domingo, 3 de janeiro de 2010

Ler Matéria - Jornal O CLARIM

Por que não somos felizes?
Octávio Caúmo Serrano

Se procurarmos as razões das tristezas e dos desajustes humanos, vamos encontrá-los nos únicos três setores que causam todos os desequilíbrios: saúde, dinheiro e amor.
É muito difícil que uma pessoa tenha os três na quantidade que a agrada. Isso se deve às necessidades de resgate, mas também à incompetência dos homens para lidar com os valores do mundo.
Suponhamos que uma pessoa goze de excelente saúde. Logo a veremos bebendo e comendo demais e, indevidamente, excedendo-se até que suas taxas médicas estejam descompassadas.
Além disso, é provável que trabalhe demais e nem tire férias para juntar fortuna e adquirir tudo o que deseja; com isso, estraga a saúde.
Caso a abundância de alegria esteja no campo do amor, logo haverá de queixar-se que lhe falta dinheiro para dar ao outro todos os prazeres que desejaria. Presenteá-lo, viajar, comer bem, entre outros desejos.
Admitamos, porém, que lhe sobre dinheiro. Nesse caso, o amor que tem não é o que lhe agrada. Busca algo mais sofisticado para condizer com sua nova posição de abastado.
Diz sábio dito popular que o homem quando moço gasta toda a sua saúde para ter um pouco de dinheiro e depois, no final dos anos, gasta todo o seu dinheiro para ter um pouco de saúde.
A insaciabilidade do ser humano nesses três campos da vida faz com que a infelicidade seja generalizada em planetas inferiores como o nosso. Mas como estamos ainda aprendendo, logo há de vir o tempo em que valorizaremos as conquistas espirituais e os sentidos do caráter que nos conferem, de verdade, a verdadeira riqueza.
Enquanto esse tempo não chega, temos de nos socorrer dos médicos, dos psicólogos e psiquiatras, dos centros espíritas e das bolas de cristal. Além, evidentemente, da ilusão das loterias, tão abundantes no Brasil, quando não buscamos nos vícios da bebida e das drogas de todo tipo, o subterfúgio para as nossas dores.
Benditas sejam as casas de oração, fé e orientação. Bendita seja a nossa lúcida doutrina espírita que ensina sobre a efemeridade da vida na Terra como simples e eficiente recurso de aprendizado para chegarmos em melhores condições no mundo da verdade.
Neste Natal, seguindo as orientações de Jesus, que a lucidez se faça presente para que nos libertemos das amarras da matéria, vivendo no mundo, mas sem ser do mundo.

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