sábado, 28 de agosto de 2010

Yhaaaaaaaaaa!!!!!!!!

Olá,
Amigos e colaboradores do blog Entendendo a Doutrina Espirita, mo mês de outubro de 2010 o nosso Blog estara completando 2 anos.
Estes 02 anos apesar de problemas de familia que eu Elaine tive, estou humildemente honrrada em estar divulgado a Doutrina que Jesus nos deixou.
Quero deixar aqui meus pedidos de desculpas para quem achava que o blog não iria mais funcionar devido a motivos fortes como ja havia explicado nas mensagens anteriores no mes de Junho e Julho deste ano.
É com muita honrra que convido a todos, para uma singela prece apenas como comemoração de 2 anos do Blog.
Espero que nos proxímos anos todos continuem a participar como sempre vocês têm feito.
Fica registrada a minha gratidão a vocês seguidores e amigos queridos.
Vamos comemorar com muitas orações e quem sabe um copinho de refrigerante da sua preferencia.
Um abraço a todos, que o Mestre Ilumine todos vocês do fundo do meu coração!!!!!
Obrigada
Paz e Luz

Céu e Inferno

Sérgio Biagi Gregório

1) O que significa a palavra céu?

Céu – É o espaço ilimitado e indefinido onde se movem os astros; espaço acima de nossas cabeças. Vem do latim coelum, formada do grego coilos, côncavo, porque o céu parece uma imensa concavidade.

2) Como o céu foi introduzido no campo religioso?

Cogita-se que o céu tenha sido o primeiro objeto de culto da humanidade, geralmente associado às quase ubíquas divindades uranianas.

3) Como as diversas religiões veem o céu? E o Espiritismo?

Para os budistas, é a morada dos deuses, ou Devas, isto é, dos espíritos que, pelos seus méritos, conquistaram uma situação privilegiada.

Para os chineses, o céu é um trapézio regular invertido, dividido em compartimentos paralelos, os quais constituem cada um dos andares. Este trapézio assenta sobre o monte Meru, que emerge do oceano.

Para as religiões pagãs clássicas, o céu foi a personificação da abóbada celeste.

Na Bíblia, serve para designar o lugar donde veio Cristo e para onde voltou, que é o lugar dos bem-aventurados. A teologia católica reconhece três céus: o primeiro é o da região do ar e das nuvens; o segundo, o espaço em que giram os astros; e o terceiro, para além deste, é a morada do Altíssimo, a habitação dos que o contemplam face a face.

Para o Espiritismo, a palavra céu indica o espaço universal; são os planetas, as estrelas e todos os mundos superiores em que os Espíritos gozam de todas as suas faculdades, sem as tribulações da vida material nem as angústias inerentes à inferioridade.

4) O que significa a palavra inferno?

Inferno – É um termo usado por diferentes religiões, mitologias e filosofias, representando a morada dos mortos, ou lugar de grande sofrimento e de condenação. A origem do termo é latina: infernum, que significa "as profundezas" ou o "mundo inferior".

Observação: enquanto a palavra céu designa ao mesmo tempo o mundo dos astrônomos e astronautas e a morada em que Deus reúne os seus eleitos, a palavra inferno tem conotação estritamente mitológica, religiosa e filosófica.

5) Como o termo inferno passou da mitologia para a religião?

Na mitologia grega, Hades é um lugar invisível, eternamente sem saída, e designa as riquezas subterrâneas da terra, entre as quais se encontra o império dos mortos. Na simbologia, entretanto, o subterrâneo é o local das ricas jazidas, o lugar das metamorfoses, das passagens da morte à vida, da germinação. As religiões, de um modo geral, têm íntima relação com o mito, a mitologia. Com o passar do tempo, porém, foram modificando as suas interpretações do mito. Em se tratando do inferno, modificaram-no, entendendo-o como o destino de apenas alguns; pessoas que não assumiram uma conduta louvável no ponto de vista religioso, e que por isso, foram condenadas ao sofrimento jamais visto pelo mundo material.

6) Como o inferno é visto pela tradição cristã?

Na tradição cristã, a conjunção luz-trevas simboliza os dois opostos: céu e o inferno. Nesse sentido, o céu é o lugar para onde vão as almas dos justos gozar as bem-aventuranças no paraíso; o inferno é o lugar para onde vão as almas dos que morreram em pecado mortal. Lá os esperam as mais trágicas dores: tonéis ferventes, tridentes, em fim, um sofrimento eterno.

7) Como o céu e o inferno são vistos pela Doutrina Espírita?

De acordo com a teologia católica, céu e inferno são lugares circunscritos. Para o Espiritismo, são estados de consciência da pessoa. Os Espíritos que praticaram o mal vão sofrer as conseqüências de seus atos. Pode-se dizer que estão no inferno, porque haverá muito sofrimento, em decorrência da desobediência às leis naturais, inscritas por Deus na consciência de cada vivente. Os Espíritos que praticaram o bem vão se beneficiar das bem-aventuranças.

8) Por que temos facilidade em retratar o inferno e dificuldade para com o céu?

Isso se deve porque o planeta Terra ainda é um mundo de provas e expiações, em que o mal predomina sobre o bem. Quando ele for elevado a mundos mais evoluídos, com certeza pintaremos o céu com tintas mais brilhantes.

Nota: Os antigos acreditavam na materialidade da abóbada celeste, supondo os astros nela fixos. Tinham a Terra como o centro do universo. Assim, a ideia que fazemos do Céu é fruto da concepção grega e babilônica (imutável, calmo, vida eterna). Copérnico, no Século XVI, quebra a tradição milenar e coloca o Sol no centro do Universo. Com isso a Terra entrou no Céu. Mais tarde, Galileu, com a descoberta do telescópio, corrobora tal afirmação. A Ciência parecia ir contra a Bíblia; mas a Bíblia ensina como ir ao Céu, não como ele foi feito.



São Paulo, março de 2009.

Desertores

Sérgio Biagi Gregório

1) O que é um desertor?

Desertor é aquele que abandona um partido, uma causa. Todas as grandes ideias têm apóstolos fervorosos; têm, também, os seus desertores. Allan Kardec diz que o Espiritismo não fugiu à regra.

2) Como podemos interpretar as deserções no início do Espiritismo?

No início, houve equívoco quanto à natureza e aos fins do Espiritismo. As brincadeiras de salão, a curiosidade e o querer entrar em comunicação com os Espíritos foram as primeiras formas que os Espíritos superiores acharam para poder chamar a atenção sobre o fenômeno mediúnico. Quando os Espíritos sérios e moralizadores tomaram o lugar dos Espíritos brincalhões, os adeptos das brincadeiras desertaram.

3) Como explicar a deserção na fase da adivinhação?

Muitas pessoas, movidas pelo espírito comercial de ganhar dinheiro na especulação do maravilhoso, acabaram desertando porque os Espíritos não vinham ajudá-las a enriquecer, nem lhes revelar o número sorteado nas loterias. Não dando certo o que vaticinavam, acabavam denegriam o Espiritismo. Esta fase também foi útil, porque separou os Espíritas sérios dos aproveitadores.

4) Por que desconfiar dos entusiasmados febris?

Por princípio, devemos desconfiar dos entusiasmados febris, porque, na grande maioria, são fogos de palha que ditam louvores sobre alguma coisa que ainda não conhecem. Passada a fase de deslumbramento, caem na real e verificam que estão longe da circunspeção, da seriedade e da abnegação que se exige de todo o praticante sincero.

5) Há deserção entre os Espíritas convictos?

Não. Allan Kardec fala de fraquezas humanas, como o orgulho e o egoísmo. Acha que há desfalecimentos, em que a coragem e a perseverança fraquejaram diante de uma decepção. Ele diz: "Entre os adeptos convictos, não há deserções, na lídima acepção do termo, visto como aquele que desertasse, por motivo de interesse ou qualquer outro, nunca teria sido sinceramente espírita".

6) Quais são as conseqüências para aqueles que desertam de sua tarefa mediúnica?

O Espírito Emmanuel, no capítulo 9, "Mensagem aos Médiuns", do livro Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, diz que os médiuns não são os missionários na acepção comum do termo; "são almas que fracassaram desastradamente, que contrariaram sobremaneira, o curso das leis divinas, e que resgatam, sob peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades, o passado obscuro e delituoso". Pela misericórdia divina, receberam a bênção da mediunidade para poderem redimir os seus erros do passado. Aceitando as incumbências da tarefa mediúnica, estarão sob a proteção dos benfeitores espirituais; desertando de suas responsabilidades mediúnicas, poderão perder o amparo desses Espíritos benfeitores, adiando para encarnações futuras o encaminhamento das almas que desviaram das sendas luminosas da fé.

7) Dê-nos um exemplo de deserção

O Espírito Irmão X, no capítulo 15, "O Compromisso", do livro Estante da Vida, psicografado por Francisco Cândido Xavier, conta-nos o seguinte: no mundo espiritual, havia uma pessoa, que se sentia muito endividada perante as leis divinas e pede aos benfeitores do espaço toda a sorte de provação, ou seja, lepra, abandono dos entes queridos, extrema penúria e cegueira. Diante deste pedido, os benfeitores falaram: "Você encarnará são, mas com uma condição, será médium". Vem ao mundo como Alberto Nogueira.

Passados 36 anos, os benfeitores esperavam que ele estivesse colaborando num determinado Centro Espírita. Precisando dos seus préstimos, envia a mãe e a filha, esta obsedada, para que ele pudesse ajudá-la. Não o encontraram no Centro. Sob a influência desses mesmos benfeitores, conseguem o endereço do médium. Mãe e filha vão à sua casa e o encontram lendo um jornal do dia, em larga espreguiçadeira. Apesar dos rogos insistentes da mãe, não quis ajudar a pobre menina.

Conclusão: "Aquele espírito valoroso que pedira lepra, cegueira, loucura, idiotia, fogo, lagrimas, penúria e abandono, a fim de desagravar a própria consciência, no plano físico, depois de acomodar-se nas concessões do Senhor, esquecera todas as necessidades que lhe caracterizavam a obra de reajuste e preferia a ociosidade, enquadrado em pijama, com medo de trabalhar".

Bibliografia Consultada

KARDEC, A. Obras Póstumas. 15. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1975.

XAVIER, F. C. Emmanuel (Dissertações Mediúnicas), pelo Espírito Emmanuel. 9. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1981.

XAVIER, F. C. Estante da Vida, pelo Espírito Irmão X. 3. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1974.

Recomendação de Leitura:

Os Mensageiros, pelo Espírito André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier.

Neste livro, há os testemunhos de médiuns (desencarnados) que, tendo partido do "Nosso Lar", com tarefas específicas, não conseguiram cumpri-las. No retorno, seus relatos são pungentes e esclarecedores.

Capítulo 34 (Desertores), do livro Seara dos Médiuns, psicografado por Francisco Cândido Xavier.

Desertores não são apenas aqueles que deixam de transmitir com fidelidade a mensagem dos Espíritos. Os que armazenam pão, sem proveito justo, os que afogam no álcool, os que... Também o são.

Capítulo Os Desertores, do livro Obras Póstumas, de Allan Kardec.

Mensagem de Allan Kardec, sobre este tema, tão logo voltou ao mundo dos Espíritos, enaltecendo o esforço de continuar na divulgação e prática do Espiritismo. Caso se esquivem da tarefa, "perdem a proteção dos bons Espíritos e, conforme a triste experiência que temos feito, bem depressa chegam, de queda em queda, às mais críticas situações!"

São Paulo, junho de 2009

Presciência

Sérgio Biagi Gregório

1) O que é presciência?

É a previsão do futuro. Filos. Chamam os teólogos presciência ao atributo pelo qual Deus conhece todas as coisas, ou ao conhecimento que Deus tem de todo o presente, o passado e o futuro, não só no que respeita ao Homem e a tudo que ao Homem concerne, mas também no relativo à Natureza, seu curso, fenômenos duração etc. (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira)

2) Como é possível o conhecimento do futuro?

No mundo espiritual, o espaço e a duração não existem para os Espíritos. Contudo, a extensão e a penetração da vista são proporcionadas à sua depuração e à elevação que alcançaram na hierarquia espiritual. Para o Espírito desencarnado, os acontecimentos não se desenrolam sucessivamente, mas simultaneamente. O Espírito vê, de relance, o começo e o fim do período. Desta forma, todos os eventos que, nesse período, constituem o futuro para o homem da Terra são presente para ele, que, por esta razão, poderia nos dizer que tal coisa acontecerá em tal época.

3) Por que, então, o futuro nos é infenso?

Porque o conhecimento do futuro, tanto quanto a lembrança do passado, poderia ser prejudicial à nossa evolução espiritual. Esse conhecimento poderia nos travar o livre-arbítrio, prejudicando-nos o trabalho que nos cumpre executar no bem. O desconhecimento do bem e do mal com que toparemos na vida constitui o verdadeiro teste do nosso progresso.

4) Há futuro para Deus?

Para o Criador, o tempo não existe. Tanto o princípio quanto o fim do mundo lhe são presente. Nessa linha de raciocínio, que é a duração da vida de um ser humano, de uma geração, de um povo?

5) Se o futuro nos é infenso, qual a razão dos videntes?

Deus, na infinita bondade, permite que conheçamos o futuro, desde que para isso haja um fim útil e necessário. Não deve ser simples questão de curiosidade.

6) Como se dá a manifestação do futuro?

Pelo êxtase, pelo sonambulismo e pela fotografia do pensamento. Explicação: a encarnação amortece a manifestação do espírito, sem, contudo eliminá-la por completo, porque a alma não fica encerrada no corpo como numa caixa. De acordo com sua capacidade, pode penetrar mais ou menos nas questões do futuro.

7) É possível prever o futuro do Espiritismo?

Sim. Os Espíritos dizem que haverá um triunfo próximo, apesar dos obstáculos. A previsão se torna fácil porque é obra deles. Acrescentam, ainda, que tudo aquilo que estiver nos desígnios de Deus, acontecerá. Se aquele que recebeu a missão falhar, outros tomarão o seu lugar, de modo que o fim seja alcançado.

8) Por que razão as predições não têm cunho de certeza?

Para a contagem do tempo, precisamos pontos de referência. A contagem varia para cada um dos mundos. Em Júpiter, por exemplo, os dias equivalem a dez horas terrestres e os anos a mais de doze anos.

9) Como os Espíritos procedem em suas predições?

Para os Espíritos superiores, suas previsões são advertências. Os Espíritos inferiores que, de tanto serem interrogados, acabam fornecendo datas e lugares, o que pode gerar a mistificação.

10) O que falar das profecias de Nostradamus, do Apocalipse de João e das diversas profecias verificadas ao longo da história da humanidade?

O Espírito Emmanuel, em A Caminho da Luz, coloca o Profetismo e o Apocalipse na sua verdadeira dimensão, ou seja, na dimensão da mediunidade. O Espírito Emmanuel retira da obscuridade o simbolismo e nos dá uma interpretação científica, baseada na ascendência do Plano Espiritual sobre as ocorrências históricas.

Bibliografia Consultada

GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA E BRASILEIRA. Lisboa/Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia, [s.d. p.]

KARDEC, A. A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1975.

Maio de 2008

As Alternativas da Humanidade com Relação ao Mundo Espiritual

Sérgio Biagi Gregório

1. Como os filósofos da antiguidade viam o destino da alma?

Anaxímenes dizia que a alma seria uma espécie de ar, fino e rarefeito, que sobreviveria ao ar mais grosso; Pitágoras falava que o destino da alma era determinado pela vida neste; Heráclito afirmava que alma era semelhante ao fogo fino e rarefeito; Empédocles falava em entrar em outro e continuar a viver; Demócrito expressava-se em termos dos átomos-alma, que também passavam de um corpo para outro; Platão enfatizava que alma deveria libertar-se do corpo, a fim de poder ver claramente a verdade; Para Aristóteles, a imortalidade da alma é impossível. A única parte da alma que sobrevive à morte faz verdadeiramente parte de Deus, e a Ele volta. (Frost jr., cap. VI)

2. O que é e como podemos expressar a Cosmovisão?

Cosmovisão significa visão ou concepção geral de mundo. Pode ser vista sob três aspectos: materialista, espiritualista (religioso) e idealista. Essas diversas visões representam um anelo de saber integral, a apreensão da totalidade e a solução de problemas do sentido do mundo e da vida.

3. Como um pensador chega a uma determinada cosmovisão?

Refletindo sobre os diversos tipos de visão de mundo existentes, ele começa a organizar o seu sistema de ideias. Daí, o niilismo, o panteísmo e o espiritualismo.

4. O que expressa o niilismo?

O Niilismo vem do latim nihil, nada, e significa ausência de toda a crença. Como a matéria é a única fonte do ser, a morte é considerada o fim de tudo. Os adeptos do materialismo incentivam o gozo dos bens materiais. A conseqüência é a corrida em busca dos prazeres materiais.

5. O que significa o panteísmo?

O Panteísmo vem do grego pan, o todo, e Theos, Deus, e significa absorção no todo. De acordo com essa doutrina, o Espírito, ao encarnar, é extraído do todo universal; individualiza-se em cada ser durante a vida e volta, por efeito da morte, à massa comum. As conseqüências morais dessa doutrina são semelhantes às do materialismo, pois ir para o todo, sem individualidade e sem consciência de si, é como não existir.

6. O que podemos extrair do dogmatismo religioso?

O Dogmatismo Religioso afirma que a alma, independente da matéria, é criada por ocasião do nascimento do ser; sobrevive e conserva a individualidade após a morte. A sua sorte já está determinada: os que morreram em "pecado" irão para o fogo eterno; os justos, para o céu, gozar as delícias do paraíso. Essa visão deixa sem respostas uma série de anomalias que acompanham a humanidade, como, por exemplo, os aleijões e a idiotia.

7. Qual é a Cosmovisão espírita?

O Espiritismo mostra-nos que o Espírito, independente da matéria, foi criado simples e ignorante. Todos partiram do mesmo ponto, sujeitos à lei do progresso. O Espírito progride no estado corporal e no estado espiritual. O estado corpóreo é necessário ao Espírito, até que haja galgado certo grau de perfeição. Desta forma, o estado ditoso ou inditoso dos Espíritos é inerente ao adiantamento moral deles.

8. O que distingue a concepção espírita das demais com relação à vida futura?

A distinção está na individualidade da alma. Para o panteísmo, somos absorvidos no todo, sem individualidade; para a dogmática religiosa, vamos para um céu ou inferno e não existiremos mais. Para o Espiritismo, vamos sofrer ou gozar as consequências de nossos atos terrestres, mas com consciência de progresso, realizado pelo esforço pessoal.

Fonte de Consulta

FROST JR., S. E. Ensinamentos Básicos dos Grandes Filósofos. Tradução de Leônidas Gontijo de Carvalho. São Paulo: Cultrix, sdp

KARDEC, A. Obras Póstumas. 15. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1975.

São Paulo, setembro de 2009

As Epístolas de Paulo

Sérgio Biagi Gregório

1) Quem foi Paulo?

Paulo viveu na época de Jesus. O seu nome em hebreu é Saulo. De acordo com os costumes judeus, que prescrevia o ensino de uma profissão às crianças, Saulo torna-se tecelão. Saulo é enviado a Jerusalém onde se torna discípulo de Gamaliel, adquirindo vasto conhecimento das escrituras e das tradições judaicas.

Enquanto Jesus era crucificado pelo anúncio de seu Evangelho, Saulo torna-se um ferrenho perseguidor dos cristãos, na Palestina e na Síria. O número de discípulos, na época, já ultrapassava os 5.000.

Saulo tem uma visão de Cristo nas portas de Damasco, que lhe pergunta: "Saulo, Saulo, porque me persegues?" Fica cego e é curado por Ananias.

Depois de alguns anos de vida tranqüila em Tarso, Saulo inicia as suas viagens de divulgação da boa nova do Cristo, permeada por muitos sofrimentos e prisões. Teve um fim trágico: morreu decapitado.

2) Qual sua missão?

A missão de Paulo foi a de levar a boa nova do Cristo aos gentios. Sabia que nada podia por si mesmo, mas confiava em Deus, que lhe tinha dado esta missão. Depois de sua conversão, em Damasco, dedica-se inteiramente à divulgação do Evangelho não se importando com cansaços, tribulações e prisões. De acordo com Jacques Maritain "A sabedoria que Paulo anuncia não é sabedoria dos filósofos, é a sabedoria dos santos. Não é sabedoria que se adquire pelas forças naturais da razão, mas pelas forças da fé". (1975)

3) O que se entende por epístola?

Epístolas são cartas redigidas por um autor antigo. Difere da simples carta, pois não se destina à simples comunicação de fatos de natureza pessoal ou familiar, mas crônicas a respeito de determinados assuntos. Diz-se também de cada uma das cartas escritas por apóstolos e inseridas no Novo Testamento.

No Antigo Testamento de antes do cativeiro encontram-se poucas formulações de cartas propriamente ditas. Do pós-cativeiro (tempo persa) guardam-se diversas cartas e documentos.

No Novo Testamento temos as cartas de Paulo, as cartas católicas, as cartas do decreto dos apóstolos e o apocalipse, pois também é concebido em forma de carta.

4) Como se originaram as epístolas de Paulo?

O Espírito Emmanuel, em Paulo e Estevão, relata que Paulo estava preocupado por não poder atender a todas as solicitações das igrejas nascentes. Em uma meditação noturna, recebe a seguinte orientação: "Não te atormentes com as necessidades do serviço. É natural que não possas assistir pessoalmente a todos, ao mesmo tempo... Poderás resolver o problema escrevendo a todos os irmãos em meu nome; os de boa vontade saberão compreender, porque o valor da tarefa não está na presença pessoal do missionário, mas no conteúdo espiritual do seu verbo, da sua exemplificação e da sua vida". (1963, p. 424 a 426)

5) Quais foram as epístolas escritas por Paulo?

As epístolas, atribuídas a Paulo, no Novo Testamento, são quatorze, e segundo alguns, a ordem cronológica que melhor parece estabelecida é:

1.º e 2.º Epístolas aos Tessalonicenses;

1.º e 2.º Epístolas aos Coríntios;

Epístola aos Gálatas;

Epístola aos Romanos;

Epístola aos Efésios;

Epístola aos Colossences;

Epístola a Filemon;

Epístola aos Filipenses;

Epístola aos Hebreus;

1.º Epístola a Timóteo;

Epístola a Tito;

2.º Epístola a Timóteo.

6) Qual o conteúdo doutrinal das epístolas?

Folheando essas 14 epístolas, verificamos que Paulo está preocupado na divulgação da sã doutrina do Cristo. Assim:

- combate a idolatria, a circuncisão, o pecado, a luxúria etc.;

- exalta a justiça pela fé, a humildade, a caridade, a fidelidade a Deus, a submissão à autoridade, a tolerância para com os fracos da fé etc.;

- dá orientações de como a mulher deve portar-se na Igreja;

- responde às perguntas sobre o casamento;

- fala de seus sofrimentos na luta pela implantação da "Boa-Nova";

- diz que a Lei é impotente para salvar, mas conduz a Cristo e à fé;

- descreve acerca da diversidade dos dons espirituais.

7) Qual a importância de Paulo para o Cristianismo?

Paulo foi quem universalizou o Cristianismo. É o exemplo vivo de como o homem velho pode se transformar em homem novo. As suas prédicas tinham por objetivo avivar a fé racional do crente e não a fé cega, a fé dogmática. Além do mais, Paulo era médium e, como tal, ficava todo o tempo receptivo às inspirações dos mensageiros de luz, preocupados em divulgar a boa nova do Cristo, para que a Humanidade pudesse se preparar para a sua maioridade espiritual.

Fonte de Consulta

CURTI, Rino. As Epístolas de Paulo e o Apocalipse de João (Segundo o Espiritismo). São Paulo, FEESP, 1983.

XAVIER, F. C. Paulo e Estêvão, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro, FEB, 1963.

MARITAIN, Jacques. O Pensamento Vivo de São Paulo. Tradução de Oscar Mendes. São Paulo: Martins/Edusp, 1975.

São Paulo, setembro de 2008

Mensagens Espíritas

O DIABO

“Respondeu-lhe Jesus: Não vos escolhi a vós, os doze? e um de vós é o diabo.”
– João, 6:70.

Quando a teologia se reporta ao diabo, o crente imagina, de imediato, o senhor absoluto do mal, dominando num inferno sem fim.

Na concepção do aprendiz, a região amaldiçoada localiza-se em esfera distante, no seio de tormentosas trevas...

Sim, as zonas purgatoriais são inúmeras e sombrias, terríveis e dolorosas, entretanto, consoante a afirmativa do próprio Jesus, o diabo partilhava os serviços apostólicos, permanecia junto dos aprendizes e um deles se constituíra em representação do próprio gênio infernal. Basta isto para que nos informemos de que o termo “diabo” não indicava, no conceito do Mestre, um gigante de perversidade, poderoso e eterno, no espaço e no tempo. Designa o próprio homem, quando algemado às torpitudes do sentimento inferior.

Daí concluirmos que cada criatura humana apresenta certa percentagem de expressão diabólica na parte inferior da personalidade.

Satanás simbolizará então a força contrária ao bem.

Quando o homem o descobre, no vasto mundo de si mesmo, compreende o mal, dá-lhe combate, evita o inferno íntimo e desenvolve as qualidades divinas que o elevam à espiritualidade superior.

Grandes multidões mergulham em desesperos seculares, porque não conseguiram ainda identificar semelhante verdade.

E, comentando esta passagem de João, somos compelidos a ponderar: – “Se, entre os doze apóstolos, um havia que se convertera em diabo, não obstante a missão divina do círculo que se destinava à transformação do mundo, quantos existirão em cada grupo de homens comuns na Terra?”

XAVIER, F. C. Pão Nosso, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB, 1977. (Capítulo 164)

Mensagens Espíritas

CONCILIAÇÃO

“Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz e o juiz te entregue ao oficial de justiça, e te encerrem na prisão.”
– Jesus. (Mateus, 5:25).

Muitas almas enobrecidas, após receberem a exortação desta passagem, sofrem intimamente por esbarrarem com a dureza do adversário de ontem, inacessível a qualquer conciliação.

A advertência do Mestre, no entanto, é fundamentalmente consoladora para a consciência individual.

Assevera a palavra do Senhor – “concilia-te”, o que equivale a dizer “faze a tua parte”.

Corrige quanto for possível, relativamente aos erros do passado, movimenta-te no sentido de revelar a boa vontade perseverante. Insiste na bondade e na compreensão.

Se o adversário é ignorante, medita na época em que também desconhecias as obrigações primordiais e observa se não agiste com piores características; se é perverso, categoriza-o à conta de doente e dementado em vias de cura.

Faze o bem que puderes, enquanto palmilhas os mesmos caminhos, porque se for o inimigo tão implacável que te busque entregar ao juiz, de qualquer modo, terás então igualmente provas e testemunhos a apresentar. Um julgamento legítimo inclui todas as peças e somente os espíritos francamente impenetráveis ao bem, sofrerão o rigor da extrema justiça.

Trabalha, pois, quanto seja possível no capítulo da harmonização, mas se o adversário te desdenha os bons desejos, concilia-te com a própria consciência e espera confiante.

XAVIER, F. C. Pão Nosso, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB, 1977. (Capítulo 120)

Mensagens Espíritas

COMO SOFRES?

"Mas, se padece como cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus nesta parte."
- Pedro. (I PEDRO, 4:16.)

Não basta sofrer simplesmente para ascender à glória espiritual. Indispensável é saber sofrer, extraindo as bênçãos de luz que a dor oferece ao coração sequioso de paz.

Muita gente padece, mas quantas criaturas se complicam, angustiadamente, por não saberem aproveitar as provas retificadoras e santificantes?

Vemos os que recebem a calúnia, transmitindo-a aos vizinhos; os que são atormentados por acusações, arrastando companheiros às perturbações que os assaltam; e os que pretendem eliminar enfermidades reparadoras, com a desesperação.

Quantos corações se transformam em poços envenenados de ódio e amargura, porque pequenos sofrimentos lhes invadiram o circulo pessoal? Não são poucos os que batem à porta da desilusão, da descrença, da desconfiança ou da revolta injustificáveis, em razão de alguns caprichos desatentidos.

Seria útil sofrer com a volúpia de estender o sofrimento aos outros? não será agravar a dívida o ato de agressão ao credor, somente porque resolveu ele chamar-nos a contas?

Raros homens aprendem a encontrar o proveito das tribulações. A maioria menospreza a oportunidade de edificação e, sobretudo, agrava os próprios débitos, confundindo o próximo e precipitando companheiros em zonas perturbadas do caminho evolutivo.

Todas as criaturas sofrem no cadinho das experiências necessárias, mas bem poucos espíritos sabem padecer como cristãos, glorificando a Deus.

XAVIER, F. C. Vinha de Luz, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB, 1971. (Capítulo 80)

Mensagens Espíritas

AFLIÇÕES

“Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições do Cristo.”
I Pedro, 4,13.

É inegável que em vosso aprendizado terrestre atravessareis dias de inverno ríspido, em que será indispensável recorrer às provisões armazenadas no íntimo, nas colheitas dos dias de equilíbrio e abundância.
Contemplareis o mundo, na desilusão de amigos muito amados, como templo em ruínas, sob os embates de tormenta cruel.

As esperanças feneceram distantes, os sonhos permanecem pisados pelos ingratos. Os afeiçoados desapareceram, uns pela indiferença, outros porque preferiram a integração no quando dos interesses fugitivos do plano material.

Quando surgir um dia assim em vossos horizontes, compelindo-vos à inquietação e à amargura, certo não vos será proibido chorar. Entretanto, é necessário não esquecerdes a divina companhia do Senhor Jesus.

Supondes, acaso, que o Mestre dos Mestres habita uma esfera inacessível ao pensamento dos homens? Julgais, porventura, não receba o Salvador ingratidões e apodos, por parte das criaturas humanas, diariamente? Antes de conhecermos o alheio mal que nos aflige, Ele conhecia o nosso e sofria pelos nossos erros.

Não olvidemos, portanto, que, nas aflições, é imprescindível tomar-lhe a sublime companhia e prosseguir avante com a sua serenidade e seu bom ânimo.

XAVIER, F. C. Caminho, Verdade e Vida, pelo Espírito Emmanuel. 6. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1973. (Cópia do capítulo 83)

Curso de Passes do Centro Espírita Ismael

Vídeo explicativo do "Curso de Passes" do Centro espírita Ismael , gravado em julho de 2010.
Narração de Gomes Filho, instrutor do curso.

Psicografia da casa Centro Espirita Ismael

Incentivo ao Trabalho

Amiguinhos,

hoje é dia da leitura sobre o trabalho. Coincidência ou não, amanhã também será comemorado o Dia do Trabalho.

Feliz daquele que sabe agradecer o seu trabalho; mesmo que seja o mais simples, ele é de grande importância. É neste trabalho que ajudamos o nosso semelhante e somos assim pagos.

Aplicamos sem saber a caridade remunerada.

O lixeiro que recolhe todo o lixo das residências limpa o nosso mundo. Eles têm importância. Sem eles, o que seria uma cidade, um lugar?

Ele é tão importante como um médico, um dentista, um padeiro; sem eles, como seria nossa vida?

Cada um com sua profissão e com sua importância na sociedade.

O homem que está hoje descrente de Fé deveria olhar para trás e ver que até Jesus foi um trabalhador na Seara do Amor, e como lhe pagaram?

Agradeçam cada minuto a oportunidade de trabalho que vocês hoje aqui exercem.

Que Deus abençoe a todos.

Até uma próxima. Tchau.

(Psicografia recebida pela médium Valéria Beira, do Centro Espírita Ismael, em 30/4/2003.)

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Dias e Horários da Assistência Espiritual
(Passes Espíritas)

DIA 15:00 20:00

2.ª FEIRA

ASSISTÊNCIA - A3
ASSISTÊNCIA - P1/P2

DESOBSESSÃO - P3E
PASSE ESPIRITUAL
ENTREVISTA
SAMARITANO
PALESTRA - A2
3.ª FEIRA ENTREVISTA
ASSISTÊNCIA - A3 -
PASSE ESPIRITUAL
ENTREVISTA
ASSISTÊNCIA - A3
DESOBSESSÃO - P3E
SAMARITANO
PASSE ESPIRITUAL
4.ª FEIRA ASSISTÊNCIA - A1
(ASSISTÊNCIA SOCIAL )
PASSE ESPIRITUAL
ENTREVISTA
PALESTRA - A2
ASSISTÊNCIA - A3 e P1/2
SAMARITANO
PASSE ESPIRITUAL
5.ª FEIRA ENTREVISTA
ASSISTÊNCIA - P1/2
DESOBSESSÃO - P3E
PASSE ESPIRITUAL
ENTREVISTA
ASSISTÊNCIA - A3
ASSISTÊNCIA - P1/2
EVANGELHO NO LAR
PASSE ESPIRITUAL
6.ª FEIRA ASSISTÊNCIA - A2 ENTREVISTA
ASSISTÊNCIA - P5
DESOBSESSÃO - P3E
PASSE ESPIRITUAL
SÁBADO ENTREVISTA
ASSISTÊNCIA - P4
SAMARITANO
CASA DE DAVID
PASSE ESPIRITUAL
ENTREVISTA
ASSISTÊNCIA - A3 e P1/2
DESOBSESSÃO - P3E
PASSE ESPIRITUAL


sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Nosso Lar na Bienal

Todos estão convidados, no final de semana, a visitarem o estande da FEB! Lançamento oficial da edição especial do livro e a compra antecipada de ingressos!






Venda antecipada no quiosque da Ingresso.com

Ingresso de Nosso Lar

Ingresso de Nosso Lar

Enviado por Deborah Christie, Rio de Janeiro:

Crédito da Foto: Deborah Christie

Fotos ineditas do Filme Nosso Lar Exclusivo



Programa especial bastidores filme Nosso lar 1.mp4

NOSSO LAR - PASSEIO DE AERÓBUS

Este é o primeiro post do blog Textos para Reflexão (*) no DalheMongo. Fico muito feliz de poder divulgar meus textos num blog espírita jovem, pois eu que não sei qual é minha idade, ao menos sei que o espiritismo tem tudo a ver com a juventude… Com a proximidade da estréia do filme Nosso Lar, achei que esse artigo seria o ideal para começarmos:

No livro “Nosso Lar”, de autoria de André Luiz e psicografado por Chico Xavier, temos uma curiosa descrição de um veículo de transporte público na colônia espiritual que dá título ao livro:

Mal me refazia da surpresa, quando surgiu grande carro [aeróbus], suspenso do solo a uma altura de cinco metros mais ou menos e repleto de passageiros. Ao descer até nós, à maneira de um elevador terrestre, examinei-o com atenção. Não era máquina conhecida na Terra. Constituída de material muito flexível, tinha enorme comprimento, parecendo ligada a fios invisíveis, em virtude do grande número de antenas na tolda. Mais tarde, confirmei minhas suposições, visitando as grandes oficinas do Serviço de Trânsito e Transporte.
Lísias não me deu tempo a indagações. Aboletados convenientemente no recinto confortável, seguimos silenciosos. Experimentava a timidez natural do homem desambientado, entre desconhecidos. A velocidade era tanta que não permitia fixar os detalhes das construções escalonadas no extenso percurso. A distância não era pequena, porque só depois de quarenta minutos, incluindo ligeiras paradas de três em três quilômetros, me convidou Lísias a descer, sorridente e calmo (Trecho do início do Capítulo 10: “No Bosque das Águas”, onde André Luiz tem o primeiro contato com o aeróbus).

Uma pergunta muito comum dos céticos (espíritas ou não) em relação a algumas descrições detalhadas de veículos e construções nas colônias espirituais é bastante válida, a primeira vista: “Ora, se essas colônias dispõe de tamanho nível de tecnologia, porque os espíritos não nos entregam de mão beijada os planos e as plantas para que nossos engenheiros e arquitetos possam construir tais veículos e construções aqui na Terra?”.

Um espírita precavido irá citar outro trecho do próprio “Nosso Lar” para explicar porque um aeróbus não poderia viajar pela Terra:

Dirigi-me, incontinenti, a Narcisa, perguntando:
- Onde o aeróbus? Não seria possível utilizá-lo no Umbral?
Dizendo-me que não, indaguei das razões.
Sempre atenciosa, a enfermeira explicou:
- Questão de densidade da matéria. Pode você figurar um exemplo com a água e o ar. O avião que fende a atmosfera do planeta não pode fazer o mesmo na massa equórea. Poderíamos construir determinadas máquinas como o submarino; mas, por espírito de compaixão pelos que sofrem, os núcleos espirituais superiores preferem aplicar aparelhos de transição (Trecho do Capítulo 33: “Curiosas Observações”).

Mas será que isso resolve o problema? Não poderiam, por acaso, os espíritos ajudarem nossos engenheiros e homens de ciência a inovar nossa tecnologia atual? Mesmo que não fosse possível construir uma espécie de metrô que plana em alta velocidade muito acima do solo, certamente algum tipo de avanço descrito nos livros de André Luiz poderia ajudar, e muito, a Terra…

Arthur C. Clarke, célebre escritor de ficção científica, dizia que “qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinquível de magia”. Clarke foi, ele mesmo, um “antecipador” de algumas tecnologias que só viriam a ser viáveis muitos anos após a descrição – então fictícia – das mesmas em seus livros. Particularmente com o conceito dos satélites geoestacionários, Clarke não só antecipou o futuro, como contribuiu decisivamente para ele: nossas telecomunicações devem muito ao que antes era pura ficção.

Interessante que, num nível mais extraordinário (e incerto), é possível que algumas das tecnologias descritas em “Nosso Lar” – que diga-se de passagem, foi publicado em 1944 – possam ser igualmente antecipações de avanços futuros da tecnologia na Terra. Se a décadas atrás o aeróbus – uma espécie de metrô se movendo pelo ar, sem contato com o solo e a altas velocidades – parecia um veículo mágico, hoje talvez não chegue a tanto:

Um trem de levitação magnética ou maglev (Magnetic levitation transport) é um veículo semelhante a um metrô que transita numa linha elevada sobre o chão e é propulsionado pelas forças atrativas e repulsivas do magnetismo através do uso de supercondutores. Devido à falta de contato entre o veículo e a linha, a única fricção que existe, é entre o aparelho e o ar. Por conseqüência, os maglevs conseguem atingir velocidades enormes, com relativo baixo consumo de energia e pouco ruído. Embora a sua enorme velocidade os torne potenciais competidores das linhas aéreas, o seu elevado custo de produção limitou-o, até agora, à existência de uma única linha comercial, o transrapid de Xangai. Essa linha faz o percurso de 30 km até ao Aeroporto Internacional de Pudong em apenas 8 minutos. No Brasil, existem projetos para se implementar o maglev, por exemplo, na Ilha do Fundão.

Ainda assim, talvez não se pareça tanto com um aeróbus… André Luiz disse que “ele parecia ligado a fios invisíveis”, e que se movimentava muito acima do solo. Será que tudo não passou de ficção da cabeça de Chico Xavier? Obviamente que para um cético em relação à existência de comunicação com espíritos desencarnados, tudo já seria ficção a priori. Mas e quanto aos que crêem na possibilidade – será mesmo possível que a tecnologia humana seja apenas uma sombra da tecnologia espiritual, e que a inspiração para as grandes descobertas se deva ao fato de que quase tudo já foi descoberto no plano espiritual?

Quem se preocupa com isso certamente irá sorrir ao conhecer uma distinta empresa americana, chamada Aerobus International, que constrói trens suspensos por fios condutores que parecem voar pelos céus. Dificilmente os engenheiros americanos leram “Nosso Lar”… Mas e daí? E se for mesmo verdade cada pequena descrição da colônia? E se a ela tem mesmo a forma de estrela e todos os Ministérios citados por André Luiz estão mesmo lá, até hoje – em que exatamente isso nos ajuda em nossa evolução espiritual?

Nosso Lar é apenas uma das muitas colônias espirituais a beira do Umbral, onde espíritos de elevada moral e caridade tentam a todo custo auxiliar aqueles que perambulam nas trevas de sua própria consciência… Que nos importa saber o perímetro da colônia? Ou em quanto tempo podemos atravessá-la em um aeróbus? Ou se ela tem restaurantes e casas noturnas? Certamente, se um dia estivermos por lá, essas serão nossas últimas preocupações.

Lendo alguns dos livros de André Luiz, percebi que eles nunca se trataram apenas de descrições – fictícias ou não – de colônias do plano espiritual da Terra. Ora, começando pelo “Nosso Lar” e passando por todos os outros, eles tratam principalmente da tão falada reforma íntima, da reforma de nós mesmos; Do caminho das trevas da consciência egoísta para as campos ensolarados da consciência amorosa, conectada ao Cosmos que pulsa e vibra com vida, em cada partícula e em cada plano de existência.

É possível que os espíritos nos inspirem descobertas e idéias para novas tecnologias. Mas é igualmente possível que estejam mais preocupados em nos inspirar o amor e o auto-conhecimento. Em todo caso, cada ser está onde seus pensamentos o sintonizam.

André Luiz (ou Chico Xavier, caso você seja cético) perderia fácil numa comparação com autores de ficção científica como Arthur C. Clarke… Mas André Luiz não pretendeu nos trazer aulas sobre a tecnologia ultra-avançada dos espíritos, e sim ensinamentos sobre a moral avançada dos seres de luz. Se ele recorreu a histórias que ocorriam ao mesmo tempo na Terra e no plano espiritual, e acaso tenha se preocupado em descrever como é a vida enxergada do lado de lá, foi porque reconheceu o tempo perdido em sua encarnação prévia – um grande neurologista e médico sanitarista do Rio de Janeiro, que tinha muito conhecimento, mas pouca sabedoria.

Em seus livros, não encontramos batalhas fascinantes entre “o bem e o mal”, mas sim relatos sinceros e perturbadores da ignorância e falta de caridade de grande parte dos seres; A começar pelo próprio André Luiz, que passou anos no Umbral, e mesmo depois de socorrido em Nosso Lar custou a perder os vícios e a pompa de “grande médico”. Custou a vencer o próprio ego e reconhecer que a luz que vem de cima é sempre maior do que a nossa própria. Custou, mas venceu, e depois dedicou alguns de seus anos a ditar livros para um dos maiores médiuns de que se tem notícia. E o resto é história.

(*) O Textos para Reflexão é um blog que fala sobre espiritualidade, filosofia, ciência e religião. Autoria do escritor Rafael Arrais

FONTE:http://dalhemongo.com/categoria/textos-para-reflexao
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Programa especial bastidores filme Nosso lar 2

Atençãooooooooooooooo !!!!!!!!

CINQUENTA PERGUNTAS SOBRE " NOSSO LAR "

Produção Filme Nosso Lar- Lembramos e faremos a contagem regressiva, pois o lançamento será dia 3 de setembro

Cinqüenta Perguntas sobre o Livro "Nosso Lar"
Por Sérgio Biagi Gregório

01 – Que tipo de sensação descreveu o Espírito André Luís, logo após o seu desencarne?

R. – Uma sensação de perda da noção de tempo e espaço. Sentia-se amargurado, coração aos saltos e um medo terrível do desconhecido.

02 – Por que pecha de suicida?

R. – André Luiz não conseguia compreender porque o chamavam de suicida. Em sua concepção,tinha cumprido condignamente os deveres de médico, marido e pai. Contudo, ficou sabendo depois, que perdera muita vitalidade com bebidas e alimentação inadequada.

03 – Qual a finalidade da oração coletiva?

R. – Manter o equilíbrio espiritual da colônia. "Para tanto, todas as residências e instituições do "Nosso Lar" estão orando com o Governador, através da audição e visão à distância".

04 – Quais as causas do suicídio, segundo Henrique Luna, do Serviço de Assistência Médica da colônia espiritual?

R. – Modo exasperado e sombrio, cólera, ausência de autodomínio, inadvertência no trato com os semelhantes...

05 – Como se processa a assistência aos desencarnados?

R. – Há um visitador de serviços que anota e assinala as necessidades de socorro, ou providências que se refiram a enfermos recém-chegados.

06 – Que tipo de aviso o instrutor Clarêncio dá para a lamentação?

R. – "Aprenda, então, a não falar excessivamente de si mesmo, nem comente a própria dor. Lamentação denota enfermidade mental e enfermidade de curso laborioso e tratamento difícil. É indispensável criar pensamentos novos e disciplinar os lábios".

07 – Qual a explicação de Lísias a respeito de entrar em contato com entes queridos?

R. – "Convém não esquecer, contudo, que a realização nobre exige três requisitos fundamentais, a saber: primeiro, desejar; segundo, saber desejar; e, terceiro, merecer, ou, por outros termos, vontade ativa, trabalho persistente e merecimento justo".

08 – De que maneira são organizados os serviços na Colônia "Nosso Lar"?

R. – A colônia, que é essencialmente de trabalho e realização, divide-se em seis Ministérios, orientados, cada qual, por doze Ministros. Os quatro primeiros, ou seja, os Ministérios da Regeneração, do Auxílio, da Comunicação e do Esclarecimento, aproximam-se das esferas terrestres; os dois últimos, isto é, o da Elevação e o da União Divina, ligam-se ao plano superior, visto que a cidade espiritual é zona de transição.

09 – Após a indignação do instrutor espiritual, como ficaram os serviços de alimentação em "Nosso Lar"?

R. – "Por mais de seis meses, os serviços de alimentação, em "Nosso Lar", foram reduzidos à inalação de princípios vitais da atmosfera, através da respiração, e água misturada a elementos solares, elétricos e magnéticos".

10 – Qual o peso da água na alimentação dos Espíritos?

R. – De acordo com a descrição de Lísias, a água do Rio Azul tem uma densidade muito mais tênue, pura, quase fluídica. Ela, por seu poder magnético, é usada como alimento e remédio. Afirma, ainda, que na Terra quase ninguém cogita seriamente de conhecer a sua importância. A água, em cada lar, receberá as expressões das vibrações mentais dos seus moradores.

11 – Todas as colônias de socorro espiritual funcionam da mesma maneira? O que distingue o "Nosso Lar" das demais?

R. – Não. Cada uma atende a necessidades específicas. A Colônia "Nosso Lar", situa-se numa zona intermediária de evolução, pois todos os que ali estão, decorrido longo estágio de serviço e aprendizagem, voltam a reencarnar para atividades de aperfeiçoamento. Para tal finalidade, passam de Ministério em Ministério.

12 – O que é o Umbral? Todos os desencarnados passam por ele?

R. – "O Umbral funciona, portanto, como região destinada a esgotamento de resíduos mentais; uma espécie de zona purgatorial, onde se queima a prestações o material deteriorado das ilusões que a criatura adquiriu por atacado, menosprezando o sublime ensejo de uma existência terrena". Concentra-se, aí, tudo o que não tem finalidade para a vida superior.

Assim sendo, os que já se purificaram não têm necessidade de purgar nessa região.

13 – Qual o melhor método para obter bons ofícios a favor dos nossos parentes?

R. – Trabalho, humildade e obediência ao nosso superior. "Fira-se o coração, experimente-se a dificuldade, mas, que saiba cada qual que serviço útil pertence, acima de tudo, ao Doador Universal".

14 – O que o mundo espiritual leva em conta na solicitação de trabalho?

R. – Eles relacionam o que se fez de bem e de mal. No caso de André Luiz, os aspectos positivos referem-se ao receituário gratuito, que nos seus 15 anos de clínica, forneceu para mais de 6.000 necessitados. Desses beneficiados, quinze não o esqueceram e têm enviado, até aqui, veementes apelos a seu favor. No âmbito dos aspectos negativos, enumeramos: cuidou do corpo físico, sem se preocupar com a alma, muita imprevidência, numerosos abusos e muita irreflexão.


15 – Que orientações a mãe de André Luiz lhe passou?

R. – "A alegria, quando excessiva, costuma castigar o coração; às vezes, a Providência separa os corações, temporariamente, para que aprendamos o amor divino; se é possível aproveitar estes minutos rápidos, em expansões de amor, por que desviá-los para a sombra das lamentações?"

16 – O que sua mãe lhe confidencia acerca de seu pai, também desencarnado?

R. – Há doze anos que está numa zona de trevas compactas do umbral. Quando encarnado, fingia retidão, mas tinha seus casos extraconjugais. Conseqüência: tendo gasto muitos anos a fingir, viciara a visão espiritual, restringira o padrão vibratório, e o resultado foi achar-se tão-só nas relações que cultivara irrefletidamente, pela mente e pelo coração.

17 – Como você descreve a casa de Lísias?

R. – Ambiente simples e acolhedor. Móveis quase idênticos aos terrestres; objetos em geral, demonstrando pequeninas variantes. Quadros de sublime significação espiritual, um piano de notáveis proporções. Biblioteca só de escritores de boa-fé.

18 – Como explicar que, no mundo espiritual, o amor é o alimento das almas?

R. – "O homem encarnado saberá, mais tarde, que a conversação amiga, o gesto afetuoso, a bondade recíproca, a confiança mútua, a luz da compreensão, o interesse fraternal – patrimônios que derivam naturalmente do amor profundo – constituem sólidos alimentos para a vida em si".

19 – Como mudar a impressão (sem ferir) da jovem desencarnada com relação ao seu noivo, ainda encarnado?

R. – O problema da neta: oito meses de luta contra a tuberculose, mágoa de haver transmitido a doença à sua mãe e o pesar do noivo. A colocação de Laura: "Observei o teu ex-noivo, diversas vezes, no curso da tua enfermidade... Não te recordas da Maria da Luz, a colega que te levava flores todos os domingos? Pois nota: quando o médico anunciou, em caráter confidencial, a impossibilidade de restabelecer-te o corpo físico, Arnaldo, embora muito magoado começou a envolvê-la em vibrações mentais diferentes".

20 – Qual a noção de lar? Como se apresentam os casamentos na atualidade?

R. – Laura, tomando as palavras de seu orientador, diz que "o lar é como se fora um ângulo reto nas linhas do plano de evolução divina. A reta vertical é o sentimento feminino, envolvido nas aspirações criadoras da vida. A reta horizontal é o sentimento masculino, em marcha de realizações no campo do progresso comum. O lar é o sagrado vértice onde o homem e a mulher se encontram para o entendimento indispensável".

"Na fase atual de evolução do planeta, existem na esfera carnal raríssimas uniões de almas gêmeas, reduzidos matrimônios de almas irmãs ou afins, e esmagadora porcentagem de ligações de resgate".

21 – Temos uma lembrança rápida do passado ou devemos esperar algum tempo?

R. – Tudo vai depender do equilíbrio do Espírito. A lembrança de fatos sombrios nem sempre são úteis ao nosso aprimoramento espiritual. De qualquer forma, podemos ter acesso à Seção do Arquivo, no Ministério do Esclarecimento, onde podemos ler as nossas anotações particulares.

22 – O que é o bônus-hora? Para que serve?

R. – "Bônus-hora é uma ficha de serviço individual, funcionando como valor aquisitivo". Quer os espíritos trabalhem ou não, todos têm direito a moradia e alimentação no mundo espiritual. Contudo, os que trabalham e ganham bônus-hora podem adquirir casa própria e melhores alimentos.

23 – Qual a explicação de Lísias para a restrição à comunicação com os parentes terrenos?

R. – As queixas dos que ficaram estavam atrapalhando o desenvolvimento espiritual dos que lá estavam. Eles, no plano espiritual, não sabiam ouvir; ficavam envolvidos com os parentes em estado de sofrimento. Devemos ouvir, ajudar e passar, o que é difícil.

24 – Até que ponto o apelo da colônia à paz terrena (Guerra de 1939) pode auxiliar o cessar fogo?

R. – "O Ministério da União Divina esclareceu que a humanidade carnal, como personalidade coletiva, está nas condições do homem insaciável que devorou excesso de substância no banquete comum. A crise orgânica é inevitável. Nutriram-se várias nações de orgulho criminoso, vaidade e egoísmo feroz. — Experimentam, agora, a necessidade de expelir os venenos letais".

25 – Por que a curiosidade, mesmo sadia, pode ser perigosa?

R. – Podemos caminhar para vários assuntos sem nos prendermos a nenhum deles. Laura orienta-nos que o espírito de serviço deve sobrepujar o espírito de investigação. Diz: "Todos querem observar, raros se dispõem a realizar".

26 – O reconhecimento da ocupação como encarnado é igual à do desencarnado?

R. – "Nos círculos carnais, costumamos felicitar um homem quando ele atinge prosperidade financeira ou excelente figuração externa; entretanto, aqui a situação é diferente. Estima-se a compreensão, o esforço próprio, a humildade sincera".

27 – Como é o trabalho nas câmaras de retificações?
R. – "As câmaras de retificações estão localizadas nas vizinhanças do Umbral. Os necessitados que aí se reúnem não toleram as luzes, nem a atmosfera de cima, nos primeiros tempos de moradia em "Nosso Lar"". No caso de um espírito em crise, o assistente Gonçalves esclareceu que "a carga de pensamentos sombrios, emitidos pelos parentes encarnados, era a causa fundamental desse agravo de perturbação".

28 – Como é feito o serviço nas Câmaras de Retificação?
R. – É como se estivesse na Terra. Sendo Espíritos recém-chegados precisam de toda a estrutura em que viviam no Planeta Terra. Foi o que explicou a instrutora Narcisa, fazendo alusão à andorinha e ao avestruz. Diz: "São aves e têm asas, tanto o avestruz como a andorinha; entretanto, o primeiro apenas subirá às alturas se transportado, enquanto a segunda corta, célere, as vastas regiões do céu".

29 – Que conseqüências acarretam, no mundo espiritual, o excessivo apego ao corpo físico?
R. – O apego excessivo ao corpo físico faz-nos conviver com ele, mesmo depois de enterrado. Enquanto está inteiro, há uma certa aquiescência. Mas, quando os vermes começam a comê-lo e nota-se o seu definhamento, vem a angústia e o desespero.

30 – Por que são complicados os casos de herança?

R. – A ambição pelo dinheiro cria desavenças familiares. No caso aqui relatado, o filho mata o pai, através da eutanásia. Ele, no mundo espiritual, não consegue perdoar e atrapalha toda a família, apesar do auxílio dos mentores espirituais.

31 – Devemos atender a todos os que nos procuram?

R. – Neste capítulo, fala-se de uma ginecologista que assassinara 58 crianças (abortos). Ela achava que era justa, boa e queria ganhar os céus. Estava sendo vampirizada, mas não percebia. Por isso, o instrutor não a recebeu nas Câmaras de Retificações, e disse: "É imprescindível tomar cuidado com as boas ou más aparências".

32 – Quem é Veneranda? O que faz?

R. – Idealizadora dos salões naturais para as escolas e conferências do Governador. É criatura das mais respeitáveis daquela colônia espiritual. Os onze Ministros, que com ela atuam na Regeneração, ouvem-na antes de tomar qualquer providência de vulto. Tem um milhão de horas de trabalho útil, sem interromper, sem reclamar e esmorecer.

33 – Por que, em muitos casos, não se pode prescindir da colaboração dos animais?

R. – Dependendo do lugar em que se dirigem não podem ir de aeróbus. Narcisa explica que "os cães facilitam o trabalho, os muares suportam cargas pacientemente e fornecem calor nas zonas onde se faça necessário".

34 – Os recém-chegados ao Umbral suportam argumentos envoltos num raciocínio mais acurado?
R. – De acordo com a instrutora, "os dementes falam de maneira incessante, e quem os ouve, gastando interesse espiritual, pode não estar menos louco".

35 – Como interpretar o "há males que vem para o bem"?

R. – Às vezes somos enxotados de um lugar, recusados em outro e desprezados aqui e ali. Mas, para quem souber aproveitar, será de grande utilidade espiritual. É o que diz Silveira: "Sem aquela atitude enérgica que nos subtraiu as possibilidades materiais, que seria de nós no tocante ao progresso espiritual?"

36 – Como se explicam o sono e sonho no mundo espiritual?

R. – De acordo com André Luiz, "o sonho não era propriamente qual se verifica na Terra. Eu sabia, perfeitamente, que deixara o veículo inferior no apartamento das Câmaras de Retificação, em "Nosso Lar", e tinha absoluta consciência daquela movimentação em plano diverso". O sono era proveniente do cansaço. Que tipo de cansaço?

37 – O pensamento é a linguagem universal dos Espíritos? Explique.

R. – Para as mentes evolvidas, basta o intercâmbio mental sem necessidade de formas. Sobre essa questão, a Ministra Veneranda diz: "Dentro desse princípio, o espírito que haja vivido exclusivamente em França poderá comunicar-se no Brasil, pensamento a pensamento, prescindindo de forma verbalista especial, que, nesse caso, será sempre a do receptor; mas isso também exige a afinidade pura".

38 – Como interpretar, à luz dos ensinamentos do mundo espiritual, o casamento em 2.ª núpcias?

R. – O nosso raciocínio deve partir do pressuposto que existe o casamento de amor, de fraternidade, de provação e de dever. "O matrimônio espiritual realiza-se, alma com alma, representando os demais simples conciliações indispensáveis à solução de necessidades ou processos retificadores, embora todos sejam sagrados".

39 – No que o perdão, com Jesus, difere do perdão verbal?

R. – "O problema do perdão, com Jesus, meu caro André, é problema sério. Não se resolve em conversas. Perdoar verbalmente é questão de palavras; mas aquele que perdoa realmente precisa mover e remover pesados fardos de outras eras, dentro de si mesmo".

40 – Sempre colheremos o que semearmos?

R. – De acordo com a instrutora Narcisa, "Todos nós, meu irmão, encontramos no caminho os frutos do bem ou do mal que semeamos. Esta afirmativa não é frase doutrinária, é realidade universal. Tenho colhido muito proveito de situações iguais a esta. Bem-aventurados os devedores em condições de pagar".

41 – Os Espíritos se preocupam com guerra? O que eles fazem?

R. – A preocupação é tanta que, para isso, mantém grupos socorristas. Acreditam eles que as pessoas que começam uma guerra, principalmente uma nação, pagará preço terrível.

42 – Por que o Governador fez um discurso sobre a coragem?

R. – É que a guerra, na Terra, gera medo e desordem. Para manter o equilíbrio de "Nosso Lar" precisou arregimentar forças dos seus habitantes no sentido de emitir vibrações positivas ante o nefasto acontecimento.

43 – O Espiritismo, que já fez 50 anos, não poderia auxiliar a humanidade na questão da guerra?

R. – O Espiritismo tem muita dificuldade, porque a esmagadora porcentagem dos aprendizes que se aproxima dele, tem em mira a fenomenologia mediúnica e os proveitos particulares. Enquanto nos preocuparmos com o fenômeno, fazendo os médiuns de cobaias, muito distantes estaremos do homem espiritualizado, próprio para o tipo de ajuda requerida.

44 – Há diferença entre umbral e trevas?

R. – Umbral é zona de purgação e sofrimento. Trevas seriam regiões mais inferiores que conhecemos.

45 – Como descrever o ambiente no campo da música?

R. – O ambiente é de conversação elevada, em que se tecem comentários sobre temas de filosofia e os ensinamentos evangélicos de Jesus, com o objetivo de atingir o auxílio mútuo.

46 – Quando, para ajudar, é necessário reencarnar?

R. – A mãe de André Luiz se propõe a reencarnar. Seu objetivo: tirar o marido da zona de sofrimento, e, receber, como filhas, as duas mulheres que o vampirizam.

47 – O medo de reencarnar é comum aos Espíritos?

R. – Sim. Até os mais elevados têm muito medo. É justamente o receio da provação e do olvido temporário do passado, o que ocasiona tal receio.

48 – Os Espíritos também praticam o culto evangélico no lar?

R. – Sim. Inclusive, na presente lição, serviu de ocasião para a visita de um parente ainda encarnado.

49 – André Luiz se deu bem ao ver a sua esposa, com outro marido?
R. – No início sofreu um baque danado. Contudo, pouco a pouco, foi reorganizando seu arquivo mental, passando, depois, a auxiliar a esposa e o novo marido.

50 – Como retratar a transformação do Espírito André Luiz?

R. – Nesse passeio que fizemos com ele, acabamos anotando diversas sugestões e orientações dos mentores espirituais, os quais André Luiz pôs em prática. A sua obediência estimula a nossa adesão aos ensinamentos superiores do Espírito.

FONTE:http://www.ceismael.com.br/tema/cinquenta-perguntas-nosso-lar.htm

A LOGICA DA REENCARNACAO

Dar de graça

Octávio Caúmo Serrano

Dar de graça o que de graça receber – ESE Cap XXVI

A que se referia Jesus quando nos recomendou que deveríamos distribuir gratuitamente o que de graça também recebemos?
Evidentemente que a muitas coisas. Um donativo que se recebe numa instituição deve ser distribuído ou utilizado sem proveito pessoal para quem recebeu, mas em favor da comunidade assistida pelo agrupamento.
Dizemos isto porque já vimos pessoas em casas espíritas que, após receber uma roupa de melhor qualidade ou em melhor estado, em vez de encaminhar aos assistidos, guardaram para si, sob a argumentação de que também são necessitadas. E, afinal, dizem, são colaboradoras sem remuneração e julgam ter também direito a algum benefício... É o argumento.
Parece-nos errado! Tudo o que é recebido pelo Centro Espírita é para ser encaminhado. É evidente que se entre os trabalhadores da casa houver alguém que passa por real dificuldade, socorrê-lo é uma louvável exceção. Mas que não seja hábito entre os colaboradores que na verdade não necessitam. Caso o doador venha a saber, a instituição ficará desacreditada. E nas doações para bazares beneficentes, os da casa devem ter acesso a ele em igualdade de condições com as outras pessoas.
Acreditamos, todavia, como Jesus ensinava – Mateus X – 8 –, que curassem os enfermos, limpassem os leprosos e expulsassem os demônios, recomendando dar de graça o que haviam de graça recebido, que Ele se referia principalmente à mediunidade e mesmo ao magnetismo que muitos têm e que são utilizados pelos seus fluidos de cura física.
Essa capacidade – um recurso a mais de crescimento espiritual e que muitos chamam de “dom” – não foi conquistado pelo homem pelo estudo ou esforço, mas veio com ele para que a usasse em benefício dos mais carentes. Ofertada por Deus, gratuitamente.
Por isso, no mesmo capítulo, atrás mencionado, Kardec fala de preces pagas. Refere-se aos que cobram para orar pelos outros, deixando claro que os resultados independem de quem fez a oração. Antes que o benefício chegue àquele que sofre, é preciso verificar se ele está no momento de receber a ajuda e se já acumulou merecimento para livrar-se do mal que está vivendo. Sabemos que as dificuldades nos impelem ao progresso e tirá-las de nós antes do tempo elimina a finalidade da encarnação.
A argumentação é bastante lúcida. Se não somos nós que vamos favorecer o suplicante com nossos rogos, mas os Espíritos – incluindo Jesus e os Santos – como cobrar por um trabalho que não realizamos?
Pergunta também se a prece deve ser longa ou curta e se ela é remunerada pelo tamanho que é proferida. Se é necessária uma prece longa e a pessoa só pode pagar pouco, esta seria uma prece sem qualidade. Se não é necessária tanta ladainha, porque o Plano Divino é bom entendedor e para este bastam poucas palavras, por que orar tão cumprido?
Se prestássemos mais atenção e tivéssemos bom-senso, aprenderíamos que não se compra Deus com favores. Nem com dízimos, nem com velas, nem com promessas, fitas, bebidas ou galinha preta. A única moeda que Deus aprecia chama-se Amor. Se destinarmos o valor de uma vela para a compra de pão para um pobre, seremos mais recompensados pelo Plano Divino. Tudo o que fizermos de bom reflete em nós também como algo favorável. É a conhecida lei de ação e reação. Portanto tudo o que é pago é de resultado duvidoso. A bola de cristal, as cartas ou as pedras coloridas, vão sempre nos dizer o que queremos ouvir. Nunca o que é real, porque os que mercadejam com a fé não têm acesso aos planos da verdade. E, como são espertos, saberão sempre lidar com o nosso orgulho!
Quem cobra pelas preces que faz, tem de garantir o êxito do trabalho. Quem vende uma mercadoria tem de entregar. Se a responsabilidade da ajuda é do Espírito invocado como o intermediário pode garantir o resultado?
Ninguém entregue seus problemas para que outros resolvam. Cada um é o responsável, de forma individual e intransferível, pelo seu crescimento e, portanto, cada um deve fazer suas próprias orações e pedir ajuda diretamente a Deus, para que Ele lhe dê força, discernimento e destemor para enfrentar as dificuldades e delas tirar o conhecimento e a experiência que o problema sempre traz com ele.
Se cada um tem sua própria dívida e somente o Plano de Deus conhece a extensão do débito, as preces feitas podem ser insuficientes para solucionar o problema. Mas se cada um se entender diretamente com Deus, demonstrando esforço e interesse na rua renovação, a parcela de misericórdia é grande e muita coisa pode ser atenuada. Não esqueçamos que, conforme a primeira epístola de Pedro (I Pedro, 4:8), se “o Amor cobre uma multidão de pecados”, podemos resgatar pela prática do Bem o mal praticado em outras instâncias.
Nunca desprezemos o valor da oração diária, mas nunca percamos uma oportunidade de ajudar quem quer que seja, porque é dando que se recebe, já nos ensinou o lúcido Francisco de Assis. A oração deve descer das mentes e da boca para as mãos e o coração. Uma oração materializada no serviço é eficiente antídoto contra a inferioridade. Se encarregarmos outros de orarem por nós, além de negligenciarmos no cuidado da nossa própria vida, não podemos ter certeza de que ele fará o trabalho com interesse e seriedade. Só nós conhecemos realmente o que pedir e saberemos se fomos atendidos.
Distribua o bem e colha os frutos do que espalhar. Tenha fé e siga em frente! Tudo o mais virá por acréscimo!

Simplesmente feliz!

Lucy Dias Ramos

“Mas quando falo destas pequenas felicidades certas, que estão diante de minha janela, uns dizem que elas não existem, outros que só existem diante de minhas janelas e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.” Cecília Meirelles

Com o mesmo pensamento da poetisa, transcrito acima, eu acrescentaria: mas estas pequenas coisas imperceptíveis para alguns me fazem completamente feliz!
Será possível ser feliz neste mundo?
Creio que sim. Não a felicidade que se busca nas coisas efêmeras da vida, mas aquele momento mágico em que nos colocamos acima de tudo o que é tangível para perceber no âmago das coisas e pessoas que nos cercam o sentido real que representam em nossas vidas e o valor essencial de cada uma delas.
É tão controvertida a análise do que seja um homem feliz. Para alguns é a conquista do poder, da glória... Para outros é a riqueza material com que adquirem coisas, objetos de valor, aparelhos de locomoção sofisticados para comandarem seus negócios, suas posses... Para tantos outros são as condições que lhes possibilitem viajar pelo mundo, conhecer outras terras, visitar países longínquos e exóticos... Todos estes encontram o prazer nas sensações ainda ligadas ao dinheiro, à riqueza material.
Serão, realmente, felizes?
Não estaria a felicidade real na vida simples dos que vivem na contemplação do belo, do inatingível, do infinito das horas quando as reflexões mais profundas invadem o ser, levando-os a entender a poesia da vida, a excelência do amor, a grandeza da verdade?
Entretanto, muitas pessoas se dizem infelizes, porque não possuem bens materiais, posições de destaque na sociedade... Não cogitam de refletir em torno do sentido da vida, o que as levaria a entender que felicidade reflete o nosso mundo íntimo e não está nas coisas exteriores ou valores perecíveis.
Muitos entendem que felicidade é a ausência da dor, dos problemas vivenciais, de preocupações com sua sobrevivência, como se a vida fosse isenta de lutas e desafios, em nosso estágio de evolução.
Allan Kardec, no cap. V de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, nas instruções dos Espíritos, coloca uma mensagem de François Nicolas Madeleine, Cardeal Marlot, recebida em Paris em 1863, na qual ele discorre sobre a felicidade aqui na Terra. E logo no início ele diz que:
“em função do grande número de pessoas que reclamam neste mundo, prova melhor do que todos os raciocínios possíveis, esta máxima de Eclesiastes “a felicidade não é deste mundo”. Com efeito, nem a riqueza, nem o poder, nem mesmo a florida juventude são condições essenciais à felicidade. Digo mais: nem mesmo reunidas estas três condições tão desejadas, porquanto incessantemente se ouvem, no seio das classes mais privilegiadas, pessoas de todas as idades se queixarem amargamente da situação em que se encontrem.”1
Analisando as posições diferentes em que nos encontramos na Terra, toda as múltiplas necessidades humanas e as situações e reações na luta pela sobrevivência física, começamos a entender que a felicidade é mais um estado emocional relacionado com o sentimento que vige dentro de nós no enfrentamento das dificuldades e das dores morais.
Joanna de Ângelis nos ensina que a felicidade não “está adstrita a determinados padrões, de maneira a que seja a mesma para todos.”
E leciona:
“Estando as pessoas em estágios com diferentes níveis de consciência e de conhecimento, as suas aspirações diversificam-se, apresentando-se em tonalidades muitos especiais, representativas de cada qual. Desse modo, o conceito de felicidade na vivência normal e comum é muito diferente, em relação aos seres humanos, apresentando-se com características próprias, referentes ao estágio e qualidade da emoção de cada um.”2
Procuro analisar a assertiva do texto acima transcrito e penso:
Agora, no momento em que escrevo, pergunto a mim mesma: Estou feliz? E estar feliz neste instante de minha vida em que procuro repassar para você, querido leitor, o que sinto e como entendo a felicidade aqui na Terra, não é difícil porque estou analisando um estado de minha alma que se encontra tranquila, admirando através da janela um lindo céu azul, entremeado de nuvens muito brancas, tendo o Sol invernal um tanto acanhado e tardio, mas que aquece e ilumina um lindo dia... Olhar a natureza em torno de mim é motivo de felicidade, de gratidão porque meus olhos alcançam a amplidão, vislumbro cores, distingo ao longe as montanhas recortadas de ruas onde casas se alinham de forma desordenada, mas de rara beleza em sua diversidade de cores e formas... E imagino que dentro destas moradias existem pessoas como eu que buscam entender o porquê da vida, trabalham, se esforçam para viver em paz e acreditam em Deus, em Sua bondade infinita, em Seu amor imensurável por nós...
Estar feliz é simplesmente ser feliz num determinado momento. Vivendo intensamente este instante em que de tão comum e verdadeiro, se torna simples e imperceptível para os mais desatentos...
Todavia se eu mudar o verbo e formular a pergunta: Sou feliz?
Muda completamente o sentido, porque ser feliz implica em situações permanentes que irão sobreviver além de uma existência física. Reconheço assim a impermanência deste instante de felicidade.
Ser feliz é ter consciência do que sou, do que busco na vida, do que é essencial à paz e ao equilíbrio de minhas emoções. É compreender que eu sou um Espírito imortal que tenho um corpo perecível do qual me utilizo nesta reencarnação, adquirindo o que preciso para ser feliz, mas não sou as coisas e os valores intelectuais que possuo, os títulos que recebi, mesmo os merecidos, o nome que uso, nem os dados que me identificam como cidadã...
Estou usufruindo destes objetos e valores necessários ao meu viver aqui na Terra, mas eu sou muito mais que tudo isto, na carreira das vidas sucessivas...
Condicionamos, muitas vezes, a felicidade às aquisições de bens ou conquistas no âmbito profissional ou social... Reagimos de formas variadas com relação aos meios empregados para realizar nossos desejos. Mas todos nós temos metas a seguir e anseios ligados aos nossos interesses pessoais.
A vontade impulsionando a luta para a aquisição do que almejamos ou da meta a que nos propomos atingir é determinante, entretanto, não poderá extrapolar o nível ético com que pautamos nossas vivências.
Não é fácil viver sem estar preocupado com as coisas materiais enquanto encarnados, com as implicações familiares, sociais, profissionais e mesmo as religiosas que motivam a atual existência.
Entretanto para ser feliz realmente temos que educar nossos sentimentos, equilibrar nossas emoções, entendendo que estar feliz é transitório enquanto desejar uma felicidade real depende unicamente da autoconsciência e dos níveis éticos estabelecidos para cada um de nós.
“A alegria é a presença de Deus no coração do ser humano, cantando, sem palavras, melodias de perenidade, mesmo que de breves durações.”3
Ser feliz, portanto, é sentir a presença de Deus nas coisas mais simples da Natureza e daquilo que toca o nosso coração quando olhamos através dos olhos da alma, as belezas da criação divina... O olhar puro de uma criança, os pássaros que cantam no amanhecer festejando a vida, o colorido das flores singelas, as ondas do mar beijando a areia aquecida pelos raios de sol, a estrada alongada por onde caminho pisando as folhas secas e o capim macio, a face enrugada do ancião sinalizando suas vivências, como rotas seguras que refletem sua experiência, a diversidade das cores que contornam os campos e as montanhas em sua perenidade, enfim tudo o que permanece, embora se transforme, e não depende de nós.
Mesmo sabendo que este momento é transitório, eu estou feliz em poder refletir diante da beleza da vida que estua diante de mim!...
E você, querido leitor, está feliz?
Estar feliz é o primeiro passo que ensaiamos para conquistar a felicidade real.

1- KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. P. 113
2- FRANCO, Divaldo P. Atitudes Renovadas. P. 122.
3- FRANCO, Divaldo. P. O Despertar do Espírito. P. 72

Doutrinação

Richard Simonetti

O que dizer de dirigentes espíritas que estão substituindo a expressão doutrinar por esclarecer, quanto aos Espíritos que se manifestam nas reuniões mediúnicas?
É uma tentativa de definir melhor o papel daqueles que conversam com Espíritos perturbados ou perturbadores, embora não tenha nenhuma implicação quanto à eficiência desse trabalho, que depende, essencialmente, da capacidade do doutrinador ou esclarecedor.

Diante de um Espírito inconsciente de sua condição de desencarnado, qual seria a iniciativa ideal?
Em primeiro lugar evitar o erro crasso de dizer-lhe que “morreu”, o que tende a confundi-lo. Imaginemos como reagiríamos a uma informação dessa natureza, principalmente se vinculados a religiões que fantasiam a vida além-túmulo. Obviamente encararíamos como alienado o informante.

Qual seria, então, o objetivo da manifestação dos sofredores do Além?
Espíritos presos às impressões da matéria, vinculados aos seus interesses, vícios e ambições, situam-se como sonâmbulos na Espiritualidade, não raro em estado catatônico. Em contato com as energias do médium e do ambiente, o manifestante experimenta um despertar. É um momento delicado em que é preciso agir com prudência, evitando iniciativas que possam confundi-lo.

Dizendo-lhe que desencarnou não estaremos agilizando esse processo?
No livro E a Vida Continua, psicografia de Chico Xavier, o Espírito André Luiz reporta-se a Espíritos num hospital da Espiritualidade, tratados com todo carinho durante meses, mas sem serem informados de sua posição de desencarnados. Em dado momento, ante a estranheza de outros pacientes, que não sabem o que está acontecendo, Fantini, um dos internados, especula: Concluo, salvo melhor juízo, que estivemos, claramente sem o sabermos, na condição de alienados mentais, e decerto emergimos, agora, com muito vagar das trevas psíquicas para o estado normal de consciência. Os médicos e enfermeiros que nos rodeiam estão plenamente justificados, quanto ao propósito de resguardar-nos contra quaisquer tipos de preocupação com a vida exterior.

Haverá prejuízo para o Espírito ao receber, extemporaneamente, essa informação?
Quem responde é o próprio Fantini, na obra citada, procurando definir porque não era informado sobre o que estava acontecendo: O menor vinco de aflição na tela mental de nossas impressões do momento, assim penso, nos traria talvez grande prejuízo às emoções e ideias, qual ocorre à pequena distorção que desfigura a simetria das ondas elétricas.

Como explicar o fato de que, frequentemente, na doutrinação, o Espírito recebe bem a informação?
O Espírito ou o médium? Se este participa de uma reunião onde a regra e a base do trabalho é passar essa informação ao Espírito, ele tenderá a incorporar não as impressões do manifestante, mas as tendências do próprio grupo.

Não informar o Espírito sofredor quanto à sua condição seria, então, uma regra?
Sim, embora considerando que toda regra tem sua exceção. Se o Espírito já está percebendo que desencarnou, guardando relativa lucidez, não há por que ocultar-lhe. Em média, a cada dez Espíritos sofredores que se manifestam há um nessa condição.

Qual seria a postura do dirigente e do grupo, diante de um Espírito sofredor, inconsciente de sua situação?
Percebe-se que, em grande maioria, Espíritos perturbados não estão habituados à oração verdadeira, aquela conversa íntima com Deus, com Jesus, em processo de reflexão, buscando não os favores da espiritualidade, mas uma orientação de vida. Se conseguirmos induzi-lo a orar, assim teremos dado uma grande passo para mudar seu padrão vibratório, habilitando-o a ver e receber decisivo apoio de mentores e familiares desencarnados. O grupo pode ajudá-lo nesse mister, envolvendo-o nas mesmas bênçãos da oração. Kardec situa esse esforço como o que de melhor podemos fazer por esses Espíritos.

Vamos para o purgatório?

Vamos para o purgatório?
Ricardo Orestes Forni

A revista VEJA, em sua edição de nº 2167, de dois de junho de 2010, páginas 238 a 239, traz uma reportagem sobre o purgatório, criado pelos homens, evidentemente. Vejamos. Os virtuosos vão para o céu; os pecadores, para o inferno. A doutrina cristã primitiva não poderia ser mais simples – nem mais assustadora: não há recurso para aqueles que ficam a meio caminho da redenção. Ou, pelo menos, não havia até que, lá pelo século XII, se estabeleceu um terceiro lugar na geografia escatológica: o purgatório. Esse espaço equívoco, ao mesmo tempo prisão e lugar de passagem, é objeto de um estudo abrangente e minucioso do historiador francês Michel Vovelle,...
Em outro trecho da referida reportagem, encontramos: “O termo latino purgatorium, com esse sentido, parece ter sido empregado, pela primeira vez, no fim do século XII, por Pierre Le Mangeur, um douto de Paris. No concílio de Lyon, em 1274, o purgatório já era promulgado como dogma – e confirmado nessa condição no Concílio de Florença, em 1439. O novo conceito ajudou a Igreja a administrar crenças populares antigas e renitentes: a noção supersticiosa de que os falecidos conservam influência sobre os vivos, seja na forma de entes protetores do lar, seja na de assombrações de cemitério. Essas concepções chocavam-se com o esquema binário céu-inferno, no qual não se admite acesso ao mundo dos mortos. O purgatório, ao contrário, é permeável às súplicas dos viventes. O fiel pode rezar pela salvação de seus entes queridos. E ainda pagar indulgência à Igreja, para redimi-los – ou, antecipadamente, para salvar a si mesmo. A reprovação a essa prática está no cerne das dissidências que levariam à Reforma Protestante, no século XVI. Lutero e seus seguidores, aliás, aboliram o purgatório.”
Arremata a reportagem citada que Essas interpretações literais do terceiro lugar perderam o sentido no desencantado século XX – mesmo entre os católicos, hoje o purgatório está fora de moda.
Para o Espiritismo, o purgatório não está fora de moda; muito pelo contrário, ele é real, e vivemos dentro dele, em cada reencarnação que temos. Não vamos para o purgatório, estamos nele, ou, pelo menos, em parte dele.
Recordemos os ensinamentos de Kardec, no livro O Céu e o Inferno.
“É, pois, nas sucessivas encarnações que a alma se despoja das suas imperfeições, que se purga, em uma palavra, até que esteja bastante pura para deixar os mundos de expiação como a Terra, onde os homens expiam o passado e o presente, em proveito do futuro. Contrariamente, porém, à ideia que deles se faz, depende de cada um prolongar ou abreviar a sua permanência, segundo o grau de adiantamento e pureza atingido pelo próprio esforço sobre si mesmo. O livramento se dá, não por conclusão de tempo nem por alheios méritos, mas pelo próprio mérito de cada um, consoante estas palavras do Cristo: A cada um, segundo as suas obras, palavras que resumem, integralmente, a justiça de Deus.” Nesse trecho, Kardec deixa bem claro que o próprio autor da consciência endividada perante a Lei é quem se livra do purgatório. Não há contagem de tempo e nem interferência alheia.
Mas, se o Espírito sofre, também, em determinadas regiões do mundo espiritual, de acordo com os erros que comete, não seria o purgatório localizado nessas regiões e não no planeta em que se encontra reencarnado? É novamente Kardec quem esclarece, ao ensinar que a expiação no mundo dos Espíritos e na Terra não constitui duplo castigo para eles, porém um complemento, um desdobramento do trabalho efetivo a facilitar o progresso. Do Espírito depende aproveitá-lo. E não lhe será preferível voltar à Terra, com probabilidades de alcançar o céu, a ser condenado sem remissão, deixando-a definitivamente?
Se o purgatório existe, porque Jesus não se referiu a ele? Esclarece Kardec que não existindo a ideia, não havia palavra que a representasse. O Cristo serviu-se da palavra inferno, a única usada, como termo genérico, para designar as penas futuras, sem distinção. Colocasse Ele, ao lado da palavra inferno, uma equivalente a purgatório e não poderia precisar-lhe o verdadeiro sentido, sem ferir uma questão reservada ao futuro; teria, enfim, de consagrar a existência de dois lugares especiais de castigo. O inferno, em sua concepção genérica, revelando a ideia de punição, encerrava, implicitamente, a do purgatório, que não é senão um modo de penalidade.
A grande realidade é que todo ato de violência contra qualquer reino da Natureza que represente o Amor Universal cria liames entre a consciência culpada e a dívida contraída. Essa cicatriz na consciência endividada deverá ser reparada, para que possamos sair do purgatório terrestre ou espiritual, em direção às regiões em plenitude de paz e felicidade eternas.

Ler Matéria - Jornal O CLARIM

Por uma humanidade verdadeiramente cristã
Francisco Rebouças

Parece-nos óbvio que, definitivamente, chegou a hora de os ensinamentos contidos no Evangelho de Jesus fazerem parte dos hábitos individuais e coletivos de nossa sociedade e, nesse particular, a Religião desempenha função importantíssima, no contexto das diversificadas filosofias, onde, uma vez mais, a Doutrina Espírita assume um papel de destaque, nos dias da atualidade que vivenciamos.
Não quero, aqui, puxar a brasa para a nossa sardinha, mas, simplesmente, dar testemunho do excelente momento que o Espiritismo desfruta em todos os seus aspectos, científico, filosófico e religioso. Científico, pelas descobertas da ciência, comprovando, em diversos campos das pesquisas científicas, a verdade apregoada pela filosofia espírita, que defende a fé de forma raciocinada e em perfeita harmonia com a razão. Mas, é no campo religioso que a Doutrina dos Espíritos está realmente demonstrando toda pujança, contida em seu conteúdo ético-moral, o que nos faz constatar a procura de uma quantidade crescente de pessoas que estão buscando os conhecimentos de nossa doutrina, para encontrarem os argumentos seguros que lhes possam convencer, de forma racional, a certeza de que a vida jamais cessa, quer no plano físico, no mundo material dos homens encarnados, quer no plano espiritual, mundo dos espíritos desencarnados.
Isso porque, só o Espiritismo nos faz reviver, de forma racional e sem mistérios, os ensinos transmitidos por Jesus, em seu sentido primitivo, trazidos ao conhecimento da humanidade pelo próprio Mestre de Nazaré, quando aqui esteve entre nós, ensinos esses, despidos de todas as injunções clericais, ou de qualquer tipo de dogmas introduzidos, posteriormente, pelos homens que confrontam a razão, fazendo com que o espírito se demore com tolices e crendices que só servem para retardar o momento do início de sua renovação moral que deve empreender, o quanto antes, para sua ascensão ao encontro da felicidade e pureza a que está destinado pela Soberana Sabedoria do Universo.
O Espiritismo, sendo o cristianismo redivivo, ensina-nos a desenvolver a fonte das virtudes cristalinas que jazem latentes em nosso Ser Imortal, para nos tornar aptos a pleitear elevadas posições, na Seara do Mestre de Nazaré, diante das necessidades que temos de servir, na lavoura do bem, em nosso próprio benefício e do nosso próximo que caminha conosco.
A proposta espírita é um apelo ao cristão sensato, para que nos utilizemos da bênção da inteligência, para que a razão possa falar mais alto que os sentimentos, na busca pela elevação da nossa maneira de proceder, para que ajamos sempre com dignidade, no pensar, falar e fazer, de acordo com os princípios da verdade, praticada e ensinada por Jesus, nosso Mestre e Guia.
A Doutrina Espírita nos assevera, de forma incisiva, que: “Fora da Caridade não há salvação”, para que entendamos, em definitivo, que o amor, em forma de ação, é a chave da porta que nos dá acesso à felicidade e à paz da consciência que tanto procuramos encontrar, sem que consigamos por outros meios, pois só há um caminho a ser seguido, como Ele mesmo nos afiançou: “Eu sou o caminho a verdade e a vida, ninguém vai ao pai senão por mim”.
Hoje, a ação dos Espíritos, na difusão dos conhecimentos espirituais, é facilmente perceptível a quem tiver o mínimo de sensibilidade e disposição para constatar, através das inúmeras maneiras que Eles encontraram para nos mostrar a realidade da vida além da vida, através das novelas com essa temática, dos diversos jornais, boletins informativos, sites e blogs espíritas, em grande quantidade, na internet, e, mais recentemente, os filmes de grande aceitação pelo público, além da grande procura que se constata, dia a dia, nas nossas casas espíritas.
Preciso se faz estarmos atentos a essa nova realidade, e nos capacitemos para exercer o papel que nos está reservado nesse contexto, como tarefeiros da seara espírita, conscientes do bem que essa sublime filosofia de vida será capaz de produzir, em benefício de nossa sociedade.
Que Jesus, nosso Mestre e Guia, nos sustente em sua doce paz, para que, com seu divino auxílio, possamos cristalizar em nós, definitivamente, essa nobre e irrefutável proposta espírita, para que a decadência que se observa nos conceitos equivocados da humanidade de hoje sejam modificados por outros que levem em conta a paz, o amor e a justiça, realizando sua grande e maior finalidade que é justamente a de desenvolver, no homem, o preceito: “Fé inabalável só o é a que pode encarar, frente a frente, a razão, em todas as épocas da humanidade”*.

* O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XIX, item7.

Dicas de leitura

Aconteceu em Paris
André (Espírito)/Mauren R. M. Wetzstein
Esta obra ambientada em Paris, século XVIII, trata de assuntos como magnetismo, culpa, solidão, preconceitos, etc.. Com uma abordagem envolvente e ricamente doutrinária, a história de André de Soissons nos permite adentrar em temas como livre-arbítrio, lei de causa e efeito, imortalidade e reencarnação. Até que ponto um homem pode se elevar acima das misérias humanas? Descubra nessa instigante narrativa!
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Horizontes das profecias
Diversos Espíritos/José Maria de Medeiros Souza
Os Benfeitores da Humanidade preocupados com o futuro do Homem e a destinação da Terra, têm ofertado, através de mensagens, diretrizes edificantes que contribuem para a elevação espiritual do ser. Nesse contexto, Cairbar Schutel, Bezerra de Menezes, Jésus Gonçalves e outros espíritos nobres trazem, até você, palavras capazes de acionar os potenciais criativos de cada um, para que haja luz nos Horizontes da vida.
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Um trágico equívoco
F. Altamir da Cunha
Autoridades médicas consideram o suicídio um problema de saúde pública. Estudiosos do assunto associam-no a uma interação de fatores sociais, culturais, psíquicos e biológicos, dentre outros. Esta obra apresenta também a obsessão como importante fator na sugestão e concretização das ideações suicidas, à luz da Doutrina Espírita.
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Ler Matéria - Jornal O CLARIM

O que é a morte – o que é o espírito
Cairbar Schutel

Publicado em 26 de setembro de 1936

A expressão morte, em sua significação literal, não exprime a verdade do fenômeno, que nós, espíritas, com muito justa razão, denominamos desencarnação, porque o ser não se extingue. O Espiritismo demonstra, com a razão, a lógica e os fatos, que, não sendo a alma o produto das conjunções físico-químicas, mas, sim, o agente produtor desses fenômenos, e continua a existir, cessada a sua ação sobre o organismo.
A morte é o despimento do invólucro material, é o abandono do Espírito do seu envoltório carnal. Não sendo este estável, fixo, pois que a matéria corporal se acha sempre em transformação contínua, em mutações, devido ao fluxo e ao refluxo dos elementos que o compõem, não poderia esse agregado de substâncias que se substituem, a todos os momentos, gerar e manter um ser estável, dotado de memória e que se pronuncia com inteligência e virtudes crescentes, tal como observamos, absolutamente independentes dos alimentos que ingerimos, da água que bebemos, do ar que aspiramos.
O Espírito é o tudo dessa máquina humana, é o seu construtor, é o seu mantenedor (mens agitat molem).
O Espírito não é uma entidade abstrata e mitológica, um ser vago, indefinido que, semelhante a uma chama, se extingue quando acaba a vela. É um ser concreto, substancial, também constituído de matéria, quanto à sua parte exterior, mas de matéria ultrarradiante, em cujo corpo se caracterizam sentidos muito mais aperfeiçoados do que os que temos na terra.
O Espírito é um ente limitado pelo seu organismo etéreo, assim como, quando encarnado, (o homem) é limitado pelo seu organismo corpóreo-material.
A constituição do ser humano não é só biológica, física, mas, sim, meta-biológica, metafísica.
As fotografias dos duplos, as moldagens e impressões digitais demonstram, positivamente, a existência, em nós, dos duplos-etéreos, que constituem os nossos corpos espirituais, que não são atingidos nem pelo ferro, nem pelo fogo, nem pela morte.
Por isso é que dizemos: não há morte, mas, sim, separação do Espírito do corpo ou desencarnação. “O que é espírito é espírito, o que é corpo é corpo; há muita diferença entre um e outro”.
Uma é glória do corpo terrestre (glória efêmera); outra é a glória do corpo celestial (glória perene).
Deus não é “deus dos mortos”, mas, sim, dos vivos e, assim como Deus vive e viverá sempre, nós, que somos seus filhos, vivemos e também viveremos sempre.
Tal é a verdade experimental, estudada e que pode ser comprovada a qualquer hora.