segunda-feira, 25 de abril de 2011

Abrindo a Bíblia Tema: Abrindo a Bíblia: Importância de João Batista

Cuba, um país de tradição espírita

Entrevista: Manuel de La Cruz
Julia Nezu – julianezu@terra.com.br

Cuba, um país de tradição espírita
Possui na atualidade 515 centros espíritas legalizados segundo as leis do país. Em 1888, por ocasião do 1º Congresso Espírita Internacional realizado em Barcelona, Espanha possuía 9 periódicos espíritas e estiveram presentes representantes de 5 centros espíritas. Em 1890, quando foi fundada a Federação Espírita de Cuba, já havia 23 centros espíritas.

Manuel de La Cruz, 46, natural de Havana, Cuba, residente em Miami-EUA, contador, foi conferencista do 1º Encontro Internacional de O Livro dos Espíritos, em Tegucigalpa, Honduras, em 2003 e do 3º Congresso Espírita Internacional em Guatemala, em 2001. Atualmente é Assessor da Coordenadoria do Conselho Espírita Internacional para a área da América Central e Caribe (CEICA) e representante internacional da Sociedade Amor e Caridade Universal e da Sociedade José de Luz, de Havana, Cuba. Desenvolve um trabalho de divulgação por meio de encontros regionais e nacionais, reestruturação e intercâmbio de conhecimentos entre todos os países que a compõem, incluindo México. Realizamos a entrevista em espanhol, que aqui vai traduzida pela Dirigente Espírita Neyde Schneider.

RIE – Como se tornou espírita?
Manuel de La Cruz – Educado em uma família claramente espírita; minha mãe tornou-se espírita aos 15 anos de idade; somos quatro filhos criados dentro da doutrina espírita. Meu pai conheceu o Espiritismo por intermédio de sua mãe e nossa mãe continuou esta tarefa.

RIE – No Congresso Internacional de Barcelona, em 1888, havia representantes espíritas de Cuba. Quando foram fundados os primeiros centros espíritas? Como foi essa representação?
Manuel – Realmente, o 1º Congresso Internacional Espiritista, realizado em Barcelona em 1888, marcou um fato importante no desenvolvimento do Espiritismo, quando cinco instituições cubanas se fizeram representar, como o país de maior representação no evento. Estas organizações foram: Centro da Reencarnação de Havana, Centro o Salvador de Sagua a Grande, Sociedade Espírita de Matanças, Centro Laço União de Cem Fogos, Centro São Paulo, de Queimado de Guines. Podemos confirmar que, desde a época colonial, os índios Tainos e Siboneis tinham o hábito de produzir fenômenos mediúnicos em seus ritos. O movimento espírita repercutiu desde 1856, com a fundação de centros espiritualistas em Havana, Sagua a Grande, Sancti Spiritus, Manzanillo, Caibarien e Santiago de Cuba, o que demonstra a precocidade e receptividade da evolução do Espiritismo em Cuba. Já em 22 de julho de 1890 constitui-se a Federação Espírita da Ilha de Cuba, reunindo 23 (vinte e três) instituições do país.

RIE- Em 1870 já havia diversos periódicos em Cuba. Quais eram e quando foram fundados?
Manuel – A partir de 1870 começou a publicação de diversos periódicos espíritas em Cuba. O jornal Luz de Ultratumba surgiu em 1884, A Ilustração em 1878, Luz dos Espaços em 1881, O Archote dos Espíritos em 1882, O Bom Desejo em 1884, A Luz do Evangelho em 1885, A Boa Nova em 1886, A Alvorada em 1888 e A Nova Aliança em 1888, sendo que os últimos três periódicos foram apresentados no 1º Congresso Espírita Internacional, realizado em Barcelona, em 1888.

RIE – Conte-nos o processo evolutivo sóciocultural e político do Espiritismo em Cuba no seu início até a metade do século XX.
Manuel – Como mencionamos anteriormente, em 1890 foi fundada a Federação Espírita da Ilha de Cuba, tendo o objetivo da Associação claramente definido no Artigo Primeiro de seu Estatuto: “A Sociedade Espiritista tem como objetivo a união de todos os centros espíritas de Cuba, para expandir a divulgação do Espiritismo por meio da palavra, escrita ou falada e toda a prática da virtude pública ou particular”. No ano de 1902 destaca-se a publicação do livro A Filosofia Penal dos Espíritas, do célebre escritor, antropólogo e criminalista Fernando Ortiz (1881-1969), que curiosamente se declara “neo-espiritista”. Destacam-se também os trabalhos do periodista e patriota Francisco M. Gonzales Quijano (1862-1926), colaborador de José Martí, fundador do diário A Voz do Povo e participante da criação da Sociedade Espírita Cubana, como também o escritor Don Salvador Molina, que esteve no Congresso de Barcelona. Em 1910 foi fundada a Sociedade Mais Luz na cidade de Baiamo, província Granma, oficialmente registrada a partir de 1913. Em 31 de março de 1920, celebra-se o I Congresso Espírita Nacional de Cuba, no Teatro Payret, na cidade de Havana, de que participaram 562 delegados, 113 centros espíritas e 336 representantes pessoais.

RIE – Em que época e por que o Espiritismo floresceu com maior pujança em Cuba?
Manuel – De 1935 até 1963 realizaram-se 26 grandes Congressos Nacionais que refletem as proporções que o movimento espírita havia alcançado na Ilha. Todos eram realizados entre os dias 29 e 31 de março, sendo encerrados nessa data em que são lembrados tanto o episódio de Hydesville, como o desencarne de Allan Kardec. Em abril de 1936 foi criado o Conselho Supremo Nacional Espiritista de Cuba; em 1941 organizou-se a Confederação Espírita Cubana, que contava com uma consolidada estrutura federativa integrada por seis federações provinciais e, em cada uma, as respectivas federações municipais, com seus centros como núcleos de base. Importa destacar que nessa época Cuba teve vários programas de rádio em Havana, desde 1941, como a Psique e a Doutrina Espírita, na Rádio Alvarez. Decide-se criar, em 1942, no VIII Congresso Espírita do país, a importante instituição social “Clínica da Alma” em Camaguei, hospital dedicado ao tratamento de enfermos, exemplo de labor humanitário que realizava a Sociedade Espírita nessa época, que exerceu um papel importante para ajuda aos necessitados até o ano de 1966 quando foi decretada sua incorporação ao Ministério de Saúde Pública. No mesmo ano da década de quarenta, o médium Claudio Agramonte funda a Sociedade Luz do Sol e também a Sociedade de Estudo e Investigação Científica dos Fenômenos Espirituais “José de Luz”, que atualmente conta com nove instituições na Ilha e seis, internacionalmente, em países como Espanha, México e Estados Unidos, da qual sou o Vice Presidente atual. 21 de abril de 1957 foi palco de um feito significativo na história do Espiritismo em Havana, Cuba, quando se inaugurou uma praça pública e um busto de Allan Kardec, por iniciativa da Associação Espírita Enrique Carbonell.

RIE – E o seu ressurgimento, como foi e a partir de quando?
Manuel – Depois de transcorridos mais de 38 anos, começa uma nova era plena de esperança e propostas de ação em Cuba. No ano de 2001 os movimentos sociopolíticos e religiosos iniciaram uma nova era de abertura e crescimento no país; na área Espírita empreenderam-se processos de apoio fraterno e esforço contínuo na tarefa de trabalho e divulgação: reconhecimento ao sucesso, através dos esforços do missionário cubano Antonio Agramonte Pereira, do reconhecimento do Espiritismo pelo governo cubano. Cuba começa a contar com o apoio de grandes trabalhadores espíritas de nível mundial, principalmente com a dedicação de Hermano Genaro Bravo Rabanales e sua equipe de trabalho espírita Centro Americano, conjugando o trabalho contínuo que vem se realizando alternadamente na cidade de Miami, Estados Unidos, através da extensão (filial) do Centro Espírita Cubano Sociedade de Estudo e Investigação Científica dos Fenômenos Espirituais “José de Luz”, em que temos trabalhado pelo desenvolvimento, divulgação e vivência da Doutrina Espírita em Cuba e Estados Unidos; nova luz e esperança para o Espiritismo Cubano durante o 3º Congresso Espírita Mundial, realizado na Guatemala, em Outubro de 2001. A Noite Cubana, esperada por todos os participantes e conferencistas, foi um grande êxito; lá foram expostos dados relevantes, tanto da vida do espírito José de Luz, como de Claudio Agramonte, seu instrumento fiel. Houve, igualmente, conferências sobre Mediunidade, Educação Sexual e Espiritismo e Internet.

RIE – Tomamos conhecimento de que Cuba possui mais de 500 centros espíritas legalizados e que o Espiritismo é respeitado pelos poderes constituídos do país. Como se explica?
Manuel - Gostaríamos de destacar bem este ponto. A informação que temos nos foi proporcionada pelo Departamento de Assuntos Religiosos do Conselho de Estado, presidido pela senhora Caridad Diego. No mês de outubro de 2010 o registro de sociedades conta com 515 Centros Espíritas devidamente registrados em toda a extensão do país, destacando-se a porção oriental com mais de 250 centros.

RIE – Desde quando faz parte do Conselho Espírita Internacional?
Manuel – Em outubro de 2004, durante a 10ª Reunião do Conselho Espírita Internacional, em seguida ao IV Congresso Espírita Mundial em Paris, França, em votação unânime de todos os países membros, Cuba passou a ser país observador, no Conselho Espírita Internacional – CEI, em marco do bicentenário de nascimento do codificador da Doutrina Espírita. Em razão do trabalho contínuo e da análise feita pela Comissão Executiva do CEI, em junho de 2009, na cidade belga de Liège, durante a XIII reunião do Conselho Espírita Internacional, novamente por votação unânime, Cuba passa a ser membro oficial do Conselho Espírita Internacional, o que, por sua vez, nos leva a esforço dobrado para continuar com o trabalho nas plagas cubanas.

RIE – E o donativo de 14 mil livros Espíritas no país em novembro de 2009, como aconteceu?
Manuel – Esta ideia surgiu por recomendação da Ministra de Assuntos Religiosos, Sra. Caridad Diego, durante um almoço com o Sr. Nestor Masotti, Secretário Geral do Conselho Espírita Internacional, Dr. Edwin Bravo e minha pessoa. Ela indicava que a principal queixa que as autoridades recebiam dos espíritas era de que lhes era muito difícil obter literatura espírita, em que o Sr. Nestor Masotti perguntou de que forma ela considerava que poderíamos ajudar. Em resposta imediata, disse: enviem um “container” de livros. Olhamo-nos e todos pensamos a mesma coisa – mãos à obra. Através do irmão Alípio Gonzalez, de Mensagem Fraternal, que doou a maior parte dos 14.000 livros e o trabalho do CEI, finalmente concluíram-se os pormenores necessários para a remessa dessa doação maciça, que foi amplamente distribuída na Ilha de Cuba a todos os centros espíritas registrados nos canais competentes.

RIE - Suas considerações finais.
Manuel – Primeiramente, agradecer ao convite para esta entrevista. É um prazer oferecer estes dados que, para muitos, os lêem pela primeira vez, convidá-los para o 6º Congresso Espírita Centro Americano Panamá e Caribe e para o 27º Congresso Espírita Cubano, que terá lugar na cidade de Baiamo, no oriente do país, no próximo mês de abril e dizer-lhes que é uma grande oportunidade que Deus nos faculta neste instante conjuntural. Pedimos a todos os espíritas do mundo o amor, a caridade e a solidariedade ante esta realidade que a casualidade nos permite. Estamos no momento apropriado para iluminar de conhecimentos, de ciência, de filosofia e dar exemplo moral a todos nossos irmãos espíritas da ilha cubana e do mundo, principalmente a quem esperou tantos anos por este momento de reunião fraterna dos espíritas mundiais, com a única intenção de ajudar e intercambiar experiências enriquecedoras, compreendendo todos os processos sócio-político-culturais e religiosos que este maravilhoso país passou através da história.

Convite

Editorial

Em 1864, o Espírito de Verdade, prefaciando “O Evangelho segundo o Espiritismo”, convida os homens, nós encarnados, para nos harmonizarmos com os emissários do Alto e, também entre nós, para participarmos do movimento de regeneração do nosso mundo e da nossa humanidade.
Esse convite não se circunscreve àquele momento em que, por via mediúnica, essa instrução foi transmitida.

Permanece nos dias atuais e, na afirmação de Kardec, essa mensagem resume o caráter do Espiritismo e a finalidade do livro acima referido, com estas palavras:

– Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos Céus, qual imenso exército que se movimenta ao receber as ordens do seu comando, espalham-se por toda a superfície da Terra e, semelhantes a estrelas cadentes vêm iluminar os caminhos e abrir os olhos aos cegos:

– Eu vos digo em verdade que são chegados os tempos em que todas as coisas hão de ser restabelecidas no seu verdadeiro sentido, para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos;

– Nós vos convidamos, a vós homens, para o divino concerto;

– Tomai da lira, fazei uníssonas vossas vozes e que, num hino sagrado, elas se estendam e repercutam de um extremo a outro do Universo;

– Homens, irmãos a quem amamos, aqui estamos junto de vós. Amai-vos também uns aos outros e dizei do fundo do coração, fazendo as vontades do Pai, que está no Céu: Senhor! Senhor!... e podereis entrar no reino dos Céus.

O convite, no agora, abrange tanto o nosso mundo interior quanto o exercício da caridade em relação ao próximo.

O primeiro caso, o esforço do autoconhecimento para colocar em ação o processo de reforma íntima;

O segundo, habituarmo-nos à prática do bem em favor de todos que nos cercam, encarnados e desencarnados, em tudo que estiver ao nosso alcance, pelo pensamento, pelas palavras, pelas atitudes.

No plano mental, os dois planos da vida estão permanentemente permutando energias e formas-pensamento.

O convite do Espírito de Verdade é no sentido de que, com disciplina, empenho e dedicação, nos habituemos a realizar esse intercâmbio numa faixa de alta frequência vibratória, que é a dos Benfeitores Espirituais.

Há Espíritos interessados em que a Nova Era não se instale no nosso orbe, buscando semear a desunião e a discórdia.

Urge evitar cair nesse padrão de sintonia. Em havendo uma escorregadela, buscar logo o reerguimento, para que problemas maiores não aconteçam.

Todo período de transição é difícil, reclamando prudência e vigilância.
Procurar desenvolver, no momento que passa, os valores do coração, alicerçados nos bons sentimentos, é o nosso grande desafio.

Escolher entre o joio e o trigo, a cada momento, é fundamental.

Jesus está no comando dessa grande movimentação que existe em nosso orbe, na direção de um progresso maior, espiritual e moral.

Somos convidados a participar dela, de maneira voluntária, consciente e duradoura.

Nossa programação reencarnatória, não por acaso, e, para aceitação do convite e seu cumprimento, levou-nos a conhecer a Doutrina Espírita e a desenvolver a fé raciocinada em nossos âmagos, com elevada autoestima, sempre.

Prece dos Aflitos Completa - Livro PAULO E ESTEVÃO CHICO XAVIER

domingo, 24 de abril de 2011

O que é ser Epírita?

Por: Orson Peter Carrara

"Se consultarmos o dicionário ele nos indicará tratar-se de pessoa vinculada ao Espiritismo.

Se perguntarmos a quem não é espírita, uns ironizam (dizendo por exemplo que os espíritas "mexem" com os mortos), outros temem, outros permanecem indiferentes.


Para você, O QUE É SER ESPÍRITA ?
Se indagarmos aos próprios espíritas, uns dirão que é ir ao Centro, tomar passe, ouvir ou fazer palestras, ler livros.

Outros dirão que é fazer caridade.

As respostas serão várias, mas todas incompletas."

Tem MELHOR RESPOSTA que essa!

Ser espírita não é ser nenhum religioso; é ser cristão.

Não é ostentar uma crença; é vivenciar a fé sincera.

Não é ter uma religião especial; é deter uma grave responsabilidade.

Não é superar o próximo; é superar a si mesmo.

Não é construir templos de pedra; é transformar o coração em templo eterno.

Ser espírita não é apenas aceitar a reencarnação; é compreendê-la como manifestação da Justiça Divina e caminho natural para a perfeição.

Não é só comunicar-se com os Espíritos, porque todos indistintamente se comunicam, mesmo sem o saber; é comunicar-se com os bons Espíritos para se melhorar e ajudar os outros a se melhorarem também.

Ser espírita não é apenas consumir as obras espíritas para obter conhecimento e cultura; é transformar os livros, suas mensagens, em lições vivas para a própria mudança.

Ser sem vivenciar é o mesmo que dizer sem fazer.

Ser espírita não é internar-se no Centro Espírita, fugindo do mundo para não ser tentado; é conviver com todas as situações lá fora, sem alterar-se como espírita, como cristão.

O espírita consciente é espírita no templo, em casa, na rua, no trânsito, na fila, ao telefone, sozinho ou no meio da multidão, na alegria e na dor, na saúde e na doença.

Ser espírita não é ser diferente; é ser exatamente igual a todos, porque todos são iguais perante Deus.

Não é mostrar-se que é bom; é provar a si próprio que se esforça para ser bom, porque ser bom deve ser um estado normal do homem consciente.

Anormal é não ser bom.

Ser espírita não é curar ninguém; é contribuir para que alguém trabalhe a sua própria cura.

Não é tornar o doente um dependente dos supostos poderes dos outros; é ensinar-lhe a confiar nos poderes de Deus e nos seus próprios poderes que estão na sua vontade sincera e perseverante.

Ser espírita não é consolar-se em receber; é confortar-se em dar, porque pelas leis naturais da vida, "é mais bem aventurado dar do que receber".

Não é esperar que Deus desça até onde nós estamos; é subir ao encontro de Deus, elevando-se moralmente e esforçando-se para melhorar sempre.

Isto é ser espírita.

Com as bênçãos de Jesus, nosso Mestre.

"Aprendendo a lidar com as crises"

” Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no livro do tempo. Aquilo que colocamos nela, corre por nossa conta“.
(Chico Xavier)

(...) O homem materialista, esquecido de Deus, foge das Suas verdades e uma delas é a que nos traz felicidade — o amor, que nos faz respeitar a tudo o que nos rodeia. Os orgulhosos e egoístas são extremamente infelizes; eles não se contentam com coisa alguma, são eternos insatisfeitos. Não gostam das pessoas simples, achando-as ignorantes; os mais sábios que eles, causam-lhes inveja. Vivem irritados e temerosos. O mundo não se lhes apresenta como uma estação, onde nos encontramos apenas de passagem, mas, sim, como um lugar a ser conquistado, nem que para isso deixem para trás lágrimas e desespero. No dia em que o homem descobrir que a sua alma é imortal e que ninguém conhece sua essência a não ser quem a criou, não mais tentará destruí-la.

Livro: Mãos Estendidas
Irene Pacheco Machado, pelo Espírito Luiz Sérgio
Livraria e Editora Recanto

A grande função da Codificação Kardequiana nos
tempos modernos: apontar ao viajor extenuado do
planeta o conhecimento de si mesmo e a estrutura
de sua personalidade imortal e indivisível, alargando
as possibilidades e ampliando a sua visão espiritual.
Emmanuel e Chico Xavier
Do livro: Pérolas de Sabedoria
Há um século (e meio)
Hilário Silva e Chico Xavier
Do livro: O Espírito da Verdade - FEB

I

Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, naquela triste manhã de abril de 1860, estava exausto, acabrunhado.
Fazia frio.
Muito embora a consolidação da Sociedade Espírita de Paris e a promissora venda de livros, escasseava o dinheiro para a obra gigantesca que os Espíritos Superiores lhe haviam colocado nas mãos.
A pressão aumentava...
Missivas sarcásticas avolumavam-se à mesa.
Quando mais desalentado se mostrava, chega a paciente esposa, Madame Rivail – a doce Gaby –, a entregar-lhe certa encomenda, cuidadosamente apresentada.

II

O professor abriu o embrulho, encontrando uma carta singela. E leu:

“Sr. Allan Kardec:
Respeitoso abraço.
Com a minha gratidão, remeto-lhe o livro anexo, bem como a sua história, rogando-lhe, antes de tudo, prosseguir em suas tarefas de esclarecimento da Humanidade, pois tenho fortes razões para isso.
Sou encadernador desde a meninice, trabalhando em grande casa desta capital.
Há cerca de dois anos casei-me com aquela que se revelou minha companheira ideal. Nossa vida corria normalmente e tudo era alegria e esperança, quando, no início deste ano, de modo inesperado, minha Antoniette partiu desta vida, levada por sorrateira moléstia.
Meu desespero foi indescritível e julguei-me condenado ao desamparo extremo.
Sem confiança em Deus, sentindo as necessidades do homem do mundo e vivendo com as dúvidas aflitivas de nosso século, resolvera seguir o caminho de tantos outros, ante a fatalidade...
A prova da separação vencera-me, e eu não passava, agora, de trapo humano.
Faltava ao trabalho e meu chefe, reto e ríspido, ameaçava-me com a dispensa.
Minhas forças fugiam.
Namorava diversas vezes o Sena e acabei planeando o suicídio. “Seria fácil, não sei nadar” – pensava.
Sucediam-se noites de insônia e dias de angústia. Em madrugada fria, quando as preocupações e o desânimo me dominaram mais fortemente, busquei a Ponte Marie.
Olhei em torno, contemplando a corrente... E, ao fixar a mão direita para atirar-me, toquei um objeto algo molhado que se deslocou da amurada, caindo-me aos pés.
Surpreendido, distingui um livro que o orvalho umedecera.
Tomei o volume nas mãos e, procurando a luz mortiça de poste vizinho, pude ler, logo no frontispício, entre irritado e curioso:
“Esta obra salvou-me a vida. Leia- com atenção e tenha bom proveito. – A. Laurent”.
Estupefato, li a obra – “O Livro dos Espíritos” – ao qual acrescentei breve mensagem, volume esse que passo às suas mãos abnegadas, autorizando o distinto amigo a fazer dele o que lhe aprouver”.

Ainda constavam da mensagem agradecimento finais, a assinatura, a data e o endereço do remetente.
O Codificador desempacotou, então, um exemplar de “O Livro dos Espíritos” ricamente encadernado, em cuja capa viu as iniciais do seu pseudônimo e na pagina do frontispício, levemente manchada, leu com emoção não somente a observação a que o missiva se referira, mas também outra, em letra firme:

“Salvou-me também. Deus abençoe as almas que cooperaram em sua publicação. – Joseph Perrier.”

III

Após a leitura da carta providencial, o Professor Rivail experimentou nova luz a banhá-lo por dentro...
Conchegando o livro ao peito, racionava, não mais em termos de desânimo ou sofrimento, mas sim na pauta de radiosa esperança.
Era preciso continuar, desculpar as injúrias, abraçar o sacrifício e desconhecer as pedradas...
Diante de seu espírito turbilhonava o mundo necessitado de renovação e consolo.
Allan Karde levantou-se da velha poltrona, abriu a janela à sua frente, contemplando a via pública, onde passavam operários e mulheres do povo, crianças e velhinho...
O notável obreiro da Grande Revelação respirou a longos haustos, e, antes de retomar a caneta para o serviço costumeiro, levou o lenço aos olhos e limpou uma lágrima....

terça-feira, 5 de abril de 2011

O Evangelho Segundo o Espiritismo

Advento do Espírito de Verdade (II)

Venho instruir e consolar os pobres deserdados. Venho dizer-lhes que elevem a sua resignação ao nível de suas provas, que chorem, porquanto a dor foi sagrada no Jardim das Oliveiras; mas, que esperem, pois que também a eles os anjos consoladores lhes virão enxugar as lágrimas.
Obreiros, traçai o vosso sulco; recomeçai no dia seguinte o afanoso labor da véspera; o trabalho das vossas mãos vos fornece aos corpos o pão terrestre; vossas almas, porém, não estão esquecidas; e eu, o jardineiro divino, as cultivo no silêncio dos vossos pensamentos. Quando soar a hora do repouso, e a trama da vida se vos escapar das mãos e vossos olhos se fecharem para a luz, sentireis que surge em vós e germina a minha preciosa semente. Nada fica perdido no reino de nosso Pai e os vossos suores e misérias formam o tesouro que vos tornará ricos nas esferas superiores, onde a luz substitui as trevas e onde o mais desnudo dentre todos vós será talvez o mais resplandecente.
Em verdade vos digo: os que carregam seus fardos e assistem os seus irmãos são bem-amados meus. Instruí-vos na preciosa doutrina que dissipa o erro das revoltas e vos mostra o sublime objetivo da provação humana. Assim como o vento varre a poeira, que também o sopro dos Espíritos dissipe os vossos despeitos contra os ricos do mundo, que são, não raro, muito miseráveis, porquanto se acham sujeitos a provas mais perigosas do que as vossas. Estou convosco e meu apóstolo vos instrui. Bebei na fonte viva do amor e preparai-vos, cativos da vida, a lançar-vos um dia, livres e alegres, no seio dAquele que vos criou fracos para vos tornar perfectíveis e que quer modeleis vós mesmos a vossa maleável argila, a fim de serdes os artífices da vossa imortalidade. - O Espírito de Verdade. (Paris, 1861.)



(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VI, item 6.)

“Não desistam nunca dos seus sonhos”







O conhecido ator e diretor teatral, que interpretou André Luiz no cinema, revela o que Chico Xavier dizia sobre a necessidade de utilizar os meios de comunicação para falar sobre doutrina
espírita e espiritualidade



Nascido em Vitória, capital do Espírito Santo, o ator e diretor Renato Prieto (foto) está na estrada da arte há muitos anos, percorrendo todo o Brasil com suas peças, muitas delas de temática espírita. Já fez novelas, teatro e cinema e, no filme Nosso Lar, o ator e diretor deu vida ao personagem do Espírito André Luiz. Baseado no livro homônimo psicografado pelo médium Chico Xavier, o filme foi um verdadeiro sucesso de crítica e público. Atualmente Prieto está em cartaz na cidade de São Paulo com a peça A morte é uma piada!

Foi para falar desse e de outros assuntos, tais como o propalado Nosso Lar II e

outras peças, que ele gentilmente nos concedeu a entrevista seguinte:

Você entrou em contato com a Doutrina Espírita ao pegar dois livros que estavam no lixo. Isso é verdade?

Há muito tempo eu vinha questionando o porquê de tantas diferenças no planeta. Achava Deus injusto. E é verdade sim. Um dia encontrei vários livros espíritas no lixo. Não li, devorei. Encontrei ali respostas e descobri também que “alguém tinha esquecido” O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, em casa. Estudei-o e encontrei respostas às questões que eu mesmo fazia. Encontrei depois uma boa reunião, onde estou até hoje.

Como foi interpretar um personagem empolgante como André Luiz no cinema?

Primeiro, me sinto muito honrado com essa responsabilidade. Segundo, fiquei muito feliz de poder contar através do meu trabalho de ator uma história tão contundente e importante. Fiz o máximo e espero ter atingido o público com emoção verdadeira do ator e do espírita, que tem muita vontade em ajudar na divulgação desta bela doutrina.

Indubitavelmente a espiritualidade esteve presente em todo o processo do filme. Por isso perguntamos se houve algum fato marcante que gostaria de compartilhar com os leitores de nossa revista?

Para mim, o fato mais marcante foi o respeito de todos da equipe para com a história do André Luiz e da colônia Nosso Lar. Sentiamo-nos sempre muito protegidos e não tenho dúvidas com relação à presença ali dos amigos espirituais durante todo o tempo.

Você, Augusto César Vannucci, Felipe Carone e outros atores recebiam orientações do Chico Xavier para produzirem um espetáculo com temática espírita. Conte-nos como foi.

Chico sempre nos dizia da necessidade e responsabilidade que tínhamos enquanto profissionais da arte e espíritas. Tínhamos os meios de comunicação e precisávamos utilizar-nos deles e dar nossos testemunhos, falar da doutrina e da espiritualidade. Carone e Vannucci retornaram ao plano espiritual e não tenho dúvidas de que cuidam de lá do projeto que levamos adiante e do qual continuam fazendo parte.

Vocês enfrentaram algum preconceito pela razão de as peças terem a temática espírita?

Num planeta de provas e expiações enfrentamos lutas diárias. Não dou margem a comportamentos preconceituosos. Penso que os bons dirão de mim o melhor e os outros vão falar mal; é da natureza de cada um. Sigo sempre as orientações ditadas pelos amigos espirituais. Afinal, a cada um segundo suas obras. E eu vou continuar fazendo a minha parte e feliz sempre com minhas escolhas.

Quando criança você tinha problemas de saúde e foi curado por um Espírito. Como foi isso? Quem é esse Espírito?

Volta e meia penso que mamãe não podia ter retornado ao plano espiritual. Ninguém contava essa história melhor que ela. Com três meses tive um problema sério de saúde e a medicina não encontrava solução. E aí... apareceu na varanda da nossa casa uma mulher chamada Noêmia, que conversou com mamãe, disse saber do problema e que iria apresentar a solução. Eu precisava continuar no corpo. Ela deu à mamãe uma receita, minha mãe fez e eu fiquei curado. Assim como apareceu, Noêmia sumiu diante dela na varanda.

Como estão seus novos projetos?

Estou em temporada na capital de São Paulo e depois viajo pelo país com o espetáculo A morte é uma piada! Acredito que em breve começarão a filmar Nosso Lar II. Como Nosso Lar demorou 5 anos para chegar ao cinema, breve pode ser ano que vem. Pretendo também fazer um espetáculo intitulado Encontros Impossíveis. Não posso falar muito, pois ele ainda está em gestação.

As pessoas que vão assistir às suas peças são em sua maioria espíritas ou é um público diferenciado que busca, dentre outras coisas, a arte pela arte ou o prazer de ver um show bem produzido?

Sempre brinco que conto um caso engraçado e dou em seguida uma bordoada. Vejo um público misto e também muitos jovens. Acho que as pessoas buscam respostas. Digo isso porque já fiz muitos espetáculos dentro da temática – foram 12 ao todo –, assistidos por mais ou menos 6 milhões de pessoas. Hoje o público, principalmente depois do sucesso do filme, é composto de curiosos e sedentos de boa informação, ao lado dos amigos espíritas que me acompanham com seu carinho e compreendem minha luta na divulgação de nossa doutrina.

Além do espiritual existe o lado social de suas peças. Fale-nos sobre essa questão.

Viajo pelo país levando nossos espetáculos e também, com a renda obtida, ajudamos as instituições de todo o país.

Quais são os livros de sua predileção?

Kardec sempre é minha base. Gosto da boa literatura, bons autores, vários gêneros. Tem um que volto a ler sempre: Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez. Outro? Faz Escuro, mas eu Canto, de Thiago de Mello.

Suas palavras finais.

Não desistam nunca dos seus sonhos. Acreditem! Sempre existe alguém para ouvir suas ideias. Ouçam o outro. Observem a vida e seus exemplos. Não tenham medo de errar; quem não tropeça e nem cai certamente não saiu do lugar. Mexam-se.

Atenção

Amigos e leitores do Blog.
Venho comunicar a vocês todos que o filme " As Mães de Chico Xavier" ja esta em exibição nos cinemas.
A pré estreia do filme ocorreu no dia 1 de Abril de 2011 vamos ao cinema curtir e dar prestigio.
Abraços

Película estreia em Teresina. Produtora pretende fazer filmes sobre Irmã Dulce e D. Helder Câmara.

O filme “As Mães de Chico Xavier” que estreia nesta sexta-feira (1º) nos cinemas de Teresina também já tem data para seu grande debut internacional. A película foi escolhida para ser exibida no dia 13 de maio deste ano, durante o tradicional Festival de Cannes, um dos mais prestigiados do mundo, na cidade francesa de mesmo nome.

De acordo com o produtor Eduardo Girão, esta será uma grande oportunidade para o filme e a expectativa é que a película ganhe uma boa repercussão internacional. "O filme mostra o legado do Chico Xavier e tem realmente emocionado as pessoas, além de tocar em assuntos polêmicos, como o aborto, o suicídio, consumo de drogas e violência urbana", pontua. "É uma mensagem de esperança, de que o amor vale a pena. tem um elenco envolvido de corpo e alma", completa.

Além de Nelson Xavier que vive Chico pela segunda vez nas telonas, estão presentes rostos conhecidos como Caio Blat, Herson Capri e Vanessa Gerbelli. A trama teve seu pré-lançamento no último sábado e mais outras 19 cidades brasileiras, onde a produção pôde sentir a repercussão entre o público. “Evangélicos, ateus, católicos, agnósticos. Todos receberam o filme super bem. É uma obra paras as pessoas, pro coração”.

A estreia nacional ocorre em 420 salas de cinema em todo o Brasil, o que significa que cada shopping do país vai ter, pelo menos, uma sala, segundo Girão. De acordo com o produtor, a história encerra uma trilogia iniciada com Bezerra de Menezes e Chico Xavier.

Projetos futuros
Eduardo Girão afirma que existem projetos para a realização de filmes sobre Irmã Dulce e Dom Helder Câmara com roteiros ainda a serem feitos. "Gostamos de trabalhar sempre com filmes que levem cultura de paz, de luz, de esperança, otimismo", finaliza.

Tamires Brito
Carlos Lustosa Filho
redacao@cidadeverde.com

FONTE: http://www.cidadeverde.com/maes-de-chico-xavier-sera-exibido-no-festival-de-cannes-75522

ENTREVISTA COM O PRODUTOR DO FILME: LUIZ GIRÃO
Luis Eduardo Girão, 39 anos, cuidava dos negócios da família em Fortaleza, um resort e uma empresa de segurança, e jamais sonhara se tornar cineasta. Após passar por uma síndrome do pânico, tornou-se espírita e passou a investir em peças teatrais ligadas ao tema. Até que resolveu fazer um filme com a história de um médium famoso, Bezerra de Menezes.

Com pouco dinheiro, parte dele do próprio bolso, e apenas 44 cópias, levou aos cinemas, em 2008, mais de meio milhão de pessoas e inaugurou a onda de filmes espíritas, da qual faz parte "Chico Xavier", de Daniel Filho, com 3,5 milhões de espectadores, maior bilheteria nacional do ano passado.

O novo filme produzido por Girão, 'As mães de Chico Xavier'traz uma mensagem do bem à população, e busca demover ideias de uso de drogas, suicídio e aborto.

Girão concedeu a seguinte entrevista:

Quais são as suas expectativas sobre o filme As Mães de Chico?

A Estação da Luz já trabalha com o tema transcendental há bastante tempo, um exemplo é a Mostra Brasileira de Teatro Transcendental, que vai entrar em seu 9º ano em 2011. Em 2008, lançamos o produto audiovisual, com o filme "Bezerra de Menezes - o Diário de um Espírito", um projeto despretensioso que, para nossa surpresa, atingiu meio milhão de espectadores no Brasil.

Apesar de termos atrasado o lançamento de "As Mães de Chico Xavier", devido ao convite da Globo Filmes em participarmos da co-produção do longa "Chico Xavier", o filme será lançado em seu período ideal, por que o primeiro filme que abriu o centenário do Chico fala da vida dele. "Chico Xavier" é uma biografia, e levou 3 milhões e 700 mil espectadores ao cinema. O segundo filme, lançado em setembro de 2010 foi "Nosso Lar", que é a obra do Chico, baseado em um livro psicografado por ele, e teve um público de 4 milhões e 200 mil espectadores. "As Mães de Chico Xavier" irá fechar uma trilogia espontânea, por que vai mostrar um lado que os dois primeiros filmes não abordaram, que é o Chico como ser humano e seu mandato de amor durante toda a sua existência. Ele irá complementar os outros dois filmes e a Estação Luz Filmes está com as melhores expectativas. Indico a todas as famílias irem ao cinema para assistir, pois é uma linda homenagem ao Chico Xavier.

O filme tem a intenção de passar alguma mensagem especial para o público?

"As Mães de Chico Xavier" é um filme muito emocional, que apesar de tratar de assuntos polêmicos e delicados, como a violência urbana, suicídio, consumo de drogas e aborto, ele termina com uma mensagem muito positiva, de conforto e de esperança.

O roteirista Emmanuel Nogueira viajou pelo Brasil em busca de casos de mães que tiveram ajuda do Chico Xavier. O filme é baseado em histórias reais, e são assuntos muito comuns no nosso cotidiano. São situações de perdas de entes queridos, em situações que podem acontecer com qualquer um de nós. São histórias muito marcantes, e que pessoas de todas as idades vão conseguir se identificar bastante, e eu espero que traga muita luz e muito amor, reflexão e superação para as famílias que o assistirem.

Existe algum motivo para os filmes e obras que tratam do mundo espiritual ter tanto sucesso?

Além da força e do apoio que recebemos de todos os irmãos de grupos espíritas do Brasil inteiro, o que conta muito para que os filmes sejam bem disseminados e levem muitos espectadores aos cinemas, a gente acredita que os espíritos multiplicam isso, pelo amor que eles têm pelo Chico Xa-vier.

Mas acredito também que as pessoas estão muito cansadas da violência, dos casos brutais que acontecem na sociedade todos os dias, e buscam nos filmes espirituais momentos de paz, palavras de conforto e de esperança, com as mensagens de bem e de amor que eles transmitem.

Como foi o processo de produção do filme?

Como falei anteriormente, o roteirista Emmanuel Nogueira viajou todo o Brasil, passou oito meses pesquisando casos reais de mães que perderam seus filhos queridos e se encontraram em estado de total desespero e falta de esperança, e encontraram paz através de experiências espirituais com o médium Chico Xavier.

A partir desses casos, que envolvem suicídio, aborto, consumo de drogas, acidente banal, e também violência urbana, foi cons-truída pelo roteirista a trama do filme. No livro do Marcel Souto Maior - "Por trás do véu de Isis", em que o filme é baseado, as histórias são isoladas, mas nesse caso, o Emmanuel usou de licença poética para entrelaçá-las.

O elenco foi escolhido pelos diretores, mas algumas pessoas já eram conhecidas, como Caio Blat, que participou do "Bezerra de Menezes", e o Nelson Xavier, que foi protagonista do "Chico Xavier", filme em que a Estação Luz Filmes participou como co-produtora. Quando fomos fazer a prospecção dos atores, eles foram naturalmente se apaixonando pelo roteiro.

Qual foi o clima entre produção, direção e elenco durante as gravações? Elas levaram quanto tempo?

Foram seis semanas de filmagens, e o clima entre a equipe inteira foi muito bom, tanto que acabamos todo o cronograma an-tes do tempo previsto, o que é dificílimo de acontecer. Todos estiveram muito sintonizados com as filmagens e com a energia do estúdio e das locações onde o filme foi gravado.

FONTE: http://tribunadonorte.com.br/noticia/filme-fecha-uma-trilogia-espontanea/177301

Jornal O CLARIM- O aborto e a sociedade

Octávio Caúmo Serrano

O espírita jamais poderá ser favorável ao aborto, independente das circunstâncias, porque conhece a vasta programação que envolve um nascimento na Terra. Preparação de novo corpo, com base no passado daquele espírito, defeitos a serem combatidos e virtudes a serem mais extensamente exercitadas fazem parte do esquema de uma nova encarnação.
O aborto, quando consumado, destrói todo esse esquema, frustrando o espírito que se preparou para o novo nascimento, muitas vezes, depois de ser convencido a fazê-lo, por muito tempo.
Os defensores do planejamento familiar, desconhecendo as leis maiores e fundamentando-se, simplesmente, no plano material, insistem que as pessoas não podem ter muitos filhos porque não conseguem mantê-los, alimentá-los, instruí-los e educá-los, porque ganham salário pequeno e ficam distantes do lar, todo o tempo, na defesa da manutenção e da sobrevivência.
Evidentemente, para essas crianças, o futuro é sempre menos risonho. Comem mal, vestem-se mal e ficam jogados à própria sorte, contando com a sua própria índole para ser alguém de bom caráter, ou não.
Temos de analisar, por outro lado, que as pessoas de mais poder aquisitivo, mais bem postas na vida, não criam filhos para serem operários. Os filhos de rico têm de ser doutores. Mas se esquecem de que quem arruma a casa onde vivem, fazem a comida que eles comem e cuidam das roupas que seus filhos vestem, ou dirigem as vans que levam as crianças para a escola não são os doutores.
Quem coleta o lixo e as sobras das casas, quem entrega os remédios, as pizzas, as correspondências e encomendas, não são doutores; são operários que, apesar da vida dura, sustentam seus lares e, um pouco melhor ou pior, podem também dar aos filhos – até como exemplos e mais do que conversas – seguras orientações, para que sejam pessoas de bem.
Devemos considerar, ainda, sob a ótica das reencarnações sucessivas, que o fracassado rico de ontem pode ter aceitado viver, com dificuldade, esta nova etapa da sua eternidade espiritual, para experimentar na pele os testes mais difíceis.
Emmanuel foi um senador romano, para, depois, renascer como um escravo egípcio. Como Públius Lentulus, o senador de Roma cresceu menos, espiritualmente, que como Nestório, um anônimo serviçal em terras do Egito. A posição social nada tem a ver com a posição espiritual. Daí, muitas vezes, o filho estar acima do pai, e o empregado, acima do patrão, se analisados quanto ao degrau espiritual em que se encontram.
Se o aborto, em nenhuma circunstância, justifica-se, porque devemos sempre deixar as pessoas virem ao mundo, assim como, um dia, também nos deixaram nascer, sabe-se lá em que situação, com o entendimento trazido pelo Espiritismo, e aí é que o aborto perde totalmente o sentido.
Quando os governos defendem a realização do aborto, fazem-no por questões meramente econômicas. É mais barato expulsar um feto do ventre da mãe que acompanhá-la com pré-natal, fazer o parto, vacinar e alimentar a criança, pô-la numa escola, com os gastos da merenda escolar, ou criar creches para mantê-las, enquanto os pais cuidam da sobrevivência. Matá-la é muito mais barato. Por isso, os governos preferem a morte à vida.
Como espíritas, digamos não ao aborto, incondicionalmente!

Jornal O CLARIM - Importância do estudo

Redação

Pais responsáveis cuidam do estudo de seus filhos, desde cedo, com vistas a se prepararem para a jornada que os aguarda, no curso da existência física presente.
Sabem que, sem estudo, tudo lhes será mais difícil no enfrentamento dos desafios que a jornada reencarnatória apresenta.
Têm consciência de que, mais preparados, seus filhos possuirão maior chance de saírem vencedores dos embates da vida.
Da educação infantil ao estudo fundamental, do ensino médio aos cursos universitários, muitos anos de dedicação ao estudo fazem-se necessários, para que se encontrem satisfatoriamente aptos a desempenharem as funções que almejam na sociedade.
Isso tudo, materialmente falando.
Do ponto de vista espiritual, não é diferente.
Compete aos pais, que têm a incumbência de orientar seus filhos, educá-los, desde cedo, nos ensinamentos da moral cristã.
Se é importante a preparação para o futuro sucesso profissional, igualmente o é o preparo espiritual e moral para bem se conduzir, em todas as áreas que irá desempenhar: já na primeira família (onde convive com seus pais e irmãos, predominantemente), na futura segunda família (onde irá conviver com o cônjuge e filhos, entre outros), na atividade que eleger profissionalmente, em atividades sociais, religiosas, e assim por diante.
Sem a educação moral, a preparação para superar os obstáculos do caminho é incompleta.
Quantos, com acentuada bagagem no campo da instrução, sucumbem diante dos embates morais!
A desonestidade somente será varrida da nossa civilização, através do cultivo da educação que faz homens de bem, tendo como fundamentos os ensinamentos de Jesus.
Na esfera da humanidade, também se dá o mesmo.
Não há quem não tenha uma sensibilidade mediúnica, mais ou menos aflorada.
Desde a simples ação sobre os pensamentos, até os envolvimentos mais complexos, o ser encarnado interage com os Espíritos, muito mais do que se possa imaginar, como orientaram a Kardec seus instrutores espirituais.
Pessoas responsáveis devem investir no estudo da mediunidade, hoje entendida à luz da Doutrina Espírita, para aprenderem a administrar, com maturidade, suas sensibilidades, colocando-as, responsavelmente, a serviço do bem.
É por intermédio do estudo sério, que tem por base O Livro dos Médiuns, que o encarnado pode discernir as sutilezas que existem nos meandros do intercâmbio mediúnico, ostensivo ou não, e se precaver contra os inconvenientes e perigos que a mediunidade pode apresentar, aprendendo a administrar esse delicado lado do seu dia-a- dia.
O estudo da Doutrina Espírita, em geral, e da mediunidade, em particular, a nível ideal, acompanhará o médium, seja qual for a gradação da sua sensibilidade mediúnica, por toda a vida.
As obras de Kardec, entre elas, O Livro dos Médiuns (que completa seus 150 anos, pois foi editado, pela primeira vez, em 1861), devem ocupar lugar especial, na vida do espírita sério e responsável, seja para estudo sistemático, seja para as consultas, que devem ocorrer sempre que alguma dúvida surgir.
No aspecto positivo, a razão move o sentimento, o conhecimento motiva o aprimoramento, o estudo leva a criatura, instruída na direção do bem, a exercitar a solidariedade, a fraternidade, a caridade, o amor, cumprindo a finalidade principal da jornada reencarnatória, no estágio evolutivo em que nos encontramos, que é o contínuo progresso espiritual e moral, desenvolvendo o potencial que o Criador colocou no âmago do nosso ser, ao nos criar.

Fenômenos espíritas e suas consequências filosóficas

Cairbar Schutel

Publicado na RIE em julho de 1934

Os fatos espíritas manifestam-se, hoje, em toda a parte; eles constituem uma voz que parte de todos os pontos do globo e repercute, de quebrada em quebrada, despertando o homem da letargia e animando-o a marchar, desassombradamente, pela estrada da espiritualidade que conduz à Vida Eterna. Pode-se dizer que não há uma só cidade do mundo, uma só aldeia, ainda nos mais longínquos recantos do planeta, em que manifestações extraordinárias não sejam verificadas, com a admiração de uns, e má vontade e repulsa de outros. Nos meios humildes, como na alta sociedade, nas zonas científicas, como entre os elementos clericais, os fenômenos espíritas de caráter ostensivo se constituíram a grande luz que vem iluminar aos homens o porto de salvamento. Não há uma só família que não conte um fato “extranormal” com ela ocorrido.
Isso vem nos provar que os fenômenos espíritas têm um caráter verdadeiramente providencial. E nem de outro modo pode-se ver esses fatos ostensivos, espontâneos, independentes de toda a vontade humana e de todos os poderes terrestres, fatos, digamos de passagem, que assinalam uma inteligência superior às inteligências da terra, cheia de previsão, de concisão e altamente científica.
Quem ler com atenção os relatos das sessões de materializações, de moldagens, de apports, de fotografias, testemunhadas por homens como William Crookes, Russel Wa-llace, Oliver Lodge, Paul Gibier, César Lombroso, Ernesto Bozzano e centenas de outros sábios de responsabilidade moral e científica, não pode negar o grande valor moral e científico dessas manifestações, fenômenos tão transcendentes que todos esses sábios unidos – físicos, químicos, fisiologistas, anatomistas, etc., são incapazes de os reproduzir em sua mínima parte.
Em vista disso, poderão esses fatos serem recebidos como ocorrências simplesmente anormais, sem uma causa-mestre que tem intuitos superiores, determinativos a um fim moral e de alta relevância espiritual?
Certamente não se pode concluir que um efeito inteligente deixe de ter, a seu turno, uma causa inteligente e um intuito qualquer, digno da nossa observação, do nosso estudo e da nossa meditação. Todos os fenômenos da vida intelectual, ainda os mais rudimentares, têm uma causa e um objetivo, como verificamos na vida dos seres que povoam o nosso mundo. Não se acende uma luz sem que um fator não se mova, um intermediário não apareça e não se veja o fim a que aquela luz se destina.
A fenomenologia espírita, verificada em todas as épocas e em todos os países, por todas as gerações que viveram neste mundo, tem sido, em todos os tempos, o princípio básico da fé que dignifica o ser humano.
Antigamente, devido à deficiência da inteligência para julgar as coisas espirituais, ela foi atirada para a classe das coisas sobrenaturais, e os “espertos” que tomaram a si a missão de guiar os homens guardaram-na na “urna dos milagres” para, mais comodamente, manterem o seu domínio sobre as massas.
Os filósofos e os sábios, adstritos a uma psicologia retardatária que havia cristalizado todos os seus métodos de ensino, não puderam compreender o alcance desses fatos que só eram recebidos, religiosamente, pelos filhos do povo.
Percorrendo a obra dos estudos fisiológicos, embora desde tempos idos os fenômenos psíquicos tivessem larga extensão, ficamos na obscuridade sobre a existência ou não existência da alma, o que prova que a antiga psicologia não fornecia aos sábios de então os elementos precisos para a resolução do maior de todos os problemas que deve resolver a sorte do destino humano.
Foi preciso que novas mentalidades viessem desbravar o campo do Animismo, forçando, depois, as barreiras do sobrenatural e do mistério, para que a luz raiasse nos horizontes, e um novo método de estudo desse criação à Psicologia Experimental, que estendeu a sua área às regiões inexploradas da alma humana, nesta fase da vida, alongando a sua ação ao mundo ultrassensível que nos rodeia e para onde teremos que ir.
E, desse estudo experimental, chegou-se à conclusão dos intuitos morais e científicos dos fenômenos psíquicos, base fundamental do Ani-mismo e do Espiritismo, que se acham em íntima ligação com todas as ciências, dando-lhes um cunho superior de progresso, completando-as com as novas verdades que vêm tirá-las das dificuldades em que se acham, para resolverem certos problemas, cuja obscuridade veda a sua ação progressiva na perfeição das gentes, na evolução de todos os conhecimentos que devem constituir e proporcionar o bem-estar dos povos. Oferecendo a todos as insígnias inconfundíveis da alta Moral Cristã, com todos os En-sinos filosóficos do seu Instituidor, os fenômenos espíritas, parte integrante da Revelação sobre a qual Jesus disse haver fundado a sua Igreja, são, de fato, as demonstrações claras, legíveis e palpáveis da Imortalidade, única base verdadeira da Fé, do Amor e da Sabedoria.
Sem os fatos, não há religião, nem ciência que possa prevalecer. À química se pede reações; à matemática, números; à física, leis de equilíbrio. Para merecer o nome de ciência, é preciso que se demonstre esta ou aquela com provas positivas.
Os fenômenos psíquicos, não há, absolutamente, dúvida, trazem à destra a luz que ilumina e a verdade que salva. Só por eles, podemo-nos convencer da sobrevivência espiritual, ou seja, da sobrevivência individual e, consequentemente, dos nossos deveres para com os nossos semelhantes e para com Deus.
As consequências filosóficas dos fatos espíritas trazem-nos, como contribuição de progresso e bem-estar, leis olvidadas pelos homens e destinadas a estabelecerem na Terra o reinado da Fraternidade, sob a Pa-ternidade de Deus.
Não queiram os nossos adversários transviar os objetivos da Feno-menologia Espírita, atribuindo-lhes teorias malsãs que não se coadunam com os seus fatos. Lembre-se bem de que todas as teorias aventadas para darem explicações dos fenômenos caíram por terra por insustentáveis.
“Os fatos são persistentes” – como disse o Prof. Lombroso e, em face dos fatos, o investigador perspicaz e inteligente há de verificá-los de natureza anímica e de natureza espírita, mas, sejam uns ou sejam outros, nenhuma explicação eles podem ter, sem a existência da alma e sua sobrevivência à morte do corpo carnal. Essa é a verdade que ninguém, com bons fundamentos, ousará contestar.

Revista RIE- Dúvida

Redação

A dúvida, no estágio evolutivo em que nos encontramos, vez por outra, surge em nossa mente com suas incertezas, hesitações, indecisões.
Pode estar ligada a informações que nos chegam, ao cepticismo, à desconfiança, entre outras formas.
Por vezes, a dúvida corrói a alma, seja em relação ao ciúme, seja pela busca de ideias claras sobre determinado tema.
No item XII, da Introdução de O Livro dos Espíritos, Kardec aborda, por exemplo, a dúvida relativa à identidade do Espírito comunicante, passando instruções a respeito.
A lógica e o bom senso podem nos auxiliar, e muito, a dirimir certas dúvidas.
Na questão 37, desse livro, que representa a base de toda a Doutrina Espírita, o Codificador aborda, à luz da razão, a tese da criação do Universo, que tantas dúvidas tem causado a muitos, cientistas e teólogos, ou não.
O materialismo é outra fonte de dúvidas – como coloca Kardec, na questão 148 dessa obra básica –, principalmente na aceitação de verdades que estão além do plano físico, representando o Espiritismo uma fonte de luz para dirimi-las. Nessa oportunidade, muito antes, portanto, da afirmação de que o Espiritismo é uma religião (o que fez mais tarde), o Codificador acentua: “O Espiritismo é o mais potente auxiliar da religião (para dirimir dúvidas, alimentar esperanças e certezas que ajudam o ser humano a perseverar no caminho do bem)”.
Quantos duvidam da Justiça Divina, diante de tragédias individuais e catástrofes coletivas! Como entendê-la, amplamente, sem a aceitação da pluralidade das existências? É o que aborda Kardec, na questão 222, desse livro, editado, pela primeira vez, em 18 de abril de 1957.
Sem a reencarnação, como entender as diferenças entre as pessoas, do ponto de vista evolutivo? O mesmo se aplica às provas e expiações, pessoal ou de um grupo de Espíritos.
Nas questões 669 a 673, o Codificador dirime dúvidas sobre o sacrifício feito para agradar a Deus, que existiu e continua existindo entre muitos.
Deixando a vida futura de estar velada pela dúvida, coloca Kardec, na questão 799, de O Livro dos Espíritos, o homem perceberá melhor que, por meio do presente, lhe é dado preparar o seu futuro. Abolindo os prejuízos de seitas, castas e cores, o Espiritismo ensina aos homens a grande solidariedade que os há de unir como irmãos.
Na questão 961, pergunta o Codificador: “Qual o sentimento que domina a maioria dos homens no momento da morte: a dúvida, o temor, ou a esperança?”
Resposta: “A dúvida, nos cépticos empedernidos; o temor, nos culpados; a esperança, nos homens de bem.”
A fé, a meditação, a reflexão, a intuição, a inspiração, o estudo são meios ao nosso alcance para dirimir dúvidas.
Nossa mente pode estabelecer um canal de ligação com todos esses meios, para alcançar soluções, caminhos, esclarecimentos, formas de sentir e agir.
A Doutrina Espírita, no seu tríplice aspecto (científico, filosófico e religioso), dispõe de um acervo enorme para esclarecer, ensinar, animar o ser humano a fazer bom uso da sua programação reencarnatória, com o entendimento da sua condição de Espírito imortal e perfectível, sempre amparado por Deus, por Jesus, pelos benfeitores espirituais, motivando-o e mostrando como adquirir sintonia para tal, sempre no caminho do bem.
A dúvida, por menor que seja, pode nos fazer sofrer, conforme o caso. Dirimi-la deve ser meta, com todos os meios ao nosso alcance.