segunda-feira, 30 de abril de 2012

A Lei de Amor


amor resume a doutrina de Jesus toda inteira, visto que esse é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito. Em sua origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres; extingue as misérias sociais. Ditoso aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo amor os seus irmãos em sofrimento! ditoso aquele que ama, pois não conhece a miséria da alma, nem a do corpo. Tem ligeiros os pés e vive como que transportado, fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou a divina palavra -amor, os povos sobressaltaram-se e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.
O Espiritismo a seu turno vem pronunciar uma segunda palavra do alfabeto divino. Estai atentos, pois que essa palavra ergue a lápide dos túmulos vazios, e a reencarnação, triunfando da morte, revela às criaturas deslumbradas o seu patrimônio intelectual. Já não é ao suplício que ela conduz o homem: condu-lo à conquista do seu ser, elevado e transfigurado. O sangue resgatou o Espírito e o Espírito tem hoje que resgatar da matéria o homem.
Disse eu que em seus começos o homem só instintos possuía. Mais próximo, portanto, ainda se acha do ponto de partida, do que da meta, aquele em quem predominam os instintos. A fim de avançar para a meta, tem a criatura que vencer os instintos, em proveito dos sentimentos, isto é, que aperfeiçoar estes últimos, sufocando os germes latentes da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento; trazem consigo o progresso, como a glande encerra em si o carvalho, e os seres menos adiantados são os que, emergindo pouco a pouco de suas crisálidas, se conservam escravizados aos instintos. O Espírito precisa ser cultivado, como um campo. Toda a riqueza futura depende do labor atual, que vos granjeará muito mais do que bens terrenos: a elevação gloriosa. E então que, compreendendo a lei de amor que liga todos os seres, buscareis nela os gozos suavíssimos da alma, prelúdios das alegrias celestes. - Lázaro. (Paris, 1862.)

Cairbar Schutel, Parábolas e Ensinos de Jesus


PARÁBOLA DO JOIO

“O Reino dos Céus é semelhante a um homem que semeou boa
semente no seu campo. Mas, enquanto os homens dormiam, veio um
inimigo dele, semeou joio no meio do trigo e retirou-se. Porém, quando a
erva cresceu e deu fruto, então apareceu também o joio. Chegando os
servos do dono do campo, disseram-lhe: Senhor, não semeaste boa
semente no teu campo? Pois donde vem o joio? Respondeu-lhes: Homem
inimigo é quem fez isso. Os servos continuaram: Queres, então, que
vamos arrancá-lo? Não, respondeu ele; para que não suceda, que, tirando o
joio, arranqueis juntamente com ele também o trigo. Deixai crescer ambos
juntos até à ceifa; e no tempo da ceifa direi aos ceifeiros: ajuntai primeiro
o joio e atai-o em feixes para os queimar, mas recolhei o trigo no meu
celeiro.”
(Mateus, XIII; 24 - 30.)
O homem tem sido, em todos os tempos, o eterno inimigo da Verdade.
A todos os jactas da Sua luz, opõe uma sombra para obscurecê-la ou
desnaturá-la.
O joio está para o trigo, assim como o juízo humano está para as
manifestações superiores.
Uma doutrina, por mais clara e pura que seja, no mesmo momento em
que é concedida ao homem, suscita inimigos que a trucidam, interesseiros
e interessados em manter a ignorância que a desvirtuam, revestindo-a de
falsas interpretações e desnaturando completamente sua essência
puríssima! São como o joio, que amesquinha, transforma, envenena e até
mata o trigo!
A Doutrina de Jesus, embora de nitidez incomparável, de lógica e
clareza sem igual, não podia deixar de sofrer essa malsinada 25
“transubstanciação”, que a tornou esquecida ignorada e incompreendida
das gentes.
Embora resumindo-se a Religião do Cristo no amor a Deus  e ao
próximo, no merecimento pelo trabalho, pela abnegação, pelas virtudes
ativas, os sacerdotes dela fizeram um princípio de discórdia; degeneraramna em partidos religiosos que se digladiam numa luta tremenda de
desamor, de ódio, de orgulho, de egoísmo, destruindo todos os princípios
de fraternidade estabelecidos pelo Cristo.
Em vez da Religião Imaculada do Filho de Maria, aparecem as
religiões aparatosas de sacerdotes preconizando e mantendo cultos pagãos,
exterioridades grotescas, dogmas, mistérios, milagres, exaltando o
sobrenatural, escravizando a razão e a consciência das massas!
Este joio já agora de milênios, e que começou a surgir por ocasião da
semeadura do bom trigo, nasceu, cresceu, abafou a bendita semente
porque, segundo diz a parábola, quando o Cristo falou, os homens não lhe
deram atenção, mas dormiram, deixando de prestar o necessário raciocínio
às suas palavras redentoras!
E como depois, pela mescla da Palavra do Cristo com as exterioridades
com que  a revestiram, se fizesse confusão idêntica à do joio e do trigo,
logo após nascerem, o Senhor deliberou esperar a ceifa, quer dizer, o fim
dos tempos, que deveria apresentar o produto da sua Palavra e os
resultados das religiões sacerdotais, com as suas pompas, para que os
ceifeiros ficassem encarregados de Queimar o “joio” e recolher o “trigo”
ao celeiro.
É o que estamos fazendo, e estes escritos elucidativos não têm por fim
elucidar a Doutrina do Cristo, que é toda Luz, mas queimar com a chama
sagrada da Verdade, o joio malfazejo, reduzi-lo a cinzas, a fim de que o
Cristianismo domine, estabelecendo no coração humano o amor a Deus e
fazendo prevalecer o espírito de Fraternidade, único capaz de resolver as
questões sociais e estabelecer a paz no mundo.

Retomando as Atividades

Olá amigos e seguidores do blog! Finalmente, após tanto tempo, estamos retomando as atividades do Entendendo a Doutrina Espírita, ainda na medida do possível. É uma grande responsabilidade que a "titular" do  blog me deu, e espero corresponder à altura, com a ajuda de Deus e dos bons espíritos. Prosseguimos então, trabalhando juntos no Bem, com a fé e a confiança em Cristo, estando aberto a sugestões, críticas e elogios, como sempre. Boa leitura a todos.


Fernando Romano