terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Ecorama Tema: Ecorama: Estilo e sustentabilidade

Programa "Ecorama" apresentado por Gabriela Alem e Raffa Gomes. Exibido pela TV Mundo Maior. www.tvmundomaior.com.br


Ramatis Tema: Ramatís Uma Proposta de Luz

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Dos que vão aos que ficam

Cirso Santiago

Um livro desconcertante sobre a morte diz que seu trauma pode até ser positivo

CONCLUSÕES A QUE CHEGOU A AUTORA:

“Muitos órfãos de pais normais criam
a imagem de um super pai e ela
os guia pela vida em busca do sucesso”

“A cultura Ocidental repele a morte
como tema de conversa.
Falar dela a torna mais suportável”

“Homens encaram a morte de um filho
de modo diferente das mulheres.
Isso pode gerar atritos e, não raro, o divórcio”

Jill Brooke estudou a
biografia de dezenas de
pessoas famosas cuja
ambição e busca pelo
sucesso ela atribui,
em parte, à perna na
infância de um ou
de ambos os pais.

Alexandre o Grande

Eleanor Roosevelt

Napoleão

Vladmir Lenin

Eva Peron

Rupert Murdoc

Paul MacCartney

Bill Clinton

O nascimento do ser humano, neste Planeta Terra é uma grande incerteza. Quem estuda as teses espíritas não tem dúvida sobre isto. A encarnação, ou a reencarnação do homem depende de muitas variáveis, que são reunidas no mapa encarnatório. Esses fatores começam a ser levantados no mundo espiritual, quando alguém decide ou é obrigado pelas circunstâncias de seu passado a vir para a Terra. O projeto da encarnação estando pronto, como vemos na obra de André Luiz, convoca-se os futuros pais, que têm o direito de colaborar, ou não, para que o projeto seja materializado na esfera terrena. Conciliar todos os interesses que entram em cena é muito complicado e, depois de análises, estudos e autorização superior, a encarnação poderá, ou não, ocorrer. E muitas vezes o reencarnante acaba desambarcando aqui através de uma prevaricação sem vúnculo algum com o projeto familiar. Por isso afirmamos acima que o nascimento dos humanos na Terra é bastante incerto. Opostamente, a morte na Terra é a grande certeza. Este fenômeno compulsório que desde o princípio da vida neste mundo o homem vem procurando administrá-lo a seu favor. Na Antiguidade, ele criou a mumificação com a esperança de ressuscitar um dia. Na atualidade, a ciência trouxe-nos a criogenia (A manutenção de cadáver em temperaturas baixíssimas), alimentando a mesma esperança dos antigos egípcios. A Medicina vem procurando a longevidade mas... E, por fim, algumas filosofias dão ao homem um alívio: a certeza da vida além da morte. Eis a saída mais coerente, pelo menos do ponto de vista religioso, que o homem encontrou para viver eternamente.

Em minhas pesquisas encontrei uma matéria da jornalista Tânia Menai, publicada na revista Veja, edição de 2 de maio último, que vale uma reprodução, ainda que em parte, para que os leitores do Correio também possam apreciá-la:

Não há respostas simples sobre como lidar com a morte. Teólogos, filósofos, místicos e consoladores de todos os matizes tentaram ao longo dos séculos aliviar essa carga que se instala sobre os ombros de cada um a partir daquele instante, na infância, em que se descobre a inevitabilidade da morte. A americana Jill Brooke, de 42 anos, fez sua tentativa com o livro Don't Let Death Ruin Your Life (Não deixe a Morte Arruinar a sua Vida).

Órfã de pai desde os 16 anos, criada na religião judaica e dona de uma carreira que inclui credenciais no canal de televisão CNN e no jornal New York Post, há quase três anos Brooke viu a morte passar por perto. Ela perdeu, em virtude de sérias complicações, aquele que seria o seu segundo filho. A tragédia levou Brooke a mergulhar no tema que lhe sacudiu emocionalmente: "A Morte". Ela fez uma longa pesquisa e descobriu que muitos personagens que hoje são lembrados como líderes, vencedores, revolucionários e inovadores tiveram em comum o fato de enfrentar a morte de um ou dos dois pais ainda na infância. "Reagir com bravura diante do inevitável é um traço de caráter muito interessante. Para muitas personalidades pode ter sido essa a alavanca que as impulsionou em busca da glória e das grandes realizações", diz Brooke. E cita, como exemplos históricos, o conquistador macedônio Alexandre, o Grande (356-323 a.C.), o ex-beatle Paul McCartney, o filósofo Francis Bacon (1561-1626), Napoleão Bonaparte, Simon Bolívar, Eleonor Roosevelt, Eva Perón e homens públicos ambiciosos como Bill Clinton e o magnata da Imprensa Rupert Murdoch. "Perder o pai ou a mãe na infância, felizmente, é uma experiência rara mesmo em tempos de guerra", constatou Jill Brooke. A taxa média nas sociedades ocidentais é de 15%. Nas grandes guerras do século passado, as vítimas militares eram jovens que em sua maioria ainda não tinham sido pais. Sendo raro esse evento ele deixa, segundo Brooke, marcas indeléveis na personalidade de quem passa por ele. E a autora se admira ao ver que os biógrafos de Abraham Linclon não tenham dado o peso certo à orfandade dos maiores presidentes que povo norte-americano já teve. Pois Brooke observa que na primeira linha de uma das biografias desse vulto histórico diz: "Nasci no Kentucky. Minha mãe morreu quando eu tinha 9 anos". Isto deve ter influenciado a personalidade do distinto biografado. As elucubrações de Jill Brooke vão nessa linha para concluir que a morte de um pai é uma variável quase tão significativa quanto a educação, a classe social ou a religião na qual a pessoa foi criada. "Crianças órfãs são forçadas a ser muito introspectivas e a examinar os mistérios da vida trazidos pela morte num período da vida em que seus colegas lidam apenas com as tensões mais brandas, típicas da idade", diz Brooke. Enfim, ela avalia que nem sempre a experiência do enfrentamento da morte é prejudicial. Ao contrário, "A capacidade de tolerância e resistência dessas crianças é enorme e suas perspectivas de vida tendem a ser mais amplas que as pessoas que não passaram por dores ou tristezas profundas", explica a autora.

Uma pesquisa da Universidade Columbia sugere que as crianças que passaram pelo trauma da morte de parentes próximos podem ser classificadas em dois grupos. No primeiro, ficam as que realmente se vergam ao peso da dor. Elas se entregam. Suas frágeis estruturas emocionais são destruídas pela fatalidade e elas via de regra, não se tornam adultos normais. Num segundo grupo estão aquelas que a experiência da morte a seu redor imuniza para as dificuldades da vida, tornando-as mais equipadas para perseguir objetivos extraordinários, para o bem ou para o mal. Brooke lembra que os ditadores Adolf Hitler, Josef Stalin ou o sérvio Slobodan Milosevic, que está sendo julgado pelos seus crimes e que teve pai e mãe suicidas, foram órfãos que poderiam ser classificados num terceiro grupo - dos que se deixaram consumir pela amargura da perda e, por isso, tornaram-se frios e indiferentes ao sofrimento dos outros.

"Não podemos generalizar, mas as experiências- padrão na infância geram um tipo de comportamento futuro que podemos agora começar a entender", diz ela. "Uma das conseqüências mais comuns para essas crianças é o fato de desenvolverem mais aguçadamente do que outras o raciocínio abstrato."

Abstraindo o ambiente social e o período histórico dos personagens cuja biografia estudou, Jill Brooke encontrou em diversos artistas órfãos a mesma obsessão pelo ente querido perdido. Quando a mãe de Paul MacCartney morreu, o pai deu-lhe um violão para aliviar seu sofrimento. Mais tarde ele compôs a famosa canção Let it Be, em que a mãe é personagem sempre presente lhe trazendo proteção e sabedoria. No caso de John Lennon, que também perdeu a mãe muito cedo, as letras de suas músicas foram chamuscadas pela raiva e revolta pelo isolamento. Mas o motivo, segundo a pesquisadora, é outro. Lennon foi abandonado pela mãe e criado pelos tios. Outro exemplo de grandeza motivada em parte pelo amor à mãe perdida na infância, é o escultor e pintor italiano Michelangelo, autor de obras eternas, como o teto da Capela Sistina e a escultura de Davi, em Florença.

São inúmeros os fatores que definem se uma experiência traumática de morte na família vai formar ou deformar a personalidade da criança. Como era de esperar, a pesquisa de Brooke mostra que o pior efeito vem de lares em que a morte de um dos pais ou de ambos joga as crianças na pobreza. "Sem um mecanismo de apoio que garanta a qualidade de vida e mesmo padrão econômico, as crianças vão sofrer mais do que deveriam", diz ela. A morte dos pais é algo doloroso, mas o suicídio de um parente jovem ou a perda de um filho são considerados em todos os círculos as formas mais agonizantes e debilitantes de luto. No primeiro caso, segundo Brooke, a melhor tábua de salvação é a terapia. E eu aduzo: em ambos os casos a psicologia, pelo lado científico e a Doutrina Espírita, pelo lado religioso-assistencial, são excelentes tábuas de apoio. Além de violar a ordem natural das coisas, a perda de um filho costuma aumentar o atrito entre os casais, culminando, muitas vezes, em divórcio. Isso porque homens e mulheres vivenciam o luto de forma diferente. As mulheres fazem amizades mais baseadas na emoção. Já os homens tendem se agrupar em torno de atividades comuns, como os esportes. O homem, na opinião de Brooke, compartilha menos suas emoções. Por isso tem maior dificuldade de lidar com a agonia da perda de um filho. Esse comportamento pode levar a mulher a achar que o marido não está sofrendo tanto quanto ela. "É vital que o casal lembre que está no mesmo barco. Mesmo que os dois estejam remando em velocidades diferentes, ambos devem remar na mesma direção" - aconselha a autora.

(Publicado no Correio Fraterno do ABC Nº 368 de Setembro de 2001)

sábado, 26 de dezembro de 2009

A nova corrente científica

Cairbar Schutel

Publicado na RIE em outubro de 1934

A nossa época, precedida de avisos e augúrios, se assinala por fatos de ordem espiritual que vêm despertar a humanidade de um marasmo que a reconduziria, sem dúvida, à animalidade.
Graças a esses fatos, os sábios adstritos à ciência positiva têm se empenhado para a conquista da Verdade, e os filósofos, certos de que todas as grandes aquisições em todos os ramos dos conhecimentos são oriundos de fenômenos que vêm comprovar a sua veracidade, começam a examinar sob um novo aspecto os princípios filosóficos que até há pouco lhes haviam embalado, nesta fase da vida que atravessamos.
Não há dúvida que o mundo atual não é mais aquele mundo de antanho preso ao convencionalismo do artigo de fé que escravizava a razão e cerceava o sentimento.
A aurora da Liberdade, surgindo aqui e ali, deu uma nova modalidade à vida, orientando os espíritos para horizontes mais amplos e lhes desvendando, pouco a pouco, as magnificências que nos cercam.
Para esse fim, sem dúvida, muito tem concorrido o Espiritismo, cuja vasta contribuição nos campos da ciência, da filosofia e da religião ninguém pode negar.
Fazendo um apelo à razão e mandando o homem pensar, o Espiritismo se constituiu um dos maiores elementos do progresso moral e espiritual das almas.
Verberando contra o exclusivismo religioso e científico, o Espiritismo apresentou-se a todos com um vasto programa pelas reivindicações da coletividade, seriamente prejudicada pelas religiões que dividem a humanidade e pelas ciências que têm constituído privilégio dos abastados com prejuízo da inteligência que só tem tido valor quando cercada do numerário que distingue os indivíduos.
Educador popular, o Espiritismo tem batido em todas as portas, levando a todos o influxo da sua luz, sem distinguir o nobre do plebeu, o rico do pobre, o potentado do infeliz vergado ao peso da dor. Consolador sem igual das almas, as suas palavras são verdades que aclaram, desalteram e orientam os pobres viajores no novo rumo que veio traçar para que se alcance a Vida na sua pujante manifestação sem as aparências ludibriantes de uma fé arcaica, sem as falsas concepções de uma ciência niilista ou de uma religião bastarda que nega o progresso e só vê neste mundo o círculo dos seus conhecimentos sobre o Universo.
Os fatos espíritas e anímicos vivificados na sua ação periódica e que se repetem hoje com menor intermitência, criaram a Nova Psicologia, que não se limita como a antiga ao senso íntimo, mas se estende em várias modalidades submissas ao livre-exame, à experimentação, à pesquisa, sem a escravidão da razão e as injunções das ideias preconcebidas que inutilizam os espíritos.
No laboratório da Nova Psicologia há lugar para todos os investigadores e são permitidos todos os aparelhos que solucionem, para cada um dos pesquisadores, o problema da Vida.
A matéria lhe é também objeto das mais exigentes pesquisas — suas divisões e subdivisões — seus átomos — seus ions e elétrons — suas forças, magnética e elétrica, sua rarefação, seus fluidos, podendo o estudante agir de modo mais escrupuloso que lhe parecer para chegar à realização do seu desideratum.
Haja vista as substanciosas experiências de Crookes, de Wallace, de Lombroso, e ultimamente do ilustre príncipe da ciência, Dr. Gustavo Geley, como as de Charles Harry, Diretor do Laboratório de Fisiologia das Sensações da Sorbonne.
Em face dos trabalhos do grande fisiologista francês ninguém será capaz de se colocar sob as injunções falsas e obsidiantes da ciência oficial que bate palmas ao Materialismo retrógrado e negativista, que muitos males tem causado à humanidade.
De fato, desde que foram ouvidos os primeiros batidos na aldeia de Hydesville, cujas manifestações se estenderam por toda a América e Europa, a “deusa matéria” viu os seus alicerces abalados.
Pondo à margem o testemunho dos fenômenos ocorridos através dos séculos e das gerações, basta que se examine os fatos destes últimos tempos para chegar-se à conclusão da verdade positiva e irretorquível sustentada pela teoria espírita, de que a inteligência e a memória são absolutamente independentes da matéria e podem viver separadas dela.
O alvorecer da Psicologia Experimental, sem falar no trabalho do incomparável Missionário Allan Kardec, foi assinalado com as experiências de William Crookes, uma das mais pujantes individualidades da ciência contemporânea.
As descobertas desse sábio, da matéria radiante, do radiômetro, os seus estudos sobre o protilo, a espectroscopia etc., lhe dão incontestável autoridade. No final de suas experiências espíritas, ele disse e deixou escrito no seu testamento científico: “De todas as minhas experiências deduzi com uma evidência categórica a existência de um princípio inteligente e livre.”
À mesma conclusão têm chegado todos os investigadores inteligentes, todos os sábios de renome: “O homem não é o resultado material de uma evolução e nem a síntese de condições neurônicas, mas sim um ser autônomo e consciente livre das injunções da matéria.”
A nova corrente científica julga, pois, resolvido o grande problema da constituição íntima do homem. A aglomeração de fatos, que se repetem todos os dias, não deixa lugar a dúvidas, mas constitui assunto de sérios estudos no terreno da fisiologia, da química, da física e até da medicina.
Para salientar melhor a necessidade de estudo, conforme temos insistido sempre, basta lembrar que um simples fenômeno de levitação destrói o postulado newtoniano da gravidade.
Mas é tempo de concluir este e o fazemos, reiterando as nossas solicitações aos médicos, e a todos aqueles que se julgam de posse da ciência, para que investiguem, examinem e estudem a nova corrente científica alicerçada poderosamente pelos fatos anímicos e espíritas, que já não podem ser negados por quem quer que seja.
É preciso que todos os homens, letrados ou não, despertem do marasmo em que se acham e se preparem para receber a Verdade tal como ela se apresenta. Já não dizemos mais que a Verdade virá para confundi-los em sua vã sabedoria, mas ela aí está convidando todos os homens de boa-vontade a seguir-lhe os passos, e aos sábios e entendidos a fazerem um estudo desapaixonado, um exame nítido e meticuloso de suas portentosas manifestações.
A nova aurora surgiu esplendorosa descortinando horizontes novos de vida e de movimento que se achavam cerceados pelo oficialismo científico e religioso, causa dos grandes insucessos sociais e da paralisação espiritual dos povos.
Mas os acontecimentos se precipitam de um modo frisante e dentro em breve à nova corrente reunir-se-ão homens de valor que arrebatarão as massas com a sua lógica invencível e suas manifestações positivas.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Natal, um raro momento de paz em nosso mundo


O Natal de Jesus representa tanto para a Humanidade que nesta semana que o antecede é sobre ele que desejamos falar.

Quando um filho nasce, os pais ficam evidentemente felizes. O lar se enfeita para a chegada do bebê e os avós vivem uma preocupação diária durante todos os meses que precedem esse momento tão esperado.

É que a vida significa muito para todos nós. A reentrada do Espírito neste cenário que tantas belezas nos oferece constitui a abertura de novas oportunidades de trabalho, de refazimento, de ressarcimento e de progresso.

Sua partida significa o reverso. A morte traz tristeza, saudade e agonia. Em sua passagem fulminante, deixa um rastro de dor e um vazio dificilmente preenchível por qualquer outra coisa. Se uma mãe tem dez filhos e perde um deles, ela sentirá a ausência do que partiu ainda que persista a seu lado uma prole numerosa, porque os filhos são uma espécie de parte do nosso ser em quem sonhamos perpetuar o nosso nome.

O Natal é o advento de uma pessoa especialmente importante para a Humanidade, visto que Jesus, independentemente de sua imensa superioridade, que o eleva acima de todos os seus irmãos, é o amigo, o companheiro, o anjo invisível que conforta a todos e alimenta com sua presença nossa fome de paz e de equilíbrio.

A aproximação do Natal exerce, por isso mesmo, uma magia encantadora sobre todos os lares, porquanto constitui um raro momento de paz e o estímulo a que se dê a modificação necessária que Jesus espera de toda a Humanidade.

Na Terra – ninguém ignora – há guerras, conflitos, famintos em toda a parte. Mas, enquanto existir a mensagem do Cristo, enfeixada no seu Evangelho de luz, haverá esperança para o mundo em que vivemos, onde o homem há de alcançar, um dia, o destino brilhante que Deus lhe assinalou. Foi Jesus quem declarou: “Tudo o que faço podereis fazer também, e muito mais”. E foi ainda Ele quem afirmou: “Das ovelhas que meu Pai me confiou nenhuma se perderá”.

O Natal é, pois, um desses escassos momentos de claridade no planeta em que vivemos, onde predominam as provas e as expiações, com todo o seu cortejo de vicissitudes.

Que essa claridade introduza em nossos lares e em nossa vida um clima diferente que possibilite nossa reforma interior, para que haja um infeliz a menos no mundo e possamos todos nós eliminar o “homem velho” que ainda somos, tendo Jesus por modelo, certos de que, conforme Dr. Bezerra de Menezes asseverou, “fora do Cristo não há solução”.

O Evangelho Segundo o Espiritismo- leiam e reflitam

A indulgência

Espíritas, queremos falar-vos hoje da indulgência, sentimento doce e fraternal que todo homem deve alimentar para com seus irmãos, mas do qual bem poucos fazem uso.
A indulgência não vê os defeitos de outrem, ou, se os vê, evita falar deles, divulgá-los. Ao contrário, oculta-os, a fim de que se não tornem conhecidos senão dela unicamente, e, se a malevolência os descobre, tem sempre pronta uma escusa para eles, escusa plausível, séria, não das que, com aparência de atenuar a falta, mais a evidenciam com pérfida intenção.
A indulgência jamais se ocupa com os maus atos de outrem, a menos que seja para prestar um serviço; mas, mesmo neste caso, tem o cuidado de os atenuar tanto quanto possível. Não faz observações chocantes, não tem nos lábios censuras; apenas conselhos e, as mais das vezes, velados. Quando criticais, que conseqüência se há de tirar das vossas palavras? A de que não tereis feito o que reprovais, visto que estais a censurar; que valeis mais do que o culpado. Ó homens! quando será que julgareis os vossos próprios corações, os vossos próprios pensamentos, os vossos próprios atos, sem vos ocupardes com o que fazem vossos irmãos? Quando só tereis olhares severos sobre vós mesmos?
Sede, pois, severos para convosco, indulgentes para com os outros. Lembrai-vos daquele que julga em última instância, que vê os pensamentos íntimos de cada coração e que, por conseguinte, desculpa muitas vezes as faltas que censurais, ou condena o que relevais, porque conhece o móvel de todos os atos. Lembrai-vos de que vós, que clamais em altas vozes: anátema! tereis, quiçá, cometido faltas mais graves.
Sede indulgentes, meus amigos, porquanto a indulgência atrai, acalma, ergue, ao passo que o rigor desanima, afasta e irrita. — José, Espírito protetor. (Bordéus, 1863.)

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, item 16.)

ESPIRITISMO na prática DORIS MADEIRA GANDRES

“Diariamente a experiência confirma a nossa opinião de que as dificuldades e desilusões encontradas na prática espírita decorrem da ignorância dos princípios doutrinários.” Allan Kardec – "O Livro dos Médiuns" – Introdução.
“Exatamente por deficiência de estudo regular ou metódico, e de mais penetração no âmago da Doutrina, é que estamos vendo, lamentavelmente, tantas distorções e tanta inoculação de idéias pessoais, em nome do Espiritismo...”
“O futuro do Espiritismo depende da unidade doutrinária. Sem unidade, cada qual fará o seu Espiritismo ou apresentará a Doutrina a seu modo, como se ela não fosse realmente um corpo homogêneo.” Deolindo Amorim – "Ponderações Doutrinárias" – Capítulo: "Allan Kardec e a Unidade Doutrinária”
“Todos falam de Espiritismo, bem ou mal (...) Grandes instituições espíritas, geralmente fundadas por pessoas sérias, tornam-se às vezes verdadeiras fontes de confusão a respeito do sentido e da natureza da Doutrina. O Espiritismo, nascido ontem, nos meados do século passado, é hoje o Grande Desconhecido dos que o aprovam e o louvam e dos que o atacam e criticam.” José Herculano Pires – "Curso Dinâmico de Espiritismo" – “O Grande Desconhecido”
“As relações humanas se modificam quando oferecemos aos homens uma visão mais humana e mais lógica da Realidade Universal. Essa visão não tem sido apresentada pelos espíritas que, na sua maioria, se deixam levar apenas pelo aspecto religioso da doutrina, assim mesmo deformado pela influência de formações religiosas anteriores (...) Se compreenderem a necessidade urgente de se aprofundarem no conhecimento da Doutrina, de maneira a formarem uma sólida e esclarecida convicção espírita, poderão realmente contribuir para a modificação do mundo em que vivemos.” José Herculano Pires – "Curso Dinâmico de Espiritismo" – Capítulo 17 – Ação espírita na transformação do mundo

Deolindo Amorim e José Herculano Pires, dois grandes nomes do meio e do movimento espíritas, ambos conhecedores profundos da doutrina, mas que, no entanto, se vêem cada vez mais relegados ao esquecimento, cada vez menos encontrados nas livrarias das casas espíritas, cada vez mais entregues à poeira das estantes de alguns poucos espíritas que tiveram a sorte de conhecê-los ou de ler alguns de seus livros e compreenderam o seu empenho e o seu esforço na divulgação doutrinária livre de personalismos e inovações, buscando sempre que necessário alertar e esclarecer os companheiros de ideal de forma transparente e fraterna.
Mas, ao que parece, a nós espíritas custa-nos ainda exercer o nosso livre-arbítrio com base na lógica, na razão e no bom-senso apoiados no amor e na ética; ainda tememos assumir a ferramenta maior para nossa evolução que é a responsabilidade; ainda preferimos a ilusão, agarrando-nos a enganosos conceitos religiosistas do passado, aferrando-nos a um evangelismo e a um jesuismo que, lamentavelmente, até hoje, não conduziram o homem ao verdadeiro conhecimento das leis de Deus e, portanto, à sua libertação.
Herculano Pires, em seu livro "Curso Dinâmico de Espiritismo", capítulo 17 – Ação espírita na transformação do mundo, analisa certamente com tristeza: “Este amargo panorama afastou do meio espírita muitas criaturas dotadas de excelentes condições para ajudarem o movimento a se organizar num plano superior de cultura. Isso é tanto mais grave quanto o nosso tempo que não justifica o que aconteceu com o Cristianismo deformado totalmente num tempo de ignorância e atraso cultural. Pelo contrário, o Espiritismo surgiu numa fase de acelerado desenvolvimento cultural e espiritual, em que os espíritas contaram e contam com os maiores recursos de conhecimento e progresso de que a humanidade terrena já dispôs.”
Não se trata de renegar os evangelhos que relatam os feitos e ensinamentos do Mestre Nazareno; muito menos de devotar menos reconhecimento e carinho por esse irmão maior indicado pela nossa doutrina como nosso modelo e guia ("O Livro dos Espíritos", questão 625 e comentário de Allan Kardec) – trata-se simplesmente de procurar redimensionar nosso entendimento com relação a esse assunto, de não continuar a “divinizar” Jesus de Nazaré, caindo numa idolatria piegas superlotada de adjetivos que, com certeza, não são absolutamente do agrado desse esclarecido espírito...
Ao preparar "O Evangelho Segundo o Espiritismo", Kardec procurou selecionar basicamente os ensinamentos morais ministrados por Jesus, os quais são efetivamente aqueles que nos servirão para a elaboração da nossa evolução ético-fraterno-solidária.
Deolindo Amorim, em seu livro "O Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas", 2° item – O Evangelho e a Interpretação Espírita, nos esclarece: “O Espiritismo preocupa-se fundamentalmente com a substância moral do Evangelho (...) O Evangelho, praticamente falando, é um código de vida (...) segundo o Espiritismo não deve ser considerado um mero tratado de fé, porque deve ser, acima de tudo, um motivo permanente de ação regeneradora (...) Devemos pois firmar um ponto: É o Espiritismo que interpreta o Evangelho, não é o evangelho que interpreta o Espiritismo.”
Lembramos ainda Deolindo, em sua afirmação no capítulo Definição e Opção, no livro "O Espiritismo e os Problemas Humanos", de que “O Espiritismo é, para nós, uma filosofia de vida, não é simplesmente uma crença”.
É também muito clara a conclusão a que nos remete Kardec no 7° item – Conclusão – de O Livro dos Espíritos: “O Espiritismo se apresenta sob três aspectos diferentes: (1) o das manifestações, (2) o dos princípios de filosofia e moral que delas decorrem e (3) o da aplicação desses princípios”.
E no 6° item anterior o Codificador declara com muita propriedade, depois de analisar criteriosamente todas as 1019 respostas dadas pelos Espíritos que com ele elaboraram a nossa doutrina: “Seria fazer uma idéia bem falsa do Espiritismo acreditar que ele tira a sua força da prática das manifestações materiais e que, portanto, entravando-se essas manifestações pode-se minar-lhe as bases. Sua força está na filosofia, no apelo que faz à razão e ao bom-senso (...) fala uma linguagem clara, sem ambigüidades; nada há nele de místico, nada de alegorias suscetíveis de falsas interpretações. Quer ser compreendido por todos, porque os tempos são chegados de se fazer que os homens conheçam a verdade. Longe de se opor à difusão da luz, ele a deseja para todos; não reclama uma crença cega, mas quer que se saiba por que se crê...”
Foi por isso que Herculano naquele mesmo livro acima citado ainda nos conclama: “Onde fica o princípio do Amor em tudo isso? Quem revelou amor à Verdade? Quem provou amar e respeitar a doutrina? Quem mostrou amar ao seu semelhante e por isso querer realmente ajudá-lo, orientá-lo, esclarecê-lo (...) Cada espírita, ao aceitar e compreender a grandeza da causa doutrinária e sua finalidade suprema – que é a transformação moral, social, cultural e espiritual do nosso mundo – assume um grave compromisso com a sua própria consciência.”
Tudo isso, amigos, que aqui transcrevo, agora que mais um ano terreno finaliza, faço-o com o coração cheio de carinho e com a mais sincera intenção de fazer, tanto quanto me for possível, com que despertemos finalmente para o entendimento de que nós, espíritas, dispomos da mais segura ferramenta para promover a nossa libertação dos acanhados horizontes em que nos debatíamos, às cegas, sempre à espera de que algum “salvador”, “guia”, “guru”, enfim qualquer seja o nome escolhido, viesse nos dizer como agir...
Para finalizar, relembramos o conselho do Espírito Verdade: “Espíritas, em primeiro lugar, amai-vos; em segundo, instruí-vos.”

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Música Espírita -Elizabete Lacerda - Emmanuel -Canção do Irmão Ausente

Salmo 23 em música espírita

A Ilusão da Matéria e a Felicidade do Espírito (Joanna de Ângelis)

2º Seminario de Natal 2009

Seminário de Natal dos Mensageiros de Luz, LIVROS TEXTOS A SEREM ESTUDADOS : - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - DIÁLOGO DOS VIVOS - A VIDA HUMANA E O ESPIRITO IMORTAL - REFORMA INTIMA SEM MARTÍRIO.
Este video foi criado em novembro deste ano de 2009 deem uma olhadinha, pena que não tem as gravações do seminário!!!!


Jesus Sabe

Texto do site MOMENTO ESPÍRITA, baseado no livro O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - cap. VI. clique duas vezes no vídeo em seu player (caso faça o download) para ver em tela cheia.



A Caridade segundo São Paulo

A caridade é a melhor forma de se amar.


A Revolução da Alma

Este video é muityo legal, gostaria que vocês meus amigos, prestassem muita atenção


Eu me Perdôo - Oração do Perdão

Banda ETERNAMENTE LUZ

Prestem muita atenção, a Banda é boa e a música também, vamos dançar!!!!1

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Oração de Natal

Pinga Fogo- Psicografia na Igreja Católica

Pergunta efetuada por J. Herculano Pires ao Chico Xavier!!!


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O Natal para os Espiritas

O Natal para o Espírita representa a comemoração do aniversário de Jesus.

O dono da festa é o Mestre, quem deve receber os presentes e as homenagens é o aniversariante e não nós. O aniversariante tem os seus convidados que são os pobres, os deserdados, os coxos, os estropiados, os sofredores, etc...

Será que realmente somos convidados do Cristo nessa festa?
Qual o presente que deveremos lhe oferecer?
O que Ele gostaria de receber?

Sabemos que o que Ele mais quer é que cumpramos a vontade de Deus, Nosso Pai. E todos os dias renovamos os nossos compromissos no "Pai Nosso", dizendo: "Seja feita a Vossa vontade"

Será que estamos fazendo a nossa parte?
Será que estamos nessa festa ou fomos barrados?

A maioria de nós, mesmo espíritas, ainda vemos o Natal como uma festa de consumo, reforçando o culto ao materialismo e à materialidade, trocando presentes entre si, quando, em verdade, não somos os homenageados, nem a festa é nossa...

Será que o Cristo se sente feliz com isso?

A nossa reverência ao Cristo deve ser em Espírito e Verdade apenas, buscando somente materializar a Vontade do Pai que está em todo o Evangelho.

E como deve ser essa comemoração?

Com uma prece, uma reflexão sobre os objetivos alcançados, com uma análise crítica interior onde possamos verificar se os compromissos assumidos antes do reencarne estão sendo cumpridos, porque o único e maior objetivo que temos na presente existência é de edificar em nós o Bem.

Para esse desiderato, acertamos de forma pessoal e intransferível com o Cristo, um mandato de renovação.

Nosso compromisso é o de nos conhecermos melhor, conformando nossa vida com a Vontade de Deus, de nos reformarmos intimamente e nos tornarmos homens e mulheres de Bem, edificando dentro de nós o Belo, o Bem e a Justiça.

Infelizmente, papai Noel ainda é mais importante que o Cristo. O Cristo ainda se encontra desvalorizado e esquecido dentro de nós.

Nossas mesas estão fartas e se fala muito de solidariedade, mas não se tem sensibilidade ainda com a dor alheia.

Nos falta consciência, falamos muito, mas ainda não sentimos a fraternidade pulsar o coração. Estamos reféns e prisioneiros das aparências, do materialismo, dos cultos exteriores, do consumismo, colocando em segundo lugar o Reino do Espírito, o Reino de Deis.
Os interesses espirituais ainda não tem vez nem voz em nossos corações.

Qual o verdadeiro sentido do Natal?

Deve ser o de auto-conscientização, buscando a comunhão com os valores do Bem, ligados aos interesses do Espírito e da vida imortal, porque a Terra, para os encarnados, é apenas um curso de pequena duração e ninguém fica na Escola a existência inteira, um dia voltamos para Casa para avaliar os deveres realizados.

O que nos atrai não são as boas idéias, mas os interesses.

A Doutrina do Cristo, cheia de boas idéias, está conosco a mais de dois mil anos e não mudamos o suficiente. infelizmente, ainda não fomos atraídos por esses ideais. Mas a medida que evoluímos pelo estudo, pelo amor e pela dor, mudam os nossos interesses e vamos crescendo;

Quanto mais sepultamos as nossas vaidades, o nosso orgulho e o nosso egoísmo, mais somos atraídos pela luz do Cristo e nos tornamos felizes.

O que representa a Estrela de Belém para os Espíritas: representa a Luz Protetora dos Planos Superiores, resumindo uma Infinidade de Espíritos Luminares que vieram assistir e dar o suporte ao Cristo em sua tarefa de orientação e exemplos para todos nós.

Será que lembramos dos companheiros que estão nas zonas umbralinas no Natal?

Como se sentem esses Irmãos?

A espiritualidade nos ensina, pelas penas de Chico Xavier, que alguns nem sabem dessa data ou comemoração. Outros, que se encontram em situações melhores, sentem-se extremamente tristes por estarem afastados dos seus familiares; outros ainda vivem refletindo e lamentando as oportunidades perdidas e sofrendo a dor da saudade e da separação em razão da resistência e da rebeldia em não aceitar o processo de mudança e transformação no caminho do Bem.

A falta de Reforma íntima nos afasta de quem amamos.

Muitos filhos, maridos, esposas, demoram a encontrar-se na erraticidade, em razão do mau direcionamento do livre arbítrio, tendo em vista seus investimentos no mundo material, nas fantasias, nas ilusões, em detrimento do sentido real da própria existência. A fuga no enfrentamento dos desafios ou o desprezo de buscar a prática das lições do bem nos causa muita dor moral.

NATAL é isso aí, renovação permanente.

Todo segundo é hora de mudar para melhor, Amando, Servido e passando nesta vida com trabalho no Bem, na Solidariedade, na Tolerância, com muita Fraternidade.

E então? Vamos pensar nisso?

(A.D.)

Textos Espiritas

NAS ORAÇÕES DE NATAL

Rememorando o Natal, lembramo-nos de que Jesus é o Suprimento Divino à Necessidade Humana.
Para o Sofrimento, é o Consolo;
Para a Aflição, é a Esperança;
Para a Tristeza, é o Bom Ânimo;
Para o Desespero, é a Fé Viva;
Para o Desequilíbrio, é o Reajuste;
Para o Orgulho, é a Humildade;
Para a Violência, é a Tolerância;
Para a Vaidade, é a Singeleza;
Para a Ofensa, é a Compreensão;
Para a discórdia, é a Paz;
Para o egoísmo, é a Renúncia;
Para a ambição, é o Sacrifício;
Para a Ignorância, é o Esclarecimento;
Para a Inconformação, é a Serenidade;
Para a Dor, é a Paciência;
Para a Angústia, é o Bálsamo;
Para a Ilusão, é a Verdade;
Para a Morte, é a Ressurreição.
Se nos propomos, assim, aceitar o Cristo por Mestre e Senhor de nossos caminhos, é imprescindível recordar que o seu Apostolado não veio para os sãos e, sim, para os antigos doentes da Terra, entre os quais nos alistamos...
Buscando, pois, acompanhá-lo e servi-lo, façamos de nosso coração uma luz que possa inflamar-se ao toque de seu infinito amor, cada dia, a fim de que nossa tarefa ilumine com Ele a milenária estrada de nossas experiências, expulsando as sombras de nossos velhos enganos e despertando-nos o espírito para a glória
imperecível da Vida Eterna.

(Do livro "Os Dois Maiores Amores" - Francisco C. Xavier - Autores Diversos)

Amigos do Blog

Caros Amigos,
Apartir deste momento, gostaria de dizer que passaremos a estudar mais um dos Espiritos inteligente: André Luiz( não estou desmertecendo ninguém todos são otimos).
Nesses estudos, seremos capazes de refletirmos, a cada ensinamento trazido por André Luiz, atraves de suas experiencias na Terra como médico e também pela sua experiencia obtida na Espiritualidade apos ter estudado muito, na colonia Nosso Lar!!!
Obriga e me perdoem de toda a demora pelas postagens em nosso Blog,
Com amor a todos
Elaine

Fluido Cósmico

"O fluido cósmico é o plasma divino, hausto do Criador ou força nervosa do Todo-Sábio.
Nesse elemento primordial, vibram e vivem constelações e sóis, mundos e seres,
como peixes no oceano.
" André Luiz

CO-CRIAÇÃO EM PLANO MAIOR - Nessa substância original, ao influxo do próprio Senhor Supremo, operam as Inteligências Divinas a Ele agregadas, em processo de comunhão indescritível, os grandes Devas da teologia indu ou os Arcanjos da interpretação de variados templos religiosos, extraindo desse hálito espiritual os celeiros da energia com que constroem os sistemas da Imensidade, em serviço de co-criação em plano maior, de conformidade com os desígnios do Todo-Misericordioso, que faz deles agentes orientadores da Criação Excelsa.
Essas Inteligências Gloriosas tomam o o plasma divino e convertem-no em habitações cósmicas, de múltiplas expressões, radiantes ou obscuras, gaseificadas ou sólidas, obedendo a leis predeterminadas, quais moradias que perduram por milênios e milênios, mas que se desgastam e se transformam, por fim, de vez que o Espírito Criado por formar ou co-criar, mas só Deus é o Criador de Toda a Eternidade.

FORÇAS ATÔMICAS - Toda essa riqueza de plasmagem, nas linhas da Criação, ergue-se a base de corpúsculos sob irradiações da mente, corpúsculos e irradiações que, no estado atual dos nossos conhecimentos, embora estejamos fora do plano físico, não podemos definir em sua multiplicidade e configuração, porquanto a morte apenas dilata as nossas concepções e nos aclara a introspecção, iluminado-nos o senso moral, sem resolver, de maneira absoluta, os problemas que o Universo nos propõe a cada passo, com seus espetáculos de grandeza.
Sob a orientação das Inteligências Superiores, congregam-se os átomos em colmeias imensas, e, sob a pressão, espiritualmente dirigida, de ondas eletromagnéticas, são controladamente reduzidas as áreas espaciais intra-atômicas, sem perda de movimento, para que se transformem em massa nuclear adensada, de que se esculpem os planetas, em cujo seio as mônadas celestes encontrarão adequado berço ao desenvolvimento.
Semelhantes mundos servem à finalidade a que se destinam, por longas eras consagradas à evolução do Espírito, até que, pela sobrepressão sistemática, sofram o colapso atômico pelo qual se transmutam em astros cadaverizados. Essas esferas mortas, contudo, volvem a novas diretrizes dos Agentes Divinos, que dispõem sobre a desintegração dos materiais de superfície, dando ensejo a que os elementos comprimidos se libertem através de explosão ordenada, surgindo novo acervo corpuscular para a reconstituição das moradias celestes, nas quais a obra de Deus se estende e perpetua, em sua glória criativa.

LUZ E CALOR - Os mundos, ou campos de desenvolvimento da alma, com suas diversas faixas de matéria em variada expressão vibratória, ao influxo ainda dos Tutores Espirituais, são acalentados por irradiações luminosas e caloríficas, sem nos referirmos às forças de outra espécie que são arrojadas do Espaço Cósmico sobre a Terra e o homem, garantindo-lhes a estabilidade e a existência.
Temos, assim, a luz e o calor, que teoricamente classificamos entre as irradiações nascidas dos dos átomos supridos de energia. São estes que, excitados na íntima estrutura, despedem as ondas eletromagnéticas.
Todavia não obstante tatearmos com relativa segurança as realidades da matéria, definindo a natureza corpuscular do calor e da luz, e embora saibamos que outras oscilações eletromagnéticas se associam, insuspeitadas por nós, na vastidão universal, aquém do infravermelho e além do ultravioleta, completamente fora da zona de nossas percepções, confessamos com humildade que não sabemos ainda, principalmente no que se refere à elaboração da luz, qual seja a força que provoca a agitação inteligente dos átomos, compelindo-os a produzir irradiações capazes de lançar ondas no Universo com a velocidade de 300.000 quilômetros por segundo, preferindo reconhecer, em toda a parte, com a obrigação de estudarmos e progredirmos sempre, o hálito divino do Criador.

CO-CRIAÇÃO EM PLANO MENOR - Em análogo alicerce, as inteligências humanas que ombreiam conosco utilizam o mesmo fluido cósmico, em permanente circulação no Universo, para a Co-Criação em plano menor, assimilando os corpúsculos da matéria com a energia espiritual que lhes é própria, formando assim o veículo fisiopsicossomático em que se exprimem ou cunhando as civilizações que abrangem no mundo a Humanidade Encarnada e a Humanidade Desencarnada. Dentro das mesmas bases, plasmam também os lugares entenebrecidos pela purgação infernal, geradas pelas mentes desequilibradas ou criminosas nos círculos inferiores e abismais, e que valem por aglutinações de duração breve, no microcosmo em que estagiam, sob o mesmo princípio de comando mental com que as Inteligências Maiores modelam as edificações macrocósmicas, que desafiam a passagem dos milênios.
Cabe-nos assinalar, desse modo, que, na essência, toda a matéria é energia tornada visível e que toda energia, originariamente, é força divina de que nos apropriamos para interpor os nossos propósitos aos propósitos das Criação, cujas leis nos conservam e prestigiam o bem praticado, constrangendo-nos a transformar o mal de nossa autoria no bem que devemos realizar, porque o Bem de Todos é o seu Eterno Princípio.
Compete-nos, pois, anotar que o fluido cósmico ou plasma divino, é a força em que todos vivemos, nos ângulos variados da Natureza, motivo pelo qual já se afirmou, e com toda a razão, que "em Deus nos movemos e existimos". (Paulo de Tarso, Atos, 17:28).

(Do livro "Evolução em Dois Mundos", André Luiz/Chico Xavier/Waldo Vieira, Cap. I, edição FEB)

PENSAMENTO DO CRIADOR - Identificando o Fluido Elementar ou Hálito Divino por base mantenedora de todas as associações da forma nos domínios inumeráveis do Cosmo, do qual conhecemos o elétron como sendo um dos corpúsculos-base, nas organizações e oscilações da matéria, interpretaremos o Universo como um todo de forças dinâmicas, expressando o pensamento do Criador.E superpondo-se-lhe à grandeza indevassável, encontraremos a matéria mental que nos é própria, em agitação constante, plasmando as criações temporárias, adstritas à nossa necessidade de progresso.
No macrocosmo e no microcosmo, tateamos as manifestações da Eterna Sabedoria que mobiliza agentes incontáveis para a estruturação de sistemas e formas, em variedade infinita de graus e fases, e entre o infinitamente pequeno e o infinitamente grande surge a inteligência humana, dotada igualmente da faculdade de mentalizar e co-criar, empalmando, para isso, os recursos intrínsecos à vida ambiente.
Nos fundamentos da Criação vibra o pensamento imensurável do Criador e sobre esse plasma divino vibra o pensamento mensurável da criatura, a constituir-se no vasto oceano de força mental em que os poderes do Espírito se manifestam.

(Mecanismos da Mediunidade, IV, André Luiz/Chico Xavier/Waldo Vieira, FEB)

Centros Vitais

"O centro coronário, instalado na região central do cérebro, sede da mente, assimila os estímulos do Plano Superior e orienta a forma, o movimento, a estabilidade, o metabolismo orgânico e a vida consciencial da alma encarnada ou desencarnada, nas cintas de aprendizado que lhe corresponde no abrigo planetário."

Estudado no plano em que nos encontramos, na posição de criaturas desencarnadas, o corpo espiritual ou psicossoma é, assim, o veículo físico, relativamente definido pela ciência humana, com os centros vitais que essa mesma ciência, por enquanto, não pode perquirir e reconhecer.
Nele possuímos todo o equipamento de recursos automáticos que governam os bilhões de entidades microscópicas a serviço da Inteligência, nos círculos de ação em que nos demoramos, recursos esses adquiridos vagarosamente pelo ser, em milênios e milênios de esforço e recapitulação, nos múltiplos setores da evolução anímica.
É assim que, regendo a atividade funcional dos órgãos relacionados pela fisiologia terrena, nele identificamos o
centro coronário, instalado na região central do cérebro, sede da mente, centro que assimila os estímulos do Plano Superior e orienta a forma, o movimento, a estabilidade, o metabolismo orgânico e a vida consciencial da alma encarnada ou desencarnada, nas cintas de aprendizado que lhe corresponde no abrigo planetário. O centro coronário supervisiona, ainda, os outros centros vitais que lhe obedecem ao impulso, procedente do Espírito, assim como as peças secundárias de uma usina respondem ao comando da peça-motor de que se serve o tirocínio do homem para concatená-las e dirigi-las.
Desses centros secundários, entrelaçados no psicossoma, e, conseqüentemente, no corpo físico, por redes plexiformes, destacamos o centro cerebral contíguo ao coronário, com influência decisiva sobre os demais, governando o córtice encefálico na sustentação dos sentidos, marcando a atividade das glândulas endocrínicas e administrando o sistema nervoso, em toda a sua organização, coordenação, atividade e mecanismo, desde os neurônios sensitivos até as células afetoras; o centro laríngeo, controlando notadamente a respiração e a fonação; o centro cardíaco, dirigindo a emotividade e a circulação das forças de base; o centro esplênico, determinando todas as atividades em que se exprime o sistema hemático, dentro das variações de meio e volume sanguíneo; o centro gástrico, responsabilizando-se pela digestão e absorção dos alimentos densos ou menos densos que, de qualquer modo, representam concentrados fluidicos penetrando-nos a organização, e o centro genésico, guiando a modelagem de novas formas entre os homens ou o estabelecimento de estímulos criadores, com vistas ao trabalho, à associação e à realização entre as almas.

CENTRO CORONÁRIO - Temos particularmente no centro coronário o ponto de interação entre as forças determinantes do espírito e as forças fisiopsicossomáticas organizadas.
Dele parte, desse modo, a corrente de energia vitalizante formada de estímulos espirituais com ação difusível sobre a matéria mental que o envolve, transmitindo aos demais centros da alma os reflexos vivos de nossos sentimentos, idéias e ações, tanto quanto esses mesmos centros, interdependentes entre si, imprimem semelhantes reflexos nos órgãos e demais implementos de nossa constituição particular, plasmando em nós próprios os efeitos agradáveis ou desagradáveis de nossa influência e conduta.
A mente elabora as criações que lhe fluem da vontade, apropriando-se dos elementos que a circundam, e o centro coronário incumbe-se automaticamente de fixar a natureza da responsabilidade que lhes diga respeito, marcando no próprio ser as conseqüências felizes ou infelizes de sua movimentação consciencial no campo do destino.

ESTRUTURA MENTAL DAS CÉLULAS - É importante considerar, todavia, que nós, os desencarnados, na esfera que nos é própria, estudamos, presentemente, a estrutura mental das células, de modo a iniciarmo-nos em aprendizado superior, com mais amplitude de conhecimento, acerca dos fluidos que nos integram o clima de manifestação, todos eles de origem mental e todos entretecidos na essência da matéria primária, ou Hausto Corpuscular de Deus, de que se compõe a base do Universo Infinito.

CENTROS VITAIS E CÉLULAS - São os centros vitais fulcros energéticos quem sob a direção automática da alma, imprimem às células a especialização extrema, pela qual o homem possui no corpo denso, e detemos todos no corpo espiritual em recursos equivalentes, as células que produzem fosfato e carbonato de cálcio para a construção dos ossos, as que se distendem para a recobertura do intestino, as que desempenham complexas funções químicas no fígado, as que se transformam em filtros do sangue na intimidade dos rins e outras tantas que se ocupam do fabrico de substâncias indispensáveis à conservação e defesa da vida nas glândulas, nos tecidos e nos órgãos que nos constituem o cosmo vivo de manifestação.
Essas células que obedecem às ordens do Espírito, diferenciando-se e adaptando-se às condições por ele criadas, procedem do elemento primitivo, comum, de que todos provimos em laboriosa marcha no decurso dos milênios, desde o seio tépido do oceano, quando as formações protoplásmicas nos lastrearam as manifestações primeiras.
Tanto quanto a célula individual, a personalizar-se na ameba, ser unicelular que reclama ambiente próprio e nutrição adequada para crescer a reproduzir-se, garantindo a sobrevivência da espécie no oceano em que respira, os bilhões de células que nos servem ao veículo de expressão, agora domesticadas, na sua quase totalidade em funções exclusivas, necessitam de substâncias especiais, água, oxigênio e canais de exoneração excretória para se multiplicarem no trabalho específico que nosso espírito lhes traça, encontrando, porém, esse clima, que lhes é indispensável, na estrutura aquosa de nossa constituição fisiopsicossomática, a expressar-se nos líquidos extracelulares, formados pelo líquido interstical e pelo plasma sanguíneo.

EXTERIORIZAÇÃO DOS CENTROS VITAIS - Observando o corpo espiritual ou psicossoma, desse modo, em nossa rápida síntese, como veículo eletromagnético, qual o próprio corpo físico vulgar, reconhecermos facilmente que, como acontece na exteriorização da sensibilidade dos encarnados, operada pelos magnetizadores comuns, os centros vitais a que nos referimos são também exteriorizáveis, quando a criatura se encontre no campo da encarnação, fenômeno esse a que atendem habitualmente os médicos e enfermeiros desencarnados, durante o sono vulgar, no auxílio a doentes físicos de todas as latitudes da Terra, plasmando renovações e transformações no comportamento celular, mediante intervenções no corpo espiritual, segundo a lei de merecimento, recursos esses que se popularizarão na medicina terrestre do grande futuro.

(Evolução em Dois Mundos, cap. II, André Luiz/Chico Xavier/Waldo Vieira, FEB)


ENTRE A TERRA E O CÉU - UMA AULA PRÁTICA SOBRE OS CENTROS VITAIS:
"Assinalando-nos decerto a curiosidade, de vez que também percebia Hilário interessado em adquirir informações e conhecimentos em torno dos problemas que anotávamos de perto, o instrutor convidou-nos a observar a infortunada criança, comunicando: "Como não desconhecem, o nosso corpo de matéria rarefeita está intimamente regido por sete centros de força, que se conjugam nas ramificações dos plexos e que, vibrando em sintonia unas com os outros, ao influxo do poder diretriz da mente, estabelecem, para nosso uso, um veículos de células elétricas, que podemos definir como sendo um campo eletromagnético, no qual o pensamento vibra em circuito fechado. Nossa posição mental determina o peso específico do nosso envoltório espiritual e, consequentemente, o "habitat" que lhe compete. Mero problema de padrão vibratório. Cada qual de nós respira em determinado tipo de onda. Quanto mais primitiva se revela a condição da mente, mais fraco é o influxo vibratório do pensamento, induzindo a compulsória aglutinação do ser às regiões da consciência embrionária ou torturada, onde se reúnem as vidas inferiores que lhes são afins. O crescimento do influxo mental, no veículo eletromagnético em que nos movemos, após abandonar o corpo terrestre, está na medida da experiência adquirida e arquivada em nosso próprio espírito. Atentos à semelhante realidade, é fácil compreender que sublimamos ou desequilibramos o delicado agente de nossas manifestações, conforme o tipo de pensamento que nos flui da vida íntima. Quanto mais nos avizinhamos da esfera animal, maior é a condensação obscurecente de nossa organização, e quanto mais nos elevamos, ao preço de esforço próprio, no rumo das gloriosas construções do espírito, maior é a sutileza de nosso envoltório, que passa a combinar-se facilmente com a beleza, com a harmonia e com a luz reinantes na Criação Divina."
Ouvíamos as preciosas explicações, enlevados, mas Clarêncio, reparando que não nos cabia fugir do quadro ambiente, voltou-se para a garganta enferma de Júlio e continuou:
"Não nos afastemos das observações práticas, para estudar com clareza os conflitos da alma. Tal seja a viciação do pensamento, tal será a desarmonia no centro de força, que rege em nosso corpo a essa ou àquela classe de influxos mentais. Apliquemos à nossa aula rápida, tanto quanto nos seja possível, a terminologia trazida do mundo, para que vocês consigam fixar com mais segurança os nossos apontamentos. Analisando a fisiologia do perispírito, classifiquemos os seus centros de força, aproveitando a lembrança das regiões mais importantes do corpo terrestre. Temos assim, por expressão máxima do veículo que nos serve presentemente, o "centro coronário" que, na Terra, é considerado pela filosofia hindu como sendo o lótus de mil pétalas, por ser o mais significativo em razão de seu alto poder de radiações, de vez que nele assenta a ligação com a mente, fulgurante sede da consciência. Esse centro recebe em primeiro lugar os estímulos do espírito, comandando os demais, vibrando todavia com eles em regime de interdependência, Considerando em nossa exposição os fenômenos do corpo físico, e satisfazendo aos impositivos de simplicidade em nossas definições, devemos dizer que dele emanam as energias de sustentação do sistema nervoso e suas subdivisões, sendo o responsável pela alimentação das células do pensamento e o provedor de todos os recursos eletromagnéticos indispensáveis à estabilidade orgânica. É, por isso, o grande assimilador das energias solares e dos raios da Espiritualidade Superior capazes de favorecer a sublimação da alma. Logo após, anotamos o "centro cerebral", contíguo ao "centro coronário, que ordena as percepções de variada espécie, percepções essa que, na vestimenta carnal, constituem a visão, a audição, o tato e a vasta rede de processos da inteligência que dizem respeito à Palavra, à Cultura, à Arte, ao Saber. É no "centro cerebral" que possuímos o comando do núcleo endocrínico, referente aos poderes psíquicos. Em seguida, temos o "centro laríngeo", que preside aos fenômenos vocais, inclusive às atividades do timo, da tiróide, e das paratiróides. Logo após, identificamos o "centro cardíaco", que sustenta os serviços da emoção e do equilíbrio geral. Prosseguindo em nossas observações, assinalamos o "centro esplênico", que no corpo denso, está sediado no baço, regulando a distribuição e a circulação dos recursos vitais em todos os escaninhos do veículo de que nos servimos. Continuando, identificamos o "centro gástrico, que se responsabiliza pela penetração de alimentos e fluidos em nossa organização e, por fim, temos o "centro genésico", em que se localiza o santuário do sexo, como templo modelador de formas e estímulos."
O instrutor fez pequena pausa de repouso e prosseguiu: "Não podemos olvidar, porém, que o nosso veículo sutil, tanto quanto o corpo de carne, é criação mental no caminho evolutivo, tecido com recursos tomados transitoriamente por nós mesmos aos celeiros do Universo, vaso de que nos utilizamos para ambientar em nossa individualidade eterna a luz divina da sublimação, com que nos cabe demandar as esferas do Espírito Puro. Tudo é trabalho da mente, no espaço e no tempo, a valer-se de milhares de formas, a fim de purificar-se e santificar-se para a Glória Divina."
"Quando a nossa mente, por atos contrários à Lei Divina, prejudica a harmonia de qualquer um desses fulcros de força de nossa alma, naturalmente se escraviza aos efeitos da ação desequilibrante, obrigando-se ao trabalho de reajuste. No caso de Júlio, observamo-lo como autor da perturbação no "centro laríngeo", alteração que se expressa por enfermidade ou desequilíbrio a acompanhá-lo fatalmente à reencarnação."

(Entre a Terra e o Céu, cap. XX, André Luiz/Chico Xavier, FEB)

Cérebro e Energia

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"Sendo o pensamento força sutil e inexaurível do Espírito, podemos categorizá-lo, assim, à conta de corrente viva e exteriorizante, com faculdades de auto-excitação e autoplasticização inimagináveis."

GERADOR DO CÉREBRO - Com alguma analogia, encontramos no cérebro um gerador auto-excitado, acrescido em sua contextura íntima de avançados implementos para a geração, excitação, exteriorização, captação, assimilação e desassimilação da energia mental, qual se um gerador comum desempenhasse não apenas a função de criar força eletromotriz e conseqüentes potenciais magnéticos para fornecê-los em certa direção, mas também todo acervo de recursos dos modernos emissores e receptores de radiotelefonia e televisão, acrescidos de valores ainda ignorados na Terra.
Erguendo-se sobre os vários departamentos do corpo, a funcionarem por motores de sustentação, o cérebro, com as células especiais que lhe são próprias, detém verdadeiras usinas microscópicas, das quais as pequenas partículas de germânio, na construção do transistor, nos conjuntos radiofônicos miniaturizados, podem oferecer imperfeita expressão.
É aí, nesse microcosmo prodigioso, que a matéria mental, ao impulso do Espírito, é manipulada e expressa, em movimento constante, produzindo correntes que se exteriorizam, no espaço e no tempo, conservando mais amplo poder na aura da personalidade em que se exprime, através de ação e reação permanentes, como acontece no gerador comum, em que o fluxo energético atinge valor mínimo, segundo a resistência integral do campo, diminuindo de intensidade na curva de saturação.
Nas reentrâncias de semelhante cabine, de cuja intimidade a criatura expede as ordens e decisões com que traça o próprio destino, temos, no córtex, os centros da visão, da audição, do tato, do olfato, do gosto, da palavra falada e escrita, da memória e de múltiplos automatismos, em conexão com os mecanismos da mente, configurando os poderes da memória profunda, do discernimento, da análise, da reflexão, do entendimento e dos multiformes valores morais de que o ser se enriquece no trabalho da própria sublimação.
Nessas províncias fulcros da individualidade, circulam as correntes mentais constituídas a base dos átomos de matéria da mesma grandeza, qual ocorre na matéria física, em que as correntes elétricas resultam dos átomos físicos excitados, formando, em sua passagem, o conseqüente resíduo magnético, pelo que depreendemos, sem dificuldade, a existência do eletromagnetismo tantos nos sistema interatômicos da matéria física, como naqueles em que se evidencia a matéria mental.

CORRENTE DO PENSAMENTO - Sendo o pensamento força sutil e inexaurível do Espírito, podemos categorizá-lo, assim, à conta de corrente viva e exteriorizante , com faculdades de auto-excitação e autoplasticização inimagináveis.
À feição do gerador "shunt", se a mente jaz desatenciosa, como que mantendo o cérebro em circuito aberto, forma-se, no mundo intracraniano, reduzida força mentocriativa que não determina qualquer corrente circulante no campo individual; mas, se a mente está concentrada, fazendo convergir sobre si mesma as próprias oscilações, a força mentocriativa gerada produz uma corrente no campo da personalidade que, a seu turno, provoca a formação de energia mental de sentido análogo àquele em que se exprime o magnetismo de resíduo, dilatando o fluxo até que a força aludida atinja o seu valor máximo, de acordo com a resistência do campo a que nos referimos.
Surpreendemos, nessa fase, o mesmo fenômeno de elevação da voltagem no gerador elétrico, porquanto, no cosmo fisiopsicossomático, a corrente mentocriativa se alteia até o ponto de saturação, do qual se alonga, com menor expressão de potencial, no rumo dos objetivos a que se afeiçoe, conforme a linha do desejo.

NEGAÇÃO DA CORRENTE MENTAL - Sempre que a corrente mental, ou mentocriativa não possa expandir-se, tal negação se filia a causas diversas, das quais, como acontece na máquina "shunt", assinalamos as mais expressivas:

1) Ausência de magnetismo residual, em se tratando de cérebros primitivos, isto é, de criaturas nos primeiros estágios do pensamento contínuo, no reino hominal, ou de pessoas por lago tempo entregues a profunda e reiterada ociosidade espiritual.

2) Circuitos mentais invertidos, em razão de monoideísmo vicioso, na maioria das vezes agravado por influências obsessivas.

3) Deficiência da aparelhagem orgânica, por motivo de enfermidade ou de perturbações temporárias, oriundas do relaxamento da criatura, no trato com o próprio corpo.


(Mecanismos da Mediunidade, cap. IX, André Luiz/Chico Xavier/Waldo Vieira, FEB)

Mecanismos da mente

ALMA E CORPO - Aclarando os problemas complexos da alienação mental na maioria dos espíritos desencarnados, pelo menos durante algum tempo, além da morte, vale comentar, ainda que superficialmente, alguns dos experimentos efetuados pela ciência terrestre nos mecanismos nervosos, para que possamos ajuizar da importância da harmonia entre a mente e seu veículo fisiopsicossomático, no plano físico ou extrafísico.
Assemelhando-se no conjunto ao musicista e seu instrumento, alma e corpo hão-de conjugar-se profundamente um com o outro para a execução do trabalho que a vida lhe reserva.
E, sabendo-se que a alma é direção e o corpo obediência, é da Lei Divina que o homem receba em si mesmo o fruto da plantação que realizou, visto que, nos órgãos de sua manifestação, recolhe as maiores concessões do Criador para que efetive o seu aperfeiçoamento na Criação.
Assim sendo, de seu próprio comportamento retira, nos vastos setores em que se lhe processa a evolução, o bem ou o mal que, lançado ao caminho, estará impondo a si mesmo.

SECÇÃO DA MEDULA - Através de experimentação positiva, conhece a Ciência de hoje a inalienável correlação entre o cérebro e todas as províncias celulares do mundo corpóreo.
Tomando, pois, em nossas anotações, o sistema cerebral por gabinete administrativo da mente, reconheceremos sempre que a conduta do corpo físico está invariavelmente condicionada à conduta do corpo espiritual, como a orientação do corpo espiritual está submetida ao governo de nossa vontade.
Sabemos, assim, que depois de seccionada a medula de um paciente se observa, de imediato, a insensibilidade completa, o relaxamento muscular, a paralisia e a eliminação dos reflexos somáticos e viscerais, em todas as partes que recebem os nervos nascidos abaixo do ponto em que se verifica o prejuízo.
A insensibilidade e a paralisia são decisivas, porquanto procedem da secção dos feixes ascendentes e do feixe piramidal, ou seja, do desligamento das regiões do corpo espiritual correspondentes aos tecidos orgânicos e no cérebro, qual se desse a retirada da força elétrica de determinado setor num campo extenso de ação.
Semelhante desligamento, porém, não se verifica de todo, o que acarretaria, quando em níveis altos, , irreversivelmente, o processo liberatório da alma com a desencarnação. Junções fluídicas sutis permanecem, ativas, entre as células dos implementos físicos e espirituais, como recursos fisiopsicossomático, em ajustes possíveis de emergência. Em razão disso, não obstante a insensibilidade a que nos reportamos, comparável ao "silêncio orgânico", deixado pela execução de uma neurotomia, muitos pacientes se queixam de dor em zonas localizadas para baixo do nível em que se expressou o corte, fenômeno esse perfeitamente atribuível ao contato das células do corpo espiritual com as fibras aferentes que vibram na cadeia simpática, penetrando a medula, acima do ponto molestado.

RECUPERAÇÃO DOS REFLEXOS - Devido, ainda, a esse reajustamento organizado instintivamente entre a alma e o corpo, os reflexos são gradativamente recuperados.
Em condições muito especiais de equilíbrio fisiopsicossomático do enfermo, os reflexos superficiais ressurgem quase sempre em vinte e quatro horas, depois do insulto sofrido, embora os reflexos anal e cremasteriano jamais se percam, insulto esse em que o sinal de Babinski ou extensão dos pedartículos, principalmente do primeiro, não raro acompanhada por determinado grau de contração dos músculos dos joelhos, denuncia a violação do feixe piramidal, equivalente à rutura de ligação das células do corpo espiritual nos implementos nervosos da veste física, assemelhando-se ao curto-circuito da energia elétrica nos condutores ininterruptos que lhe atendem à necessária circulação.
Na generalidade dos casos, porém, os reflexos em pacientes dessa espécie apenas reaparecem com mais vagar, no curso de semanas, tempo indispensável para que as células do corpo espiritual, vencendo as resistências do corpo físico, a ele se reimponham, quanto possível.

MECANISMO DO MONOIDEÍSMO - Em vista disso, se a criatura encarnada pode cair em amnésia ou afasia pela oclusão dos núcleos da memória ou da fala, se desequilíbrio integral da inteligência, a criatura desencarnada pode arrojar-se a frustrações semelhantes, sem perturbação total do pensamento, enquanto se lhe mantenha a distonia.
Segundo critério idêntico, se a habilidade de um homem para manobrar determinado idioma pode cessar numa das subdivisões do núcleo da fala, no córtex, persistindo a habilidade para lidar com idiomas outros, assim também o núcleo da visão profunda, no centro coronário, pode sofrer disfunção específica pela qual um espírito desencarnado contemplará tão somente, por tempo equivalente à perturbação em se encontre, os quadros terríveis que lhe digam respeito 1as culpas contraídas, sem capacidade para observar paisagens de outra espécie; escutará exclusivamente vozes acusadoras que lhe testemunhem os compromissos inconfessáveis, sem possibilidade de ouvir quaisquer outros valores sônicos, tanto quanto poderá recordar apenas acontecimentos que se lhe refiram aos padecimentos morais, com absoluto olvido dos fatos outros, até mesmo daqueles que se relacionem com a sua personalidade, motivo pelo qual se fazem tão raros os processos de perfeita identificação individual, na generalidade das comunicações mediúnicas, com entidades dementadas ou sofredoras, comumente estacionárias no monoideísmo que as isola em tipos exclusivos de recordação ou emoção, de vez que, nessas condições, o pensamento contínuo que lhes flui da mente, em circuito viciado sobre si mesmo, age coagulando ou materializando pesadelos fantásticos, em conexão com as lembranças que albergam.
E esses pesadelos não são realmente meras criações abstratas, porquanto, em fluxo constante, as imagens repetidas, formadas pelas partículas vivas de matéria mental, se articulam em quadros que obedecem também à vitalidade mais ou menos longa do pensamento, justapondo-se às criaturas desencarnadas que lhe dão forma e que, congregando criações do mesmo teor, de outros Espíritos afins, estabelecem, por associações espontâneas, os painéis apavorantes em que a consciência culpada expia, por tempo junto, as conseqüências dos crimes a que se empenhou, prejudicando a harmonia das Leis Divinas e conturbando, concomitantemente, a si mesma.

ZONAS PURGATORIAIS - Obliterando os núcleos energéticos da alma, capazes de conduzi-la às sensações de euforia e elevação, entendimento e beleza, precipita-se a mente, pelo excesso da taxa de remorso nos fulcros da memória, na dor do arrependimento a que se encarcera por automatismo, conforme os princípios de responsabilidade a se lhe delinearem no ser, plasmando com os seus próprios pensamentos as telas temporárias, mas por vezes de longuíssima duração, em que contempla, incessantemente, por reflexão mecânica, o fruto amargo de suas próprias obras, até que esgote os resíduos das culpas esposadas ou receba caridosa intervenção dos agentes do amor divino que, habitualmente, lhe oferecem o preparo adequado para a reencarnação necessária, pela qual retornará ao aprendizado prático das lições em que faliu.
É dessa forma que os suicidas
, com agravantes à frente do Plano Espiritual, como também os delinqüentes de variada categoria, padecem por largo tempo a influência constante das aflitivas criações mentais deles mesmos, a elas aprisionados, pela fixação monoidéica de certos núcleos do corpo espiritual, em detrimento de outros que se mantêm malbaratados e oclusos.
E porque o pensamento é força criativa e aglutinante na criatura consciente em plena Criação, as imagens plasmadas pelo mal, à custa da energia inestancável que lhe constitui atributo inalienável e imanente, servem para a formação das paisagens regenerativas em que a alma alucinada pelos próprios remorsos é detida em sua marcha, ilhando-se nas conseqüências dos próprios delitos, em lugares que, retendo a associação de centenas e milhares de transviados, se transformam em verdadeiros continentes de angústias, filtros de aflição e de dor, em que a loucura ou a crueldade, juguladas pelo sofrimento que geram para si mesmas, se rendem lentamente ao raciocínio equilibrado, para a readmissão indispensável ao trabalho remissor.

(Evolução em Dois Mundos, André Luiz/Chico Xavier/Waldo Vieira, cap. XVI, FEB)