terça-feira, 2 de novembro de 2010

Autoconsciência

Quando atingirmos a autoconsciência seremos mais donos de nosso nariz do que hoje, sairemos do jugo dos impulsos, dos hábitos, dos instintos, etc. Será que estamos plenamente conscientes de tudo que fazemos? Como não temos autoconsciência, ainda, são as consciências de fora, ou seja, as outras pessoas que nos ajudam a percebermos facetas de nossa personalidade que nem sempre atinamos. É claro que algum conhecimento sobre nós mesmos já possuímos, mas ainda está aquém do ideal. Para ilustrar essa colocação lembro do ensinamento de Ermance Dufaux, no livro Mereça Ser Feliz, página 100 onde afirma que “esse será o milênio do homem interior, em contraposição aos últimos mil anos que fundamentaram a era do homem exterior, o homem das conquistas para fora, sendo agora o momento das conquistas e vitórias íntimas: a era do amor falado, sentido e aplicado.” Isso mostra que somos inexperientes no mergulho interior, não fomos treinados para isso. Fomos adestrados a responsabilizar ou culpar os outros por nossas mazelas – isso é o que se chama de projeção.

Um exemplo de desconexão interna é quando a pessoa fica obsediada, invariavelmente, ela resmunga: “mas porque eu?”, “o que eu fiz para ser perseguido?”, “eu não faço mal para ninguém!” (provavelmente também não faz o bem). Quando ela vai ao Centro Espírita, é informado que a obsessão ocorre por sintonia. Logo, se o obsessor está carregado de ódio e quer o mal dela, significa que ela também está carregada de ódio? Pode ser que ela esteja trabalhando para vencer o homem velho cheio de vícios e maldades, mas seu inconsciente guarda sua história de desatinos e conquistas. Como ensina Manoel Philomeno de Miranda, no livro Temas da Vida e da Morte, página 153: “Em todos os casos (de obsessão), o encarnado possui os condicionamentos que propiciam o nefando intercâmbio que, muitas vezes, não se interrompe com a morte física.” Isto posto, fica claro que o obsessor vem ajudá-la a se conhecer, mostrando ângulos de seu mundo interno que ela não atentava. Se ela possuísse autoconsciência saberia mais sobre sua “sombra”* e trabalharia para superá-la – tornaria seu inconsciente, consciente!

Nota:

Sombra: os aspectos ocultos ou inconscientes de si mesmo, bons ou maus, que o ego reprimiu ou jamais reconheceu.

A sombra compõe-se, em sua maior parte, de desejos reprimidos e de impulsos não civilizados, de motivos moralmente inferiores, de fantasias e ressentimentos infantis, etc. todas aquelas coisas das quais não nos orgulhamos… Estas características pessoais não reconhecidas são muitas vezes experimentadas nos outros, através do mecanismo da projeção. Léxico Junguiano

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