domingo, 22 de novembro de 2009

Ler Matéria - Jornal O CLARIM

Viver a vida com alegria, deve ser a meta de todos!
Francisco Rebouças

Não te mantenhas distraído diante da vida que passa exuberante a te ofertar convites para buscar a realização de teus sonhos. Desperta e segue adiante, não percas as horas de teu dia com lamentações infrutíferas das ocasiões que não foram muito favoráveis às tuas pretensões, assim como para ti nem tudo foram flores, para todos os seres humanos as coisas também não foram diferentes, de um jeito ou de outro, todos tiveram e continuam a ter seus problemas.
Não te deixes contaminar pelo apelo dos desajustados e sem esperanças que, desanimados e sem disposição para lutar, se entregam indiferentes aos valores da vida de um ser destinado à felicidade e à perfeição.
Esses perdem longas horas em lamentações pela perda de alguns dos seus entes queridos que partiram desta para a outra vida, por força da Lei Natural que rege os destinos de todas as criaturas na Terra, e que, na verdade, continuam bem vivos, pois a morte nada mais é que a simples troca de vestimenta do Espírito Imortal, sem se darem conta de que muitos outros ainda seguem ao seus lados, sem qualquer demonstração de carinho e afeto dos familiares cegos e lamentosos que preferem sofrer que viver a vida ao lado dos que lhe fazem companhia diária na vida presente que segue.
Não te faças portador de lixo mental pernicioso, ao armazenar em teu interior a desequilibrada ideia de que estás muito novo ou muito velho para conquistar tuas vitórias e realizar teus objetivos mais interiores e particulares que só tu conheces.
Expulsa do teu íntimo todo e qualquer sentimento de tristeza, revolta, decepção etc. que te possam tomar de assalto, em um minuto de tua distração, e continua velando pelo teu sucesso, trabalhando e construindo teu futuro que de certo será brilhante, pois és um filho de Deus, tens a luz em teu interior e, se quiseres, farás brilhar de dentro para fora de ti essa chama Divina de que és portador, iluminando a ti e ao teu semelhante.
Procura, ao contrário, observar as belezas naturais que te cercam onde quer que estejas, sente o calor e a luz do sol a te aquecer e clarear teus caminhos, a exuberante natureza a te ofertar plantas, frutas, pássaros, flores, mares, montanhas, e uma infinidade de outras bênçãos naturais.
Sente a bondade do Pai Criador de tudo e de todos para contigo, ao te garantir a recepção neste mundo em uma família, que te recebe e te oferta inúmeras oportunidades de desenvolver e vivenciar os valores morais capazes de te garantirem progresso e evolução, onde terás a alegria de teus dias como criança, recebendo o amor e os cuidados de teus responsáveis, a companhia carinhosa de teus irmãos e familiares, amigos etc.
Por mais que tua vida exija de ti grandes sacrifícios, te cobre elevados tributos de sacrifícios, te exija dedicação e empenho para alcançares as mesmas coisas tão comuns na vida de qualquer ser humano, não te deixes levar pela visão equivocada de que estás entregues à própria sorte, pois, em verdade, tens a colaboração de dedicados amigos do plano espiritual a te auxiliarem na caminhada difícil de hoje, que te garantirá cedo ou tarde a libertação de teus comprometimentos com a Lei Maior, que a todos chamará à prestação de contas, pois não passamos por nada que não nos seja absolutamente de nossa inteira responsabilidade.
“O sofrimento, em si mesmo, é fonte motivadora para as lutas de crescimento emocional e amadurecimento da personalidade, que passa a compreender a existência de maneira menos sonhadora e mais condizente com a sua realidade. Os jogos e ilusões da idade infantil, superados, dão ensejo a uma integração consciente do indivíduo no grupo social no qual se encontra, fomentando o esforço pelo bem dos demais, por saber-se membro valioso e entender, por experiência pessoal, os gravames que a dor proporciona. Inobstante esta experiência lúcida, sabe que o esforço a envidar para liberar-se dos sofrimentos é, por sua vez, conquista da inteligência e do sentimento postos a serviço da sua realização pessoal e comunitária.
Na maior parte dos métodos, a vontade do paciente prevalece como fator de alta importância”.¹
Continua operoso, confiante, trabalhando em prol da libertação dos teus débitos com a Lei, e fica certo de que tudo valerá à pena quando de todas elas estiveres livre.

Fonte:
1- Livro: O Homem Integral – Cap. 34.
Divaldo Pereira Franco ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

Ler Matéria - Jornal O CLARIM


Vida passageira
Jaime Facioli

Uma inegável realidade de nossa existência é a passagem do tempo. Quando folheamos os álbuns da vida, vemos fotos de nossa infância e nos deliciamos com os acontecimentos passados na nossa jornada da vida. Tantos momentos felizes. O abraço carinhoso dos pais. A família reunida nas efemérides. O dia do nosso enlace matrimonial, o nascimento dos filhos e dos netos. Oh! meu Deus! Quantas coisas boas já vivenciamos. É verdade também que momentos amargos fizeram parte da nossa cesta básica da vida. É assim mesmo. Alimento sem sal é sem graça e sem sabor. Deus sabe o que precisamos para o nosso crescimento. São os desafios, as dificuldades e as lutas que nos fazem crescer em direção aos altiplanos celestiais. Cada dificuldade que a vida nos oferece é uma alavanca para o nosso crescimento.
Ao lançar nosso olhar para o nosso passado, tomamos consciência do quanto nossa vida é passageira. Oxalá meditemos por essa mesma razão, duas vezes antes de jogar fora as oportunidades que temos de ser e de fazer os outros felizes. Esse é o caminho e a direção que oportunamente o futuro nos mostrará no filme da vida, como um jardim florido pelos nossos atos de amor, de justiça e de caridade. Nada de se colher as flores cedo demais. Sabemos que há sementes que nunca brotam e outras que vivem a vida inteira sem despertar para a realidade do espírito, e pétala por pétala, vividas na consciência do sono, são entregues ao vento. É verdade que não somos adivinhos e nem predestinados, para conhecer o futuro de nossas vidas; nem mesmo sabemos se teremos tempo para florir e enfeitar o Éden de nossa viagem pelo planeta Terra.
Exatamente por não sabermos a duração de nossa viagem pelo planeta de provas e expiações é que nós descuidamos dos nossos compromissos com a vida, com o reto proceder, com a família e com a religiosidade. Esquecemo-nos das lições do Divino Jardineiro: Orai e Vigiai. Cuidamos pouco de nosso espírito e da lei que o Homem de Nazaré nos trouxe em nome do imenso amor que Ele nos dedica: a Lei de Amor, de Justiça e de Caridade. Insisto: descuidamos de nós e dos outros; deixamo-nos entristecer por coisas pequenas e contrariedades do dia a dia, perdendo minutos, horas, meses e anos preciosos em relação aos compromissos assumidos na pátria espiritual.
E assim é que nos calamos quando deveríamos falar; falamos demais quando deveríamos silenciar. Não abraçamos a esposa, os filhos e os amigos como anela nossa alma com sofreguidão, porque algo em nós impede essa aproximação. O ósculo como Jesus fazia então nem pensar. Dizemos para nos justificar: “não estamos acostumados com isso”. Mais ainda: não dizemos que gostamos de alguém porque achamos que o outro sabe automaticamente o que sentimos. Mesmo que ele saiba, é bom e faz bem à alma recordar o nosso amor ao próximo. Quando sentir em seu espírito que deseja externar esse sentimento de amor, pela palavra articulada ou por um gesto de carinho, um abraço ou um beijo, não o reprima. Diga a sua esposa, ao seu filho, ao seu amigo: Eu te amo.
Estamos convicto por conhecer de cátedra essa postura, que nessa ensancha se perceberá o brilho da luz que se acende nos olhos do ente querido. Não raras vezes, esse brilho se fará acompanhar de lágrimas que lavam a alma e purificam o espírito em nome da excelência do amor que o Cristo de Deus nos trouxe para ser vivenciado em Seu nome e do Pai Celestial. Não nos permitamos que a noite nos entregue nos braços de Morfeu e o dia renasçamos nas mãos de Cronos para continuarmos as mesmas criaturas fechadas em nós mesmos, eternamente reclamando nada ter, ou achando que o que temos não nos basta.
Não por outra razão estamos sempre cobrando, implacavelmente, procedimentos e graças dos outros, da vida e de nós mesmos. Já nos acostumamos a comparar nossas vidas com as daqueles que possuem mais do que a gente. Olvidamos que aquele que se compara se exalta ou se diminui perante a vida e a Divindade. Cada ser tem o seu próprio valor e é um ser personalíssimo. Basta confiar no Senhor da Vida. Ele sabe o que faz. Por isso Ele é Onipotente, Onisciente e Onipresente.
É com esse sentido que o tempo passa e muitos de nós acabamos passando pela vida sem vivê-la em plenitude. Sobrevivemos porque nos falta a religiosidade e não sabemos fazer outra coisa se não reclamar. Chegará, todavia, para todos os filhos da Consciência Cósmica, indistintamente, o momento em que acordaremos e olharemos para trás e nos questionaremos: E agora? Agora amigos, hoje, ainda é tempo de reconstruir nossas vidas, na fraternidade e no amor que nos trouxe o Divino Galileu. O amor não tem nem hora nem tempo, é sempre oportuno dar o abraço amigo, dizer uma palavra carinhosa, agradecer pelo que temos: a saúde, o corpo perfeito, a família, as provas e os desaires da vida, ferramentas de crescimento para os filhos da Providência Divina alcançarem os páramos celestiais.
De fato, nunca se é velho ou jovem demais para se amar, dizer uma palavra gentil ou fazer um gesto carinhoso. Por essa razão, não olhe para trás. O que passou, passou. Foram aulas preciosas para a nossa elevação espiritual. Agora é hora de olhar para frente. Ainda é tempo de apreciar as flores que estão inteiras ao nosso redor. Ainda é tempo de voltar-se para Deus e agradecer pela vida que, mesmo passageira nas existências terrenas, ainda está em nossas mãos pelo exercício do livre-arbítrio; fazê-la bela, colorida e consentida, pois somos sempre eternos. Não se esqueça que o ontem é passado, o amanhã a Deus pertence, mas o hoje, como o conhecemos na conjugação dos verbos é o tempo presente. Presente que o Sentimento Divino nos concede para que possamos implantar a reforma íntima de que carecem nossos espíritos em direção às estrelas.
Afiance-se por isso que, conhecendo o fato de que quando chegar o momento de nossa grande viagem, único fatalismo que existe neste planeta de Deus, levaremos na nossa bagagem apenas a edificação do bem. Estejamos preparados, alegres, felizes e com a alma repleta do perfume de Jesus, para quando chegarmos aos esplendores celestes nosso traje seja de pureza como carta de alforria para haurir as bênçãos do Senhor da Vida.

Ler Matéria - Jornal O CLARIM- Espiritismo

Cairbar Schutel

Publicado em 20 de março de 1926

Dentre todas as doutrinas que pleiteiam a simpatia das almas, salienta-se o Espiritismo, que no curto espaço de setenta e poucos anos, pode-se dizer, difundiu-se no mundo todo como a claridade de um sol sem manchas.
Sem majestades, sem fortuna, sem influxo da nobreza, dos cultos que fascinam, dos governos que oprimem, sem o auxílio dos grandes e dos poderosos, firmou-se a excelente e incomparável religião, semelhante ao edifício da Parábola que desafia todos os vendavais e resiste a todas as correntezas.
E por que assim acontece?
É porque o Espiritismo é a única doutrina que se assenta em fatos positivos que se submetem ao mais minucioso exame, ao mais exigente controle.
É porque o Espiritismo é a única ciência demonstrativa da imortalidade, cujos fenômenos examinados pelos maiores sábios da Terra não deixaram de ser por estes constatados e proclamados como fatos positivos, concretos, persistentes e irrefutáveis.
É que a sua filosofia, cheia de verdade e de consolação, ergue os ânimos abatidos, desperta as consciências adormecidas, ilumina o passado, dá conta do presente, permite a visão do futuro, não limita a sua ação à Terra, mas desdobra aos olhos de todos as maravilhas da Eternidade, os enigmas do Universo, onde os poderes do Espírito se manifestam com suprema inteligência, incomparável sabedoria e grandiloquente amor.
É que a sua Moral, fac-símile da moral do Cristo, só sabe proclamar o perdão, a benevolência, a paciência, a indulgência, a caridade, enfim, virtudes que manda seus adeptos exercerem até para os ínfimos seres, os animais inferiores – espíritos frágeis e atrasados que percorrem ainda as baixas esferas da criação.
Abrangendo todos os conhecimentos humanos do alfa ao ômega que o sábio e santo pode assimilar, o Espiritismo não cessa aí a sua luz, não limita nestes âmbitos estreitos a sua claridade; sua sabedoria é de progresso verdadeiro, crescente, infinito, ilimitado; seus conhecimentos não terminam no túmulo para daí se evolarem em espirais de conjecturas, como acontece às doutrinas sectárias, mas rompe as barreiras da morte e distende do outro lado o panorama de uma Vida mais real, mais impulsiva para a Luz, mais produtiva em felicidades que a vida exterior, terrena, de aparências enganadoras.
Sem destruir a Lei e os Profetas, mas antes esforçando-se para o seu cumprimento; sem condenar, mas absolvendo, ensinando e auxiliando; sem limitar doutrina, nem impondo dogmas, mas exaltando o raciocínio, esclarecendo a inteligência e incitando o sentimento, o Espiritismo é o grande e luminosos farol que conduz os pobres náufragos da vida à salvação e daí à felicidade imortal.
Examinai sem espírito preconcebido todas as doutrinas que pleiteiam a simpatia dos homens e dizei qual delas reúne, num corpo maravilhoso, tanta harmonia, tanta verdade, tantas consolações, tantas luzes, tantos sons, tanta benevolência para oferecer às almas boas e más, ignorantes e letradas, em atraso e progresso!
Examinai as doutrinas da Terra, as ciências e filosofias, as religiões que se arrogam de posse da verdade e dizei qual delas vos proporciona, como o faz o Espiritismo, a prova ao lado do ensino, a prática ao lado da teoria, o fenômeno ao lado “nomeno”*?
O Espiritismo é, como disse o sábio, a ciência que nos ensina a nossa natureza espiritual e demonstra a nossa sobrevivência, abrindo a todas as inteligências mais largos e extensos horizontes onde a Verdade impera, a Ciência enaltece e o Amor glorifica.
Espiritismo é Espiritismo, não existe palavra que melhor pudessem nomeá-lo, não existe expressão que melhor preenchesse e resumisse, em linguagem humana, a gloriosa e indispensável doutrina que é o poderoso motor da nossa ascensão para a Perfeição, para a Eternidade, para Deus.

* Númeno, no kantismo, é a realidade tal como existe em si mesma, de forma independente da perspectiva necessariamente parcial em que se dá todo o conhecimento humano; coisa em si, nômeno, noúmeno (embora possa ser meramente pensado, por definição é um objeto incognoscível). Etimologia: advém do alemão Noumenon, palavra criada pelo filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804), a partir do grego nooúmena usada por Platão ao falar da ideia, propriamente ‘aquilo que é pensado, pensamento’. Mais informações: http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal e http://www.google.com.br/

Vida após morte na PUC

O assunto não tem nada a ver com religião, apesar de falar de vida após a morte. Sonia Rinaldi há mais de 20 anos pesquisa o assunto e prepara-se para um desafio hercúleo: levar para um ambiente totalmente cético algo que comumente é tratado como crença. Ela vai defender, a partir deste ano, uma tese de mestrado na PUC - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, intitulada "Transcomunicação: Interconectividade entre Múltiplas Realidades e a Convergência de Ciências para a Comprovação Científica da Comunicabilidade Interplanos", com a qual pretende comprovar que após a morte do corpo físico a consciência sobrevive.
Essa consciência, segundo Sonia, classificada de vários nomes, mantém sua individualidade, história, aquisições morais e intelectuais, além de ter capacidade de comunicação com o mundo da matéria. Atualmente, como uma das coordenadoras do Instituto de Pesquisas Avançadas em Transcomunicação Instrumental, Sonia passa seus dias conectando aparelhos de gravação de áudio e vídeo, buscando contato com o que convencionamos chamar de "o outro lado da vida".
Para a pesquisadora, o fato deste tipo de abordagem adentrar o mundo acadêmico é uma conquista que só será percebida no futuro, mas que trará benefícios para toda a Humanidade: "É chegada a hora de sair da infância e encarar a realidade da nossa evolução contínua.", diz Sonia.
Acompanhe a entrevista exclusiva concedida por Sonia Rinaldi ao editor da NovaE.

Após 20 anos de pesquisa, como a ciência clássica, baseada em conceitos da matéria, vem encarando o seu trabalho?
A Ciência, de forma ampla, está longe de se interessar. Uns tantos cientistas mundo a fora vêm trabalhando no sentido de documentar a realidade da sobrevivência após a morte. Porém, quer nos parecer que nenhum fenômeno é mais concreto - e, portanto, suscetível de toda sorte de análises e investigação, como requer a Ciência - do que a Transcomunicação Instrumental - ou seja, a comunicação com o Outro Lado da Vida através de gravações em computador e vídeo. Este ano de 2009 traz uma nova rota para nossa pesquisa, pois inicio Mestrado na PUC - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, justamente para levar a Transcomunicação ao meio acadêmico, coisa que jamais ocorreu na História. Veremos, daqui a uns anos, o que teremos conseguido.

Como foi o processo de aprovação de sua tese de mestrado, sobre este assunto tão avesso ao mundo acadêmico?
Chegaram a me chamar na PUC para eu mudar minha tese, mas não aceitei. Tenho premência em conduzir a pesquisa conforme a proposta, pois minha tese não será simples - propus uma mega-tese multidisciplinar, pois já considerei o fato de que eu, sozinha, seria inapta para comprovar qualquer coisa. Propus a participação de engenheiros, físicos e matemáticos - todos com doutorado, para que sejam eles que avaliem, dentro dos parâmetros requeridos pela Ciência, que o fenômeno é real. A minha parte é levantar a ocorrência do fenômeno - a deles será endossar a autenticidade e - dentro das possibilidades -, tentar explicá-lo.

Quem serão os maiores beneficiados com a comprovação científica da sobrevivência após a morte?
A meu ver, a própria Humanidade, que deixará de se enganar. É como se fosse chegada a hora de sair da infância e encarar a realidade da nossa evolução contínua.

Você pode explicar aos nossos leitores, em sua maioria, leiga neste assunto, o que seria a hipótese "sobrevivencialista" em contraposição à hipótese "psi"?
Quem é a favor da sobrevivência após a morte vê a coisa como sendo o ser humano composto de um corpo e uma alma, ou espírito. Na morte do corpo físico, esse espírito ou consciência, prosseguiria na jornada. Esse é o ponto de vista dos espiritualistas. Já uns tantos parapsicólogos acham que os fenômenos paranormais não são resultado de uma intervenção espiritual, mas sim, produto da própria mente de quem produz o fenômeno. No caso da Transcomunicação, exaustivamente essa segunda hipótese fica descartada, por uma série de fatores que não arrolaremos para não nos estendermos. Mas sumarizamos dizendo que as Vozes que gravamos falam de coisas que ninguém sabia, dão nomes de pessoas, cidades de origem, etc., que o transcomunicador nunca ouviu falar. Filhos falecidos mencionam peculiaridades que só a família sabe, etc. Não há a menor possibilidade de ser produto da mente de alguém. Necessariamente, os contatos mostram que estamos em contato com seres que já partiram.

Como são realizadas suas experiências de gravação? Qual é sua rotina de pesquisadora?
Agora, com o Mestrado, tudo girará em função disso, e as gravações serão feitas para que os cientistas que participarão da tese possam ter mais e mais elementos de estudo. Fora disso, vou continuar dando uma aula por mês de como gravar para as pessoas interessadas.

Nos workshops realizados por você, como as pessoas têm reagido ao contato com entes que se foram? Na mesma linha desta questão, a saudade e a necessidade de um contato não podem prejudicar uma análise racional?
Em todos os cursos (workshops) que damos, todos obtêm resultados de seus falecidos e aprendem a gravar. Não há como comprometer a interpretação, porque, ou a resposta está lá ou não está. Nossas gravações há anos são bem claras... não deixam margem de dúvida ou permita dúbia interpretação. Se a gravação/resposta não for clara, será descartada.

Quando se fala em vida após a morte, as pessoas fazem logo uma conexão com religião, que, no sentido clássico, vai na contramão da pesquisa científica. Como você lida com isto?
Religião que se esconde atrás de dogmas e não respeita a lógica deve estar com os dias contados. A globalização e o avanço tecnológico despertaram a racionalidade, e a visão setorizada tende a mudar. Ou algo é "verdade" ou não merece crédito. E tudo que é "verdade" tem que ser passível de análise e investigação. Há de chegar o tempo em que o ser humano dispensará supostas leis divinas, sejam lá quais forem, que não passem pelo crivo da lógica racional.

Considerando a hipótese sobrevivencialista, quais as diferenças deste contato em relação à psicografia, já que as gravações captam pequenas frases, às vezes com uma estrutura gramatical inversa, bem diferente dos livros mediúnicos, que são verdadeiros tratados, romances, com estruturas complexas...
A diferença fica por conta de que tudo que não pode ser matematicamente investigado, fica excluído do interesse da Ciência. Até hoje, centenas de médiuns têm dado importante contribuição no sentido filosófico e social; porém, fica fora da possibilidade da comprovação da realidade disso. Já no caso da Transcomunicação, qualquer "alô!" vem com um peso incontestável diante dos olhos de um cientista. Por isso, penso que a Transcomunicação Instrumental é o veiculo mais poderoso para comprovar que se vive depois da morte, além, claro, de levar consolo a milhares de pessoas que sofrem com a perda de alguém querido. (Manoel Fernandes Neto)

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Reflexão inadiável

MORTE

Sendo a mente o espelho da vida, entenderemos sem dificuldade que, na morte, lhe prevalecem na face as imagens mais profundamente ínsculpidas por nosso desejo, àcusta da reflexão reiterada, de modo intenso. Guardando o pensamento — plasma fluídico — a precisa faculdade de substancializar suas próprias criações, imprimindo-lhes vitalidade e movimento temporários, a maioria das criaturas terrestres, na transição do sepulcro, é naturalmente obcecada pelos quadros da própria imaginação, aprisionada a fenômenos alucinatórios, qual acontece no sono comum, dentro do qual, na maioria das circunstâncias, a individualidade reencarnada, em vez de retirar-se do aparelho físico, descansa em conexão com ele mesmo, sofrendo os reflexos das sensações primárias a que ainda se ajusta.
Todos os círculos da existência, para se adaptarem aos processos da educação, necessitam do
hábito, porque todas as conquistas do espírito se efetuam na base de lições recapituladas.
As classes são vastos setores de trabalho específico, plasmando, por intermédio de longa
repercussão, os objetivos que lhes são peculiares naqueles que as compõem.
É assim que o jovem destinado a essa ou àquela carreira é submetido, nos bancos escolares,
a determinadas disciplinas, incluindo a experiência anterior dos orientadores que lhe
precederam os passos na senda profissional escolhida.
O futuro militar aprenderá, desde cedo, a manejar os instrumentos de guerra, cultuando as
instruções dos grandes chefes de estratégia, e o médico porvindouro deverá repetir, por anos sucessivos, os ensinos e experimentos dos especialistas, antes do juramento
hipocrático.
Em todas as escolas de formação, vemos professores ajustando a infância, a mocidade e a
madureza aos princípios consagrados, nesse ou naquele ramo de estudo, fixando-lhes personalidade particular para determinados fins, sobre o alicerce da reflexão mental
sistemática, em forma de lições persistentes e progressivas.
Um diploma universitário é, no fundo, o pergaminho confirmativo do tempo de recapitulações
indispensáveis ao domínio do aprendiz em certo campo de conhecimento para efeito de serviço
nas linhas da coletividade.
Segundo o mesmo principio, a morte nos confere a certidão das experiências repetidas a que
nos adaptamos, de vez que cada espírito, mais ou menos, se transforma naquilo que imagina.

É deste modo que ela, a morte, extrai a soma de nosso conteúdo mental, compelindo-nos a viver, transitoriamente, dentro dele. Se esse conteúdo é o bem, teremos a nossa parcela de céu, correspondente ao melhor da construção que efetuamos em nós, e se esse conteúdo é o mal estaremos necessariamente detidos na parcela de inferno que corresponda aos males de nossa autoria, até que se extinga o inferno de purgação merecida, criado por nós mesmos na intimidade da consciência.
Tudo o que foge à lei do amor e do progresso, sem a renovação e a sublimação por bases,
gera o enquistamento mental, que nada mais é que a produção de nossos reflexos pessoais acumulados e sem valor na circulação do bem comum, consubstanciando as idéias fixas em que passamos a respirar depois do túmulo, à feição de loucos autênticos, por nos situarmos
distantes da realidade fundamental.
É por esta razão que morrer significa penetrar mais profundamente no mundo de nós mesmos,
consumindo longo tempo em despir a túnica de nossos reflexos menos felizes, metamorfoseados em região alucinatória decorrente do nosso monoideísmo na sombra, ou transferindo-nos simplesmente de plano, melhorando o clima de nossos reflexos ajustados ao bem, avançando em degraus conseqüentes para novos horizontes de ascensão e de luz.

EMMANUEL
(Pensamento e Vida, 29, FCXavier)


O SANTUÁRIO SUBLIME

"No corpo humano, temos na Terra o mais sublime dos santuários e uma das super maravilhas da Obra Divina." - Emmanuel

Noutro tempo, as nações admiravam como maravilhas o Colosso de Rodes, os Jardins Suspensos da Babilônia, o Túmulo de Mausolo, e, hoje, não há quem fuja ao assombro, diante das obras surpreendentes da engenharia moderna, quais sejam a Catedral de Milão, a Torre Eiffel ou os arranha-céus de Nova Iorque.

Raros estudiosos, no entanto, se recordam dos prodígios do corpo humano, realização paciente da Sabedoria Divina, nos milênios, templo da alma, em temporário aprendizado na Terra.

Por mais se nos agigante a inteligência, até agora não conseguimos explicar, em toda a sua harmoniosa complexidade, o milagre do cérebro, com o coeficiente de bilhões de células; o aparelho elétrico do sistema nervoso, com os gânglios à maneira de interruptores e células sensíveis por receptores em circuito especializado, com os neurônios sensitivos, motores e intermediários, que ajudam a graduar as impressões necessárias ao progresso da mente encarnada, dando passagem à corrente nervosa, com a velocidade aproximada de setenta metros por segundo; a câmara ocular, onde as imagens viajam, da retina para os recônditos do cérebro, em cuja intimidade se incorporam às telas da memória, como patrimônio inalienável do espírito; o parque da audição, com os seus complicados recursos para o registro dos sons e para fixação deles nos recessos da alma, que seleciona ruídos e palavras, definindo-os e catalogando-os na situação e no conceito que lhes são próprios; o centro da fala; a sede miraculosa do gosto, nas papilas da língua, com um potencial de corpúsculos gustativos que ultrapassa o número de 2.000; as admiráveis revelações do esqueleto ósseo; as fibras musculares; o aparelho digestivo; o tubo intestinal; o motor do coração; a fábrica de sucos do fígado; o vaso de fermentos do pâncreas; o caprichoso sistema sangüíneo, com os seus milhões de vidas microscópicas e com as suas artérias vigorosas, que suportam a pressão de várias atmosferas; o avançado laboratório dos pulmões; o precioso serviço de seleção dos rins; a epiderme com os seus segredos dificilmente abordáveis; os órgãos veneráveis da atividade genésica e os fulcros elétricos e magnéticos das glândulas no sistema endocrínico.

No corpo humano, temos na Terra o mais sublime dos santuários e uma das super maravilhas da Obra Divina...

Da cabeça aos pés, sentimos a glória do Supremo Idealizador que, pouco a pouco, no curso incessante dos milênios, organizou para o espírito em crescimento o domicílio de carne em que alma se manifesta. Maravilhosa cidade estruturada com vidas microscópicas quase imensuráveis, por meio dela a mente se desenvolve e purifica, ensaiando-se nas lutas naturais e nos serviços regulares do mundo, para altos encargos nos círculos superiores.

A bênção de um corpo, ainda que mutilado ou disforme, na Terra, é como preciosa oportunidade de aperfeiçoamento espiritual, o maior de todos os dons que o nosso Planeta pode oferecer.

Até agora, de modo geral, o homem não tem sabido colaborar na preservação e na sublimação do castelo físico. Enquanto jovem, estraga-lhe as possibilidades, de fora para dentro, desperdiçando-as impensadamente, e, tão logo se vê prejudicado por si mesmo ou prematuramente envelhecido, confia-se à rebelião, destruindo-o de dentro para fora, a golpes mentais de revolta injustificável e desespero inútil.

Dia surge, porém, no qual o homem reconhece a grandeza do templo vivo em que se demora no mundo e suplica o retorno a ele, como trabalhador faminto de renovação, que necessita de adequado instrumento à conquista do abençoado salário do progresso moral para a suspirada ascensão às Esferas Divinas.

EMMANUEL
(Do livro "Roteiro", 3, FCXavier, edição FEB)

Água que ajuda na recuperação energética

Postado em 8 de outubro de 2009 por Janio Alcantara

3 maneiras de fluidificação da água

3 maneiras de fluidificação da água

Por que os centros espíritas oferecem, gratuitamente, ao final de cada reunião em geral, água àqueles que a quiserem tomar?

É a ÁGUA FLUIDIFICADA ou magnetizada que é energizada pela Espiritualidade vinculada ao Cristo, sem ou com o auxílio de pessoas de boa vontade que também doam seu próprio magnetismo.

A água fluidificada (seja na casa espírita ou em qualquer lugar mediante uma prece sincera para tal fim) ao ser ingerida beneficia a saúde física, etérica e magnética da pessoa, porque é assimilada pelo organismo, que absorve as quintessências (matéria da dimensão astral) que atuarão no corpo espiritual, semelhante ao remédio homeopático.

Geralmente, esta água é indicada como auxiliar em serviços de passes (Lembram da imposição de mãos? É parecido), uma vez que a água fluidificada auxilia que o magnetismo colhido no passe perdure por mais tempo, tratando o indivíduo.

O Espírito Emmanuel, no livro “O Consolador”, via-Chico Xavier afirmou que “a água pode ser fluidificada, de modo geral, em benefício de todos; todavia, pode sê-lo em caráter particular para determinado enfermo, e, neste caso, é conveniente que o uso seja pessoal e exclusivo”.

Não que se admirar do “poder” da água. Afinal, o ser humano é composto de mais de 70% de água. É natural que a água (fluidificada) venha ao encontro da água do organismo físico. Por outro lado, diz a Espiritualidade que as moléculas da água são altamente influenciáveis a ponto de absorverem os fluidos medicamentosos que lhe forem dirigidos.

Assim, onde quer que estejamos, envolvamos os líquidos que tomarmos em jatos de luz, através da prece que só beneficiaremos a saúde. Paz e Bem!

Posts de ‘Prática Espírita’


Responsabilidade pela obsessão

Postado em 12 de novembro de 2009 por Janio Alcantara

Obsessão, na ótica espírita, no sentido amplo, é toda e qualquer influência perniciosa que uma mente exerça sobre outra. No sentido estrito, é uma ação persistente que um Espírito ignorante exerce sobre a vida mental de um indivíduo com reflexos na conduta e/ou saúde.

Allan Kardec classificou a obsessão em 3 tipos:

1. Simples: o espírito obsessor age abertamente e só consegue atrapalhar o obsidiado.

2. Fascinação: o obsidiado acredita plenamente no que diz o obsessor e se afasta de quem quer possa esclarecê-lo da situação.

3. Subjugação: é a “possessão” das Escrituras. Caracteriza-se pela total entrega do pensamento e da vontade do obsidiado ao Espírito subjugador.

Quem abre as portas para a instalação desse malefício psíquico (e até físico) é o encarnado com seus pensamentos, sentimentos e atitudes. Tudo isto gera um campo de freqüência vibratória de baixo padrão – e como os semelhantes se buscam – a partir daqui Espíritos em igual estado de emissão sintonizam fácil os encarnados. Estes poderão conviver com os Espíritos que atraírem.

O melhor antídoto contra a obsessão é o autoconhecimento para que saibamos reconhecer o que é nosso (do mundo interior) do que vem de fora (de outras mentes); é estar atento para mudar nossos pensamentos e sentimentos sempre que estes estiverem sendo negativos e doentios; é ter uma postura propositiva de realizar o Bem,como forma de ocupar bem o tempo livre que temos.

Nós as pessoas é que somos responsáveis pelas influências que atraímos, sejam as equilibradas ou não. Os Espíritos que nos influenciam são meras conseqüências do que cada um de nós pensa, sente e age. Por isto, a importância e a atualidade do ensinamento do Cristo: “Vigiai e orai!”

Categoria: Allan Kardec, Autoconhecimento, Mediunidade, Prática Espírita | Comentários: Comente

Os Beneficios da aguá

Mais um dos benefícios da água

Postado em 4 de novembro de 2009 por Janio Alcantara

Documentário interessante sobre a "sensibilidade" da água ante nossos pensamentos e emoções

Documentário interessante sobre a "sensibilidade" da água ante nossos pensamentos e emoções

É comum nas reuniões espíritas ser franqueada aos freqüentadores a água fluidificada. É água energizada pela vontade e intenção dos Espíritos ou de algum magnetizador encarnado. A ingestão desta água vai ajudar a fixar no corpo físico os elementos etéreos colhidos no passe auxiliando assim a recuperar a saúde quando sobretudo está sendo afetado o corpo material.

A água pode ser fluidificada, de modo geral, em benefício de todos; todavia, pode sê-lo em caráter particular para determinado enfermo, e, neste caso, é conveniente que o uso seja pessoal e exclusivo.

Para o Espírito Bezerra de Menezes, “”A água, em face da sua constituição molecular, é elemento que absorve e conduz a bioenergia lhe é ministrada. Quando magnetizada e ingerida, produz efeitos orgânicos compatíveis com o fluido de que se faz portadora”.

Na série “Nosso Lar”, o Espírito André Luiz registra que “… a água é veículo dos mais poderosos para os fluidos de qualquer natureza. Aqui (em Nosso Lar), ela é empregada sobretudo como alimento e remédio.

Sugiro assistir ao documentário “O PODER DA ÁGUA”, lançado em DVD pela Dreamland, onde em 45min, vemos imagens de moléculas de água fotografadas pelo pesquisador japonês MASARU EMOTO, que ficou conhecido mundialmente no documentário “Quem Somos Nós?“.

Masaru Emoto e uma molécula de água fotografada
Masaru Emoto e uma molécula de água fotografada

O fato é que o corpo humano é composto em sua maioria de água (os índices variam de 70 a 90%) e que a qualidade de nossos pensamentos e sentimentos, de nossas falas e emoções influenciam para adoecer ou curar nosso corpo.

Claro que a água fluidificada ajuda, mas a cura se faz de dentro para fora do indivíduo através de seu autoconhecimento, autotransformação e o exercício da compaixão no encontro com o outro, como fez Jesus, o Cristo, por exemplo.

As ajudas (toda e qualquer) serão sempre bem-vindas, mas recebamos com a consciência de que vêm de fora para dentro e por esta razão têm seus limites. Paz e Bem!

MENSAGEM DO DIA

Bem e Mal Sofrer
Autor Allan Kardec


Quando o Cristo disse: "Bem-aventurados os aflitos, o reino dos céus lhes pertence", não se referia de modo geral aos que sofrem, visto que sofrem todos os que se encontram na Terra, quer ocupem tronos, quer jazam sobre a palha. Mas, ah! poucos sofrem bem; poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem conduzi-los ao reino de Deus. O desânimo é uma falta. Deus vos recusa consolações, desde que vos falte coragem. A prece é um apoio para a alma; contudo, não basta: é preciso tenha por base uma fé viva na bondade de Deus. Ele já muitas vezes vos disse que não coloca fardos pesados em ombros fracos. O fardo é proporcionado às forças, como a recompensa o será à resignação e à coragem. Mais opulenta será a recompensa, do que penosa a aflição. Cumpre, porém, merecê-la, e é para isso que a vida se apresenta cheia de tribulações.

O militar que não é mandado para as linhas de fogo fica descontente, porque o repouso no campo nenhuma ascensão de posto lhe faculta. Sede, pois, como o militar e não desejeis um repouso em que o vosso corpo se enervaria e se entorpeceria a vossa alma. Alegrai-vos, quando Deus vos enviar para a luta. Não consiste esta no fogo da batalha, mas nos amargores da vida, onde, às vezes, de mais coragem se há mister do que num combate sangrento, porquanto não é raro que aquele que se mantém firme em presença do inimigo fraqueje nas tenazes de uma pena moral. Nenhuma recompensa obtém o homem por essa espécie de coragem; mas, Deus lhe reserva palmas de vitória e uma situação gloriosa. Quando vos advenha uma causa de sofrimento ou de contrariedade, sobreponde-vos a ela, e, quando houverdes conseguido dominar os ímpetos da impaciência, da cólera, ou do desespero, dizei, de vós para convosco, cheio de justa satisfação: "Fui o mais forte."

Bem-aventurados os aflitos pode então traduzir-se assim: Bem-aventurados os que têm ocasião de provar sua fé, sua firmeza, sua perseverança e sua submissão à vontade de Deus, porque terão centuplicada a alegria que lhes falta na Terra, porque depois do labor virá o repouso. - Lacordaire. (Havre, 1863.)


* * * Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo.

COMO COMBATER A MISTIFICAÇÃO

Publicado em Junho 28, 2008 por alexdeoxossi



Mistificar quer dizer: enganar, mentir, trapacear, burlar, tapear, iludir, iniciar alguém nos mistérios de um culto, torná-lo iniciado, abusar da boa fé.

A mistificação são as escolhas mais desagradáveis da prática espírita, mas há um meio de evitá-los, o de não pedir ao espiritismo nada mais do que ele pode e deve nos dar. O objetivo do espiritismo é o aperfeiçoamento moral da humanidade. Desde que não nos afastemos disso jamais seremos enganados, pois não há duas maneiras de compreender a verdadeira moral, aquela de que todo homem de bom senso pode admitir; mesmo que o homem nada peça, nem evoque, sofre mistificações, se aceitarem o que dizem os espíritos mistificadores. Se o homem recebesse com reserva e desconfiança tudo que se afasta do objetivo essencial do espiritismo, os espíritos levianos não o enganariam tão facilmente.

Então concluímos que mistificado é somente aquele que merece ser enganado! Emmanuel diz sobre a vaidade: “Não te mortifiques pela obtenção do ensejo de aparecer nos cartazes enormes do mundo. Isso pode traduzir muita dificuldade e perturbação para teu espírito, agora ou depois.” (Vinha de Luz, pág 23)…

E sobre o orgulho: “Se Jesus tivesse adotado a reação da dignidade ferida, o apelo à justiça teria apagado o esplendor da Boa Nova; no entanto, o silêncio e o sacrifício do Mestre Divino, ainda hoje, como ontem e qual ocorrerá no futuro, suscita o aprendizado e a sublimação da Humanidade inteira.”

E um outro espírito de luz: “O orgulho nos induz a julgar-nos mais do que somos; a não suportarmos uma comparação que nos possa rebaixar; a nos considerarmos tão acima dos nossos irmãos que o menor paralelo nos irrita e aborrece.”

O exercício correto da mediunidade requer determinadas normas, disciplina, seriedade, propósitos elevados para que os objetivos sejam alcançados e o fenômeno ocorra com equilíbrio. Embora todos os cuidados que a prática mediúnica exige, nenhum médium está isento de ser mistificado.

As mistificações podem ser: inconscientes (involuntárias) e conscientes (voluntárias).

Diz-se que as mistificações são inconscientes ou involuntárias quando o médium não as detecta, ou seja, quando não tem noção de que estão ocorrendo. O espírito mistificador é, em geral, ardiloso, astuto e, de modo proposital, tenta enganar o médium.

A este respeito leciona Allan Kardec: a astúcia dos espíritos mistificadores ultrapassa às vezes tudo o que se possa imaginar. A arte, com que dispõem suas baterias e combinam os meios de persuadir seria uma coisa curiosa se eles nunca passassem dos simples gracejos; porém, as mistificações podem ter conseqüências desagradáveis para os que não se acham em guarda.

A mistificação inconsciente acontece pela inexperiência, ingenuidade, invigilância e/ou falta de estudo do médium, como também dos demais integrantes da equipe mediúnica. Nas mistificações desse teor o médium é colocado, às vezes, em situações ridículas, apresentando comunicações absurdas, mentirosas, vazias em seu conteúdo, sem que se dê conta disso.

Terapia de Vidas Passadas e Espiritismo

Quais as relações entre TVP e Espiritismo?

A Terapia de Vidas Passadas é um conjunto de técnicas terapêuticas que tem como objetivo de desvendar o motivo de certos comportamentos que cultivamos no presente, tratar as personalidades passadas, descobrir a proposta encarnatória, realizar a liberação das emoções e energias reprimidas ou acumuladas, tratar e encaminhar energias intrusas, purificar as energias da nossa aura e ajudar as pessoas a tomarem consciência de que não são apenas um ser físico tendo uma experiência material, mas um ser espiritual tendo uma experiência física.

Nesse sentido, existem algumas idéias e princípios que são compartilhados pela TVP e pelo Espiritismo. Os principais são:

1) a reencarnação

2) a lei de causa e efeito

3) a vida após a morte

4) a influência de personalidades espirituais nos assuntos humanos.

5) o livre arbítrio

6) a evolução espiritual

7) a existência de um corpo espiritual e de energias corporais, dentre outros.

É positiva a identificação dessas semelhanças, pois tudo aponta para o universalismo entre as correntes espirituais e os tratamentos terapêuticos. O Espiritismo tem um papel muito importante na humanidade atual, pois ele vem trazer uma mensagem de consciência espiritual e evolução, num mundo tão conturbado como o que vivemos.

O movimento espírita brasileiro, algumas vezes, apresenta uma visão ambígua com relação a TVP. Muitos procuram sempre enfatizar que o Espiritismo não aceita a TVP, porém, em outro momento, utilizam-se dos dados de pesquisadores de vidas passadas na busca de evidências que comprovem a hipótese da reencarnação. É certo que a TVP e o Espiritismo são coisas distintas e a diferença principal reside no fato de que o Espiritismo é uma religião e todos os seus preceitos já se encontram previamente definidos em suas obras básicas. A TVP, por outro lado, é uma técnica terapêutica com um campo de investigação livre, estando aberto para contestações e formulação de seus conceitos, princípios e técnicas, se as evidências forem suficientes para tal.

É absurdo supor, como pensam alguns, que apenas o terapeuta espírita possa realizar a TVP, pois apenas ele teria o conhecimento desses princípios. Todas estas questões e princípios que citamos foram ensinados por diversas tradições antigas e escolas espirituais e místicas do passado e do presente, sendo o Espiritismo apenas mais um a transmitir a humanidade as leis e princípios naturais da vida. Com as investigações que realizamos em TVP estamos bem próximos da fenomenologia espiritual e podemos investigar os princípios espirituais mais diretamente, com a mente aberta, sem estarmos presos a dogmas desta ou daquela corrente ou orientados por esta ou aquela escola.

Existem alguns terapeutas que buscam aproximar ao máximo a TVP do Espiritismo para com isso tornar a TVP mais aceitável ao público espírita, com vistas a atrair muitos espíritas para seus cursos e atendimentos. É preciso respeitar a visão daqueles que possuem uma ideologia espírita, o problema é quando se modifica a TVP para encaixa-la nos moldes desta ou daquela corrente, apenas com a finalidade de encher seu consultório. O aspecto negativo não é a modificação da TVP, mas a intenção mercadológica que move esta atitude. Essa não deve ser a postura de um profissional, pois este deve ser acima de tudo um pesquisador independente, que busca as evidências em seu próprio campo de pesquisa, tomando como referencia as experiências na literatura e nas tradições, mas ao mesmo tempo buscando sua confirmação da teoria na prática clínica e também em si mesmo. Nesse sentido, o ser humano é seu próprio laboratório e deve testar em si mesmo as verdades da existência. Só assim ele poderá desapegar-se do vício de crer e passar da fé cega para a sabedoria e a consciência.

(HUGO LAPA)

Atendimento com Terapia de Vidas Passadas no Rio de Janeiro e em São Paulo.

www.espacoauryn.com (021) 3936 1252 Mail: lapapsi@gmail.com

MSN: hugolapatvp@hotmail.com

Vamos ajudar é so pedir as músicas

Caros Amigos e Amigas:
Saudações.

O motivo deste meu contato é fazer-lhes um convite e um pedido.
Antes, porém, algumas explicações.
Conforme vocês devem saber o trabalho do compositor no Brasil, em especial daquele que busca realiza-lo com a qualidade que o público ouvinte faz por merecer é árduo e difícil. Existem 2 formas possíveis de conseguirmos colocar nossas composições na programação das rádios. Uma , que é imoral e que todos repudiamos, é através do pagamento do famigerado “JABÁ”- o compositor paga altos valores para que determinadas empresas executem suas músicas. A outra, é simples e consistente: basta que um número expressivo de pessoas solicite a inclusão de músicas na programação das emissoras. Assim, aqui vão:

* 1- Convite – Convido você e seus amigos a conhecerem meu trabalho, acessando meu site: www.sergiosachi.ning.com nele você encontrará também arquivos em Mp3, que podem ser baixados à vontade.
* 2- O pedido- Peço-lhe que solicite às emissoras que incluam 2 composições de minha autoria em suas respectivas programações. Em anexo, estou os sites de algumas delas, com indicações de como encaminhar sua solicitação, sugiro um pedido mais simples, mais ou menos nos seguintes termos:


“Peço a inclusão das músicas “ Na transversal do tempo” e “ Figurino” na programação. Estas músicas estão disponíveis em MP3 no site do seu compositor- Sergio Sachi- www.sergiosachi.ning.com eu apoio a programação de qualquer rádio brasileira”

E se você quiser apoiar ainda mais nossa iniciativa, repasse este email para seus amigos. Cabe ressaltar também que esta iniciativa visa “ preparar o terreno” para um novo trabalho em CD que estamos planejando para 2010.
Com minha gratidão, despeço-me, deixando-lhe um grande abraço.

Sergio Sachi
Rádios:
Radio Mundial
www.radiomundial.com.br/contato

Radio Cultura- AM
www.radiocultura.com.br/am
peça seu sucesso

Rádio Usp:
Radiosusp@usp.br

Radio Nova Brasil
www.novabrasilfm.com.br

Radio Boa Nova

www.radioboanova.com.br
/fale conosco

www.3colinas.com.br
/ peça sua musica

www.radiodifusora.com.br
Pedido Musical


Radio Tupi
www.radiotupifm.com.br
32848231


Rádio MPB
http://www.mpbfm.com.br/faleconosco

Rádio UFPR
radioufpr@ufpr.br

Rádio Alpha fm
elisabeth.vasconcellos@alphafm.com.br



Rádio Eldorado
http://www.eldoradofmvilarica.com.br/contato
Peça sua música

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Alma Querida Tema: Alma Querida: Como lidar com pessoas difíceis?

Lidar com o ser humano não é fácil, são pensamentos diferentes, problemas de auto estima que pedem mais atenção, mas como conviver com essas diversas personalidades?


Transicao Tema: Transição: Morte

Kardec matou a morte quando revelou que ela não existe, pois quem morre é o corpo físico, o espírito sobrevive. Então, por que tanto medo?

Repensar Tema: Repensar: A cura pelo amor

Na obra “A cura pelo amor”, Bezerra de Menezes vem nos revelar as facetas de uma terapia que prescreve o amor como instrumento profilático na caminhada do espírito imortal.

mensagem do dia

NA GRANDE ROMAGEM

Livro Fonte Viva - Francisco Cândido Xavier

"Pela fé, Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia". - Paulo. HEBREUS 11:8.

Pela fé, o aprendiz do Evangelho é chamado, como Abraão, à sublime herança que lhe é destinada.

A conscrição atinge a todos.

O grande patriarca hebreu saiu sem saber para onde ia...

E nós, por nossa vez, devemos erguer o coração e partir igualmente.

Ignoramos as estações de contacto na caminhada enorme, mas estamos informados de que o nosso objetivo é Cristo Jesus.

Quantas vezes seremos constrangidos a pisar sobre espinheiros da calúnia? quantas vezes transitaremos pelo trilho escabroso da incompreensão? quantos aguaceiros de lágrimas nos alcançarão o espírito? quantas nuvens estarão interpostas, entre o nosso pensamento e o Céu, em largos trechos da senda?

Insolúvel a resposta. Importa, contudo, marchar sempre, no caminho interior da própria redenção, sem esmorecimento.

Hoje, é o suor intensivo; amanhã, é a responsabilidade; depois, é o sofrimento e, em seguida, é a solidão...

Ainda assim, é indispensável seguir sem desânimo.

Quando não seja possível avançar dois passos por dia, desloquemonos para diante, pelo menos, alguns milímetros...

Abre-se a vanguarda em horizontes novos de entendimento e bondade, iluminação espiritual e progresso na virtude.

Subamos, sem repouso, pela montanha escarpada:

Vencendo desertos...

Superando dificuldades...

Varando nevoeiros...

Eliminando obstáculos...

Abraão obedeceu, sem saber para onde ia, e encontrou a realização da sua felicidade.

Obedeçamos, por nossa vez, conscientes de nossa destinação e convictos de que o Senhor nos espera, além da nossa cruz, nos cimos resplandecentes da eterna ressurreição.

Do livro Fonte Viva
Médium - Francisco Cândido Xavier
Ditado pelo espírito EMMANUEL

Negativismo do começo ao fim






Herculano Pires (foto) foi professor, muito culto, estudioso e dedicadíssimo ao Espiritismo. Respeito muito sua memória e aprecio muitos seus trabalhos, dos quais extraí ensinamentos. Não obstante, reflito que neste texto o negativismo transcende do começo ao fim.

Não gostei da acidez do artigo. Ele não livra ninguém. Confessa-se indigente espírita. E mais: sobre tantos aprendizes espíritas diz que "os poucos estudiosos de Kardec vivem como náufragos num mar tempestuoso"; outros são "expositores de palavrório rebuscado" para "auditórios basbaques que batem palmas e só servem para estufar vaidades"; "aqui no Brasil e no mundo não há estudo sério e sistemático da doutrina"; depois de Kardec, exclusive Léon Denis, ninguém mais, no mundo todo, teria corroborado para a divulgação-consolidação do Espiritismo... Nossa (brasileira) formação doutrinária: cheia de fluidismo e obscurantismo... O Espiritismo chegou por aqui como uma árvore derreada de "parasitas mortais"... Órgãos de divulgação doutrinária pregam o obscurantismo e pavoneiam erudição personalista. Etc etc... e por aí vai.
Na minha opinião esse tipo de exposição, sem os detalhes comprobatórios de cada "acusação", justificando-as, presta desserviço à Doutrina dos Espíritos.
E você: o que pensa sobre isso?
Opino que o mal não merece espaço em lugar algum. Ao repassar este texto, faço-o buscando ouvir outras opiniões, para entender o que teria levado o consagrado espírita a redigir coisas quetais. Estou desarmado e pronto para retratar-me, se for o caso. (EURÍPEDES KÜHL)

Falta de formação doutrinária
Sem a formação doutrinária, não teremos um movimento espírita coeso e coerente. E, sem coesão e coerência, não teremos Espiritismo. Essa a razão por que os Espíritos Superiores confiaram às mãos de Kardec o pesado trabalho da Codificação. Kardec teve de arcar, sozinho, com a execução dessa obra gigantesca. Porque só ele estava em condições de realizá-la. Depois de Kardec, o que vimos? Léon Denis foi o único dos seus discípulos que conseguiu manter-se à altura do mestre, contribuindo vigorosamente para a consolidação da Doutrina. Era, aparentemente, o menos indicado. Não tinha a formação cultural de Kardec, residia na província, não convivera com ele, mas soubera compreender a posição metodológica do Espiritismo e não a confundia com os desvarios espiritualistas da época.
Depois de Denis, foi o dilúvio. A Revista Espírita virou um saco de gatos. A sociedade Parisiense naufragou em águas turvas. A Ciência e a Filosofia Espíritas ficaram esquecidas. O aspecto religioso da Doutrina transviou-se na ignorância e no fanatismo. Os sucessores de Kardec fracassaram inteiramente na manutenção da chama espírita, na França. E, quando a Arvore do Evangelho foi transplantada para o Brasil, segundo a expressão de Humberto de Campos, veio carregada de parasitas mortais que, ao invés de extirpar, tratamos de cultivar e aumentar com as pragas da terra.
Tudo isso por quê? Por falta pura e simples de formação doutrinária. A prova está aí, bem visível, no fluidismo e no obscurantismo que dominam o nosso movimento no Brasil e no Mundo. Os poucos estudiosos, que se aprofundaram no estudo de Kardec, vivem como náufragos num mar tempestuoso, lutando, sem cessar, com os mesmos destroços de sempre. Não há estudo sistemático e sério da Doutrina. E o que é mais grave, há evidente sintoma de fascinação das trevas, em vastos setores representativos que, por incrível que pareça, combatem por todos os meios o desenvolvimento da cultura espírita.
Enquanto não compreendermos que Espiritismo é cultura, as tentativas de unificação do nosso movimento não darão resultados reais. Darão aproximações arrepiadas de conflitos, aumento quantitativo de adeptos ineptos, estimulação perigosa de messianismos individuais e de grupos. Flamarion, que nunca entendeu realmente a posição de Kardec, e chegou a dizer que ele fez obra um tanto pessoal, como se vê no seu famoso discurso ao pé do túmulo, teve, entretanto, uma intuição feliz quando o chamou de bom senso encarnado.
Esse bom senso é que nos falta. Parece haver se desencarnado com Kardec, e volatizado com Denis. Hoje, estamos na era do contra-senso. Os mesmos órgãos de divulgação doutrinária que pregam o obscurantismo, exibem pavoneios de erudição personalista, em nome de uma cultura inexistente. Porque cultura não é erudição, livros empilhados nas estantes, fichário em ordem para consultas ocasionais. Cultura è assimilação de conhecimentos e bom senso em ação.
O que fazer diante dessa situação? Cuidar da formação espírita das novas gerações, sem esquecer a alfabetização de adultos. Mobral: esse o recurso. Temos de organizar o Mobral do Espírito. E começar tudo de novo, pelas primeiras letras. Mas, isso em conjunto, agrupando elementos capazes, de mente arejada e coração aberto. Foi por isso que propus a criação das Escolas de Espiritismo, em nível universitário, dotadas de amplos currículos de formação cultural espírita.
Podem dizer que há contradições entre Mobral e nível universitário. Mas, nota-se, que falamos de Mobral do Espírito. A Cultura Espírita é o desenvolvimento da cultura acadêmica, é o seguimento natural da cultura atual, em que se misturam elementos cristãos, pagãos e ateus. Para iniciar-se na cultura espírita, o estudante deve possuir as bases da cultura anterior. "Tudo se encadeia no Universo", como ensina, repetidamente, "O Livro dos Espíritos". Quem não compreende esse encadeamento, tem de iniciar pelo Mobral. Não há outra forma de adaptá-lo às novas exigências da nova cultura.
A verdade nua e crua é que ninguém conhece Espiritismo. Ninguém, mesmo, no Brasil e no Mundo. Estamos todos aprendendo, ainda, de maneira canhestra.
E se me permito escrever isto, é porque aprendi, a duras penas, a conhecer a minha própria indigência. No Espiritismo, como já se dava no Cristianismo e na própria filosofia grega, o que vale é o método socrático.
Temos, antes de tudo, de compreender que nada sabemos. Então, estaremos, pelo menos, conscientes de nossa ignorância e capazes de aprender.
Mas, aprender com quem? Sozinhos, como autodidatas, tirando nossas próprias lições dos textos, confiantes nas luzes da nossa ignorância? Recebendo lições de outros que tateiam como nós, mas que estufam o peito de auto-suficiência e pretensão? Claro que não. Ao menos isso devemos saber. Temos de trabalhar em conjunto, reunindo companheiros sensatos, bem intencionados, não fascinados por mistificações grosseiras e evidentes, capazes de humildade real, provada por atos e atitudes. Assim conjugados, poderemos aprender de Kardec, estudando suas obras, mergulhando em seus textos, lembrando-nos de que foi ele e só ele o incumbido de nos transmitir o legado do Espírito da Verdade.
Kardec é a nossa pedra de toque. Não por ser Kardec, mas por ser o intérprete humilde que foi, o homem sincero e puro a serviço dos Espíritos Instrutores.
É o que devemos ter nas Escolas de Espiritismo.
Não Faculdades, nem Academias, mas, simplesmente, Escolas. O sistema universitário implica pesquisas, colaboração entre professores e alunos, trabalho conjugado e sem presunção de superioridade de parte de ninguém. O simpósio e o seminário, o livre-debate, enfim, é que resolvem, e não o magisterio do passado. O espírito universitário, por isso mesmo, é o que melhor corresponde à escola espírita. Num ambiente assim, os Espíritos Instrutores disporão de meios para auxiliar os estudantes sinceros e despretensiosos.
A formação espírita exige ensino metódico mas, ao mesmo tempo, livre. Foi o que os Espíritos deram a Kardec: um ensino de que ele mesmo participava, interrogando os mestres e discutindo com eles. Por isso, não houve infiltração de mistificadores na obra inteiriça, nesse bloco de lógica e bom senso, que abrange os cinco livros fundamentais de Codificação, os volumes introdutórios e os volumes da Revista Espírita, redigidos por ele durante quase doze anos de trabalho incessante.
Essa obra gigantesca é a plataforma do futuro, o alicerce e o plano de um novo mundo, de uma nova civilização. Seria absurdo pensar que podemos dominar esse vasto acervo de conhecimentos novos, de conceitos revolucionários, através de simples leituras individuais, sem método e sem pesquisa. Nosso papel, no Espiritismo, tem sido o de macacos em loja de louças. E incrível a leviandade com que oradores e articulistas espíritas tratam de certos temas, com uma falsa suficiência de arrepiar, lançando confusões ridículas no meio doutrinário. Temos de compreender que isso não pode continuar. Chega de arengas melífluas nos Centros, de oratória descabelada, de auditórios basbaques, batendo palmas e palavreado pomposo. Nada disso é Espiritismo. Os conferencistas espíritas precisam ensinar Espiritismo - que ninguém conhece - mas para isso precisam, primeiro aprendê-lo.
Precisamos de expositores didáticos, servidos por bom conhecimento doutrinário, arduamente adquirido em estudos e pesquisas. Expor os temas fundamentais da Doutrina, não é falar bonito, com tropos pretensamente literários, que só servem para estufar vaidade, à maneira da oratória bacharelesca do século passado.
Esse palavrório vazio e presunçoso não constrói nada e só serve para ridicularizar o Espiritismo ante a mentalidade positiva e analítica do nosso tempo.
Estamos numa fase avançada da evolução terrena.
Nossa cultura cresceu espantosamente nos últimos anos e já está chegando à confluência dos princípios espíritas em todos os campos. A nossa falta de formação cultural espírita não nos permite enfrentar a barreira dos preconceitos para demonstrar ao mundo que Espiritismo, como escreveu Humberto Mariotti, é uma estrela de amor que espera no horizonte do mundo o avanço das ciências. E curiosa e ridícula a nossa situação.
Temos o futuro nas mãos e ficamos encravados no passado mitológico e nas querelas medievais.
Mas, para superar essa situação, temos de aprender com Kardec. Os que pretendem superar Kardec, não o conhecem. Se o conhecessem, não assumiriam a posição ridícula de críticos e inovadores do que, na verdade, ignoram. Chegamos à uma hora de definições.
Precisamos definir a posição cultural espírita perante a nova cultura dos tempos novos. E só faremos isso através de organismos culturais bem estruturados, funcionais, dotados de recursos escolares capazes de fornecer, aos mais aptos e mais sinceros, a formação cultural de que todos necessitamos, com urgência. J. HERCULANO PIRES (“O MISTÉRIO DO BEM E DO MAL”/ SÃO PAULO: EDITORA CORREIO FRATERNO)