sábado, 26 de fevereiro de 2011

O FILME DOS ESPÍRITOS




Storyline Após perder a esposa e a caminho do suicídio, um homem se depara com “O Livro dos Espíritos” e começa uma jornada de transformação interior rumo aos mistérios da vida espiritual e suas influências no mundo material.

O primeiro filme dos diretores André Marouço e Michel Dubret, acaba de ser rodado. Intitulado de “O Filme dos Espíritos“, o longa teve boa parte de suas gravações realizadas na cidade de São Paulo, mas outras cidades como Atibaia, Araçoiaba da Serra e Ubatuba também serviram de locação para a história.
Marouço é jornalista, radialista e produtor e está à frente da Mundo Maior Filmes (produtora vinculada à Fundação Espírita Andre Luiz). Dubret é formado em cinema pela Faap (Fundação Armando Álvares Penteado) e trabalhou por quatro anos no Studio Fatima Toledo, no casting e preparação de atores.

A produção do longa-metragem surgiu a partir do Projeto Mundo Maior de Cinema que, em 2009, recebeu cerca de 100 roteiros de jovens diretores e roteiristas, de diferentes regiões do país; desse grupo, oito foram selecionados e contaram com suporte técnico e profissional da produtora. O resultado foi a realização de oito curtas-metragens com tema espiritualista e transcedental. Eles foram exibidos, em novembro de 2009, e ainda premiados em diversas categorias. A etapa final dessa iniciativa é justamente a realização do longa “O Filme dos Espíritos“. A idéia é lançá-lo comercialmente ainda em 2010.

O longa tem no elenco parte dos atores e atrizes que estiveram nos curtas. Reinaldo Rodrigues é o protagonista. Ao seu lado, estão Nelson Xavier, Etty Fraser, Ênio Gonçalves, Ana Rosa.

Em linhas gerais, o filme conta a história de Bruno Alves que, por volta dos 40 anos, perde a mulher e se vê completamente abalado. A perda do emprego se soma à sua profunda tristeza e o suicídio lhe parece a única saída. Nesse momento, ele entra em contato com O Livro dos Espíritos, obra basilar da doutrina espírita. Há também uma dedicatória no exemplar: “esta obra salvou-me a vida. Leia-a com atenção e tenha bom proveito.” A partir daí, o protagonista da história começa uma jornada de transformação interior rumo aos mistérios da vida espiritual.

Sobre a Produção: A Mundo Maior Filmes é uma produtora de cinema sediada em São Paulo, que preza pelo caráter educativo de suas obras. Foi constituída por investidores engajados em ações de responsabilidade social, sendo uma unidade de negócios da Fundação Espírita André Luiz.

ANDRÉ MAROUÇO – nascido em São Paulo, em 1970, Marouço é jornalista e radialista com mais de 20 anos de experiência, tendo passado pelas TVs Globo, Cultura e SBT. Entre outros trabalhos, destacam-se sua participação como produtor executivo, idealizador e coordenador geral da I Mostra Mundo Maior de Cinema e do projeto Mundo Maior de Cinema; diretor e roteirista dos documentários Sacramento Natureza e História (2005 / Versátil), Terceira Revelação – A Morte não Existe (2005 / Mundo Maior Filmes) e 60 Anos Transformando Vidas (2009 / Mundo Maior Filmes); diretor de fotografia dos documentários Um Lugar Chamado Lar (1999 / TV Cultura), A Riqueza do Lixo (2000 / TV Cultura) e A Cidade e a Criança (2000 / TV Cultura).

MICHEL DUBRET - Formado em cinema pela FAAP, ingressou no de 2003 no Studio Fátima Toledo. Neste trabalhou como assistente da Fatima Toledo no casting e na preparação de atores nos filmes: O Céu de Suely (dir. Karin Ainous), Mutum (dir. Sandra Kogut), Tropa de Elite (dir. José Padilha) e Linha de Passe (dir. Walter Salles), entre outros. Entre 2007 e 2008, dirigiu curtas metragens como James e Ulisses, O Quarto e Chuva Rasa, todos produzidos e realizados pelo Studio Fátima Toledo. Dubret também adquiriu experiência profissional na Cinemateca Brasileira nos departamentos de catalogação, preservação e restauração de filmes como Deus e o Diabo na Terra do Sol (Glauber Rocha) e Macunaíma (Joaquim Pedro de Andrade), entre outros, durante o período de quatro anos.

A GRANDE TRANSIÇÃO – JOANNA DE ÂNGELIS

Opera-se, na Terra, neste largo período, a grande transição anunciada pelas Escrituras e confirmada pelo Espiritismo.
O planeta sofrido experimenta convulsões especiais, tanto na sua estrutura física e atmosférica, ajustando as suas diversas camadas tectônicas, quanto na sua constituição moral.
Isto porque, os espíritos que o habitam, ainda caminhando em faixas de inferioridade, estão sendo substituídos por outros mais elevados que o impulsionarão pelas trilhas do progresso moral, dando lugar a uma era nova de paz e de felicidade.
Os espíritos renitentes na perversidade, nos desmandos, na sensualidade e vileza, estão sendo recambiados lentamente para mundos inferiores onde enfrentarão as conseqüências dos seus atos ignóbeis, assim renovando-se e predispondo-se ao retorno planetário, quando recuperados e decididos ao cumprimento das leis de amor.
Por outro lado, aqueles que permaneceram nas regiões inferiores estão sendo trazidos à reencarnação de modo a desfrutarem da oportunidade de trabalho e de aprendizado, modificando os hábitos infelizes a que se têm submetido, podendo avançar sob a governança de Deus.
Caso se oponham às exigências da evolução, também sofrerão um tipo de expurgo temporário para regiões primárias entre as raças atrasadas, tendo o ensejo de ser úteis e de sofrer os efeitos danosos da sua rebeldia.
Concomitantemente, espíritos nobres que conseguiram superar os impedimentos que os retinham na retaguarda, estarão chegando, a fim de promoverem o bem e alargarem os horizontes da felicidade humana, trabalhando infatigavelmente na reconstrução da sociedade, então fiel aos desígnios divinos.
Da mesma forma, missionários do amor e da caridade, procedentes de outras Esferas estarão revestindo-se da indumentária carnal, para tornar essa fase de luta iluminativa mais amena, proporcionando condições dignificantes, que estimulem ao avanço e à felicidade.
Não serão apenas os cataclismos físicos que sacudirão o planeta, como resultado da lei de destruição, geradora desses fenômenos, como ocorre com o outono que derruba a folhagem das árvores, a fim de que possam enfrentar a invernia rigorosa, renascendo exuberantes com a chegada da primavera, mas também os de natureza moral, social e humana que assinalarão os dias tormentosos, que já se vivem.
Os combates apresentam-se individuais e coletivos, ameaçando de destruição a vida com hecatombes inimagináveis.
A loucura, decorrente do materialismo dos indivíduos, atira-os nos abismos da violência e da insensatez, ampliando o campo do desespero que se alarga em todas as direções.
Esfacelam-se os lares, desorganizam-se os relacionamentos afetivos, desestruturam-se as instituições, as oficinas de trabalho convertem-se em áreas de competição desleal, as ruas do mundo transformam-se em campos de lutas perversas, levando de roldão os sentimentos de solidariedade e de respeito, de amor e de caridade…
A turbulência vence a paz, o conflito domina o amor, a luta desigual substitui a fraternidade….
Mas essas ocorrências são apenas o começo da grande transição.
A fatalidade da existência humana é a conquista do amor que proporciona plenitude.
Há, em toda parte, uma destinação inevitável, que expressa a ordem universal e a presença de uma Consciência Cósmica atuante.
A rebeldia que predomina no comportamento humano elegeu a violência como instrumento para conseguir o prazer que lhe não chega da maneira espontânea, gerando lamentáveis conseqüências, que se avolumam em desaires contínuos.
É inevitável a colheita da sementeira por aquele que a fez, tornando-se rico de grãos abençoados ou de espículos venenosos.
Como as leis da vida não podem ser derrogadas, toda objeção que se lhes faz converte-se em aflição, impedindo a conquista do bem-estar.
Da mesma forma, como o progresso é inevitável, o que não seja conquistado através do dever, sê-lo-á pelos impositivos estruturais de que o mesmo se constitui.
A melhor maneira, portanto, de compartilhar conscientemente da grande transição é através da consciência de responsabilidade pessoal, realizando as mudanças íntimas que se tornem próprias para a harmonia do conjunto.
Nenhuma conquista exterior será lograda se não proceder das paisagens íntimas, nas quais estão instalados os hábitos. Esses, de natureza perniciosa, devem ser substituídos por aqueles que são saudáveis, portanto, propiciatórios de bem-estar e de harmonia emocional.
Na mente está a chave para que seja operada a grande mudança.Quando se tem domínio sobre ela, os pensamentos podem ser canalizados em sentido edificante, dando lugar a palavras corretas e a atos dignos.
O indivíduo, que se renova moralmente, contribui de forma segura para as alterações que se vêm operando no planeta.
Não é necessário que o turbilhão dos sofrimentos gerais o sensibilize, a fim de que possa contribuir eficazmente com os espíritos que operam em favor da grande transição.
Dispondo das ferramentas morais do enobrecimento, torna-se cooperador eficiente, em razão de trabalhar junto ao seu próximo pela mudança de convicção em torno dos objetivos existenciais, ao tempo em que se transforma num exemplo de alegria e de felicidade para todos.
O bem fascina todos aqueles que o observam e atrai quantos se encontram distantes da sua ação, o mesmo ocorrendo com a alegria e a saúde.
São eles que proporcionam o maior contágio de que se tem notícia e não as manifestações aberrantes e afligentes que parecem arrastar as multidões.
Como escasseiam os exemplos de júbilo, multiplicam-se os de desespero, logo ultrapassados pelos programas de sensibilização emocional para a plenitude.
A grande transição prossegue, e porque se faz necessária, a única alternativa é examinar-lhe a maneira como se apresenta e cooperar para que as sombras que se adensam no mundo sejam diminuídas pelo Sol da imortalidade.
Nenhum receio deve ser cultivado, porque, mesmo que ocorra a morte, esse fenômeno natural é veículo da vida que se manifestará em outra dimensão.
A vida sempre responde conforme as indagações morais que lhe são dirigidas.
As aguardadas mudanças que se vêm operando trazem uma ainda não valorizada contribuição, que é a erradicação do sofrimento das paisagens espirituais da Terra.
Enquanto viceje o mal, no mundo, o ser humano torna-se-lhe a vítima preferida, em face do egoísmo em que se estorcega, apenas por eleição especial.
A dor momentânea que o fere, convida-o, por outro lado, à observância das necessidades imperiosas de seguir a correnteza do amor no rumo do oceano da paz.
Logo passado o período de aflição, chegará o da harmonia.
Até lá, que todos os investimentos sejam de bondade e de ternura, de abnegação e de irrestrita confiança em Deus.

Joanna de Ângelis.
(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, no dia 30 de julho de 2006, no Rio de Janeiro, RJ).

FONTE: http://amigoespirita.ning.com/forum/topics/a-grande-transicao-joana-de

OS CEGOS SONHAM ?!

Médiuns videntes são dotados da faculdade de ver os Espíritos. Alguns gozam dessa faculdade em estado normal, quando perfeitamente acordados, e conservam lembrança precisa do que viram. Outros só a possuem em estado sonambúlico, ou próximo do sonambulismo.
Raro é que esta faculdade se mostre permanente; quase sempre é efeito de uma crise passageira.

Na categoria dos médiuns videntes se podem incluir todas as pessoas dotadas de dupla_vista. A possibilidade de ver em sonho os Espíritos resulta, sem contestação, de uma espécie de mediunidade, mas não constitui, propriamente falando, o que se chama médium vidente.

O médium vidente julga ver com os olhos, como os que são dotados de dupla vista; mas, na realidade, é a alma quem vê e por isso é que eles tanto vêem com os olhos fechados, como com os olhos abertos; donde se conclui que um cego pode ver os Espíritos, do mesmo modo que qualquer outro que têm perfeita a vista.
Sobre este último ponto caberia fazer-se interessante estudo, o de saber se a faculdade de que tratamos é mais freqüente nos cegos.

Espíritos que na Terra foram cegos nos disseram que, quando vivos, tinham, pela alma, a percepção de certos objetos e que não se encontravam imersos em negra escuridão.

Fonte: http://www.guia.heu.nom.br/videncia.htm
________________________________________________
Boa noite caros amigos!!!

O ano lectivo está a acabar e a minha missão também... Este vai ser um dos últimos posts e como tal, escolhi um tema muito interessante para tratar hoje: "Os cegos sonham com imagens?"

Para perceberem melhor o assunto deixo-vos alguns depoimentos de pessoas cegas:

Gustavo Adolfo, 40 anos. Cego desde os 7 anos.

Até meus 10 ou 12 anos, eu via em meus sonhos, depois comecei a sonhar sem ver. Quando em meus sonhos eu via, era com lugares que eu tinha conhecido ao enxergar, mas quando eu comecei a sonhar sem imagens visuais, começaram a aparecer lugares que eu não conhecia. Recordo que, quando eu era menino, sonhei que eu estava com um amigo e que caminhávamos pelo pátio de uma casa. Eu via uma mancha ao fundo em uma parede e disse a ele que ela poderia nos fazer dano. Então ele começou a correr, mas quando quiz fazê-lo também, senti como se minhas pernas fossem de chumbo. Corria muito devagar, com passos muito lentos, pesados. Sem dúvida, desde meus 10 ou 12 anos não conseguia mais ver bem em meus sonhos, como poderia correr?
Em meu primeiro sonho, que eu me lembre, em que não podia mais ver, eu estava em um colégio que fica no distrito de Barranco. Eu caminhava em seus ambientes, estranhos para mim.


Fernando Montez, 29 anos. Cego desde os 9 meses de nascido, com cegueira total.

Em meus sonhos nunca vejo, mas posso escutar, falar, inclusive cheirar. Assim mesmo, muito poucas vezes sonho que caminho na rua com a bengala, embora, na vida real, eu o faça muitas vezes. Algumas vezes sonho que converso ou me dirijo a pessoas cujas vozes, em realidade, nunca escutei antes. Por exemplo: sonhei que conversava com uma menina e, como é óbvio, ouvia sua voz. Entretanto, nunca a escutara falar na vida real, embora a tenham descrito para mim. Certa ocasião, lendo um famoso romance, sonhei que falava com uma mulher, uma das personagens da obra e, apesar de ser um personagem totalmente fictício, no sonho pude ouvir sua voz.
Outra vez sonhei que me encontrava na praia com umas amigas que só conhecia no sonho. Eu conversava com elas contente quando veio uma onda gigantesca, mas antes que esta onda chegasse até a mim, fui levantado no ar por uma ventania: pude sentir (tacto) claramente como aquele forte vento me levantava. Permaneci no ar durante uns 7 a 10 segundos, quando caí lentamente além de um pequeno muro que estava perto da praia, onde se encontravam minhas amigas, que comentavam, de forma breve, o que eu havia passado. Logo segui falando com elas, feliz e ileso.

Charo Galarza, 33 anos. Cega desde os 2 anos.
Em meus sonhos existem sons e vozes, além de cheiros e sabores. Não sonho com imagens. Dificilmente sonho que estou andando com minha bengala e, geralmente, estou sozinha caminhando por lugares que conheço ou, em todo caso, com pessoas que me guiam.
Espero que tenham gostado... Para a semana trago-vos mais informações interessantes!!
Bom fim-de-semana.
A SemSentido,
Marta

Fonte: http://5sentidos-ap12.blogspot.com/

Viradouro vai levar o espiritismo à Sapucaí, com carro sobre Chico Xavier

Rafael Galdo

RIO - Fugir do convencional para voltar ao Grupo Especial. Essa é a estratégia da Unidos do Viradouro para este carnaval, de acordo com o carnavalesco Jack Vasconcelos. E dentro dessa proposta, uma das apostas da vermelha e branca é um setor inteiro, no fim do desfile, dedicado ao espiritismo. No enredo “Quem sou eu sem você”, Jack fará, no último carro, uma homenagem a Chico Xavier. O médium será representado por uma escultura em que aparecerá psicografando, cercada por 60 componentes, alguns deles espíritas, que farão uma performance de mediunidade.

— Nosso enredo é sobre a comunicação usada para unir as pessoas. No último setor, vamos mostrar o contato entre os diferentes planos, com o além. De forma carnavalesca, mas com muita responsabilidade. Tenho certeza de que será um momento emocionante — diz Jack, filho de mãe espírita.

Em termos plásticos, o setor será todo inspirado na estética do filme “Nosso Lar”, de Wagner de Assis, baseado na obra de Chico Xavier. A última alegoria, inclusive, terá uma espécie de pirâmide, reproduzindo o Ministério da Comunicação do filme. O ator Renato Prieto, protagonista da produção, também participará do desfile. É ele que faz a ponte entre a agremiação e a Federação Espírita, para evitar que qualquer preceito do espiritismo seja desrespeitado na apresentação da vermelha e branca.
Abre-alas representará a bandeira da agremiação

As ousadias da Viradouro, no entanto, não vão parar por aí. No terceiro carro, seis integrantes do grupo Gangue dos Patins vão patinar numa pista no alto da alegoria, como mensageiros do mundo conectado. Já no abre-alas, de 34 metros (dois carros acoplados), 120 componentes representarão a torcida da escola. O carro terá todos os símbolos da bandeira da vermelha e branca, como a coroa a as mãos unidas, também como parte do enredo sobre comunicação. Rebaixada ano passado para o Grupo de Acesso, a Viradouro será a terceira a desfilar no sábado do carnaval.

______________________________________________________________
Médium Chico Xavier será homenageado no Carnaval do Rio de Janeiro

O médium Chico Xavier vai receber uma homenagem especial no Carnaval deste ano. Em uma das alas da escola de samba Unidos do Viradouro, o médium será representado por uma escultura que vai fazer um movimento, como se estivesse psicografando uma mensagem. O setor foi inspirado no filme “Nosso Lar”, do diretor Wágner de Assis, e vai contar com o protagonista da produção, o ator Renato Prieto. A Unidos do viradouro será a 3ª escola a desfilar pelo grupo de acesso do Carnaval carioca, no sábado, dia 5 de março.

Veja o Samba enredo da escola que tem como titulo "Quem sou eu sem você" do carnavalesco Jack Vasconcelos:

JUNTOS, VAMOS CHEGAR
AO NOSSO LUGAR TÃO ESPECIAL
UNIDOS POR UM PAVILHÃO
UM APERTO DE MÃOS E O MESMO IDEAL
QUANDO A SOLIDÃO ME ABRAÇOU
PEDIU, POR FAVOR: ME DEIXA FICAR
FIZ GESTOS, SINAIS, MOSTREI SER CAPAZ
ENCONTREI A LUZ EM OUTRO OLHAR
O FOGO ESQUENTOU O SENTIMENTO
A ARTE PINTOU O ENTENDIMENTO
O VERBO COLORIU O SABER
E O VERSO SORRIU AO TE ESCREVER

VENCI BARREIRAS, DISTÂNCIAS, FRONTEIRAS
BUSQUEI MANEIRAS DE TE ENCONTRAR
SEGUI TEUS PASSOS, LIGUEI NOSSAS VIDAS
NUM FORTE LAÇO PRA NÃO DESATAR

A COMUNICAÇÃO
UNE O IRMÃO, TRAZ FELICIDADE
EU QUERO VER SEMPRE MAIS PERTO
DE PEITO ABERTO A HUMANIDADE
APROXIMAR, CONECTAR
ENXERGAR NO ESPAÇO UM CAMINHO
EM UNIVERSOS PARALELOS
E NO PLANO MAIS BELO: NÃO SER SOZINHO
SE ATÉ A DOR PRECISA DE ALGUÉM
EU, SEM VOCÊ, SOU NINGUÉM

O AMOR ESTÁ DENTRO DE NÓS
NA PAZ, NA VOZ DO CORAÇÃO
NA VIRADOURO, A ESPERANÇA
É ALIANÇA, É UNIÃO


Nota de Esclarecimento da FEB sobre Notícia do Carnaval Carioca
NOTA DE ESCLARECIMENTO

Tendo em vista inúmeras manifestações recebidas relacionadas com o anúncio de homenagens que se pretende prestar ao Espiritismo e a Chico Xavier no carnaval carioca, que enfoca a importância da comunicação dos homens com o mundo espiritual, a Federação Espírita Brasileira - FEB informa que tomou conhecimento desse assunto quando da sua publicação, não sendo correta a interpretação de que tenha participado de prévio entendimento.

A FEB esclarece, também, que continua empenhada em promover a difusão da Doutrina Espírita, nos moldes e na forma compatíveis com os seus princípios doutrinários, com seriedade, dignidade e elevação espiritual.

A FEB esclarece, finalmente, que respeita o direito de todos os que, no uso de sua liberdade de ação, agem no mesmo sentido de colocar a mensagem consoladora e esclarecedora dos ensinos espíritas ao alcance e a serviço de todas as pessoas, onde elas se encontrem, orientando, todavia, para que esse trabalho seja sempre feito preservando os seus valores éticos e doutrinários.
_______________________________________________________________


CHICO XAVIER NA SAPUCAÍ JAMAIS PODERÁ SER UM ENREDO DA RAZÃO

Sem querer ser “fiscal do Espiritismo” (como costumam dizer os espíritas “bonzinhos de carteira funcional e crachá”) e ditar regras de falsos purismos e extemporâneos sermões embebidos de ladainhas, não nos omitiremos em comentar a reportagem veiculada pelo jornal O Globo, assinada pelo repórter Rafael Galdo, noticiando que a escola de samba Unidos do Viradouro trará, neste ano de 2011, um carro alegórico contendo a imagem do Francisco Cândido Xavier. Tal iniciativa é para fugir do convencional, a fim de voltar ao Grupo Especial, consoante afirma o carnavalesco Jack Vasconcelos. Nesse projeto que homenageia Momo, uma das apostas da escola de samba é um setor inteiro, no fim do desfile, dedicado ao “espiritismo”(!?). No enredo “Quem sou eu sem você”, Jack fará, no último carro, uma homenagem ao Médium de Pedro Leopoldo. Chico será representado por uma escultura (em que aparecerá psicografando) cercada por 60 componentes, alguns deles “espíritas”(!?), que farão uma performance de “mediunidade” (!?). Todo espírita estudioso sabe que nenhum espírito[a] equilibrado, em face do bom senso que deve presidir a existência das criaturas, pode fazer a apologia da loucura generalizada, que adormece as consciências, nas festas carnavalescas. (1) Por essa razão, consterna-nos o fato de ver ligado a festas profanas o tema “Espiritismo”, assim como a personalidade impoluta de Chico Xavier. A dita matéria afirma que a diretoria da Federação Espírita Brasileira estaria de acordo com tal projeto, desde que nenhum “preceito do espiritismo seja desrespeitado na apresentação da vermelho e branca”. A diretoria da FEB através do seu Portal na Internet “declara que respeita o direito de todos os que, no uso de sua liberdade de ação, agem no mesmo sentido de colocar a mensagem consoladora e esclarecedora dos ensinos espíritas ao alcance e a serviço de todas as pessoas, onde elas se encontrem, orientando, todavia, para que esse trabalho seja sempre feito preservando os seus valores éticos e doutrinários.”
Esse comportamento light, estilo “lava as mãos” é desconsertante.
Divulgar a Doutrina Espírita é um ato de caridade para com ela, entretanto, divulgá-la através desse meio não se “preserva os seus valores éticos e doutrinários” e é, sem dúvida, deturpá-la em suas bases, causando incalculáveis prejuízos morais, com grande responsabilidade vinculada. Não há como compreender a "neutralidade" da diretoria da FEB, até porque há incompatibilidade total e absoluta entre os objetivos do folguedo momesco e os postulados da Doutrina dos Espíritos. A origem do carnaval remonta as teias primitivas de um passado remoto que devemos, por impulso evolutivo, abandonar urgentemente. O termo carnaval é oriundo de uma festa romana e egípcia em homenagem ao Deus Saturno, quando carros alegóricos (a cavalo) desfilavam com homens e mulheres. Eram os carrum navalis, daí a origem da palavra "carnaval". Há quem interprete a palavra conforme as primeiras sílabas das palavras da frase: carne nada vale. Como festa popular, poderia ser um acontecimento cultural plausível, não fossem os excessos cometidos em nome da alegria.
Acompanhar a espetacularização da imagem de Chico Xavier, de André Luiz e de tantos outros irmãos queridos nossos, que tanto contribuíram e contribuem com seus ensinamentos sublimes, aliadas a uma festa que é a própria apologia às piores viciações do ser humano, é o que podemos chamar de cúmulo do paradoxo entre a teoria e a prática Espírita. Por essas razões, recomenda o Espírito André Luiz para "afastar-nos de festas lamentáveis, como aquelas que assinalam a passagem do carnaval, inclusive as que se destaquem pelos excessos de gula, desregramento ou manifestações exteriores espetaculares, pois a verdadeira alegria não foge da temperança.” (2)
Estudos demonstram que durante os delírios e farras dos carnavalescos, para cada 100 casais que caem juntos na folia, setenta terminam a noite brigados (cenas de ciúme etc.); que, desses mesmos 100 casais, posteriormente, sessenta sucumbem ao adultério, cabendo uma média de trinta para os homens e trinta para as mulheres ; que, de cada 100 pessoas (homens e mulheres indistintamente) no carnaval, pelo menos setenta se submetem espontaneamente a coisas que normalmente abominam no seu dia a dia, como álcool, entorpecentes etc. Dizem ainda que tudo isso decorre do êxtase atingido na “grande festa”, quando o símbolo da “liberdade” e da “igualdade”, mas também da orgia e depravação, somadas ao abuso do álcool, levam as pessoas a se comportarem fora do seu normal. O Espírito Emmanuel adverte: "Ao lado dos mascarados da pseudo-alegria, passam os leprosos, os cegos, as crianças abandonadas, as mães aflitas e sofredoras. (...) Enquanto há miseráveis que estendem as mãos súplices, cheios de necessidades e de fome, sobram as fartas contribuições para que os salões se enfeitem." (3)
Na ribalta dos carros alegóricos, os obsessores "influenciam os incautos que se deixam arrastar pelas paixões de Momo, impelindo-os a excessos lamentáveis, comuns por essa época do ano, e através dos quais eles próprios, os Espíritos, se locupletam de todos os gozas e desmandos materiais, valendo-se, para tanto, das vibrações viciadas e contaminadas de impurezas dos mesmos adeptos de Momo, aos quais se agarram." (4)
"É lamentável que na época atual, quando os conhecimentos novos felicitam a mentalidade humana, fornecendo-lhe a chave maravilhosa dos seus elevados destinos, descerrando-lhe as belezas e os objetivos sagrados da Vida, se verifiquem excessos dessa natureza [CARNAVAL] entre as sociedades que se pavoneiam com os títulos da civilização.” (5) Os foliões inveterados alegam que o carnaval é um extravasador de tensões, liberando as energias (?!) Ora!... transbordador de tensões é a capacidade de se arregaçar as mangas e colaborar em regime permanente (sem ôba-ôba) na recuperação das vítimas das cidades serranas do Rio de Janeiro, destroçadas pelas chuvas recentes). É verdade! No período carnavalesco, não encontramos diminuídas as taxas de agressividade e as neuroses. O que se vê é um verdadeiro somatório da violência urbana e de infelicidade familiar. As estatísticas registram como consequências do "reinado de Momo", por exemplo, gravidezes indesejadas e a consequente proliferação de abortos provocados, acidentes automobilísticos, aumento da criminalidade, estupros, suicídios, incremento do uso de diversas substâncias estupefacientes e de alcoólicos, assim como o surgimento de novos viciados, disseminação das doenças sexualmente transmissíveis (inclusive a AIDS) e as ulcerações morais, marcando profundamente certas almas desavisadas e imprevidentes.
Os três dias de folia, assim, poderão se transformar em três séculos de penosas reparações. É bom pensarmos um pouco nisto: o que o carnaval traz ao nosso Espírito? Alegria? Divertimento? Cultura? Será que o apelo de Momo faz de nós homens ou mulheres melhores? Edifica o nosso Espírito? Muitos espíritas, ingenuamente, julgam que a participação nas festas de Carnaval, tão do agrado dos brasileiros, nenhum mal acarreta à nossa integridade fisiopsicoespiritual. No entanto, por detrás da aparente alegria e transitória felicidade, revela-se o verdadeiro atraso espiritual em que ainda vivemos pela explosão de animalidade que ainda impera em nosso ser. É importante lembrá-los de que há muitas outras formas de diversão, recreação ou entretenimento disponíveis ao homem contemporâneo, alguns verdadeiros meios de alegria salutar e aprimoramento (individual e coletivo) para nossa escolha.
Não vemos, por fim, outro caminho que não seja o da "abstinência sincera dos folguedos", do controle das sensações e dos instintos, da canalização das energias, empregando o tempo de feriado do carnaval para a descoberta de si mesmo, o entrosamento com os familiares, o aprendizado através de livros e filmes instrutivos ou pela frequência a reuniões espíritas, eventos educacionais, culturais ou mesmo o descanso, já que o ritmo frenético do dia-a-dia exige, cada vez mais, preparo e estrutura físico-psicológicos para os embates pela sobrevivência.
Em síntese, se o carnaval é uma ameaça ao bem-estar social, nós espíritas temos muito a ver com ele, porque uma das tarefas primordiais de nossa Doutrina é a de lutar por dispositivos de preservação dos valores mais dignos da sociedade, sem que se violente, obviamente, o direito soberano do livre-arbítrio de cada um, mas não nos esquecendo que no carnaval sempre ocorre obsessão (espiritual) como resultado da invigilância e dos desvios morais. Somente poderemos garantir a vitória do Espírito sobre a matéria se fortalecermos a nossa fé, renovando-nos mentalmente, praticando o bem nos moldes dos códigos evangélicos, propostos por Jesus Cristo e não esquecendo os divinos conselhos do Mestre: "Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito na verdade está pronto, mas a carne é fraca''.(6)

Jorge Hessen
http://jorgehessen.net

Referências bibliográficas:

(1) Xavier , Francisco Cândido. Sobre o Carnaval, mensagem ditada pelo Espírito Emmanuel, fonte: Revista Reformador, Publicação da FEB fevereiro/1987
(2) Vieira, Waldo. Conduta Espírita, ditado pelo Espirito André Luiz, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001, cap.37 "Perante As Fórmulas Sociais"
(3) Xavier , Francisco Cândido. Sobre o Carnaval, mensagem ditada pelo Espírito Emmanuel, fonte: Revista Reformador, Publicação da FEB fevereiro/1987
(4) Pereira, Ivone. Devassando o Invisível, Rio de Janeiro: cap. V, edição da FEB, 1998
(5) Pereira, Ivone. Devassando o Invisível, Rio de Janeiro: cap. V, edição da FEB, 1998
(6) Mt 26:41

Equipe de Redação do Momento Espírita reflete sobre o Carnaval

O Brasil é um país de inúmeras festas.

É assombroso o número de feriados no calendário anual.
Mas, se somarmos os dias que são emendados, teremos ao longo do ano, mais de quinze dias parados. Segundo especialistas do assunto, os prejuízos são enormes para o País.
Agora, nesta época, temos o feriado de carnaval.
Em alguns lugares perde-se mais de uma semana de trabalho.
É o festejo da alegria num País de quase 40 milhões de miseráveis.
Desde o início de janeiro a mídia vem explorando as folias de Momo, como se fosse o acontecimento mais importante do ano.
Fala-se em alegria, festa, colocar para fora as angústias contidas durante o ano passado. Infelizmente os caminhos propostos nada têm a ver com alegria ou alívio de tensões.
Ligamos a televisão e ouvimos a batida repetitiva das escolas de samba, cujo valor folclórico e cultural foi lentamente sendo perdido. Há muita gente que busca fazer do carnaval um momento de esperança, oportunizando empregos, abrigando menores e isso é muito valioso.
Entretanto, o grande saldo da festa se resume em duas palavras: ilusão e sensualidade.
Referimo-nos à ilusão dos entorpecentes, dos alcoólicos.
A ilusão de grandeza, que falsamente produz um imenso contraste entre a beleza da avenida e a subvida dos barracos.
Falamos da sensualidade que se torna material de venda, nos corpos desnudos e aparentemente felizes por fora, mas muitas vezes profundamente infelizes por dentro.
As emissoras não cansam de exibir os bailes, os concursos de fantasias, os desfiles, levando-os a todos os que se comprazem em observar a loucura.
Mas, ao longo do caminho, multiplicam-se os doentes de Aids, os abortamentos, a pobreza e o abandono, a violência.
Com o risco de sermos taxados de moralistas, num tempo em que se perdem as noções de moralidade, não podemos deixar de analisar criticamente esses disparates do mundo brasileiro.
Em nenhum momento nos colocamos contra a alegria. Porém, será justo confundir euforia passageira com alegria real?
Alegria de verdade seria viver num lugar onde não houvesse fome, violência, tráfico de drogas e tráfico de influências.
Não podemos nos colocar contra o alívio de tensões. Entretanto, alívio real seria encontrar um caminho para os graves problemas pelos quais o País atravessa.
O carnaval é bem típico da alienação espiritual que a sociedade se permite. De um lado, as falsas aquisições sociais de alguns, negadas pela agressividade de muitos; de outro, a falsa felicidade de quatro dias de folia, e 361 dias de novas e renovadas angústias.
Vale a pena?
Nestas horas, pessoas embriagadas, perdidas, usam um segundo de falso prazer, em troca de um enorme tempo de arrependimentos. Por quê? - perguntamos.
As pessoas pulam, vibram, e nem ao menos sabem o motivo da festa. Vão porque as outras pessoas também vão.
Enquanto a sociedade agir desta forma, sem personalidade digna, dando valores justamente aos desvalores, as pessoas continuarão sofrendo as conseqüências de seus próprios atos.
Vamos fazer destes dias de feriado, dias de alegria verdadeira, em paz conosco mesmos.
Vamos meditar, ler, pensar. Vamos conviver com nossa família e amigos, trocar idéias salutares.
Vamos orar também por aqueles que ainda não tiveram consciência de fazer o bem conforme o Cristo nos recomendou, e padecem nestes instantes de euforia descontrolada.
Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.

FONTE:http://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com/2011/02/chico-xavier-na-sapucai-jamais-podera.html
_____________________________________________________________


Chico Xavier na Sapucaí: olhai por nós

O desfile da Beija-Flor em 1989 encenando o tema da miséria e dos contrastes sociais do Brasil

Um carro alegórico para homenagear Chico Xavier no carnaval da Sapucaí. A notícia corre na velocidade digital e mexe com os brios dos espíritas que acham que o Espiritismo é coisa sagrada, acima das torpezas humanas e intocável pelas paixões dos homens. Pedimos calma e bom senso. É só uma homenagem, mesmo que oportunista, como foram todos os títulos de cidadania que Chico Xavier recebeu nos estabelecimento políticos.

A sacralização de Chico Xavier e do Espiritismo não faz parte da doutrina espírita, mas do olhar dos espíritas religiosos que ainda vêem o mundo pela ótica maniqueísta. Chico Xavier foi um médium das massas. Se tivesse vivo reagiria com muita cautela e muita gratidão a esse reconhecimento numa festa mundana que é a cara e a alma do Brasil. Não me sinto ofendido ou desrespeitado por ver Chico Xavier e o Espiritismo encenados na passarela do samba. Pelo contrário, lutamos tanto para que a doutrina ficasse conhecida e hoje temos que lutar para que não seja deturpada. Não vamos perder a calma nem a compostura.

Em 1989 o carnavalesco Joãzinho Trinta foi proibido de usar a figura do Cristo num carro alegórico que falava de pobreza e miséria. A Igreja bateu o pé, acionou suas influências e o carro teve que ser refeito. E esta reinvenção despertou no artista censurado algo ainda mais profundo do que a mensagem original. O Cristo foi coberto com uma imensa lona plástica escura e percorreu o sambódromo exibindo uma frase ainda mais desconcertante para atingir os hipócritas e puristas: “Mesmo proibido, olhai por nós”.

Essa é a lição que devemos aprender quando alguém resolve falar de Espiritismo nos ambientes considerados profanos. Fiquemos serenos e confiantes. É só mais um carnaval.
Postado por Dalmo Duque dos Santos às 04:06
FONTE; BLOG OBSERVADOR ESPÍRITA

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A busca pela Paz

Meus irmãos, que esta irmandade criada pelo Divino Arquiteto do Universo possa prosseguir com êxito em cada um de nós, que possamos juntos estar sempre cientes de que temos um elo nos ligando e que este elo em vida terrena, muitas vezes, se nos apresenta como elos familiares, mas que, verdadeiramente, existem como elos espirituais.

A família terrena é composta por Espíritos em necessidades de complementação, de soerguimento, de vivenciar oportunidades, a se colocarem em disponibilidade espiritual mais abrangente. Isto quer dizer que a nossa família, nas esferas reencarnatórias, é composta por almas, por Espíritos em necessidade de entendimentos entre si, em necessidade de elevação e de cumprimento e preenchimento de lacunas do passado.

Portanto, caberá a cada um de nós, em sabendo disto, tentar reavivar as chamas do amor, da compreensão, da paz e da caridade, dentro do âmbito familiar.

Em primeiro lugar, busquemos a nossa organização dentro da esfera familiar, para depois, buscarmos os complementos, na vida e urbana.

Falo-vos disto porque em cada mente podemos observar as dificuldades dentro do próprio lar, as dificuldades em entendimento, em aceitação, em vivenciação, em atitudes que é necessário serem tomadas e que nos recusamos a isto.

Sim, quantos de nós nos revoltamos diante uma situação em nosso lar; quantos de nós queremos enfatizar uma personalidade e nos sobrepor às demais; quantos nos sentimos em controvérsias com as almas queridas que nos acompanham; quantos de nós não encontramos um momento de entendimento, de conversa pacífica e amiga. Mas também, muitos de vocês aliam-se a estes irmãos atores de uma mesma representação ambiental e vêm para estender-lhes as mãos, para acudir-lhes as necessidades, para serem o guia, o orientador e o estimulador a ultrapassar os problemas e vicissitudes, não é verdade?

Em primeiro lugar, em nos vendo como Espíritos em atendimento uns aos outros, em cuidados uns aos outros, saberemos que estamos numa representação necessária, e que esta representação se repetirá, tantas e tantas vezes, de acordo com as nossas necessidades e serem preenchidas e as das criaturas que, à nossa volta, estão. Portanto, caberá a cada um de nós buscar, em nosso prosseguimento familiar, a paz, o entendimento e a elevação.

A paz, para ser gerada e expandida, refletida a um ambiente e às pessoas que nos cercam, precisa ser trabalhada dentro de nós, precisa estar comungada às nossas aspirações mais elevadas.

Precisamos entender que esta paz, que ansiamos tanto, não se traduz por um baú repleto de moedas de ouro; não se traduz por preenchermos todas as nossas ambições e vaidades; não se traduz por estarmos nós em posição orgulhosa diante de irmãos próximos ou que pertençam à sociedade em que vivemos, não. Essa é uma paz conseguida através da vivência extensa da firme moral, da ampla compreensão e da vasta aceitação. Aceitação de cada criatura como se apresenta, hoje, em vida encarnada. Essa paz, a ser exalada a cada coração, precisa ser trabalhada, orientada e sedimentada.

Como conseguirmos isto, perguntarão?

Em várias e várias vidas, em vários exercícios encarnatórios, em abstinência a chamativos materiais, colocando-nos numa eloqüência do próprio Espírito diante das verdades eternas.

Se hoje, aqui, tocamos nesta palavra paz, é por estarmos vendo que muito poucos conseguem mantê-la dentro de si e dentro do ambiente em que tangenciam com irmãos encarnados.

Se não conseguimos a paz dentro de nós, não iremos conseguir em nosso ambiente familiar. Não iremos estender esta paz àqueles que convivem conosco em nosso trabalho, em nosso convívio social e humano em geral. Portanto, a humanidade hoje freqüenta os ambientes e se tumultua interiormente, apenas visando a uma paz diária, temporária, uma paz, que lhes aplaque as necessidades do momento, mas... e quando deixarmos o corpo terreno, essa paz, que acolhemos em minúcias na materialidade, não irá nos acompanhar, teremos um imenso vazio dentro de nós, seremos inadimplentes em Espírito, em sentimentos e emoções.

Tudo isto nos revela que esta busca pelo encontro de nossas necessidades e das nossas vontades, diante do nosso processo cármico, precisa ser mais ampla, mais dilatada. Esqueçamo-nos um pouco da vaidade, da ostentação, do orgulho, desta ambição desmesurada em que achamos que iremos envolver-nos em tranqüilos momentos de paz e harmonia. Não, jamais. A experiência nos mostra que nosso íntimo precisa estar ansiando momentos pacificos e eloqüentes, momentos baseados em leis maiores de procedimento de vida, de vida encarnada e eterna.

Essa busca por estes momentos, esta fertilidade que nos possibilitaremos, esta vontade firme de crescermos, de avançarmos em busca de uma paz e de uma complementação maior, isto será feito de acordo com a escolha de cada um.

Existem caminhos e caminhos para chegarmos a um equilíbrio dentro de nós mesmos. Mas, para isso, teremos que avançar, deixando para traz o excesso: o excesso da matéria; o excesso de emoções trepidantes; o excesso de sentimentos apaixonantes; o excesso de luxúrias, de orgulhos, de vaidades. Aí sim, estaremos abertos e dispostos a angariar formas mais amplas de ambientações espirituais, isto é, formas mais amplas de nos sentirmos reconfortados, com visões mais plenas e abundantes de vida, visões que se estenderão à vida infinita.

Por isso, meus amigos, em primeiro lugar, até atingirmos estes momentos, precisamos trabalhar, trabalhar muito, trabalhar a nós mesmos, mas com disciplina, com tenacidade e com respeito.

Que nosso Pai, Que tanto nos possibilita este distendimento, ajude a todos, para que, como irmãos eternos, possamos buscar a reforma íntima, em primeiro lugar a ser feita em cada um de nós, para que os momentos de entendimento e de paz se repercutam a todos aqueles que nos envolvem.

Que Jesus, nosso Irmão Maior, nos ajude nesta caminhada em direção à luz eterna.

A cada jornada de vida

A CADA JORNADA DE VIDA

Lamentamos, muitas vezes, caminhadas, etapas vividas e culturas não abraçadas dentro de nosso prosseguimento neste espaço vivencial, não é verdade?

Tantas e tantas vezes nos descobrimos a dilatar pensamentos, rememorando teses, situações e nos revendo em momentos em que, talvez não tivéssemos ainda a composição que retemos hoje em alguns aspectos buscados a aprimoramentos, como o humano, intelectual, sensorial e vivencial como criaturas sensitivas e energizadas na constância de amor em que o Pai nos mantém.

Sim, meus irmãos, atravessamos jornadas vivenciais a cada reencarnação, sendo que as divergências e amplitudes se situarão à frente de nós, justamente em paralelismo de concepções, potencialidades e abrangências adquiridas e formatadas em nossa mente espiritual.

Em todos os aspectos presenciados por nós nestes anos de experiências comuns ou individuais, diversos serão os estímulos e, conseqüentemente as reações, entretanto todos estarão em relatividade à vontade de dilatação, aprendizado, concessões e possibilidades de modificação que nós mesmos promoveremos. Em todos estes abrangentes aspectos podemos visualizar jornadas, etapas de vida que se mostram a nós em divergentes atuações nossas e, também, daqueles que nos rodeiam e com os quais estávamos ou estamos em contatos diretos.

Embora simbolizemos uma arquitetura perfeita emoldurada nos planos infinitos, caberá à nossa vontade e perseverança a modificação de tendências negativas, virtudes incompletas e termos de responsabilidades negadas por alguns momentos do passado. Todos estes empreendimentos de labor íntimo, precisam vir numa constante a fazer despertar em nossas almas reações que nos posicionem em melhores patamares de observações e julgamentos próprios.

Estas observações feitas por nós após etapas ou jornadas de vida nos serão ofertadas sob óticas delineadas já em profundas ou perquiridas referenciais que não as do momento vivido anteriormente.

Então, o que observamos em nós mesmos nos faz perguntar por que nos utilizamos de tal ou tal processo de reação ou por que não atingimos modificações ou mesmo não reagimos de formas mais plenas e em conjunturas mais amigáveis, deixando-nos levar, tantas vezes, por intensas emoções e sentimentos não travados e, até mesmo não observados por nós.

Em todas estas locuções do pretérito recente ou de instantes vividos no momento presente, as observações serenas e pautadas num consenso de moral, amor e fraternidade precisam estar acima das nossas intemperanças, maus gênios, revoltas e indisciplinas, porque simplesmente, meus irmãos, os únicos maiores atingidos seremos nós mesmos, além de angariarmos provimentos negativos por todas aquelas almas que direta ou indiretamente se encontram à nossa disposição e sob um manuseio intenso.

A veracidade de momentos, a intensa vivência, o pacto eterno com o Pai que nos criou são responsabilidades a serem presenciadas a cada jornada evolutiva, em acordos fiéis com as provas, expiações e tarefas a que nos dispusemos antes do reencarne.

Em cada situação revelada a nós diariamente, a observação de nossos atos e manifestações se faz necessária, pois nos impormos responsabilidades e atuações esmeradas será nosso dever como irmãos em necessárias atuações conjuntas a formarmos um campo vivencial de paz e fraternidade, na observância de nós mesmos e nas corretivas a que precisamos nos impor.

Não basta o retorno a visualizações passadas, mas sim a correção imediata e a proposta de renovação íntima para que todo um conjunto de almas que nos rodeiam possa também usufruir de momentos de reconstrução, reavaliação e crescimento.

Todos que hoje conseguimos discernir atos, palavras e intenções estaremos trazendo a nós uma responsabilidade maior, seja em que campo vivencial for: social, político, humano ou religioso, porém já em usando de discernimentos maiores e em sabendo nos julgar e nos colocarmos sob observações mais rígidas, naturalmente que redobraremos as condições de crescimento moral e espiritual.

Amigos e irmãos que nos acompanham, os instantes de ilustrações verbalísticas que se exteriorizam em todos os campos vivenciais nos apontam almas a reivindicarem posicionamentos múltiplos, porém muitos sem a autenticidade necessária a compor um quadro digno de ser observado pelo Pai com referenciais amplas e positivas, não é verdade?

Lembremos que estaremos à disposição também das observações Dele e do Mestre e que mesmo tentando apagar de nossa consciência falhas, erros e intemperanças, elas estarão grafadas na própria natureza e, portanto à disposição dos observadores divinos. Nunca estaremos sós e jamais nos burlaremos a observações mais esmeradas, por isso procuremos agir leal e dignamente nas situações com que nos defrontamos, não permitindo que mais tarde, quando já detivermos concepções mais esmeradas o remorso e a vergonha nos enlacem.

Autenticidade, amor, justiça e moral são envergaduras aspiradas por todos aqueles que querem, realmente, crescer diante de si próprio e do Criador. Busquemos estas jornadas de luz e amor a cada movimentação espiritual, e que Deus nos ajude nesta caminhada em Sua direção.

A claridade íntima

A CLARIDADE ÍNTIMA

Visualizamos quem realmente somos?

Sentimos uma realidade necessária a ser, realmente, vivenciada?

Atravessamos períodos difíceis e traduzidos por serena conscientização ou nos atordoamos, intimamente, sem saber os porquês e a razão de períodos e etapas nebulosos?


Sim, porque a verdadeira claridade íntima, buscada no entendimento e na própria procura pelas plausíveis razões que nos tocam o viver, só será sentida e visualizada, se a buscarmos no vivo relacionamento entre nossas almas e a Daquele Que nos criou.

Aprendendo a cada existência, buscando condições mais amplas no relacionamento entre as almas que, diante de nós, também se expõem, é que poderemos, pouco a pouco, intentar aproximações de nossos Espíritos com as relativas energias que nos tangem e abastecem.

Como buscar a claridade íntima?

Como tentar elucidar o viver e seus envolvimentos, se não ousarmos penetrar no labirinto de nossa mente, observando aquilo que somos?

Como nos querer perpetuar como seres iluminados, se não conseguimos sequer deliberar a nós mesmos, como se estivéssemos diante de um espelho, o retrato fiel e transparente de nossa personalidade, dentro de nossas possibilidades e condições humanas, morais e espirituais?

Como nos trazer sob condições legítimas de patrocinar com certa largueza e positividade a nossa existência atual, se as verdades ficam escondidas num dos quartos da mente, para não nos atrapalharem nestas vivenciações explorativas na materialidade?

Como enfrentarmos estes quartos mentais tão sombrios e que, naturalmente, nos colocarão sob visualizações difíceis, que terão de ser trazidas à luz das verdades divinas, para serem enfrentadas?

Como, meus irmãos, penetrarmos na profundidade de nós mesmos e termos a coragem de reagir às tantas propostas onerosas que nos são expostas por nossas almas?

Como buscar a autenticidade necessária e a disponibilidade a trânsitos mais amenos, se nós mesmos trancamos, fortemente, estes compartimentos mentais que sentimos poderão levar-nos a ocasiões difíceis e pelas quais teremos de lutar mais, reivindicando posicionamentos disciplinadores e moldados às verdadeiras leis de códigos divinos?

Como nos desembaraçarmos das dilacerações que poderão ficar expostas, nos causando sofrimentos e traçando caminhos de responsabilidade e disciplina?

Como, realmente, expor a nós mesmos os medos e angústias, fraquezas, delitos, e enfrentarmos o viver de forma íntegra, real e reivindicando uma postura correta e digna?

Esse “como”, tão diversificado em exigências a nós mesmos, nos solicitará mais e exigirá um comportamento pleno diante de todas as solicitações vivenciais, não é verdade?

Creio que alguns de vocês já se tenham perguntado como reagir de forma ideal, com tantos vínculos sombrios lhes toldando o comparecimento consciencial neste viver atribulado; entretanto, as delineações íntimas, só caberá a nós, distende-las e, neste particular, o livre arbítrio é que contará para nosso crescimento.

Naturalmente, os vínculos e viciações do pretérito, assim como também os acréscimos e aperfeiçoamentos é que estarão estacionados no pátio mental, esperando algum sinal, para que se movimentem e busquem as estradas certas a serem percorridas, objetivando etapas mais férteis, caminhos vivenciados em plena luz e beleza.

A luz íntima precisa ser buscada através do pleno relacionamento da alma encarnada em personalidade atual e o Espírito em manifestação no corpo carnal. Este entrelaçamento entre Espírito e corpo, entre alma e consciência atual ou o entrosamento entre consciência e inconsciência é que precisam estar bem claros e ser bem definidos. Se entendermos que somos almas eternas em busca do crescimento a cada etapa encarnatória, já teremos condições de compreender que necessitamos ir em direção aos quartos sombrios de nossa mente e tentarmos abrir as janelas do amor, da compreensão e da fé, para que, pouco a pouco, a luz penetre nos recantos mais escuros. Porém, esta abertura será gradual e em total livre escolha das almas, para que seja válida.

A claridade íntima se fará, então, lentamente, dando-nos oportunidades a restabelecer esquemas desvirtuados, programações deturpadas, manuseios trazidos de forma exorbitante e, ao mesmo tempo, fazer rebrilhar os quartos mentais já antes iluminados e que precisam ser visualizados, não só por nós mesmos, mas por todos aqueles que estiverem em concordância espiritual conosco.

Amigos e irmãos de fé, a verdadeira luz íntima será projetada quando nos compactuarmos com as almas irmãs em plenitude vivencial, em total moralidade, humanidade e espiritualidade.

Cada um de nós tem um papel diante desta humanidade, e serão precisos coragem, amor e fé, para estabelecer parâmetros mais amplos a nos situarmos como filhos do Criador, exemplificando-nos dentro da dignidade e do respeito a nós mesmos e ao nosso próximo.

A luz íntima será externada no livre exercício de nós mesmos, quando aprendermos a agir, conscientemente, diante de nossa própria imagem e daqueles que esperam tanto de nós.

A Colaboração Irmã

publicado em 31 de março de 2000

Dentro dos vários segmentos da Doutrina Espírita Cristã temos visto indisciplinas espirituais, desamor, falta de observância a trabalhos e intenções, como também acontece dentre os vários segmentos de fé distendidos por séculos, permanecendo em discussões e distorções por meros conceitos materialistas, falta de percepção, estagnação de idéias e radicalismos, não é verdade?

O Cristo veio nos trazer a descortino valores e posturas engrandecedoras e nas quais precisamos pautar nosso viver, não nos promovendo sob alegações individualistas, a inimizades e desencontros.

Jesus nos abriu os olhos espirituais e mesclou nossas vidas com sentimentos mais amplos através de Suas mensagens, jamais jogando e colocando almas em conflitos e desajustes.

A espada trouxe o descortino a várias almas e, ao mesmo tempo a oportunidade de penetração maior em nós mesmos e n’Aquele que nos criou.

Atravessando os séculos discorrendo sobre a pluralidade das existências, as diversas manifestações e os acúmulos a que nos expomos a cada vida, entrelaçando-nos em amor, caridade e fé, buscando o entendimento maior entre as almas e alastrando-nos na própria Ciência e Filosofia de vida, o Evangelho Cristão nos promove as direções certas a tomarmos a cada dia, como também a cada existência.

Em nos revendo em linhagens pretéritas nos surpreenderíamos nos atos e manifestações, como em encarnações futuras visualizaremos as nossas posturas atuais numa análise mais inteligente e captativa do que fomos e geramos a nós mesmos e a irmãos de caminhada.

Será que estamos sendo correligionários na caridade, amor e compreensão?

Será, meus irmãos, que estamos seguindo, verdadeiramente os postulados trazidos há 2000 anos, ou apenas estaremos tentando nos iludir nesta mesclagem de fé exteriorizada e sob véus de ocultimos e manutenção das conveniências?

Sim, talvez as ramificações surjam, unicamente, por interesses materiais mais do que, verdadeiramente, sob outros diferentes enfoques.

Por que, perguntariam vocês? Simplesmente, porque o homem já percorrendo as várias existências e a cada uma delas se situando em aprendizados e percepções, muito capta das direções de fé, e se hoje uma grande rede de manifestação religiosa oculta conhecimentos mais atuantes derivantes do estudo da verdadeira vida, certamente, será para não se destituir dos poderes e domínios adquiridos, e que poderiam lhe minar as bases construídas ilusória e oportunamente.

A colaboração entre almas irmãs precisa existir, mesmo que cada um de nós tenha um patamar espiritual ou intelectual, porém a rede de amor, perdão e caridade não poderá ser repartida e distendida sem que haja uma codificação central de valores e posturas dentro da moral, do amor e da fé. Na postulação de segmentos nobres, nós, almas primárias, precisaremos converter a nós mesmos em primeira estância, para depois nos embrenharmos nas relíquias da caridade social e direcionada a amplitudes universalistas.

A colaboração única, a caridade ampla, o amor distendido e sem rótulos, o pronunciamento de irmãos de fé que se multiplicam sob égides, muitas vezes disformes, os correligionários de uma fé cristã precisam se unir e realizar, em prol de uma sociedade carente e irmã, atos atuantes em atendimentos, socorro e ilustração real da verdadeira vida. Somente assim, visando conceitos maiores, distendendo-nos além das impregnações dogmáticas que nos forçam a atitudes individualistas e preconceituosas é que poderemos manusear a nós mesmos como almas ainda incultas na sabedoria universal e lacunadas em demonstrações maiores de irmandade.

O Mestre nos ilustrou muito bem o proceder diário e eterno, colocando-se em acordes com todos os irmãos e permitindo declarações divergentes, entretanto em atitudes e palavras posicionou-se amplamente a colocar sob um só enfoque a caridade.

Esta caridade única e irmã não poderá ser dividida ou trazida sob preconceitos. Tiremos as vestes sacerdotais, a faixa de pastores ou de representantes divinos e olhemo-nos no espelho em situação real de irmandade em prosseguimento único, ainda sob defasagens, erros e falta de percepção. Olhemos mais abrangentemente e auscultemos nosso íntimo para ver se despidos de tantas realezas e manifestações de exuberância e diletantismos, não somos iguais e ainda rudimentares sob olhares mais perspicazes e, principalmente sob a ótica divina.

Realmente, esta pequena visualização, esta introspecção se efetivada verdadeira e positivamente, nos fará pensar que estamos nos forjando em vestimentas ilustrativas e deixando com isto, de compor as nossas reais vestes que são as do Espírito.

Amigos e irmãos, ultrapassemos as exteriorizações e diletantismos, tentemos arrefecer ânimos e tornar única a direção da fé e do amor, trazendo acima de nós e de tudo que possa nos ornar artificialmente, a caridade. Quando falo caridade, refiro-me à caridade ampla a se situar no bem do nosso próximo e em melhor qualidade de sobrevivência, não importando o que leva as criaturas a atuações inoperantes ou viciosas, mas alastrando nossos limites e tentando minimizar reflexos de um passado adulterado, pois assim estaremos colaborando irmãmente com almas necessitadas e enfermas, que muito precisam para sair do lodaçal em que se situam por má colocação de suas mentes.

A colaboração irmã entre almas que se postulam cristãs se faz necessária, visando objetivos maiores que na realidade são os próprios obstáculos que as têm diferenciado e iludido por séculos, mas neste instante em que visualizamos mais claramente, por já termos galgado alguns degraus, o Pai espera de todos nós a união em prol dos irmãos mais necessitados.

Está na hora de abraçarmos, finalmente, uma só causa, tomar uma só direção, ultrapassando barreiras seculares e olhando-nos como verdadeiros irmãos de luta, de aprimoramentos e de constituição, amparando-nos e reavaliando nossos atos.

Neste intuito, nos perguntaremos: SOMOS, REALMENTE CRISTÃOS E IRMÃOS?

A cultura espiritual

A CULTURA ESPIRITUAL

Chegamos ao final de um milênio, ao final de uma época em que se repercutem as grandes invenções, os grandes acúmulos, as imensas alegorias materiais, o supérfluo superando o essencial, a luxúria abastecendo a ambientação natural, os indivíduos se reciclando devido às exigências do materialismo e do seu efeito consumista.

Chegamos à época, também, de grandes análises e contestações: conjecturas ambientalistas, humanas, religiosas e morais divergem e se acentuam nos laboratórios jornalísticos e editoriais, televisivos e culturais. Mas, a verdadeira cultura de um povo precisa estar versada em âmbitos de acúmulos em equilíbrio de enfoques, quero dizer, precisamos delinear a cultura pessoal e humana, a cultura social e universal em propósitos mais firmes, sem buscarmos visões efêmeras e ilusórias.


A cultura é o acúmulo de aquisições concentradas através das vivências nos tempos e espaços por nós selecionados, porém, observando cada um de nós dentro de nossa capacidade perceptiva e cumulativa. Por isso, não basta que nos digamos cultos em aspectos múltiplos e não saibamos acionar esta cultura tão ampla no exercício diário de nosso processo cármico. É necessário buscarmos um acúmulo cultural que nos traga uma forma de nos modificarmos, de melhor nos posicionarmos dentro de nós mesmos e em relação ao mundo em que vivemos.

Esta cultura extravasada por milhões e muitas vezes aparada e aceita como plena, pois é enfocada unilateralmente, se torna tantas vezes um empecilho na direção de uma cultura mais ampla. O homem, ainda muito vaidoso e orgulhoso, se detém muito na obtenção de valores restritos e colocados à disposição de sua personalidade ambiciosa e difícil de ser trabalhada, travando com este enfoque individualista maiores conquistas.

O progresso humano precisa caminhar em concomitância com o progresso espiritual, como a cultura espiritual está relativa à busca pela modificação íntima de cada criatura.

Sim, cultura espiritual é arrebanhada através das diversas e diferentes existências, no revestimento carnal e atemporal, que nos trarão a exercícios mais específicos, a dilatar nossas possibilidades espirituais.

Esta cultura espiritual, tão buscada quando nos vemos em planos espirituais, mas tão negligenciada quando nos envolvemos na matéria densa, deveria ser vista como uma luz a ser obtida, um farol a nos proporcionar esclarecimentos e nos mostrar as verdadeiras intenções de nosso, Pai quando nos lançou às diversas oportunidades nas esferas carnais.

Cultura espiritual é acúmulo que precisamos ansiar, sim, o próprio Espírito precisa chegar à conclusão de que para que ele possa crescer e se desenvolver deverá deter, além de conhecimentos práticos e científicos, energéticos e fluídicos, a vontade de se tornar cada vez mais uma alma amiga e irmã, procurando exercer a caridade, mas pautado no verdadeiro conhecimento daquilo que acontece às almas em todas as situações cármicas.

Realmente, determos uma cultura em termos espirituais, será atingir um pleno domínio de nossos atos, uma plena conscientização daquilo que somos e que poderemos vir a ser.

A codificação da doutrina dos Espíritos muito contribuiu para o início de nossos caminhos, porém a cultura do Espírito precisa ir mais além, precisa ser buscada entre as entrelinhas, no vernáculo judaico, nas mensagens de amor e paz de Jesus, na busca constante pelo crescimento nos diversos e diferentes ramos de uma literatura absolutista em termos de luz, amor e fé.

Dentre esta busca espiritual, a irmandade em fé irá trazer-nos os elos a serem fortalecidos, desde que hajam boa vontade e intenções sinceras em unirmos esclarecimentos e vivências, culturas e depoimentos dos meios que mais poderão contribuir para o nosso crescimento, que é o meio dos Espíritos irmãos em vivência paralela.

Busquemos colher informações do próprio mundo dos Espíritos, pois ele hoje em situação mais vantajosa, já se encontrando sob luzes intensas, poderá dilatar-nos e avançar amplas mensagens, alertando-nos para enfoques não perceptivos a nós, direcionando nossos estudos e ampliando nossos conhecimentos.

A cultura humana precisa tornar-se um conjunto de conhecimentos e percepções, não só ser vista como didática verbalística ou ser incluída nos patamares sociais de literatos e acadêmicos, mas, também, precisará estar aliada à vasta gama de elucidações e declarações das almas irmãs, que já conjugaram conosco os mesmos espaços e sentimentos, e que em vivência espiritual, já como individualidades firmadas, em condições muito mais férteis de nos trazerem a emancipação tão esperada por todos os Espíritos.

Que Jesus possa sempre nos direcionar em busca de nosso aprimoramento íntimo, em busca de uma estrada a ser visualizada à nossa frente em perspectivas mais amplas de angariarmos a nossa verdadeira cultura espiritual, mas aquela cultura baseada nos verdadeiros enfoques humanos e espirituais, que precisamos reter como Espíritos eternos e infinitos.

Que a acolhida a todas as formas de cultura possa ser vista como uma pedra a ser acrescentada na construção do edifício que somos como almas em eternas reconstruções e crescimentos, mas que, a cada acréscimo, possamos ter tido a oportunidade de nos termos colocado no tamanho certo e na textura exata, para que não nos sintamos em desequilíbrios por falta da mensuração ideal e possibilitemos uma queda em algum tempo ou em algum lugar.

A paciencia do dia a dia

publicado em 02 de junho de 2006

Sim, paciência, esta claridade a ser buscada e atingida, a fim de solidificar nossas ações e condições íntimas.

A paciência se torna uma preciosidade a ser conquistada, no agasalhamento de um maior entendimento e numa dinâmica que precisa ser avivada de dentro para fora, sem limites e numa constância a ser preservada.


Ser paciente se fará exercício árduo no viver atual, como sempre será uma das condições a nos ajudar a freqüentar o seio das mensagens cristãs, que irão gerar, em cada alma, uma compreensão e penetração maiores.


Aludimos a este termo hoje, na realidade atual, será tentarmos ultrapassar o progresso ultimista, as ânsias a buscarem os recursos materiais mais sofisticados e os incólumes desgastes orgânicos e emocionais, que acionam uma aceleração diária nos íntimos das criaturas.


Tenazmente, observamos criaturas a ultrapassarem as verdades, limitações e estruturas, objetivando, sem pausa ou numa maior penetração a atingir etapas e confiscar instituições.


O mundo vive, hoje, apressadamente. As almas não param para pensar, apenas, aceleram suas convicções, manifestando-se a buscar obtenções materiais ou poluindo seu organismo e todo o seu ser na pressa das construções fulgurantes da materialidade. Assim, a paciência, dignidade a ser observada a todos os instantes, não se encontra à frente da pressa e do lusco-fusco das prementes necessidades.

A procura é grande nas complementações e o “alistar” momentos de pacientes observações e auscultamento sobre todas as pautas do viver e seus envolvimentos não passa pelas mentes, principalmente dos jovens, que se mesclam a ultrapassar uns aos outros, a se sobressaírem nas culturas, sociais e humanas e, até mesmo nas especificações da estrutura orgânica.

Assim, sem paciência e ponderação, almas se inflamam e se vêem em situações burlescas ou difíceis.

Irmãos, sabemos que a paciência é cultura a ser aprimorada no percurso de vidas, porém, esta vantajosa manifestação necessita de algo que se constitui na vontade, no querer, no saber que o mundo, o Universo e as estruturas de todas as naturezas ocorreram e ocorrem, pacientemente, numa elaboração aprimorada e dentro dos limites e tempos a serem acionadas todas as manifestações e construções. Desta forma, tudo ocorrerá de forma lenta, mas aprimorada, na paciente elaboração ditada pelo Criador, e nossas almas, tão bem constituídas, fazem parte de um grande e constante trabalho paciente e observado, para que consigamos atingir moldes mais perfeitos e claros.

Assim, toda construção deverá estar pautada na paciência medida, elaborada, dignamente vista como recurso a nos possibilitar sedimentar valores maiores, angariamentos mais lógicos e perfeitos, construções mais fortes e firmes.

Tenhamos mais paciência com os que convivem conosco; tenhamos mais paciência com as almas em suas diferentes condições, sejam intelectuais, humanas ou espirituais; saibamos usar de paciência na busca por elaborações e construções do viver atual; aprendamos a lidar, pacientemente, com a vida e com tudo que nos oferta, pois, nada virá a nós fora do tempo e das necessárias propostas reencarnatórias; sejamos solidamente pacientes com o crescimento das almas, pois cada ser tem o seu tempo e condições próprias para aprender e crescer, e não nos esqueçamos de que, também nós, precisaremos da paciência de outras tantas criaturas para conosco e nossas deficiências e fraquezas.

Olhemos para dentro de nós mesmos e permitamos, pacientemente, que nos regeneremos diante de nós mesmos, usando de maior discernimento e avaliação em relação ao nosso aprendizado e crescimento, pois nós não crescemos, intimamente, de uma hora para outra, e sim, lenta e progressivamente. E, da mesma forma, todas as outras tantas naturezas criadas pelo Pai.

Usemos da paciência benigna e construtiva, a podermos contemplar a todos com mais complacência e moderação.

Existe Alguém que se traz sob uma grande paciência conosco, permitindo que “brinquemos” neste parque vivencial e cresçamos lentamente, nosso Pai e Criador, Deus. Se Ele se traz sob tamanha paciência, porque não nós, filhos apressados e ainda tão pequenos diante de tanta beleza e dignidade?

Buscando a nos mesmos

publicado em 01 de setembro de 2006

Buscar a nós mesmos, perguntaríamos: a quem?
À personalidade terrena que sustenta um corpo e se articula neste meio denso, que pensa e exige tanto das almas?

Como buscar a nós mesmos se, por muitas vezes, não paramos para pensar quem somos e o que fazemos nesta existência? Como buscar se, na grande maioria das vezes, estas interrogativas se alicerçam somente na materialidade e em suas obtenções?


Sim, buscar a nós mesmos exige já uma largueza espiritual, a saber, que não só nos retemos neste corpo denso, mas, também, no emocional, que nos expõe em Espírito.


Aliás, buscar a nós mesmos exigirá uma penetração no ser que se traz sob manuseios espirituais e íntimos, este ser que tenta bifurcar-se nas ilusões e composições momentâneas, esquecendo-se de que, nestas bifurcações, estão estradas de luz e verdades, estradas por onde passam criaturas dispostas a se sacrificarem por outras tantas almas, criaturas que se dispõem a deixar Deus encaminhá-las, sem se rebelarem contra os desvios de caminhos ou propostas modificadas por desejos descabidos ou voluntariedades perniciosas e obliteradas, demonstrando, nitidamente, falta de percepção e incultura espiritual.


Buscar a nós mesmos será olharmos e observarmos nossos pensamentos e ideais. Como penso, o que penso, o que pretendo? Como vejo meu irmão, minha mãe, pai, filho ou filha? O que sinto em relação a cada um deles: amo a uns, tenho dificuldades com outros, sinto-me irritadiço em diálogos com alguns deles, abraço um ou outro e completo-me?


Sim, estas observações nos mostrarão o que sentimos e como somos. Mas, talvez digam: _eles é que me fazem ser desta ou daquela maneira, ou, eu não sou assim, sou forçado a reagir e me manifestar de uma forma, muitas vezes, diferente do que desejo, não é?


Na verdade, estas reações trazidas à tona por toques fortes de almas, que convivem conosco, nos expõem, intimamente, fazendo com que, por diversas vezes, nós mesmos nos choquemos com nossas reações, reações estas que vêm do fundo de nosso ser, de nosso Espírito, desta realidade que precisa ser educada e equilibrada.


Buscar a nós mesmos exigirá que estabeleçamos uma constante vigília em pensamentos e atitudes, a não ultrapassar limites: os nossos e os de irmãos de caminhada. Exigirá de nós uma força de vontade muito grande, de avaliações diárias e da firmeza na modificação de nossa postura humana e espiritual.

Olhemos dentro de nossos olhos, no reflexo do espelho, quando nos observarmos às primeiras horas do dia, não só a alimentar a vaidade no envolvimento de cremes e alisamentos dos cabelos, ou mesmo na manifestação dos contornos dos corpos que se envolvem em roupagens modernas e combinadas, mas muito mais, auscultemos o ser que se camufla, muitas das vezes, a esconder dos outros irmãos a timidez, o orgulho, a ganância ou a tentar ofuscar intenções não tão honestas e sinceras.

Olhemos a nós mesmos em profundidade, num treinamento amplo, para que, ao nos transportarmos aos planos espirituais, após o desencarne, não nos choquemos com o ser que irá expor-se diante de nós, numa postura espiritual nítida, constante e verdadeira, sem as máscaras ilusórias com que estávamos habituados a nos mostrar na vida terrena, mas lançando a exteriorizações a nossa própria realidade íntima. Estes seremos nós, o ser que tentou fugir e se mascarar a olhos densos, mas, que não poderá fugir dos efeitos e conseqüências de ilusões, inverdades e da própria imaturidade espiritual.

Não acreditemos em todos os Chicos

POR RONI COUTO

Seja por inocência ou pelo desejo de confundir, o fato é que frases, pensamentos e teorias costumam ter suas origens perdidas no tempo. Há, porém, outra estratégia: a de dar crédito a uma ideia, atribuindo-a a uma figura respeitável entre os adeptos.

Com Chico Xavier não é diferente, nem um pouco. Mesmo que seja mais fácil identificar o erro, porque Chico escreveu muito pouco por ele mesmo. As páginas dos mais de 450 livros psicografados por ele não são ideias suas, e por esse motivo não podem, absolutamente, receber sua assinatura.

Ele mesmo, espírito sincero e honesto, esclareceu que nada havia dele mesmo, em conversa com o confrade Elias Barbosa:

– Chico, dentro de alguns meses, terei material para formar um volume de Chico Xavier, ele mesmo.

Chico respondeu:

– O que é isso, meu caro? Não existe Chico Xavier, ele mesmo. Se é que eu tenha que existir, será Chico Xavier/Emmanuel, porque, de mim mesmo, em matéria de edificação espiritual, nada posso subscrever de vez que o nosso benfeitor da Vida Maior é que nos supervisiona a organização medianímica.1

Assim, se algo aparecesse como sendo de Chico Xavier, seria esperado que houvesse o nome do espírito comunicante.

Um exemplo interessante é a frase intensamente divulgada neste centenário: “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”. É atribuída a Chico, mas não se identifica a fonte. Pode ser uma frase do espírito Emmanuel ou de qualquer dos diversos espíritos que escreveram por ele. E agora, quem é o autor da frase?

Embora possam argumentar que isso não tem importância, a questão não é tão simples como parece. Com o livro “Parnaso de Além-Túmulo” esse argumento seria vazio. Porque a essência do livro é justamente a assinatura que acompanha cada poema. Dizer que a autoria não importa é desprezar todo o esforço do mundo espiritual em organizar a tarefa de Chico Xavier no mundo. Pode-se compreender, desde Allan Kardec, a movimentação em torno da mediunidade para explicar, de forma definitiva, que os mortos continuam vivos? Isso ficou bem claro na mensagem que serve de prefácio ao Evangelho: “Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos Céus, qual imenso exército que se movimenta ao receber as ordens do seu comando, espalham-se por toda a superfície da Terra e, semelhantes a estrelas cadentes, vêm iluminar os caminhos e abrir os olhos aos cegos”.
O médium vira comunicante

Agora que Chico Xavier é espírito, a situação inverte-se. Hoje somos nós a analisar as muitas psicografias que trazem a assinatura de Chico. Segundo a revista Época, pelo menos 50 médiuns já disseram ter recebido mensagens de Chico.

Todos eles têm razão em afirmar que os espíritos são livres para se comunicar pelo médium que escolherem. Nesse caso, Chico Xavier, ele mesmo, pode ter se comunicado com todos esses médiuns. É difícil acreditar, porém, que uma das principais personalidades da Terceira Revelação esteja agora se comunicando sem um propósito claro, desordenadamente. Onde estaria a organização e o comando do mundo espiritual, que teria abandonado as tarefas direcionadoras do movimento espírita no mundo?

Definitivamente, não são todas essas mensagens originadas de Chico Xavier, não importa o quanto os médiuns e os adeptos estejam plenamente convictos de que seja ele, porque a verdade não precisa de nossas convicções pessoais para ganhar crédito. Apliquemos, como ensinou o mestre Kardec, a lógica na análise do conteúdo dessas mensagens, e nós vamos identificar claramente Chico Xavier nelas. Ou então concluir que é um engano, uma mistificação, nascida de nosso desejo de que Chico esteja perto, o que é muito louvável. Mas se vier de um desejo de ser o médium escolhido por Chico, é um sinal de alerta de que a vaidade já desvia esse dom divino que é a mediunidade.

O livro “O espírito de Chico Xavier”, psicografada pelo médium Carlos Baccelli, é a mais conhecida “visita” de Chico. Pesquisando as opiniões e análises sobre esse livro, concluímos que é muito difícil encontrar, nas rápidas e desorganizadas linhas psicografadas, a grandiosidade, a bondade e a intelectualidade do centenário Chico Xavier. O que é uma pena, porque o médium é convicto sobre a autoria.

Por tudo isso, acertou a Federação Espírita Brasileira ao propor, no Congresso Espírita Brasileiro, o respeito à privacidade espiritual de Chico Xavier. Compreende-se que todos queremos Chico conosco, mas é preciso saber esperar, porque se ele esteve tão perto durante tanto tempo, porque, afinal, não aproveitamos para aprender e renovar nossas atitudes?

1 Em “Entrevistas”, organizado por Salvador Gentile e Hércio Marcos Cintra Arantes.

Deus sabe antes que alguém vai cometer suicídio?

Se os espíritas dizem que não cai uma folha sequer sem a vontade de Deus, quando alguém se suicida, também é atendendo à vontade do Criador?

Pergunta de Gilberto de Arruda Sampaio – Rio de Janeiro, por E-mail.

Não é tão fácil responder a essa pergunta, como pode parecer ao leitor acostumado aos estudos espíritas. Tirar a própria vida é uma infração à Lei Natural, isto é claro. Está lá no Evangelho segundo o espiritismo: “Em regra, o homem não tem o direito de dispor da vida, por isso que esta lhe foi dada visando deveres a cumprir na Terra, razão bastante para que não a abrevie voluntariamente, sob pretexto algum”. Mas a dúvida do Gilberto tem algumas particularidades. Vamos a elas.

“Não cai uma folha sequer sem a vontade de Deus” é uma frase forte. Mais do que forte, é de um absoluto determinismo. Se toda ocorrência estivesse determinada pela vontade de Deus, não haveria liberdade.

Embora comumente usada como dito popular, em livros, palestras, sermões, a frase referida não é citada em nenhuma obra de Allan Kardec. Geralmente dizem que está na Bíblia, mas não citam onde. Porque essa frase também não está na Bíblia! O ensinamento verdadeiro está presente no evangelho de Mateus, capítulo 10, e afirma: “Não se vendem dois passarinhos por um ceitil? E nenhum deles cairá em terra sem a vontade de vosso Pai. E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois; mais valeis vós do que muitos passarinhos”.

Os Espíritos esclarecem, em O livro dos espíritos, pergunta 853, que a única fatalidade, “no verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte o é”. Ou seja, mesmo para os homens o ensinamento vale.

Podemos dizer que Deus ‘sabe’ se vamos falhar ou não em nossas provas e expiações. Todavia, temos a plena liberdade de escolha e a responsabilidade é toda nossa. Allan Kardec também percebeu a importância dessa dúvida e questionou aos Espíritos: “Desde que Deus tudo sabe, também sabe se um homem deve ou não sucumbir numa prova. Nesse caso, qual a necessidade da prova, que nada pode revelar a Deus sobre aquele homem?”. E a resposta foi: “Podendo o homem escolher entre o bem e o mal, a prova tem por fim colocá-la ante a tentação do mal, deixando-lhe todo o mérito da resistência”.

Um suicida de outras vidas escolhe enfrentar as mesmas dificuldades em nova oportunidade para testar sua força em resistir à tentação de praticar outra vez a mesma falta. Resistindo, sai mais forte da prova e fica feliz por isso. A vida é um recurso pedagógico por meio da qual faremos nossas escolhas. Não pense em erros e castigos, mas em oportunidades e efeitos naturais de nossas escolhas. A morte não existe, e quem foge dos problemas pelo suicídio somente os amplia. Por isso, Jesus recomenda: vigiai e orai.


Administrador de empresas, autor do livro Mesmer, a ciência negada e os textos escondidos. Ed. Lachâtre. E-mail: paulo@mesmer.com.br

Hervé Cordovil encontra Noel Rosa em Centro espírita

Em 12 de outubro passado, em programa especial para homenagear o centenário de Noel Rosa (1910-1937), o cantor Rolando Boldrin, apresentador do Sr. Brasil (TV Cultura), comentou sobre o samba Vila Isabel no espaço, musicado pelo maestro Hervé Cordovil (1914-1979). A canção fez muito sucesso na época de sua gravação, em 1964, na voz da cantora Vera Maria.

Bondrin revelou que Hervé lhe contara que certo dia estava passando por um centro espírita e sentiu uma imensa vontade de entrar. Durante a reunião, um médium anunciou que o cantor e compositor Noel Rosa estava lhe dizendo que havia um amigo dele ali presente. Solicitaram que ele então se apresentasse. Hervé ficou quieto, achou que não era com ele. Numa segunda vez, passando pelo local, sentindo-se novamente atraído, entrou no centro e escutou a mesma história. O maestro não resistiu e, enfim, se apresentou, inseguro, como parceiro de Noel em algumas canções, quando este ainda estava encarnado.

Foi assim que ao amigo foi dada, então, uma letra de música, psicografada, de autoria do Espírito Noel Rosa. Como afirmou Boldrin “a letra faz realmente muito sentido”, mesmo porque há uma inconfundível relação com seu famoso samba Feitiço da Vila.

Entre os sucessos de Hervé Cordovil, destacam-se Meu pé de manacá,Vida do viajante,Sabiá lá na gaiola, as versões Biquíni de bolinha amarelinha e Rua Augusta. Mas genuína parceria (letra da espiritualidade e música da Terra) ficou também registrada na história de sua discografia – Vila Isabel no Espaço / música, Hervé Cordovil/ letra (psicografada) Noel Rosa”.



Eis a letra:

Minha “Vila” agora é outra

Muito longe da “Isabel”

Meu papel agora é doutra

Qualidade do papel

Que representei na Terra,

Andando de deu em deu,

Alma voltada pro samba,

Nada voltado pro céu!...

Se eu fizesse agora, um samba

Ia ter mais harmonia

Não teria gente bamba,

Não teria valentia,

Pois valente, nesta vila,

É aquele que perdoa,

Que padece e não estrila,

Não é rei nem quer coroa...

Se eu fizesse agora um hino...

Ah! Se um hino eu compusesse...

Começaria com sino,

Terminaria com prece,

Prece serena, tranquila...

E teria este pedaço:

“ Faça, Senhor, lá da Vila

A Vila Isabel do Espaço!”

Transição planetária

O palestrante espírita Divaldo Franco fará uma série de conferências no Estado de Mato Grosso em fevereiro. No dia 10 de fevereiro, o orador estará em Rondonópolis, no Caiçara Tênis Clube. No dia 11, a Conferência será realizada em Barra do Garças, no Parque de Exposições. Dia 12 é a vez de Cuiabá, no Centro de Eventos do Pantanal. E nos dias 12 e 13 de fevereiro, a Federação Espírita do Mato Grosso do Sul recebe Divaldo Franco para o Seminário: Transição Planetária. Informações: www.feemt.org.br

O Espiritismo Responde

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)




Um leitor desta revista encaminhou-nos pergunta pertinente à matéria utilizada nas construções espirituais, como, por exemplo, a cidade Nosso Lar. Trata-se da mesma matéria que conhecemos no planeta? Qual a sua constituição?

O assunto foi examinado nesta mesma seção na edição 172 desta revista.

Naquela oportunidade lembramos inicialmente que a notícia referente às construções espirituais está presente não só na obra de André Luiz, mas em autores como Arthur Conan Doyle, Ernesto Bozzano, Cairbar Schutel e Manoel Philomeno de Miranda. Em todos eles é destacado, com clareza, o papel do pensamento sobre a matéria peculiar às chamadas cidades ou colônias espirituais.

Em seu livro A Crise da Morte, um dos clássicos do Espiritismo, Ernesto Bozzano trouxe-nos as seguintes informações:

1. Jim Nolan, ao entrar no mundo espiritual, disse que lhe parecia caminhar sobre um terreno sólido, quando encontrou sua avó, que o levou para longe dali, para sua morada. A morada da avó, onde ele repousou e dormiu naquela noite, tinha o aspecto de uma casa. “No mundo dos Espíritos – explicou ele –, há a força do pensamento, por meio do qual se podem criar todas as comodidades desejáveis...” (Obra citada, p. 32.)

2. Pensando na forma humana, o Espírito se veria de novo em forma humana; pensando em estar vestido, achar-se-ia coberto de roupas que, sendo tão etéreas como o seu próprio corpo, lhe pareceriam tão substanciais como as vestes terrenas. É assim que ele encontra, no mundo espiritual, um meio e uma morada correspondentes a seus hábitos terrestres, morada que lhe preparariam os seus familiares, tornados antes dele à existência espiritual. (Obra citada, p. 36.)

3. Felicia Scatcherd diz ter sido conduzida a uma maravilhosa morada que os próprios Espíritos haviam criado pela força do pensamento. (Obra citada, pp. 117 a 121.)

4. A mensagem desse Espírito trouxe notícias sobre as habitações existentes no mundo espiritual, construídas por Espíritos que se especializaram em modelar, pelo pensamento, a matéria espiritual. (Obra citada, pp. 137 a 143.)

5. A respeito do poder do pensamento no meio espiritual, a entidade trouxe uma informação adicional: para criar os objetos de que necessita não basta pensar na “coisa” desejada; é preciso uma concentração firme do pensamento sobre esse objeto, pensando em todos os seus detalhes. É por isso que, exercitando-se nas criações do pensamento, os Espíritos chegam a pensar com uma nitidez cada vez maior e a concentrar a vontade com uma eficácia sempre mais intensa. Não sendo assim, formar-se-á tão-somente um esboço mais ou menos confuso e informe do objeto desejado. (Obra citada, p. 157.)

Último instante

Manuel da Silva Lobato

Tudo parece agora o termo do caminho...

O velho carrilhão bate as horas na sala:

É a palavra do tempo ao coração que estala,

Afirmando, cruel, que partirei sozinho.

Lá fora, ruge o vento ululante e escarninho.

Fito, além da janela. O céu de cinza e opala...

“Adeus! Adeus! Adeus!...” – geme o peito sem fala,

Algemado à aflição de estranho pelourinho.

Desce, torva, no olhar, a noite em que me espanto,

Resume-se a existência às gotas de meu pranto.

Silêncio, sombra, nada... A morte a despedida...

Mas subido clarão rasga as trevas do quarto.

Ai! o corpo é grilhão de que enfim, me descarto,

Para exaltar, cantando, o esplendor de outra vida!

Manuel da Silva Lobato nasceu em Recife, PE, em 10/9/1886 e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 4 de junho de 1931. Foi poeta e jornalista e, como tal, desempenhou as funções de redator do Diário de Notícias, no Rio de Janeiro. O soneto acima integra o livro Antologia dos Imortais, obra psicografada pelos médiuns Chico Xavier e Waldo Vieira.

De coração para coração

Ensina o Espiritismo que, se o
homem goza da liberdade de pensar,
goza igualmente da liberdade de
obrar. O livre-arbítrio é apanágio da
criatura humana. Sem ele, o homem
seria uma máquina.
Nas primeiras fases da vida, quase
nula é a liberdade, que se desenvolve
e muda de objeto com o desenvolvimento
das faculdades do indivíduo.
A liberdade é a condição necessária
da alma humana, que não
poderia construir seu destino, caso
não a desfrutasse. Mas a liberdade e
a responsabilidade são correlativas no
ser e aumentam com sua elevação.
É a responsabilidade do homem
que faz sua dignidade e moralidade.
Sem responsabilidade, o homem não
seria mais do que um autômato, um
joguete das forças ambientes. A noção
de moralidade é, pois,
inseparável da de liberdade.
Quando resolvemos fazer ou deixar
de fazer alguma coisa, nossa
consciência sempre nos alerta a respeito,
aprovando-nos ou censurandonos.
Apesar de essa voz íntima nos
alertar, sempre agimos conforme o
que foi decidido por nossa vontade
ou livre-arbítrio. Nada nos coage nos
momentos de decisões próprias, daí
ser correto afirmar que somos responsáveis
pelos nossos atos e que, por
conseguinte, somos os construtores
do nosso próprio destino.
O livre-arbítrio pode, portanto,
ser definido como a faculdade que
tem o indivíduo de determinar sua
própria conduta, ou seja, a possibilidade
que ele tem de, entre duas ou
mais razões suficientes de querer ou
de agir, escolher uma delas e fazer
que prevaleça sobre as outras.
A ideia de que a vida seja guiada
por um determinismo pelo qual todos
os acontecimentos estão fatalmente
preestabelecidos é equivocada, ingênua
e simplória, porque, se assim fosse, o
homem não seria um ser pensante, capaz
de tomar resoluções e de interferir
no progresso. Seria apenas uma máquina
robotizada, irresponsável, à mercê
dos acontecimentos.
O livre-arbítrio, a livre vontade
que tem o Espírito de agir, exerce-se
principalmente na hora em que o Espírito
se prepara para uma nova existência
corpórea. Escolhendo a família
e o meio social em que viverá, sabe
ele de antemão quais as provações que
o aguardam, mas compreende, igualmente,
a necessidade delas para o desenvolvimento
de suas qualidades, a
cura dos seus defeitos e a libertação
de seus preconceitos e vícios.
Livre-arbítrio e responsabilidade
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO - aoofilho@yahoo.com.br
De Londrina
Essas provações podem ser também
consequência de um passado nefasto,
que é preciso reparar, e ele as
aceita com resignação e confiança. O
futuro aparece-lhe, então, não em seus
pormenores, mas em seus traços mais
salientes, isto é, na medida em que esse
futuro é a consequência dos atos que
vão sendo praticados.
A Doutrina Espírita ensina que
de duas espécies são as vicissitudes
da vida, ou seja, promanam elas de
duas fontes bem diferentes. Umas
têm sua causa na vida presente; outras
têm-nas fora desta vida.
Se remontarmos à origem dos
nossos males terrestres, veremos que
muitos são a consequência direta de
nosso caráter e de nosso procedimento.
Há pessoas que são vítimas de sua
imprevidência, de seu orgulho e de
sua ambição. Muitos se arruínam por
falta de ordem, de perseverança, pelo
mau proceder, ou por não terem sabido
limitar seus desejos. Não são
poucas as enfermidades que decorrem
da intemperança e dos excessos
de todo gênero. A quem essas pessoas
irão responsabilizar por todas essas
aflições, senão a si mesmas?
Há, contudo, males que se dão
sem que o indivíduo, ao menos aparentemente,
tenha qualquer culpa.
São dores e vicissitudes cuja origem
se encontra em atos praticados em
existências pregressas, como, por
exemplo, os acidentes que nenhuma
previsão pode impedir; os reveses da
fortuna, que frustram todas as precauções
ditadas pela prudência; os
flagelos naturais, as enfermidades de
nascença, sobretudo as que tiram a
tantas pessoas os meios de ganhar a
vida pelo trabalho.
Os que enfrentam essas provações,
sem que tenham feito nada na
atual existência para merecerem tão
triste sorte, colhem evidentemente
os efeitos de seus atos passados,
porquanto não há sofrimento sem
causa, e a lei de ação e reação, que
rege a nossa vida, determina que, se
somos livres na semeadura, somos
escravos na colheita.