quarta-feira, 22 de julho de 2009

Ler Matéria - Revista RIE

Nos glorificamos por isto

Redação

O Espiritismo, pelas leis que revela, explica a causa, os efeitos e o poder da comunhão de pensamentos, indicada por Jesus nestas palavras: “Onde quer que se encontrem duas ou três pessoas reunidas em meu nome, aí estarei com elas.”
É verdadeiro no moral quanto no físico, o axioma: “A união faz a força.”
Pela comunhão de pensamentos, os homens se assistem entre si, e ao mesmo tempo assistem os Espíritos e são por estes assistidos.
Estabelece a solidariedade, que é a base da fraternidade.
Todas as reuniões religiosas, seja qual for o culto a que pertençam, são fundadas na comunhão de pensamentos; é aí, com efeito, que esta deve e pode exercer toda a sua força, porque o objetivo deve ser o desprendimento do pensamento das garras da matéria.
O princípio fundamental para os que se reúnem em nome de Jesus é a caridade em pensamentos, palavras e obras.
Da parte dos espíritas, negar a utilidade das assembleias religiosas seria um contrassenso. O isolamento religioso, como o isolamento social, conduz ao egoísmo.
O laço estabelecido por uma religião é essencialmente moral, que liga os corações, identifica os pensamentos, as aspirações.
O Espiritismo é uma religião? No sentido filosófico, o Espiritismo é uma religião e nós nos glorificamos por isto, porque é a doutrina que funda os elos da fraternidade a da comunhão de pensamentos sobre bases mais sólidas: as mesmas leis da natureza.
As reuniões espíritas podem, pois, ser feitas religiosamente, isto é, sem o recolhimento e o respeito que comporta a natureza grave dos assuntos de que se ocupa. Pode-se mesmo, na ocasião, aí fazer-se preces que, em vez de serem ditas em particular, são ditas em comum.
O laço que deve existir entre os espíritas é de um sentimento todo moral, todo espiritual, todo humanitário: o da caridade para todos, o amor do próximo.
A caridade é a alma do Espiritismo: ela resume todos os deveres do homem para consigo mesmo e para com seus semelhantes; eis porque se pode dizer que não há verdadeiro espírita sem caridade.
As palavras acima são de Kardec e se encontram na Revista Espírita de dezembro de 1868, reproduzindo o discurso que fez na Sociedade de Paris.
Na sequência de sua fala, aborda o Credo, a religião do Espiritismo, que irradia luzes para todos os cultos, todas as maneiras de adorar a Deus, cuja leitura, estudo, reflexão sugerimos aos leitores.
A esse significativo pronunciamento de Kardec, seu último discurso no mundo material, seguiram-se, depois das preces habituais, trinta e duas comunicações que foram obtidas pelos médiuns presentes, em número de dezoito, assinadas por diferentes Espíritos, dentre eles Jean Jacques Rousseau, Sra. Victor Hugo e São Luís.
Vivemos uma época conturbada, onde a caridade, a prece e até mesmo a fé espírita têm sido questionadas por alguns.
É preciso vigilância, para que a atividade espírita não se descaracterize e permaneça fiel ao pensamento de Kardec e às instruções dos Espíritos que orientaram a Codificação.
Não existe Espiritismo sem fé em Deus e em Jesus, sem caridade e sem reforma íntima.
O espírita tem necessidade de ser cristão.
Nunca é demais recordar que o Espiritismo representa a Terceira Revelação, o Consolador prometido por Jesus, tema que Kardec desenvolve no capítulo VI de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, onde transcreve diversas mensagens psicografadas do Espírito de Verdade.
Ainda e sempre é hora de orar e vigiar.

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