quinta-feira, 3 de março de 2011

São inúmeros os planetas com vida semelhante à nossa

Um dos princípios fundamentais do
Espiritismo é, como sabemos, o da
pluralidade dos mundos habitados. Na
obra da criação divina, a Terra é apenas
uma das inumeráveis habitações do ser
humano, pois há, evidentemente, muitos
outros mundos que abrigam humanidades
semelhantes à nossa, não sendo
o homem terreno o único ser corpóreo
dotado de inteligência, racionalidade e
senso moral no Universo imenso.
Criado simples e ignorante, mas
dotado de livre-arbítrio, com inclinações
tanto para o bem quanto para o
mal, falível portanto, o Espírito sujeita-
se a encarnar e reencarnar, experimentando
múltiplas existências
corporais na Terra ou em outros planetas,
tantas quantas forem necessárias
para ultimar sua depuração e seu
progresso. Esse processo admirável
realiza-se através das emigrações e
imigrações de Espíritos, ou seja, da
alternância sucessiva e múltipla das
existências humanas nos dois planos
da vida: o corpóreo e o espiritual.
Todo Espírito encarnado, enquanto
seu corpo vive, está vinculado ao
mundo em que encarnou. Desencarnado,
passa ele à condição de Espírito
errante, que é o indivíduo que necessita
ainda de reencarnar para depurar-
se e progredir. No estado de erraticidade
o Espírito continua vinculado
ao mundo onde irá reencarnar,
mas, não estando a ele fixado pelo
corpo, é mais livre e pode até mesmo
visitar outros planetas, com a finalidade
de instruir-se.
As emigrações e imigrações de
Espíritos podem ocorrer também entre
mundos diferentes, isto é, podem
os Espíritos emigrar de uns para outros
planetas.
Alguns emigram por força do progresso
realizado, que os habilita a ingressar
em um mundo mais adiantado,
o que é um prêmio para eles; outros, ao
contrário, são excluídos do mundo a
que pertencem, por não haverem acompanhado
o progresso moral atingido
pela Humanidade desse mundo. O exílio
que lhes é imposto constitui verdadeiro
castigo, que a lei de justiça impõe
aos recalcitrantes no mal, escravizados
ao orgulho e ao egoísmo.
Os ensinamentos espíritas ajudam-
nos a compreender e a melhor
explicar as diversidade étnicas e, sobretudo,
a existência na Terra de uma
etnia considerada intelectualmente
superior, se comparada com as outras
aqui existentes, das quais algumas
manifestam ainda notória inferioridade.
A etnia branca existente na Terra,
chamada outrora, equivocadamente,
de “raça branca”, foi constituída, inicialmente,
de Espíritos emigrados de
um planeta pertencente ao sistema de
Capela, uma estrela milhares de vezes
maior que o Sol.
Havendo o mencionado planeta
atingido um estágio de progresso condizente
com o de um mundo regenerado
e mais feliz, mas permanecendo
nele uma legião de Espíritos ainda recalcitrantes
no orgulho e apresentando
outros sérios defeitos morais, tiveram
eles de ser dali excluídos, e,
por causa disso, muitos acabaram sendo
encaminhados para o planeta Terra,
onde Jesus os acolheu.
Em nosso mundo, sendo muito
mais adiantados que os habitantes pertencentes
aos povos autóctones ou indígenas
que aqui viviam, sobretudo no
que diz respeito à inteligência, vieram
impulsionar o progresso daqueles,
mesclando-se a eles e expandindo sua
cultura por todos os cantos da Terra.
Os homens que resultaram da reencarnação
dos exilados de Capela
em nosso mundo formaram a chamada
raça adâmica, que deu origem aos
povos intelectualmente mais adiantados
do nosso planeta: os arianos ou
indo-europeus, os egípcios, os
israelitas e os indianos.
A história dos exilados de Capela
permite-nos compreender melhor as narrativas
bíblicas acerca de Adão e Eva e
sua expulsão do Paraíso. A lenda do Paraíso
perdido funda-se, em verdade, no
banimento daquela legião de Espíritos
do planeta capelino, que, se comparado
com a Terra daquela época, podia considerar-
se efetivamente um paraíso.
Emmanuel, em seu livro A Caminho
da Luz, nos dá informações valiosas
a respeito da chamada raça adâmica,
assunto tratado igualmente por Kardec
em A Gênese. Nesta obra, o Codificador,
depois de aludir à questão das emigrações
e imigrações coletivas de Espíritos
de um mundo para outro, faz clara
referência à raça adâmica no cap. XI,
item 38: “De acordo com o ensino dos
Espíritos, foi uma dessas grandes imigrações,
ou se quiserem, uma dessas Colônias
de Espíritos, vinda de outra esfera,
que deu origem à raça simbolizada
na pessoa de Adão e, por essa razão mesma,
chamada raça adâmica. Quando ela
aqui chegou, a Terra já estava povoada
desde tempos imemoriais, como a América,
quando aí chegaram os europeus”.
Mais adiantada do que as que a tinham
precedido neste planeta, a raça
adâmica foi, com efeito, a mais inteligente
e a que impeliu ao progresso todas
as outras. O Gênesis no-la mostra,
desde os seus primórdios, industriosa,
apta às artes e às ciências, o que mostra
que ela não passou na Terra pela
infância espiritual, diferentemente do
que ocorreu com os demais povos que
habitavam, então, o planeta.
Tudo indica que a chamada raça
adâmica não surgiu nos primórdios da
Terra, mas aqui surgiu em época relativamente
recente – cerca de 8 a 12
mil anos atrás.
Segundo as Escrituras, Caim e Abel,
filhos de Adão e Eva, tinham habilidades
desconhecidas dos homens primitivos,
como o uso da terra para plantio e o
pastoreio. Caim conhecia também a arte
da construção de casas e cidades, uma
conquista do período neolítico, porque
antes desse período os homens da Terra
viviam em cavernas.
Chama-se período neolítico ao
período da época holocena em que os
vestígios culturais do homem pré-histórico
se caracterizavam pela presença
de artefatos de pedra polida (ainda
não era utilizado o bronze) e pelo
aparecimento da agricultura. A época
holocena, iniciada há cerca de 12
mil anos, é aquela em que as geleiras
se restringiram às regiões polares e
ocorreram o desenvolvimento e a expansão
da civilização humana.
Ensina o Espiritismo que a espécie
humana não começou por um único
homem e que aquele a quem chamamos
Adão não foi o primeiro nem
o único a povoar a Terra. Kardec indagou
aos Espíritos Superiores: “Em
que época viveu Adão?” Eles responderam:
“Mais ou menos na que lhe
assinais: cerca de 4.000 anos antes do
Cristo” (L.E., item 51).
De fato, a narrativa contida no cap.
4 do Gênesis nos leva ao mesmo entendimento,
porque somente no período
neolítico – entre os anos 5.000 a.C. e
2.500 a.C. – é que surgiu na Terra o
pastoreio, seguido do cultivo da terra, e
o homem passou de caçador a pastor.
Como Caim cultivava o solo e seu irmão
Abel era pastor, vê-se que a data
indicada pelos Espíritos a respeito da
época em que viveu Adão é perfeitamente
compatível com os registros históricos.
Como o povoamento da Terra se
iniciou em épocas bem mais recuadas, é
evidente que não descendemos dos pais
de Abel e Caim, mas de outros ancestrais
que teriam vivido muito antes.

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