sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Ler Matéria - Jornal O CLARIM

Ideias
Redação

Para os Espíritos, principalmente para os Espíritos superiores, a ideia é tudo, a forma nada vale, coloca Kardec na Introdução de “O Livro dos Espíritos” (XIV).
As ideias, numa de suas acepções, representam a maneira particular de ver as coisas.
Como em tudo na vida, assim é e sempre foi com os princípios religiosos.
Em “O Evangelho segundo o Espiritismo”, capítulo XXIII, 12, explica o Codificador: Toda ideia nova forçosamente encontra oposição e nenhuma há que se implante sem lutas.
Há, portanto, uma gradação no campo das idéias, que guarda relação com o estado de conhecimento e/ou de elevação espiritual das pessoas.
A resistência na aceitação de ideias novas é sempre proporcional à importância dos resultados previstos – prossegue Kardec –, porque, quanto maior ela é, tanto mais numerosos são os interesses que fere. Se for notoriamente falsa, se for tida como inconsequente, ninguém se alarma; deixam-na todos passar, certos de que lhe falta vitalidade. Se, porém, é verdadeira, se assenta em sólida base, se lhe preveem futuro, um secreto pressentimento adverte os seus antagonistas de que constitui um perigo para eles e para ordem das coisas em cuja manutenção se empenham. Atiram-se, então, contra ela e contra os seus adeptos.
Assim, pois – continua –, a medida da importância e dos resultados de uma ideia nova se encontra na emoção que o seu aparecimento causa, na violência da oposição que provoca, bem como no grau e na persistência da ira de seus adversários.
Jesus vinha proclamar uma doutrina que solaparia, pela base, os abusos de viviam os fariseus, os escribas e os sacerdotes do Seu tempo. Imolaram-No, portanto, certos de que, matando o homem, matariam a ideia. Esta, porém, sobreviveu, porque era verdadeira; engrandeceu-se, porque correspondia aos desígnios de Deus.
O Clarim, fundado em 15-08-1905 por Cairbar Schutel, e que, assim, completa 105 anos de existência, foi e continua sendo veículo de ideias novas, espíritas, cristãs, revivendo os ensinamentos do Cristo, na sua essência.
Divulgando a reencarnação, a interação entre os dois planos da vida, a evolução do ser, foi também perseguido, confiscado, difamado.
Teve de vencer inúmeras dificuldades da época para sobreviver.
Seu fundador, determinado, levou adiante esse veículo de comunicação e as ideias que veiculava, e continua veiculando.
Ideias elevadas conduzem o ser humano à fraternidade, que será a pedra angular da nova ordem social – como assevera o Codificador no capítulo XVIII, 17, de “A Gênese”.
Mas – acrescenta –, não há fraternidade real, sólida, efetiva, se não assente em base inabalável e essa base é a fé, não a fé em tais dogmas particulares, que mudam com os tempos e os povos e que mutuamente se apedrejam, porquanto, anatematizando-se uns aos outros, alimentam o antagonismo, mas a fé nos princípios fundamentais que toda gente pode aceitar e aceitará; Deus, a alma, o futuro, o progresso individual indefinito, a perpetuidade das relações entre os seres.
Essa a fé que o Espiritismo faculta e que doravante será o eixo em torno do qual girará o gênero humano, quaisquer que sejam os cultos e as crenças particulares.
Que O Clarim, comprometido com a Doutrina Espírita, possa prosseguir sua trajetória de disseminar ideias nobres, elevadas.

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