. 8.ed. Salvador: LEAL, 2008, cap. 10.
2 - KARDEC, Allan. Revista Espírita. Agosto de 1865. 2.ed.Araras: IDE, 2000, p.p. 259-264.

Para saber mais vide:
KARDEC, Allan. Revue Spirite. Outubro de 1866. Araras: IDE, 1993, p.p. 312-320 e 345-352.
KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. 71.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2003, 2ª parte, cap. XIV, item 175.

Ler Matéria - Revista RIE


A missão do homem inteligente na Terra
Octávio Caúmo Serrano

Título do item 13 do Capítulo VII de o Evangelho Segundo o Espiritismo.

Deveríamos já de início definir, segundo o nosso entendimento, o que é um homem inteligente.
Na nossa visão, o homem inteligente não é apenas o que sabe muito e tem rapidez de raciocínio. Nem aquele que é dotado de extremo bom senso quando se trata de participar de alguma empreitada. É o que tem, isto sim, todo um conjunto de atributos emoldurados pelo mais sublime sentimento que o homem deve possuir: a humildade. O homem inteligente é o que conhece a si mesmo.
O orientador Ferdinand, em Bordeaux – 1862, deixou-nos a mensagem em pauta com aconselhamentos interessantes.
Recomenda logo de início que não devemos ter orgulho do que sabemos por que esse saber tem limites bem estreitos. Já dizem que o pseudossábio pensa que sabe; o verdadeiro sábio tem certeza de que nada sabe.
Se tivermos discernimento e olharmos à nossa volta, veremos quantas utilidades corriqueiras utilizamos sem ter a mínima ideia de como elas são feitas ou funcionam. E se conhecemos a função e a intimidade de algumas poucas, seguramente desconhecemos a da maioria, mesmo em se tratando das mais corriqueiras. O forno por micro-ondas, a lâmpada, o controle-remoto, a fabricação do plástico, da tinta, do papel, do lápis etc. E lidamos com eles no cotidiano. Daí o espírito afirmar no parágrafo anterior que o saber tem limites bem estreitos. E, numa lembrança do que disse Jesus a Nicodemus, estamos falando apenas das coisas da Terra.
Diz que mesmo se nos julgarmos uma sumidade no globo não temos razão para envaidecimento. Devemos agradecer a Deus por nos situar num lugar e condição em que podemos desenvolver mais conhecimentos para depois fazer uso desses dotes ao favorecer o maior número de pessoas que pudermos.
A inteligência que temos nunca deverá ser usada para humilhar ou diminuir o semelhante e sim para tentar tirá-lo da inferioridade e da ignorância por estar ainda entre as inteligências retardatárias.
A natureza de cada ferramenta insinua para que ela serve. O martelo para pregar, o serrote para cortar e a inteligência para ensinar. Percebe-se naturalmente sem precisar ser gênio.
Mas o serrote não corta sem o serrador e o martelo não prega sem o trabalhador. Assim, a inteligência morta, armazenada na mente de quem a possui, sem espalhar-se a benefício dos outros, é ferramenta que enferruja e para nada se aproveita.
Da mesma forma ela será nociva se servir apenas para espalhar desordem, discórdia, maldade. O operário não usa o serrote para agredir o patrão nem o empregado o martelo para ofender quem lhe paga. Assim como a ferramenta deve ser usada cuidadosamente e com habilidade, para que produza o que dela se espera, a inteligência pode construir ou destruir segundo o uso pelo seu possuidor.
A inteligência, quando é atributo de um espírito adiantado, é a grande ponte para um futuro espiritual feliz, já que produz o bem onde estiver, beneficiando todos os que dele se aproximam. Ajuda para que o Plano Divino tenha menos trabalho na produção do progresso da humanidade.
Lamentavelmente, como acontece com a riqueza e com a beleza, a inteligência é geralmente usada para encher-nos de falsa superioridade. Esses três atributos são tão frágeis que basta um golpe de má sorte ou imprevidência para que o rico empobreça, um simples desastre para que a beleza se esvaia e uma doença cerebral para que a inteligência não possa mais ser manifestada, causando sofrimento e frustrações ao espírito que fica como o motorista de um carro com pneus furados e motor fundido! Por mais habilidade que tenha como condutor da máquina, não poderá tirá-la do lugar.
Sintetizando esta nossa análise, o espírito Ferdinando, autor da mensagem, diz que basta uma poderosa mão para retirar-lhe o que ela mesma lhe deu. Dependendo de como a inteligência seja usada, será mesmo um ato de misericórdia do plano divino, privar o homem da sua lucidez, impedindo-o de criar mais e mais faltas que lhe custarão remorsos e dolorosos flagelos, quer na erraticidade, pela cobrança da consciência, quer numa nova encarnação quando terá de consertar os erros cometidos e, geralmente, em condições mais difíceis do que quando tinha à sua disposição recursos intelectuais que o faziam um ser privilegiado.
Devemos sempre agradecer ao Espiritismo pelas lúcidas orientações e a esses Espíritos bondosos que insistem em alertar-nos para que não cometamos erros banais – o que é comum na maioria –, a fim de sofrermos menos e aproveitar a vida na Terra como bons alunos da escola da reencarnação.

Ler Matéria - Revista RIE

Nos glorificamos por isto

Redação

O Espiritismo, pelas leis que revela, explica a causa, os efeitos e o poder da comunhão de pensamentos, indicada por Jesus nestas palavras: “Onde quer que se encontrem duas ou três pessoas reunidas em meu nome, aí estarei com elas.”
É verdadeiro no moral quanto no físico, o axioma: “A união faz a força.”
Pela comunhão de pensamentos, os homens se assistem entre si, e ao mesmo tempo assistem os Espíritos e são por estes assistidos.
Estabelece a solidariedade, que é a base da fraternidade.
Todas as reuniões religiosas, seja qual for o culto a que pertençam, são fundadas na comunhão de pensamentos; é aí, com efeito, que esta deve e pode exercer toda a sua força, porque o objetivo deve ser o desprendimento do pensamento das garras da matéria.
O princípio fundamental para os que se reúnem em nome de Jesus é a caridade em pensamentos, palavras e obras.
Da parte dos espíritas, negar a utilidade das assembleias religiosas seria um contrassenso. O isolamento religioso, como o isolamento social, conduz ao egoísmo.
O laço estabelecido por uma religião é essencialmente moral, que liga os corações, identifica os pensamentos, as aspirações.
O Espiritismo é uma religião? No sentido filosófico, o Espiritismo é uma religião e nós nos glorificamos por isto, porque é a doutrina que funda os elos da fraternidade a da comunhão de pensamentos sobre bases mais sólidas: as mesmas leis da natureza.
As reuniões espíritas podem, pois, ser feitas religiosamente, isto é, sem o recolhimento e o respeito que comporta a natureza grave dos assuntos de que se ocupa. Pode-se mesmo, na ocasião, aí fazer-se preces que, em vez de serem ditas em particular, são ditas em comum.
O laço que deve existir entre os espíritas é de um sentimento todo moral, todo espiritual, todo humanitário: o da caridade para todos, o amor do próximo.
A caridade é a alma do Espiritismo: ela resume todos os deveres do homem para consigo mesmo e para com seus semelhantes; eis porque se pode dizer que não há verdadeiro espírita sem caridade.
As palavras acima são de Kardec e se encontram na Revista Espírita de dezembro de 1868, reproduzindo o discurso que fez na Sociedade de Paris.
Na sequência de sua fala, aborda o Credo, a religião do Espiritismo, que irradia luzes para todos os cultos, todas as maneiras de adorar a Deus, cuja leitura, estudo, reflexão sugerimos aos leitores.
A esse significativo pronunciamento de Kardec, seu último discurso no mundo material, seguiram-se, depois das preces habituais, trinta e duas comunicações que foram obtidas pelos médiuns presentes, em número de dezoito, assinadas por diferentes Espíritos, dentre eles Jean Jacques Rousseau, Sra. Victor Hugo e São Luís.
Vivemos uma época conturbada, onde a caridade, a prece e até mesmo a fé espírita têm sido questionadas por alguns.
É preciso vigilância, para que a atividade espírita não se descaracterize e permaneça fiel ao pensamento de Kardec e às instruções dos Espíritos que orientaram a Codificação.
Não existe Espiritismo sem fé em Deus e em Jesus, sem caridade e sem reforma íntima.
O espírita tem necessidade de ser cristão.
Nunca é demais recordar que o Espiritismo representa a Terceira Revelação, o Consolador prometido por Jesus, tema que Kardec desenvolve no capítulo VI de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, onde transcreve diversas mensagens psicografadas do Espírito de Verdade.
Ainda e sempre é hora de orar e vigiar.

malucos modernos Workaholic, doença do consumismo WELLINGTON BALBO

Certa vez alguém perguntou à inesquecível figura de Francisco Cândido Xavier:
Chico, sexo antes do casamento é permitido?
O médium, com sua peculiar mineirice, respondeu:
Tudo é permitido, porém, sem amor nada vale a pena, nem sexo nem casamento.

A resposta de Chico é colossal, abrangente pode ser aplicada tranqüilamente em nossa vida nos mais variados assuntos.

Aliás, a resposta de Chico cabe perfeitamente aos pais cujo objetivo de vida principal se resume em galgar degraus na careira profissional, conquistando pontos com a sociedade, mas perdendo pontos com a família e negligenciando deveres fundamentais pertinente à educação dos filhos.

Ora, a atividade profissional e a dedicação do individuo a ela é fundamental, porquanto, lembrando Maslow, trabalho, a depender do ponto de vista, enquadra-se dentro das necessidades básicas da criatura humana. Sem o dividendo advindo dos labores de nossa profissão, como manter família, ou vulgarmente dizendo: Como trazer o pão de cada dia ao lar. E a alimentação é uma necessidade básica de todos. Por isso, afirmamos a importância da dedicação do profissional aos labores profissionais, contudo, sem exageros.

A propósito, interessante lembrar que as intensas vontades de consumir superestimadas pelas propagandas, pelo marketing e pela mídia de forma geral, ajudaram a construir os workaholics, ou seja, pessoas viciadas em trabalho.

Acrescente-se a isso o intenso clima de competição vigente no mundo atual e pronto. Está formado o cenário perfeito para os malucos modernos! Viciados em trabalho, alucinados por competir, insaciáveis para mostrar suas qualidades, ou melhor, suas conquistas no âmbito puramente material aos seus colegas, ou melhor dizendo, rivais.

Logo, com todos esses afazeres, naturalmente a família e os filhos são esquecidos. Com valores esquecidos e a educação dos filhos relegada à terceiros, quartos e quintos, a desorganização instala-se em toda a sociedade.

Sem valores como respeito, companheirismo, amizade e, principalmente amor ao próximo, a violência em suas mais variadas vertentes - como o sentimento de posse, cobranças descabidas, pressões psicológicas e abusos de autoridade - infiltra-se na sociedade, trazendo consigo a desconfiança, o medo, as aflições e angustias que caracterizam criaturas perdidas, sem objetivos mais ousados no campo de seu desenvolvimento como seres imortais.

Em conversa com uma de minhas professoras tomei nota de uma pesquisa elaborada por ela e realizada com crianças de 8 a 15 anos matriculadas no ensino público e privado. Umas das perguntas da pesquisa:

Trabalhar é legal? Justifique.
Oitenta por cento das respostas fez corar porque afirmavam que trabalhar não é legal, ocupa muito tempo, não deixando espaço para os filhos. Veja, caro leitor e leitora, a mensagem que os pais estão transmitindo aos seus filhos é negativa. O garoto quer o pai ao seu lado, soltando pipa, brincando de carrinho, contando histórias, sendo criança com ele, mas repreendendo na hora certa, ensinando, instruindo, orientando...

Importante, pois, refletir no que estamos ofertando aos nossos familiares e filhos. Será que queremos vê-los crescer e considerar natural ser, por exemplo, um workaholic?

Será que queremos instalar nos pequenos corações de nossos filhos a idéia de que o trabalho se resume apenas à atividade profissional, e é algo chato, que ocupa tempo e desagrega a família?

Por isso, lembrando o inesquecível Chico, pode-se afirmar que, sem amor nada vale a pena, nem mesmo trabalhar.
Pensemos nisso.


WELLINGTON BALBO
é escritor e articulista espírita. Seu novo lançamento "Espiritismo atual e educador", já está disponível. Informações pelo e-mail: wellington_plasvipel@terra.com.br

Invasão MICROBIANA

A invasão microbiana está vinculada a causas espirituais?

Excetuados os quadros infecciosos pelos quais se responsabiliza a ausência da higiene comum, as depressões criadas em nós por nós mesmos, nos domínios do abuso de nossas forças, seja adulterando as trocas vitais do cosmo orgânico pela rendição ao desequilíbrio, seja estabelecendo perturbações em prejuízo dos outros, plasmam, nos tecidos fisiopsicossomáticos que nos constituem o veículo de expressão, determinados campos de ruptura na harmonia celular.

Verificada a disfunção, toda a zona atingida pelo desajustamento se torna passível de invasão microbiana, qual praça desguarnecida, porque as sentinelas naturais não dispõem de bases necessárias à ação regeneradora que lhes compete, permanecendo, muitas vezes, em derredor do ponto lesado, buscando delimitar-lhe a presença ou jugular-lhe a expansão.

Desarticulado, pois, o trabalho sinérgico das células nesse ou naquele tecido, aí se interpõem as unidades mórbidas, quais as do câncer, que, nesta doença, imprimem acelerado ritmo de crescimento a certos agrupamentos celulares, entre as células sãs do órgão em que se instalem, causando tumorações invasoras e metastáticas, compreendendo-se, porém, que a mutação, no início, obedeceu a determinada distonia, originária da mente, cujas vibrações sobre as células desorganizadas tiveram o efeito das projeções de raios X ou de irradiações ultravioleta, em aplicações impróprias. Emerge, então, a moléstia por estado secundário em largos processos de desgaste ou devastação, pela desarmonia a que compele a usina orgânica, a esgotar-se, debalde, na tarefa ingente da própria reabilitação no plano carnal, quando o enfermo, sem atitude de renovação moral, sem humildade e paciência, espírito de serviço e devotamento ao bem, não consegue assimilar as correntes benéficas do Amor Divino que circulam, incessantes, em torno de todas as criaturas, por intermédio de agentes distintos e inumeráveis, a todas estimulando, para o máximo aproveitamento da existência na Terra.

Quando o doente, porém, adota comportamento favorável a si mesmo, pela simpatia que instila no próximo, as forças físicas encontram sólido apoio nas radiações de solidariedade e reconhecimento que absorve de quantos lhe recolhem o auxílio direto ou indireto, conseguindo circunscrever a disfunção aos neoplasmas benignos, que ainda respondem à influência organizadora dos tecidos adjacentes.

Sob o mesmo princípio de relatividade, a funcionar, inequívoco, entre doença e doente, temos a incursão da tuberculose e da lepra, da brucelose e da amebíase, da endocardite bacteriana e da cardiopatia chagásica, e de muitas outras enfermidades, sem nos determos na discriminação de todos os processos morbosos, cuja relação nos levaria a longo estudo técnico.

É que, geralmente, quase todos eles surgem como fenômenos secundários sobre as zonas de predisposição enfermiça que formamos em nosso próprio corpo, pelo desequilíbrio de nossas forças mentais a gerarem rupturas ou soluções de continuidade nos pontos de interação entre o corpo espiritual e o veículo físico, pelas quais se insinua o assalto microbiano a que sejamos mais particularmente inclinados pela natureza de nossas contas cármicas.

Consolidado o ataque, pela brecha de nossa vulnerabilidade, aparecem as moléstias sintomáticas ou assintomáticas, estabilizando-se ou irradiando-se, conforme as disposições da própria mente, que trabalha ou não para refazer a defensiva orgânica em supremo esforço de reajuste, ou que, por automatismo, admite ou recusa, segundo a posição em que se encontra no princípio de causa e efeito, a intromissão desse ou daquele fator patogênico, destinado a expungir dela, em forma de sofrimento, os resíduos do mal, correspondentes ao sofrimento por ela implantado na vida ou no corpo dos semelhantes.

Não será lícito, porém, esquecer que o bem constante gera o bem constante e, que, mantida a nossa movimentação infatigável no bem, todo o mal por nós amontoado se atenua, gradativamente, desaparecendo ao impacto das vibrações de auxílio, nascidas, a nosso favor, em todos aqueles aos quais dirijamos a mensagem de entendimento e amor puro, sem necessidade expressa de recorrermos ao concurso da enfermidade para eliminar os resquícios de treva que, eventualmente, se nos incorporem, ainda, ao fundo mental.

Amparo aos outros cria amparo a nós próprios, motivo por que os princípios de Jesus, desterrando de nós animalidade e orgulho, vaidade e cobiça, crueldade e avareza, e exortando-nos à simplicidade e à humildade, à fraternidade sem limites e ao perdão incondicional, estabelecem, quando observados, a imunologia perfeita em nossa vida interior, fortalecendo-nos o poder da mente na auto-defensiva contra todos os elementos destruidores e degradantes que nos cercam e articulando-nos as possibilidades imprescindíveis à evolução para Deus.

Pedro Leopoldo, 29/6/58
(ESPÍRITO ANDRÉ LUIZ/"EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS"/PSICOGRAFIA DE FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER e WALDO VIEIRA/RIO DE JANEIRO: FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA, FEB

BACCELLI

O médium Carlos Baccelli, companheiro de trabalho de Chico Xavier em Uberaba, estará na capital e no interior de São Paulo neste mês de julho, confira:

25/07 - 20h - sábado - Itapetininga/SP

Encontro com os trabalhadores da Casa Espírita Bezerra de Menezes, na rua Josefa Z. Kraps, 81, Jardim Bela Vista.

26/07 – 17h - domingo - Mogi das Cruzes/SP

Centro Espírita Antonio de Pádua, na rua Marechal Deodoro, 83, Centro.

27/07 – 20h - segunda - São Paulo/SP

Fraternidade Espírita Gina, na av. dos Imarés, 546, Moema.

28/07 – 20h - terça - São Paulo/SP

Lar Espírita Chico Xavier, na av. Engenheiro Armando Arruda Pereira, 1219, Jabaquara.

29/07 – 20h - quarta - São Paulo/SP

A Luz Divina, na av. Horácio Lafer, 720, Itaim Bibi

Jornalismo RBN



DIÁLOGO IMPREVISTO

O devoto, ao ver Jesus em sonho, exclamou perplexo:

- Senhor ! Senhor !... Há tanto tempo, aguardo este encontro e somente hoje...

O Eterno Benfeitor valeu-se da reticência e indagou:

- Como assim, se ainda hoje fugiste de mim, quatro vezes, em tua própria casa?

E ante o devoto espantado, comentou brandamente:

- Quando te encolerizaste contra o avô que te exigia mais apreço, quando negaste apoio ao irmão perdulário que voltava a buscar-te em penúria, quando não perdoaste ao filho que te desacatou os pontos de vista e quando condenaste a filha que te menosprezou o nome e os conselhos, foi a mim que o fizeste.

Diante do Mestre, observou o crente comovido:

- Senhor, que desejas dizer? Em que lição de tua bondade posso entender os ensinamentos a que me buscas o raciocínio?

Lembro-me de haver dito - falou Jesus - que qualquer bênção doada pelos homens aos pequeninos seria sempre a mim que o fariam...

- Mestre - anotou o devoto - eu não tenho pequeninos em casa...

Jesus, porém, afagou as mãos do amigo que perguntava e explicou:

- Sim, teu avô, à frente do mundo é um homem de grandes posses dispondo de enorme influência, mas, por dentro do coração, é um menino por permissão de Deus; teu irmão é um companheiro dono de nobres conhecimentos, no domínio das palavras brilhantes, entretanto, nos recessos dele mesmo, é um petiz desajustado em matéria de impulsos afetivos; teu filho é hoje um amigo de cérebro laureado pelas ciências da Terra, contudo, no ímo de si próprio, é um pequenino sedento de fé e segurança, perante as Leis de Deus; e tua filha, embora professora e mulher feita, perante as criaturas humanas, ainda é, no íntimo, verdadeira criança necessitada de proteção...

- Senhor ! Senhor ! - gritou o crente, buscando alcançar Jesus, cuja figura se lhe fazia distante.

Foi então que o devoto acordou na manhã repleta de Sol e começou a pensar.

Pelo espírito Memei, psicografia de Chico Xavier. Do livro Amizade, editora Ideal.



sexta-feira, 17 de julho de 2009

Ler Matéria - Jornal O CLARIM

Espiritualização e busca da felicidade

Redação

Não há quem não deseja a felicidade.
O homem, contudo, muitas vezes, a busca de forma equivocada.
A felicidade no mundo material é relativa. Nosso mundo ainda é de expiação e provas individuais e coletivas. O reino de Jesus ainda não é também terreno.
A felicidade plena, portanto, ainda não é encontrada aqui. Tem-se momentos de felicidade.
Felicidade verdadeira e duradoura sem espiritualização não existe.
O Espírito também tem infância, adolescência e maturidade, nas fases de sua evolução. A história da humanidade retrata essa realidade.
Seres humanos que dão exemplos de desprendimento e amor são Espíritos mais adiantados na senda evolutiva, com mais reencarnações vivenciadas e grau de espiritualização adquirido. São bons Espíritos, em contraponto a Espíritos imperfeitos.
Aspirar pela felicidade é um sentimento inato do ser humano, representando a busca do melhor, no entendimento de cada um. No mundo material, de modo geral, significa possuir algo, ou sentir-se bem com algo. No aspecto espiritual, tanto para o encarnado como para o desencarnado, é sobretudo um estado de espírito, de consciência tranquila.
O grau de espiritualização do ser humano tem a ver com o exercício dos bons sentimentos, sobrepujando os instintos e as paixões.
Os desvios de comportamento e os vícios de toda ordem representam impedimento à conquista da felicidade, ao passo que abraçar o processo dos fundamentos da reforma íntima conduz a ela.
A lei da reencarnação está a serviço da evolução do espírito. Reencarnamos para progredir espiritualmente. Importa, pois, fazer bom uso das oportunidades de tempo e espaço que a reencarnação propicia.
A Doutrina Espírita, levantando o véu que encobria o conhecimento do que é o lado de lá, fornece importantes subsídios para que cada um busque sua melhoria espiritual, visando sua felicidade tanto aqui, enquanto permanecer neste plano, e nos limites do possível, como quando do retorno à pátria verdadeira.
Nesse contexto, importante vigiar cada pensamento e pesar cada palavra ou ato praticado, uma vez que os bons produzem frutos de alegria e propiciam a felicidade, enquanto ao maus redundam em dores e sofrimentos a curto ou médio prazo.
Entendendo que a felicidade é resultado dos bons sentimentos, e que o bom sentimento por excelência é o amor, cada um buscará exercitar a afeição sincera, o esmero dedicado, o carinho no trato, a pureza e simplicidade de coração.
O Alto nos auxilia no procedimento para construir nossa felicidade; Benfeitores espirituais nos inspiram constantemente, passando-nos bons pensamentos para optarmos pelo caminho do bem. Nesse aspecto, ninguém se encontra esquecido ou abandonado.
Todos estamos, direta ou indiretamente, ligados a uma cidade espiritual de luz, que acompanha nossa trajetória e nossa programação da presente jornada física, buscando nos guiar na senda cristã. A expectativa é de que cumpramos satisfatoriamente nossa programação, tanto com vistas à vivência da felicidade relativa neste plano como com a finalidade de voltar-se ao outro plano um pouco melhor do que quando se veio de lá.
Ninguém reencarna para nada fazer. Quando mais próximos da execução de nossa programação reencarnatória estivermos, mais felizes seremos, já aqui e, depois, quando do retorno ao mais-além, cuja volta é certa para todos.
O livre-arbítrio representa, ao lado da vontade, alavanca fundamental para o erguimento, ou reerguimento, de cada um de nós. Querendo, e nos esforçando, somos capazes de desenvolver o potencial imenso que o Pai Maior colocou no âmago de cada um de nós.
A família, o trabalho, a atividade doutrinária são meios de exercício nessa direção.

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Aclaração doutrinária
Cairbar Schutel

Publicado em 20 de fevereiro de 1926

A luta movida, à surdina, pelos espiritualistas contra o Espiritismo, graças às resoluções do Alto, explodiu francamente para que tanto espiritualistas como espíritas definam as suas posições e entrem francamente no campo da liça.
“Não se pode servir a dois senhores; é impossível — ‘o ser’ e o ‘não ser’ ao mesmo tempo. Em política, principalmente na política dos nossos tempos, o indivíduo pode ser até tudeiro”. O mesmo não acontece em princípios que arrimam a individualidade e fazem-na convergir para o Ideal.
É na base que a crença se arrima, como os edifícios nos seus alicerces: levantados sobre a rocha se mantêm incólumes a despeito de todas as adversidades; mas construídos na areia movediça ruem por terra às primeiras torrentes ou às primeiras rajadas.
Quer isto dizer que as bases fundamentais do Espiritismo não são as mesmas que as bases fundamentais do Espiritualismo.
Expliquemos melhor.
Espiritualismo é um termo, uma expressão genérica que abrange todas as “religiões e filosofias” do passado, do presente e do futuro opostas ao materialismo, mas que têm por base a crença que existe alguma coisa mais do que a matéria, sem determinar por meio de fatos positivos o que é essa coisa.
Espiritismo é um vocabulário criado especialmente para designar a crença que tem por princípio, por fundamento a existência dos Espíritos e sua comunicação com o mundo visível.
O Espiritualismo sendo, como dissemos, uma expressão genérica, a sua significação (note-se a sua significação) resume e abrange todas “religiões” que creem existir alguma coisa mais que a matéria.
O Catolicismo, o Protestantismo, o Judaísmo são espiritualismos.
O ocultismo, a teosofia, assim como o Bramanismo e o Budismo são espiritualismos.
O islamismo e todas as religiões antigas são espiritualismos.
Os princípios básicos dessas seitas, são fundados em concepções abstratas.
Nenhuma delas demonstra a sua doutrina com fatos.
O Catolicismo, o Protestantismo, que são reproduções do Judaísmo e do Samaritanismo, proclamam a teoria angélico-diabólica quando explicam os fenômenos psíquicos.
O ocultismo, a teosofia, complementos do Bramanismo e do Budismo adotam a teoria gnômica (fadas, silvanos, duendes, gnomos, diabretes etc.) para explicar tais fatos.
O islamismo, como também as demais religiões, mutatis mutandis são partidárias do angelo-diabolismo, como o proclamam o Catolicismo e o Protestantismo.
Todas essas “religiões” têm a sua construção filosófica, com pontos de contato entre uma e outra, como é o natural, visto que nenhuma delas poderia excluir do seu código a caridade e o bem, princípios estes que o Espiritismo proclama como meio de salvação.
O ocultismo e a teosofia, a seu turno, mantêm, como o Espiritismo, a pluralidade das existências corpóreas.
Esta qualidade de vistas não autoriza, entretanto, a fusão do Espiritismo com estas últimas doutrinas, assim como a proclamação da Lei do Amor, abraçada por católicos e protestantes, budistas e teosofistas, não une estas crenças numa única crença.
Cada uma delas mantém o seu princípio; logo estão divididas, como se verifica, cada qual com sua igreja, seu culto, seu ritmo, sua filosofia, seus adeptos, seu céu, seu inferno, seus anjos, seus demônios, seus incubos e sucubos, gnomos, cascões etc.
Elas só fundem na palavra espiritualismo, porque espiritualismo é o vocábulo que designa todas elas.
Em face dessa multiplicidade de religiões, todas se dizendo espirituais e contradizendo-se umas às outras, sem nenhuma resolver o problema da Vida e a demonstração da Imortalidade, foi que Allan Kardec, de acordo com as inspirações do Espírito de Verdade, para evitar confusões, escolheu um vocábulo novo — ESPIRITISMO — para intitular a Doutrina por ele codificada, coordenada; Doutrina que nenhuma participação tem com nenhuma delas, nem com o Espiritualismo.
Os fatos espíritas são demonstrações da sobrevivência, da imortalidade; não são conjecturas metafísicas, concepções abstratas de fadas, duendes e cascões ou elementares vagabundos.
O Espiritismo erguido sobre esses fatos, ocorridos em todas as épocas e países, ergue o seu grande monumento que abrange a ciência, a filosofia e a moral, ou seja, a religião, cujos conhecimentos são progressivos e não estacionários como acontece aos dogmas do Espiritualismo.
Acresce ainda uma nota interessante: O Espiritismo não é uma derivação de qualquer religião sacerdotal, não é uma concepção pessoal; o mesmo não acontece às doutrinas Espiritualistas.
Por todos estes motivos que procuramos explicar, ao alcance de todos e por muitos outros que constataremos ainda, o Espiritismo não se pode aliar a partido religioso algum.

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Assunto de encarnação
Octávio Caúmo Serrano

Falava de reencarnação no nosso Centro quando me lembrei de uma conversa ocorrida lá por 1980.
Tínhamos uma casa de campo em Mairiporã, São Paulo, e um jovem senhor, nosso vizinho, ia de vez em quando nos visitar.
Certa vez confessou-nos que havia descoberto um centro espírita e que começara a participar dos trabalhos, parecendo-lhe algo muito interessante. Não me recordo se sabia que eu era espírita, mas o fato é que começamos a trocar informações.
Depois de algumas visitas convidou-me a ir à sua casa ver o viveiro de orquídeas. Uma beleza! Todavia, recomendou que não se falasse de Espiritismo com a esposa, protestante, que não aceitava tal doutrina. Respondi que não havia por que tocar no assunto.
Lá chegando, ela logo faz o seguinte comentário:
– Viu como anda o seu amigo? Agora descobriu umas mandingas e vive falando em reencarnação. Você acredita em reencarnação?
– Eu não, respondi.
Ela se sentiu aliviada, quando prossegui.
– Há uma coisa, porém, que eu não entendo.
– O que é?
– Você acredita em Deus?
– Claro.
– Que tipo de Deus?
– Um Deus justo e misericordioso. Pai de todos nós; boníssimo!
– Pois aí está a minha dúvida. Se Ele é bom e justo como você diz, por que faz uns bonitos e outros feios, uns que vivem muito e outros que morrem cedo, uns saudáveis e outros doentes, uns ricos e outros miseráveis, uns caridosos e outros tão malvados? Se Ele é tão bom deveria criar todo mundo para ser feliz, já que todos vamos viver só uma vez e depois tudo se acaba. Não lhe parece que seria mais justo?
Ela, uma mulher alta e imponente, fitou-me com profundidade no olhar e, intrigada, respondeu:
– Sabe que eu nunca tinha pensado nisso...
– Pois é! Eu também não, cara amiga. Mas creio que é hora de começarmos a pensar...
Ensinar, despertar e orientar são tarefas que não podem ser impostas a ferro e fogo. Tentar convencer alguém que esteja blindado para uma ideia é perda de tempo. Temos que fazer como Jesus fazia: perguntas ele respondia com outra pergunta, forçando o interlocutor a pensar.
No caso relatado, temos certeza de que não convencemos a nossa amiga. Mas que a enchemos de dúvidas temos certeza. E a dúvida é sempre o primeiro passo para se rever conceitos.
Fizemos uma pregação indireta sem criar problemas para o amigo, graças a Deus.

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As asas do conhecimento e do amor
Fernanda Leite Bião

Embora o vazio existencial não possa ser preenchido, podemos alcançar a autorrealização ao compreendermos nossas dimensões interiores e crescermos diante da história escrita por nossas próprias mãos. Precisamos, entretanto, de coragem.
A coragem de aproveitar as oportunidades evolutivas para aperfeiçoar a nossa percepção dos fenômenos apresentados no cotidiano, já que tudo passa pelo crivo pessoal.
A coragem de compreender o valor educativo das provas e das adversidades, da dor e do sofrimento.
A coragem de sobrepujar a autopiedade e a crença de que o sofrimento é castigo da divindade, injustiça ou má sorte.
A coragem de abandonar a trilha da revolta e da resistência e, ao mesmo tempo, tornar-se humilde e receptivo ao aprendizado que surge com a compreensão do que determinada vivência cotidiana vem a acrescentar ao nosso melhoramento íntimo.
A coragem de amar a si mesmo, apesar das limitações e decepções consigo próprio, quedas e recomeços. A coragem de amar ao próximo, apesar das diferenças e desilusões, incompreensões e injustiças. A coragem de respeitar o momento evolutivo alheio, ainda que se discorde das escolhas e opiniões. A coragem de inaugurar novo ciclo de aprendizados, com bom ânimo e fé na humanidade, sem se perder nas teias da mágoa, da vingança e do pessimismo.
Que possamos nos dedicar ao autoconhecimento e ao trabalho de alquimia de nosso mundo interior, em benefício da alquimia do mundo coletivo, semeando as sementes de nosso futuro na humanidade, nesta e em novas jornadas evolutivas no plano físico. Que possamos visualizar as realizações que almejamos florescer e sedimentar no íntimo e no exterior, considerando a nossa realidade atual, em diálogo tanto com nossas vocações e aptidões, quanto com as oportunidades franqueadas pelo meio familiar, profissional e social de que fazemos parte.
Que tenhamos olhos para ver e ouvidos para ouvir. Mais do que isso, coração para sentir e não deixar a nossa alma se empobrecer pelas verdades parciais. Pensar, refletir, fazer escolhas, acertar, errar procurando acertar, caminhar e, principalmente, amar, cujo passo inicial implica aprender a amar a si mesmo e respeitar a centelha divina que molda e dita nossa consciência moral, nem sempre ouvida.
Quando desvelamos nossos potenciais, os desafios se tornam fontes de estímulos para a caminhada evolutiva e a autossuperação e o vazio existencial, válvula propulsora para saudáveis modificações nas relações internas e externas.
Cada ser humano é um livro que pertence à biblioteca universal. Cada página é a expressão dos movimentos articulados por cada singularidade. Somos responsáveis pelo conteúdo e manutenção da nossa história, suas modificações e transformações ao longo do tempo.
A tarefa de avaliar comportamentos presentes e passados, em prol de novas condutas e escolhas, apresenta-se como atividade necessária para a descoberta das potencialidades que contribuirão para as novas escolhas e a aquisição de aprendizagem de novas formas de ser-no-mundo, de acordo com cada fase do ciclo evolutivo do espírito.
Que possamos perceber os convites da vida para promover mudanças benéficas ao nosso crescimento íntimo. Compreender os motivos de nossa participação nas tarefas desempenhadas no dia a dia, no ambiente do lar, do trabalho e da sociedade em geral. Indagar a importância de estabelecer relações interpessoais e de conviver — ante as circunstâncias da vida — com quem temos afinidade ou falta de sintonia, antagonismo ou amizade. Em relação à vivência e convivência cotidianas, perguntar a nós mesmos: “O que tenho a aprender? O que tenho a ensinar?” A vida é uma via de mão dupla em que, de modo consciente ou não, recebemos e realizamos doações, aprendemos e ensinamos.
Hoje, na transição planetária de mundo de provas e expiações para mundo de regeneração, nós, trabalhadores da última hora, somos convidados a ser iniciados pelos portais do coração.
Nestes dias conturbados, não permitamos que as energias exteriores possam encontrar sintonia com nossas energias internas. Quando nos sentirmos cansados do peso da existência, elevemos o pensamento ao Criador da Vida e mentalizemos a energia dourada a descer dos planos mais sutis e inundar a nossa alma-amor.
Os desafios de uma existência são inúmeros, cheios de atalhos e pedras, bem como de flores que iluminam e perfumam a nossa jornada evolutiva. A esperança caminha junto com o coração disposto a buscar os segredos guardados nos porões interiores, que precisam ser revelados e conhecidos, para que, então, a alma possa fluir e crescer rumo à evolução.
Que façamos das adversidades diárias oportunidades aproveitadas para edificar a verdadeira felicidade: a sintonia com as energias de paz, tranquilidade e amor, assim como a realização de escolhas em harmonia com as leis que regem o universo e possibilitam a nossos pés começarem a caminhar não tão pesados e vacilantes, mas confiantes e seguros, de forma que, não mais reféns de modismos e sofrimentos, sejamos co-criadores da nossa própria vida.
Tenhamos, pois, fé. Fidelidade à luz que habita em nosso íntimo. Consciência de que, a fim de sermos anjos, necessitamos de duas asas de proporções similares. A asa do conhecimento (sem o conhecimento somos cegos na imensidão da nossa existência) e a asa do amor (fonte irradiadora de sensibilidade e aproximação de nós mesmos e do outro que nos visita).

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As muitas moradas da casa do Pai
Édo Mariani

Encontramos no Evangelho de João, capítulo XIV: 1 a 3, a seguinte afirmação de Jesus: “Que o vosso coração não se perturbe: Crede em Deus, crede também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse eu vos teria dito, porquanto eu vou para preparar o lugar para vós e depois que eu tiver ido e preparado o lugar, voltarei, e vos retirarei para mim, a fim de que, lá onde eu estiver, vós estareis também”.
Por essa afirmação de Jesus entendemos, nós espíritas, que Ele nos informou sobre a existência, no universo, de uma infinidade de mundos habitados.
O Espiritismo vem nos esclarecer a respeito desses ensinamentos de Jesus nas questões 55 a 58 de “O Livro dos Espíritos”, onde os instrutores espirituais não só o confirmam como também trazem-nos novos esclarecimentos sobre a pluralidade dos mundos habitados.
Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, no capítulo III, itens 3 e 4, Kardec apresenta estudo sobre as diferentes categorias de mundos habitados, concluindo pela classificação deles “em mundos primitivos, destinados às primeiras encarnações da alma humana; mundos de expiação e provas, onde o mal domina; mundos regeneradores, onde as almas que ainda têm que expiar obtêm novas forças, repousando das fadigas da luta; mundos felizes, onde o bem supera o mal; mundos celestes ou divinos, moradas dos espíritos puros, onde o bem reina inteiramente”.
Assevera ele ainda que: “A Terra pertence à categoria de mundo de expiações e provas, eis por que o homem nela está exposto a tantas misérias”.
Ainda em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, no capítulo III, item 19, deparamos com instrutiva mensagem de Santo Agostinho, onde ensina: “O progresso é uma das Leis da Natureza; todos os seres da Criação, animados e inanimados, a ela estão submetidos pela bondade de Deus, que deseja que tudo se engrandeça e prospere. A própria destruição, que aos homens parece o fim das coisas, não é mais do que um meio de chegar, pela transformação, a um estado mais perfeito, porque tudo morre para renascer e nada volta ao nada”. (grifamos)
Sendo a Terra um mundo de expiação e provas e sendo a evolução Lei da natureza, é certo que um dia, em vista do progresso que aqui vem se realizando, passará à categoria de mundo de regeneração. É evidente que os espíritos que fazem parte integrante da atual atmosfera espiritual da Terra, se desejarem passar a reencarnar no mundo regenerado, terão de trabalhar na sua transformação íntima para adquirirem esse merecimento.
Um dos grandes e sérios empecilhos para esse merecimento, que é instrumento da Lei de Justiça, é a permanência do homem velho que ainda habita em nós.
É sabido, e assim também pensa Santo Agostinho quando ensina: “que na aparente destruição, o que realmente se realiza é a transformação para melhor”.
Assim também acontece com o homem velho que insiste em permanecer conosco. Necessitamos transformá-lo no homem novo e a eficácia do trabalho de renovação depende essencialmente da capacidade de encontro harmonioso com as mazelas que, habitualmente, desejamos ignorar.
Para nos aceitarmos, como somos, é preciso ter a coragem de olhar para dentro de nós, criarmos um instrumento qual um espelho para analisar as nossas reações e proceder as mudanças necessárias com dignidade.
A aceitação não é conformismo com o mal, é uma forma pacífica de realizar as mudanças que se fizerem necessárias.
O trabalho maior e necessário é o de conhecer a si mesmo para descobrir a causa dos desajustes atuais. E aí, então, com muito discernimento aceitarmos as imperfeições, reconhecendo que elas não são erros, mas aquisições nossas do passado, que poderão nos ter feito felizes, mas que hoje nos fazem sofrer e por isso necessitam ser modificadas, transformadas, de acordo com as nossas novas cogitações renovadoras.
Só assim, transformando o homem velho no homem novo, ainda não perfeito, mas caminhando nesse rumo, é que estaremos em condições de continuarmos habitando a Terra, quando se transformar em mundo de regeneração, que consiste em uma das muitas moradas da Casa do Pai de que se referiu Jesus.
Ao contrário, todo aquele que não se dispuser a transformar-se, pela Lei Divina de Afinidade, será conduzido aos mundos inferiores, onde, segundo Jesus, haverá choro e ranger de dentes, até que se decida pelas mudanças benfeitoras, pois todos um dia terão que seguir o bom caminho, pois ensinou ainda Jesus: “das ovelhas que o Pai Me confiou, nenhuma se perderá”.

O ESPÍRITO MÉDICO

O ESPÍRITO MÉDICO
Em 28 de outubro de 1991, decidi pular de parapente, de uma elevação de 90 metros de altura. Mas, assim que pulei, percebi que não ajustara o equipamento e estava totalmente dessincronizado. Girei na direção do morro, corrigi-me e, nisso, a corrente de ar ascendente me pegou.

Estava, então, 200 metros acima de onde começara. Uma forte turbulência desinflou o parapente. Como um saco de batatas, caí. Acabei com minhas costas, mas sobrevivi.

Quando saí da UTI os médicos disseram que minha coluna teria de ser remontada com placas e parafusos. Uma vértebra se quebrara e duas estavam fraturadas. A operação seria dali a três dias.

Na manhã da véspera da operação, acordei e vi um médico em pé ao lado da cama. Ele me recomendou que não me submetesse à cirurgia, que ficasse de cama e deixasse a coluna sarar naturalmente. Continuou contando que um paciente seu sofrera lesão parecida com a minha num acidente de paraquedas, mantivera-se deitado e imóvel durante oito semanas, e dera tudo certo. Quando lhe agradeci, ele desapareceu: evaporou diante de mim. Mas era tão real quanto qualquer outra pessoa.

Dali a cinco minutos uma enfermeira entrou no quarto e contei-lhe o que acontecera. Ela me aconselhou a fazer o que ele recomendara a avisou-me que não contasse a ninguém a experiência.

Mais tarde naquela manhã, me levaram para fazer uma ressonância magnética do corpo inteiro e reconheci o médico num retrato em tamanho natural na parede do corredor. Quando voltei, falei com a enfermeira.

O homem era sir George Bedbrook, cirurgião muito admirado e respeitado. Sua especialidade era o tratamento da coluna com métodos naturais, sem cirurgia. A enfermeira então me contou que ele morrera naquele ano.

Foi um dia difícil. Tive de dizer ao cirurgião, à minha mulher e aos meus pais que ia ficar ali deitado e deixar que a coluna sarasse por si só. O cirurgião explicou que a lesão era grave demais para essa opção. Minha mulher e meus pais ficaram com a tarefa de me convencer a concordar com a operação.

Pois bem: não me submeti à cirurgia e, hoje, quinze anos depois, gozo de perfeita saúde e tenho uma empresa que me exige muito fisicamente.

Nunca esqueci aquela visita, que foi um ato de intervenção divina. Considero-me a pessoa mais sortuda do mundo.

Stephen Wood, empresário

Fonte: Revista Seleções, julho 2009.

Questões para estudo e diálogo virtual Grupo de estudos CVDEE

1 – Por que podemos afirmar que “fora da caridade não há salvação consagra o princípio da igualdade perante Deus e da liberdade de consciência”?

R: Todos nos somos espiritos e encarnamos neste Planeta Terra para ajudar uns aos outros. Pois todos nós somos como Deus cada um de nós tem um Deus habitado dentro, bem em nosso intimo.

Os Homens tem seu livre arbitrio o direito de seguir o caminho que quiser, Deus é tão Justo que permitiu que o homem fosse livre na sua consciência.

Não Importa a Religião da qual o Homem pratica desde que ele possa ajudar os que mais necessitam de ajuda.Somos todos Irmãos Espirituais, somos Amigos , Somos Filhos de Deus.Porque não poderiamos ajudar, nosso proxímo que tem problemas as vezes como os nossos ou até diferentes?

Temos sempre que refletir e lembrar-mos sempre do mestre Jesus, pois ele ajudou até bandido, prostitutas, pobres e ricos, sem fazer distinção de cor, raça ou religião.

2 – Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.


R: Meus filhos, na máxima: Fora da caridade não há salvação, estão encerrados os destinos dos homens, na Terra e no céu; na Terra, porque à sombra desse estandarte eles viverão em paz; no céu, porque os que a houverem praticado acharão graças diante do Senhor. Essa divisa é o facho celeste, a luminosa coluna que guia o homem no deserto da vida, encaminhando-o para a Terra da Promissão. Ela brilha no céu, como auréola santa, na fronte dos eleitos, e, na Terra, se acha gravada no coração daqueles a quem Jesus dirá: Passai à direita, benditos de meu Pai."
O Grande Paulo já diz neste trecho que quem fizer a caridade e pratica viverão em paz!!!!
Como é bom fazer a caridade pois o nosso coração pesado pelo sofrimento alheio se eleva, não sente dor, temos a senssação de paz, de que o amor está no ar.
A caridade é tão bonita e tão leve que até nosso espirito sente quando realizamos algum ato de amor, mesmo que a pessoa que esta recebendo este ato de amor tão belo não mereça!!Bem se ela esta pessoa não merece eu também não mereço.
Pois apatir do momento que eu estou ajudando, prestando auxílio a esta Pessoa mesmo que ela não mereça, vou me lembrar: ELA TAMBÉM É FILHA(o) DE DEUS !!!!!Essa pessoa precisa de ajuda tanto quanto eu!!!!
Repare e pense: Quando vc ajuda uma pessoa que esta precisando, o céu fica mais bonito e colorido, mesmo que esteja chovendo.
Quando vc ajuda uma pessoa, você sente que seu coração começa a pular de satisfação dentro do peito.
Quando você ajuda um a pessoa, repare que no final do mes de cada ciclo toda a sua vida se renova.
Repare bem, pois ajudado uma pessoa você vê o Universo inteiro a seu favor.
Ajudando as pessoas ou aquele amigo que precisa, você sente a ENERGIA COSMICA DE DEUS, e repare depois de ajudar essa pessoa ou amigo(a) que precisa, repare que nessa hora sempre bate um vento , uma brisinha gostosa.Pois lembre-se de que essa brisinha gostosa que vc sentiu é Deus lhe fazendo um carinho!!!

EESE058e - Cap. XV – Itens 8 a 10 Tema: Fora da Igreja não há salvação. Fora da verdade não há salvação. Fora da caridade não há salvação.

Fora da Igreja não há salvação. Fora da verdade não há salvação

8. Enquanto a máxima - Fora da caridade não há salvação - assenta num princípio universal e abre a todos os filhos de Deus acesso à suprema felicidade, o dogma - Fora da Igreja, não há salvação - se estriba, não na fé fundamental em Deus e na imortalidade da alma, fé comum a todas as religiões, porém numa fé especial, em dogmas particulares; é exclusivo e absoluto. Longe de unir os filhos de Deus, separa-os; em vez de incitá-los ao amor de seus irmãos, alimenta e sanciona a irritação entre sectários dos diferentes cultos que reciprocamente se consideram malditos na eternidade, embora sejam parentes e amigos esses sectários. Desprezando a grande lei de igualdade perante o túmulo, ele os afasta uns dos outros, até no campo do repouso. A máxima - Fora da caridade não há salvação consagra o princípio da igualdade perante Deus e da liberdade de consciência. Tendo-a por norma, todos os homens são irmãos e, qualquer que seja a maneira por que adorem o Criador, eles se estendem as mãos e oram uns pelos outros. Com o dogma - Fora da Igreja não há salvação, anatematizam-se e se perseguem reciprocamente, vivem como inimigos; o pai não pede pelo filho, nem o filho pelo pai, nem o amigo pelo amigo, desde que mutuamente se consideram condenados sem remissão. É, pois, um dogma essencialmente contrário aos ensinamentos do Cristo e à lei evangélica.

9. Fora da verdade não há salvação equivaleria ao Fora da Igreja não há salvação e seria igualmente exclusivo, porquanto nenhuma seita existe que não pretenda ter o privilégio da verdade. Que homem se pode vangloriar de a possuir integral, quando o âmbito dos conhecimentos incessantemente se alarga e todos os dias se retificam as idéias? A verdade absoluta é patrimônio unicamente de Espíritos da categoria mais elevada e a Humanidade terrena não poderia pretender possuí-la, porque não lhe é dado saber tudo. Ela somente pode aspirara uma verdade relativa e proporcionada ao seu adiantamento. Se Deus houvera feito da posse da verdade absoluta condição expressa da felicidade futura, teria proferido uma sentença de proscrição geral, ao passo que a caridade, mesmo na sua mais ampla acepção, podem todos praticá-la. O Espiritismo, de acordo com o Evangelho, admitindo a salvação para todos, independente de qualquer crença, contanto que a lei de Deus seja observada, não diz: Fora do Espiritismo não há salvação; e, como não pretende ensinar ainda toda a verdade, também não diz: Fora da verdade não há salvação, pois que esta máxima separaria em lugar de unir e perpetuaria os antagonismos.

Fora da caridade não há salvação

10. Meus filhos, na máxima: Fora da caridade não há salvação, estão encerrados os destinos dos homens, na Terra e no céu; na Terra, porque à sombra desse estandarte eles viverão em paz; no céu, porque os que a houverem praticado acharão graças diante do Senhor. Essa divisa é o facho celeste, a luminosa coluna que guia o homem no deserto da vida, encaminhando-o para a Terra da Promissão. Ela brilha no céu, como auréola santa, na fronte dos eleitos, e, na Terra, se acha gravada no coração daqueles a quem Jesus dirá: Passai à direita, benditos de meu Pai. Reconhecê-los-eis pelo perfume de caridade que espalham em torno de si Nada exprime com mais exatidão o pensamento de Jesus, nada resume tão bem os deveres do homem, como essa máxima de ordem divina. Não poderia o Espiritismo provar melhor a sua origem, do que apresentando-a como regra, por isso que é um reflexo do mais puro Cristianismo. Levando-a por guia, nunca o homem se transviará. Dedicai-vos, assim, meus amigos, a perscrutar-lhe o sentido profundo e as conseqüências, a descobrir-lhe, por vós mesmos, todas as aplicações. Submetei todas as vossas ações ao governo da caridade e a consciência vos responderá. Não só ela evitará que pratiqueis o mal, como também fará que pratiqueis o bem, porquanto uma virtude negativa não basta: é necessária uma virtude ativa. Para fazer-se o bem, mister sempre se torna a ação da vontade; para se não praticar o mal, basta as mais das vezes a inércia e a despreocupação.

Meus amigos, agradecei a Deus o haver permitido que pudésseis gozar a luz do Espiritismo. Não é que somente os que a possuem hajam de ser salvos; é que, ajudando-vos a compreender os ensinos do Cristo, ela vos faz melhores cristãos. Esforçai-vos, pois, para que os vossos irmãos, observando-vos, sejam induzidos a reconhecer que verdadeiro espírita e verdadeiro cristão são uma só e a mesma coisa, dado que todos quantos praticam a caridade são discípulos de Jesus, sem embargo da seita a que pertençam. Paulo, o apóstolo. (Paris, 1860.).

Mensagem de Apoio:

PSICOLOGIA DA CARIDADE

Emmanuel

“Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos foram, pois é nisto que consistem a lei e os profetas.” JESUS - MATEUS, 7: 12.
“Amar ao próximo como a si mesmo, fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós” é a expressão mais completa da caridade resume todos os deveres do homem para com outro’. - Cap. X1, 4.

Provavelmente, não existe em nenhum tópico da literatura mundial figura mais expressiva que a do samaritano generoso, apresentada por Jesus para definir a psicologia da caridade.

Esbarrando com a vítima de malfeitores anônimos, semimorta na estrada, passaram dois religiosos, pessoas das mais indicadas para o trato da beneficêneia, mas seguiram de largo, receando complicações.

Entretanto, o samaritano que viajava, vê o infeliz e sente-se tocado de compaixão.

Não sabe quem é.

Ignora-lhe a procedência.

Não se restringe, porém, à emotividade.

Pára e atende.

Balsamiza-lhe as feridas que sangram, coloca-o sobre o cavalo e o conduz à uma hospedaria, sem os cálculos que o comodismo costuma tragar em nome da prudência.

Não se limita, no entanto, a despejar o necessitado, em porta alheia.

Entra com ele na vivenda e dispensa-lhe cuidados especiais.

No dia imediato, ao partir, não se mostra indiferente.

Paga-lhe as contas, abona-o qual se lhe fora um familiar e compromete-se a resgatar-lhe os compromissos posteriores, sem exigir-1he o menor sinal de identidade e sem fixar-lhe tributos de gratidão.

Ao despedir-se, não prende o beneficiado em nenhuma recomendação e, no abrigo de que se afasta, não estadeia demagogia de palavras ou atitudes, para atrair influência pessoal.

No exercício do bem, ofereceu o coração e as mãos, o tempo e o trabalho, o dinheiro e a responsabilidade.

Deu de si o que podia por si, sem nada pedir ou perguntar.

Sentiu e agiu, auxiliou e passou.

Sempre que interessados em aprender a praticar a misericórdia e a caridade, rememoremos o ensinamento do Cristo e façamos nós o mesmo.

Do livro "O Livro da Esperança"