segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Não Creiais em todos os Espíritos- Folheando o Evangelho

Meus bem-amados, não creiais em

qualquer Espírito; experimentai se

os Espíritos são de Deus, porquanto

muitos falsos profetas se têm levantado

no mundo. - (João, Epístola 1ª, cap. IV,

v. 1.)

Os fenômenos espíritas, longe de

abonarem os falsos Cristos e os

falsos profetas como apraz a algumas

pessoas dizerem, golpe mortal

desferem neles. O Espiritismo não faz

milagres, como alguns supõem. Tudo

que faz está previsto nas leis divinas.

O Evangelho Segundo o Espiritismo,

cap. 21, itens 6 e 7.

Esta recomendação de João, em

sua primeira Epístola, e reiterada no

Evangelho Segundo o Espiritismo, é

muito oportuna para todos nós, que nos

dedicamos ao Espiritismo prático. Ela

nos faz lembrar uma conclusão muito

feliz de Allan Kardec, logo que iniciou

suas pesquisas sobre os fenômenos

espíritas, ao constatar que não sendo

os Espíritos, senão as almas daqueles

que habitaram a Terra, não podemos

considerar todos eles na categoria de

Espíritos elevados.

Com base nas ilações do Codificador, o

que encontramos no mundo espiritual

é uma população muito parecida

com a nossa. De um lado, há seres

confiáveis, sérios e, portanto, dignos

de crédito; e de outro, Espíritos prontos

a se pronunciarem sobre qualquer

assunto, sem a mínima preocupação

com a verdade; para estes, basta que

encontrem pessoas dispostas a ouvilos.

É muito comum nas hostes espíritas,

aceitar todas as comunicações como

algo ‘sagrado’ e que não devem ser

questionadas. É bom que se diga

que muitas vezes, os Espíritos mais

não fazem do que emitir opiniões

pessoais, que podem ser verdadeiras

ou falsas. Cabe a nós avaliá-las dentro

dos critérios que a Doutrina Espírita

nos oferece. Quando nós analisamos

cuidadosamente as comunicações

dos Espíritos, na verdade estamos

prestando um grande serviço à causa

espírita. E dessa forma, separando o

joio do trigo.

Admitir cegamente tudo o que nos

chega do além, é considerar-se

incapaz de pensar e raciocinar por

conta própria. Há muitas decisões

que tomamos no dia a dia, que devem

resultar de nossa observação e da

análise dos fatos. Não precisamos

perguntar tudo que pretendemos fazer

aos Espíritos. Seria ocupá-los com

assuntos que cabem a nós resolvê-los.

Senão, quais seriam nossos méritos?

Desse modo, não acreditamos que

os Espíritos queiram estabelecer uma

relação conosco de dependência

a eles. Adotar este caminho é abrir

brecha para a obsessão e se confessar

incapaz de administrar a própria vida.

Geraldo Ribeiro - Editor

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