segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Os Instrumentos da Perfeição


Naquela noite, na modesta sala de Cafarnaum, Simão
Pedro, o pescador, estava descontente.
Irritara-se com parentes insensatos e rudes.
Um tio idoso o acusara de desperdiçar os bens da
família e umprimo ameaçou esbofeteá-lo na via pública.
Por isso, Simão tinha a aparencia carregada e sisuda.
Quando Jesus leu algumas frases dos Sagrados
Escritos, o pescador desabafou e descreveu
a discussão com seus parentes.
Jesus o ouviu em silêncio e, ao
término da narrativa de Simão Pedro,
perguntou:
— E que fizeste, Simão, diante de
seus familiares incompreensivos?
— Sem dúvida, reagi como devia!
— respondeu o apóstolo, enérgico —
Coloquei cada um em seu lugar. Faleilhes
sobre suas más qualidades.
Disse a meu tio que ele é avarento, a
meu primo que ele é mentiroso
incorrigível e provei, na presença de
várias pessoas, que ambos são
fingidos. Nãomearrependo do que fiz!
Jesus refletiu por alguns minutos e
perguntou:
—Pedro, o que faz um carpinteiro na
construção de uma casa?
— Naturalmente, trabalha —
respondeu,um pouco irritado.
—Com quê?—perguntou Jesus, bem-humorado.
—Usando ferramentas.
Após a breve resposta de Simão, Jesus explicou:
—As pessoas com as quais nascemos e vivemos na Terra
são os primeiros e mais importantes instrumentos que
recebemos de Deus, para buscarmos a perfeição espiritual.
Quando perdemos a oportunidade da convivência em
harmonia com eles, elementos de nossa melhoria, é quase
impossível alcançarmos a vitória sobre nossas imperfeições,
porque o Pai Celestial nos concede os problemas da vida, de
acordo com a nossa capacidade de resolvê-los. A ave é
obrigada a fazer o ninho, mas ninguém lhe exige outro
trabalho.Aovelha dará lã ao pastor, no entanto, ninguém lhe
exige o agasalho pronto. Ao homem foram concedidas
outras tarefas, as do amor e da humildade, na ação
inteligente e constante para o bem comum, a fim de que
a paz e a felicidade não sejam mitos naTerra.Emtodas
as ocasiões, o ignorante representa para nós uma
forma de nos melhorarmos espiritualmente; o mau é
desafio que nos põe a bondade à prova; o ingrato é
um meio de exercitarmos o perdão; o doente é uma
lição à nossa capacidade de socorrer. Aquele que
se conduz no bem, em nome do Pai, junto aos
familiares insensíveis ou indiferentes, prepara-se com
rapidez para ajudar a Humanidade porque, se a paciência
aprimora a vida, o tempo tudo transforma.
Pedro ainda tinha olhos que pareciam perguntar algo.
Jesus então acrescentou serenamente:
— Se não ajudamos o necessitado que está próximo,
como auxiliaremos aqueles que estão longe, doentes e
aflitos? Se não amamos o irmão que respira conosco os
mesmos ares, como nos dedicaremos a Deus que está no
Céu?
Depois destas perguntas, na modesta sala de Cafarnaum,
manteve-se expressivo silêncio que ninguém ousou
interromper.

Texto adaptado por Silvana e Reinaldo
Bibliografia: - Francisco Cândido Xavier, pelo espírito
Neio Lúcio, capítulo 6 “Os Instrumentos da Perfeição”, Editora FEB, 7ª
ed., 1972.

Um comentário:

Jackeline Depp disse...

Saudades querida amiga!!!
Aparece lá no Blog...
Um beijinho de brisa suave ao amanhecer!!!
Jackie-Curitiba-PR
http://johnnydeppmadness.blogspot.com/