sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Em 150 anos

MARCUS VINICIUS DE AZEVEDO BRAGA
acervobraga@gmail.com

 



Supondo que os Espíritos superiores que conduzem o destino do planeta Terra resolvessem, em um período de 150 anos, renovar os Espíritos aqui encarnados, façamos um exercício mental, um aprendizado pela imaginação e pensemos como seria esse cenário...
Assim, a cada Espírito encarnado, a Terra receberia um Espírito altamente evoluído, de forma que no espaço de um século e meio teríamos sobre a superfície terrestre somente Espíritos iluminados, de escol, criando um processo de regeneração induzida.
A nova Terra teria habitantes preocupados com as questões sociais, onde uma criança faminta mobilizaria mais a opinião pública que uma partida de futebol. O saber e a fraternidade seriam exaltados e o respeito, ah, esse seria um valor sentido nas ruas.
O meio ambiente seria preservado de forma consciente, por cada um, e o consumo não seria um fim e sim um meio da vida digna e justa, com os direitos fundamentais a orientar o caminho de cada irmão.
O preconceito, a competitividade, a violência cederiam lugar a outras formas de resolução de conflitos, baseados na cooperação e no diálogo. Cada um cresceria em valores e potencial, pensando no coletivo, nos desvalidos, e na criação de coisas que melhorassem a vida humana.
A escola cederia lugar à prisão, o livro preencheria o tempo ocioso e o sorriso campearia as relações, de maneira profunda, de forma que cada um seria tratado como um irmão em humanidade. As guerras se extinguiriam, as armas seriam aposentadas e a dor, natural da vida humana, seria vista como um instrumento de reflexão, de aprimoramento moral.
Passada a transição de 150 anos, na qual os Espíritos mais amadurecidos substituiriam os aqui encarnados, os desafios da vida humana nesse mesmo planetinha azul seriam superados pelo esforço contínuo e integrado de todos, tornando a existência mais afável e mais fraterna. Assim, essa geração nova comprovaria que é possível um mundo melhor.
Utopia? Certamente... Mas uma utopia que nos ensina que grande parte dos problemas do ser humano encarnado advém da sua conduta moral, de sua falta de amor e da sua imperfeição, tendo a regeneração esperada sentido apenas quando falamos de uma reforma íntima, que construa em cada coração o mundo novo, dado que essa luta é nossa.
A cada dia, como Espíritos encarnados no orbe terrestre, somos convidados a fazer diferente. Pelas nossas escolhas, a cada encarnação, a cada dia, a cada minuto, trazemos em nossas mãos e em nossas ideias as possibilidades de um mundo melhor. Podemos, a cada dia, tornar a Terra regenerada, como o sal da Terra e a luz do mundo.
Em 150 anos, em uma ação radical, com a substituição da escalação atual, poderíamos virar totalmente o jogo. Mas não é isso que esperam de nós Jesus e os outros Espíritos superiores que velam pela nossa comunidade. Eles esperam de nós, sujeitos dessa existência, a mudança que permita a transformação de sombras em luz, pelo expurgo do mal que resiste em habitar em nós.
Ao reclamarmos de Deus, do destino, da natureza, do azar..., lembremos da nossa posição do planeta. Olhemos para fora, para a janela, e vejamos tudo de bom que a nossa civilização construiu, bem como todas as mazelas que nós arrastamos. Superamos distâncias pela internet e ampliamos a expectativa de vida em muitos países, mas amargamos ainda a fome, a ignorância, a miséria, o preconceito, a guerra, a nos envergonhar na categoria humana.
Não, apesar de nosso exercício mental, Deus e os Espíritos superiores não vão nos substituir na Terra, colocando aqui um time de notáveis. O embate é nosso, a ser travado na escola da encarnação. Se quisermos o bem, devemos trabalhar por isso, enxergar que, enquanto o mal campear, não seremos plenamente felizes nesse mundo e que isso não implica, no entanto, em nos sentarmos, acomodados, esperando o bem que virá.
A hora é agora, e o momento de agir é sempre e cada minuto é uma oportunidade ganha ou perdida de vencermos as nossas lutas interiores e as batalhas coletivas. Fugir disso é aguardar dormindo o juízo final, um paradigma que Kardec nos deu elementos para superá-lo.

Fora da caridade não há salvação... Reconhece-se o espírita pelo seu esforço... Meus discípulos serão reconhecidos por muito se amarem... A nova era não virá. Será construída por nós, e isso, amigos, é mais que uma dádiva.   

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Acervo Espírita



Amigos Espíritas,


Acervo Espírita é um portal dedicado à música espírita. Aqui você encontrará letras, cifras, gravações em violão e voz e também as gravações oficiais de nossas canções espíritas.A navegação é simplificada: Basta você clicar no alfabeto acima para ter acesso a todo material disponibilizado. Confira as atualizações e os eventos espíritas em nossa página principal e fale conosco através do link Contatos.Tem uma música que nos falta? Envie-nos o áudio e a cifra através do link logo acima, tão logo analisaremos o conteúdo e, dentro do menor prazo, iremos adicionar em nosso portal e disponibilizar para todos. Esperamos que nosso conteúdo possa agradar tanto quanto possível a todos os nossos visitantes.
Abraços fraternos,Acervo Espírita.


“A maior caridade que podemos fazer pela Doutrina Espírita é a sua divulgação.” (Emmanuel)


Colabore com o Acervo Espírita!!! Envie seu material (Cifras, Letras e Mp3) para acervoespirita@gmail.com


Clique aqui http://www.acervoespirita.com.br/ para ir até o site ou em "Acervo Espírita" na Lista de Links do lado direito da página!

terça-feira, 6 de agosto de 2013

A rede do Cordeiro

MARCUS VINICIUS DE AZEVEDO BRAGA
acervobraga@gmail.com

Brasília, DF (Brasil)  
   



 
Após assistir ao excelente filme “E a vida continua”, inspirado na obra homônima de André Luiz, na psicografia de Chico Xavier, fiquei a refletir nas intensas relações entre as pessoas no decorrer das sucessivas encarnações. Alternando-se em papéis, construindo e desconstruindo relações, as famílias espirituais descritas em “O Evangelho segundo o Espiritismo” seguem sua jornada, agregando relações com outras famílias espirituais.
Lembrei-me do experimento do pesquisador romeno Jacob Moreno que, observando crianças no parquinho, mapeou as redes de relações entre estas, identificando as redes existentes e o papel de cada criança nelas, fortalecendo a visão matricial das relações humanas e as pequenas redes dentro de uma rede maior, bem como, ainda, as comunicações existentes.
A nossa evolução não se dá em uma linha, se dá em uma rede. Sim, ainda que a responsabilidade seja individual, a evolução só se dá no coletivo, nas relações com os outros Espíritos. Se assim não fosse, evoluiríamos à feição dos eremitas nas cavernas, apenas meditando e estudando. Por isso, o processo evolutivo nos convida a nascer de outros dois seres humanos e ali formarmos a nossa primeira rede, que tem reflexos em uma rede maior, da nossa família espiritual.
O que caracteriza uma rede é a interdependência de seus membros dentro de um mesmo contexto, onde cada um desempenha um papel que se referencia no papel dos outros, compondo um conjunto de forças na condução de uma tarefa, em arranjos cooperativos e competitivos, com hierarquia ou não.
A rede deve ser regada, para ser forte. As relações devem ser valorizadas, com diálogo e interação, com vontade de estar e permanecer na rede. Não é a rede o Facebook ou outra rede social. Esses aplicativos são reflexos de relações que construímos e fortalecemos: a rede que trazemos da escola, da rua, do trabalho e, como apresentado bem no drama psicografado por Chico Xavier, a rede estampada na fieira das nossas encarnações, embasada na máxima de que nada acontece por acaso.
Assim, conglomerados de Espíritos, relacionados em pequenas redes, se agrupam na Terra e no plano espiritual, formando todos uma rede maior, a rede do Cordeiro. Sim, a espiritualidade superior, aqui representada por Jesus, supervisiona as relações dessas redes para que elas sejam produtivas e possibilitem o crescimento espiritual de seus integrantes. Estar em rede não é estar estacionado, e sim estar crescendo dentro de um mesmo grupo, entre provas e expiações.
Por isso, é importante identificarmos a nossa rede de relações e por que estamos ali, ligados àquele grupo de pessoas. A rede terrena nos oferece tarefas em conjunto, de resgate, aprendizado e crescimento espiritual. Da mesma forma, sentimos diariamente a interação com a rede de companheiros espirituais que nos cercam, unidos alguns por laços de amor e outros de ódio, mas sempre de afinidade. São relações do mundo de cá e de lá que nos impulsionam, lembrando a nossa vontade de crescer, nesse planetinha azul chamado Terra.
Cabe-nos verificar, então, se estamos ajustados à nossa rede, criando e construindo um caminho de luz, antenados com as orientações do gerente maior desta, o Cordeiro, ou se estamos dissonantes, olhando apenas para os nossos problemas, isolados na periferia da rede, necessitando enxergar o mundo que nos cerca.   


          

sábado, 3 de agosto de 2013

O Deus da Polinésia


MARCUS VINICIUS DE AZEVEDO BRAGA
acervobraga@gmail.com
Brasília, DF (Brasil) 



O humor em toda a história da humanidade teve como propriedade romper estruturas, questionar poderes e permitir ao homem por vezes rir da sua própria tragédia, de suas situações ridículas, típicas da natureza humana, viajor da estrada da evolução. Rir para refletir, refletir para contestar e contestar para agir!
O contexto atual não é diferente. A internet tem servido de canal para mensagens, vídeos e situações engraçadas, algumas replicadas em programas televisivos. Dessas, se destaca recentemente pela sua audiência o “Porta dos Fundos”, que nos fornecerá por meio de um de seus vídeos, contando na data de confecção desse artigo, com mais de 4,5 milhões de visualizações, uma profunda reflexão no campo religioso.
 O vídeo a que me refiro, intitulado “Deus”, mostra em seus quase quatro minutos a história de uma jovem que ao desencarnar descobre que o céu correto era aquele suportado por uma doutrina de povos tribais da Polinésia, ilhas retiradas no Oceano Pacífico. Ou seja, que o Deus certo a se acreditar era o “Deus da Polinésia” e, como ela escolheu o Deus errado, estava fadada a perdição no fogo do inferno, por não ter se filiado à escola religiosa correta.  Assim, a jovem incauta descobre, ante a pilhéria de um caracterizado Deus polinésio, que o fato dela ter seguido os ritos de sua religião, como ir à missa semanalmente, não foram úteis na sua salvação.
Piadas a parte, rimos do absurdo que não é tão irreal assim. A ideia de um Deus certo, de um povo eleito, como caminho exclusivo da salvação, permeia a teologia de crenças predominantes no globo terrestre e comparece de forma incidente em discursos e textos, onde achamos normal tudo isso, rindo ao mesmo tempo do Deus da Polinésia. Afinal, os polinésios são tão primitivos... E pior, essa ideia vincula a crença e a salvação a práticas exteriores, a filiação a grupos, subordinando a divindade a agremiações humanas ou, ainda, a adesão a determinadas ideias.

A dramaturgia portuguesa da era de Cabral, no texto teatral do “Auto da Barca do Inferno” de Gil Vicente, já indicava ao Sapateiro que pergunta ao diabo no momento pós-morte: “Quantas missas eu ouvi, não non hão elas de prestar?”, eis que recebe como resposta: “Ouvir missa, então roubar, é caminho per'aqui”. Sempre perturbou a humanidade, em seus conceitos mais naturalistas de justiça, a ideia de que apenas algum povo nesse “mundão de meu Deus” possuísse a chave da salvação e que o bem proceder não lhe adiantasse de nada. Porém, a religião sempre extrapolou os papeis de ligação com a divindade, servindo de instrumento de poder e de dominação.
Entre as lutas pelo poder terreno e as disputas econômicas, serviu a religião como elemento ideológico que motivou (e motiva) guerras, dissensões, atentados, opressões e toda ordem de ações contra a humanidade, pela promessa da salvação e pelo medo da perdição. Discursos e jogos de palavras, doutrinas e hábitos que formam a identidade de grupos, prometendo a seus membros o paraíso diante das agruras da vida terrestre, tornando a todos obedientes e mantendo a razão distante, isolada lá nos rincões da Polinésia.
Jesus, nesse sentido, foi revolucionário. Ele colocou a chave da vida em amar ao próximo como a si mesmo. Kardec, estudando as palavras do Mestre, indicou de forma ampla que fora da caridade não há salvação. Fórmulas que se aplicam a qualquer tempo, a qualquer local e a qualquer pessoa, independente de crenças, de dogmas, de rituais ou de filiação a grupos. Amar, simplesmente, como se isso fosse de alguma forma simples. E a religião, esta tem nesse contexto um relevante papel de agregar valor à nossa capacidade de amar, para que sejamos reconhecidos como discípulos do mestre por essa característica. O que fugir disso é acessório, longe do essencial que é invisível aos olhos.
Como assevera também Kardec n’ O Evangelho segundo o Espiritismo, a ideia do “Fora da caridade” se assenta num princípio universal e abre a todos os filhos de Deus acesso à suprema felicidade. Reflete assim a visão de um Deus justo, bom, pai de todos, sem predileções ou povos eleitos. Podemos acrescentar que a visão de evolução e de vida após a morte é uma decorrência da nossa visão de Deus, e o Espiritismo, de forma coerente, assim se posiciona. Deuses vingativos, com preferências, defensores de determinados grupos, em um arremedo de antropomorfismo, decantam em teologias salvacionistas e segregacionistas, enxergando irmãos e não-irmãos.
Assim, como espíritas temos nessa singela peça de humor disposta na internet uma oportunidade ímpar de reflexão, sobre o que trazemos na nossa consciência em relação ao que realmente importa na vida ou se descansamos em berço esplêndido na prática religiosa morna, que iria nos garantir o acesso às benesses do paraíso. Esquecemos, por vezes, que o Espiritismo nos coloca que a vida é trabalho em ambos os planos da vida e que a criatura constrói seu processo de evolução, no tempo e ritmo definidos pelo seu esforço e pela sua vontade. No Espiritismo, há céu para todos, mas há também inferno, quando alojamos em nós os caminhos para esses estados de espírito.
A filiação à casa espírita, a prática das atividades doutrinárias, tudo isso não nos faz diferentes ou melhores que ninguém; nos faz melhores que nós éramos, se interiorizarmos aqueles ensinamentos. Não temos privilégios e temos amparo, como tem apoio da espiritualidade nossos irmãos da Europa, da África e, também, da Polinésia. Assim, nossa religião não nos garante a salvação, mas se apresenta como uma das ferramentas de apoio à nossa evolução como encarnados, assim como são as outras religiões ou, ainda, a família, a escola e tantas outras oportunidades que surgem.
Difícil pensar assim... Afinal, nos esforçamos, vamos à casa espírita toda semana, tomamos o passe, bebemos a água fluída. E ainda assim, nada nos garante. Garante-nos, ainda tomando emprestado o pensamento kardequiano, o esforço por uma conduta reta e se tudo isso – água, passe, reunião – não contribuir para o projeto maior do “Homem de bem”, voltaremos às antigas fórmulas de sepulcros caiados, das quais já fomos advertidos há mais de dois milênios pelo meigo nazareno. O Espiritismo traz um novo paradigma religioso, e não apenas uma transposição de práticas de outras religiões, com outros nomes.
Por isso tudo, achamos graça do Deus da Polinésia, de suas exigências ridículas para garantir o acesso ao paraíso. Achamos graça da forma que nós vemos Deus, que não é muito distante da divindade pintada pela genialidade dessa peça humorística, mas que, se observada com os “olhos de ver”, pode nos trazer uma reflexão, que, de cômica, passa a ser perturbadora, de que a senda da evolução é complexa e que demanda de nós muito mais que fórmulas exteriores, em um compromisso nosso com a divindade, forjado no momento de nossa criação.

'Egoísmo poderia ter extinguido seres humanos', diz pesquisa







A evolução não favorece às pessoas egoístas, segundo uma nova pesquisa realizada por cientistas americanos. O resultado contraria uma teoria anterior que sugeria ser melhor tomar decisões favorecendo a si mesmo. Ao contrário disso, o novo estudo afirma que ser cooperativo traz vantagens sobre o egoísmo.
Divulgado pela publicação científica Nature Communications, o estudo concluiu que se todos preferissem exercer ações egoístas os seres humanos poderiam ter sido extintos.
Para conduzir a pesquisa, os cientistas usaram uma teoria que envolve a simulação de situações de conflito ou de cooperação. Ela também permite desvendar estratégias de tomadas de decisão complexas e estabelecer porque certos tipos de comportamento surgem entre os indivíduos.
Dilema do prisoneiro
O estudo, realizado por uma equipe da Michigan State University, nos Estados Unidos, usou como modelo o chamado "jogo do dilema do prisioneiro", onde dois suspeitos são interrogados em celas separadas e devem decidir se delatam um ao outro ou se preferem se calar.
Nesse modelo, um acordo de liberdade é oferecido a cada prisioneiro se eles decidirem denunciar o outro. A liberdade só é alcançada por aquele que denuncia, desde que o outro oponente decida ficar calado, o que leva este último a ser punido com seis meses de prisão.
Se ambos os prisioneiros denunciam um ao outro, os dois pegam três meses de prisão - delação. No caso dos dois decidirem ficar em silêncio juntos - cooperação - eles ficariam apenas um mês na prisão.
O importante teórico matemático John Nash demonstrou, nesse modelo, que a tendência mais observada era a de não cooperar.
"Por muitos anos, as pessoas se questionaram se Nash estava certo. Por exemplo: por que vemos cooperação no reino animal, no mundo dos micróbios e até mesmo dos humanos?", diz o autor da pesquisa, Christoph Adami, da Michigan State University, que começou a questionar o conceito de Nash.
A resposta
A resposta, afirma Adami, é de que a comunicação entre os indíviduos do "jogo do dilema do prisioneiro" nunca havia sido levada em consideração.
"A teoria parte do pressuposto de que os dois prisioneiros interrogados não podem falar entre si. Caso isso acontecesse, eles fariam um pacto e ganhariam a liberdade em um mês. Mas, proibidos de conversar, a tentação é de que haja uma delação, de um ou de outro", diz o cientista.
"Agir de má fé pode dar uma vantagem competitiva a curto prazo mas certamente não a longo prazo. E, inevitavelmente, levaria à extinção da nossa espécie".
Essas últimas descobertas contradizem um estudo realizado em 2012. A pesquisa revelou que os egoístas apresentariam uma vantagem frente aos que prezassem pela cooperação.
O resultado foi batizado como a estratégia "egoísta e de má fé" e dependeria de que o participante soubesse da decisão prévia de seu adversário, ao que adaptaria sua estratégia de acordo com esse conhecimento.
Crucialmente, em um ambiente evolucionário, conhecer a decisão de seu adversário poderia não se tornar uma vantagem a longo prazo, porque o oponente poderia desenvolver o mesmo mecanismo de reconhecimento que o seu, explicou Adami.
Essa foi exatamente a conclusão a que a equipe chegou. Para obter tal resultado, eles usaram um poderoso modelo de computador para realizar centenas de milhares de combinações, simulando um simples intercâmbio de ações que, no entanto, levou em conta uma comunicação prévia entre os "usuários".
"Nós criamos um modelo no computador para coisas muito generalistas, notadamente decisões entre dois tipos de comportamentos. Nós as chamamos de cooperação e deserção. Mas no mundo animal há todos os tipos de comportamentos que são binários (com apenas duas opções), por exemplo, fugir ou combater", afirmou Adami à BBC News.
"É como se tivéssemos uma corrida armamentista durante a Guerra Fria - mas essas corridas armamentistas ocorrem todo o tempo na biologia evolutiva".
Darwin
O professor Andrew Coleman da Universidade de Leicester, no Reino Unido, disse que o novo trabalho "freia interpretações com excesso de zelo" da estratégia prévia, que propôs o avanço de padrões egoístas e manipuladores.
"Darwin ficou intrigado com o que observou na natureza. Ele se atinha particularmente aos insetos e seu modelo de cooperação", explicou.
"Pode-se pensar que a seleção natural poderia favorecer indivíduos que são exploradores e egoístas, mas, na verdade, nós sabemos agora, depois de décadas de pesquisa, que essa é uma visão simplista das coisas, especialmente se o "gene egoísta" da evolução for levado em consideração".
"Explico-me: não são os indivíduos que têm de sobreviver, mas sim seus genes. Os genes só usam os organismos - de animais ou de humanos - como veículos de propagação. "Os 'genes egoístas' se beneficiam, portanto, de organismos que cooperam entre si", conclui.





BBCBrasil.com


sexta-feira, 14 de junho de 2013

Um dia de Buda

MARCUS VINICIUS DE AZEVEDO BRAGA
acervobraga@gmail.com

Brasília, DF (Brasil) 
 

 

Um dia de Buda
 
Fruto de um acidente doméstico, Aristeu teve parte de seu corpo queimado. Foi grande a dor na hora e insuportável depois, entre bolhas e o medo da infecção e do estigma das cicatrizes.
Aristeu, que levava uma vida pacata e tranquila, se viu às voltas com os efeitos daquele acidente doméstico, que mobilizou família e amigos na assistência ao bom companheiro. Após o atendimento emergencial, restou a ele dar continuidade ao seu tratamento em um hospital especializado em queimados, onde, dia sim e dia não, ele seguia o rito de pomadas e de unguentos, na troca de curativos sob o olhar atento dos profissionais de saúde.
Na fila de espera, na antessala dos ambulatórios, Aristeu observava atentamente que havia casos piores que o seu. De cada dor, de cada caso narrado, descobria o sofrimento de seu irmão desconhecido, que ele ignorava no conforto do seu lar, vendo o mundo e suas agruras apenas pela tela da televisão.
Assim seguiu o tratamento de Aristeu, que tratou seu corpo e a sua alma, que foi se iluminando à medida que via, no olhar do seu irmão, dor maior do que ele jamais imaginava sentir. Nas queimaduras cicatrizadas nasceu uma nova pele. No seu espírito, regenerado, nasceram novas convicções e visões de mundo.
*
Assim, nos isolamos do mundo, longe de suas realidades, e quando o destino nos empurra para fora dos muros de nossos palácios, nos defrontamos com a doença, a morte, a pobreza e toda sorte de provações.
A ideia de nos pouparmos do mundo, de seus desafios, nos impede de crescer. Preferimos o paraíso da redoma, crer que o mundo seja uma propaganda de refrigerantes, com jovens sorridentes, para se debulhar em lágrimas nos dramas das telenovelas, concluídos com um apertar de botões.
O mundo não e só dor e sofrimento... O mundo não é só alegria esfuziante... O mundo é um mosaico de histórias e desafios, de sorrisos e lágrimas, que nos conduzem a um processo de amadurecimento como Espíritos, na bendita escola que chamamos de planeta Terra.
Negar a dor do próximo não nos isenta do compromisso com os nossos irmãos. A chaga mais proeminente nos dias de hoje, o individualismo, nos leva ao isolamento em castas econômicas, nas quais ignoramos os desafios alheios e deixamos de aprender com isso.
Essa discussão nos conduz a uma profunda reflexão, de como conduzimos nossos trabalhos assistenciais na seara espírita. Que indicadores estabelecemos para classificar esses trabalhos como satisfatórios? Seria a quantidade de bolsas distribuídas? O volume de recursos arrecadados? Será que esquecemos nesse sentido o valor da troca, do olhar, do abraço? A importância do trabalho no bem está no aprendizado profundo do abraço que damos no nosso irmão em dor!
Em hipótese alguma defendo aqui o turismo da caridade, emblemático na visita às comunidades cariocas pelos estrangeiros, como um safári da pobreza. Defendo a nossa interação interventiva e pessoal no trabalho do bem, de forma a falarmos e ouvirmos, nas visitas a hospitais, orfanatos, asilos e toda sorte de instituições que concentrem pessoas necessitadas, tanto quanto nós necessitamos de ouvir aquela palavra de resistência e luta, diante das provas mais agudas, que virão, ou que nos atormentam.
Sidarta Gautama, o Buda, criado no luxo e na opulência, teve a sua iluminação ao sair de suas suntuosas dependências para encontrar as dores humanas. Aristeu também nasceu de novo, reformulando a sua disposição diante da vida. De cada experiência, de cada dor, colhemos o aprendizado, mas ofertamos também a palavra amiga e o sorriso de esperança, em um exercício permanente de amor, na interação com o próximo.
A nossa iluminação se faz quando rompemos as paredes que nos isolam do mundo, no encontro do próximo. Às vezes, precisamos de dias de Buda para refletir sobre essa realidade. Precisamos trabalhar o nosso coração, torná-lo robusto no amor, um exercício que se faz no encontro com o outro, na alegria e na tristeza. 

quarta-feira, 13 de março de 2013

Frase do Dia


"Veja o que você quer, realmente.
A procura da luz inclui o combate à sombra ".




Emmanuel

fonte: http://www.universoespirita.org.br/frases0305/0313.htm

sábado, 9 de março de 2013

Perante Jesus

Elucidações de Emmanuel
Ano 6 - N° 302 - 10 de Março de 2013
 

Perante Jesus

“E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens.” — Paulo. (Colossenses, capítulo 3, versículo 23.)

A compreensão do serviço do Cristo, entre as criaturas humanas, alcançará mais tarde a precisa amplitude, para a glorificação dAquele que nos segue de perto, desde o primeiro dia, esclarecendo-nos o caminho com a divina luz.
Se cada homem culto indagasse de si mesmo, quanto ao fundamento essencial de suas atividades na Terra, encontraria sempre, no santuário interior, vastos horizontes para ilações de valor infinito.
Para quem trabalhou no século?
A quem ofereceu o fruto dos labores de cada dia?
Não desejamos menoscabar a posição respeitável das pátrias, das organizações, da família e da personalidade; todavia, não podemos desconhecer-lhes a expressão de relatividade no tempo. No transcurso dos anos, as fronteiras se modificam, as leis evolucionam, o grupo doméstico se renova e o homem se eleva para destinos sempre mais altos.
Tudo o que representa esforço da criatura foi realização de si mesma, no quadro de trabalhos permanentes do Cristo. O que temos efetuado nos séculos constitui benefício ou ofensa a nós mesmos, na obra que pertence ao Senhor e não a nós outros. Legisladores e governados passam no tempo, com a bagagem que lhes é própria, e Jesus permanece a fim de ajuizar da vantagem ou desvantagem da colaboração de cada um no serviço divino da evolução e do aprimoramento.
Administração e obediência, responsabilidades de traçar e seguir são apenas subdivisões da mordomia conferida pelo Senhor aos tutelados.
O trabalho digno é a oportunidade santa. Dentro dos círculos do serviço, a atitude assumida pelo homem honrar-lhe-á ou desonrar-lhe-á a personalidade eterna, perante Jesus Cristo.

Do cap. 57 do livro Pão Nosso, de Emmanuel, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.


fonte: http://www.oconsolador.com.br/ano6/302/emmanuel.html

Entrevista: Walkiria Ank

GUARACI DE LIMA SILVEIRA 
glimasil@hotmail.com
Juiz de Fora, MG (Brasil)

  Walkiria Ank: 
“Este é o momento propício para a semeadura da Doutrina Espírita nos Estados Unidos”
Membro da Sociedade Espírita Renovação, situada no estado americano da Geórgia, a palestrante mineira, radicada há sete anos nos Estados Unidos, fala sobre a atuação do movimento espírita na nação americana

Walkiria Claudia Mendes Silva Ank (foto) é natural de Belo Horizonte-MG. Aos dezessete anos conheceu a Doutrina Espírita, adotando-a como filosofia de vida. Professora, transferiu há sete anos sua residência para os Estados Unidos. É membro da Sociedade Espírita Renovação em Carrollton, na Geórgia,  onde  exerce  as  funções  de  passista,
esclarecedora e palestrante. Soma hoje dezessete anos de atividades doutrinárias. Possui um carisma que encanta e um sorriso que nos faz acreditar sempre nas propostas esclarecedoras e confortadoras da Doutrina Espírita quando sobre ela discorre.

Walkiria concedeu-nos a entrevista seguinte. 
Fale-nos do seu início nas atividades doutrinárias nos Estados Unidos.
A princípio procurei pela internet uma Casa Espírita mais próxima e encontrei a Christian Spiritist Community of Atlanta (CECA), na cidade de Mableton, a 40 minutos de minha casa, numa região onde moram muitos brasileiros. Passados 3 anos, fui convidada a ministrar uma palestra na Renovation Spiritist in Atlanta (SER). Naquela fase a CECA estava com poucas propostas de estudos e me via desejosa de mais estudos, o que a Sociedade Espírita Renovação (SER) me proporcionou. Não posso deixar de mencionar que a CECA já retomou o processo de estudos e que tenho imensa gratidão àquela Casa que me recebeu e me orientou muito para o trabalho que hoje desenvolvo na SER. 
As propostas espíritas são bem recebidas nos Estados Unidos?
Diferente do Brasil, onde a Doutrina Espírita é confundida com as religiões afrodescendentes, muitos a identificam aqui com o Espiritualismo e o Esoterismo. Mas temos observado que não é essa gama de pessoas que nos procuram, até porque, de uma forma ou de outra, já se sentem mais em paz e menos materialistas. Ao contrário do que pensávamos, são os descrentes das religiões tradicionais é que nos procuram. Decepcionados com respostas vazias ou dogmáticas, não encontrando o consolo para suas aflições, encontram na Doutrina Espírita princípios e leis superiores, revelações e conceitos novos do Universo, dos homens e dos Espíritos, objetivando suas vidas e explicando suas dores e sofrimento. 
Fale-nos sobre a Sociedade Espírita Renovação.
A Renovation Spiritist Society, ou Sociedade Espírita Renovação (SER), é uma organização sem fins lucrativos, fundada em 17 de janeiro de 2007, com o propósito de divulgar o estudo e a prática Espírita codificada por Allan Kardec, considerando o seu triplo aspecto (ciência, filosofia e religião) e servir à Humanidade. Nosso propósito é colocar em prática o Evangelho de Jesus e espalhar os ensinamentos dos Espíritos de Luz. A SER é particularmente devotada ao estudo da Doutrina Espírita e à sua aplicação no dia a dia. 
Existem palestras públicas? Como são realizados os estudos no Centro?
As palestras públicas têm uma particularidade: são realizadas aos domingos, pois os americanos não concebem a ideia de um contato com Deus que não seja nas manhãs de domingo. Temos então duas palestras simultâneas nas manhãs de domingo: uma em português e uma em inglês, acompanhadas pela Evangelização infantil e seguidas pelo passe e água fluidificada. Os estudos em português são realizados basicamente aos sábados. 
Como são formatados os estudos?
O iniciante começa com Noções Básicas e Reforma Íntima. O segundo módulo, O Livro dos Espíritos e o passe, onde o estudante já pode iniciar-se no trabalho propriamente dito. O terceiro módulo, O Evangelho segundo Espiritismo e Corrente Magnética, e o quarto módulo, O Livro dos Médiuns. O quinto módulo, O Céu e o Inferno e Diálogo com as Sombras, saindo desse grupo os possíveis esclarecedores. O sexto módulo: A Gênese e o Manual da Psicografia, de onde sairão os possíveis psicógrafos. O sétimo módulo: Triagem, Fluidoterapia e Ectoplasmia. Esses mesmos estudos são oferecidos aos americanos às quartas-feiras, o que condiz na cultura deles com o dia de Estudos Bíblicos. 
Pode explicar o que é “Corrente Magnética”?
Corrente Magnética é onde os trabalhadores que afloraram a mediunidade iniciam-se nos trabalhos mediúnicos. 
Os estadunidenses participam ativamente desses encontros?
Em nossa casa, particularmente, temos três americanos que concluíram esses estudos e trabalham assiduamente, temos dois americanos em processo de estudo e um casal de hispânicos e dois americanos frequentando. 
Como eles reagem a partir do contato com a Doutrina Espírita?
Os americanos que nos chegam vêm por meio de amigos ou cônjuges brasileiros. Estamos ainda muito no início desse trabalho junto aos americanos. Mas nosso projeto é ambicioso, na reforma de nossa nova sede construímos uma sala espaçosa para as palestras e aulas em inglês, que serão filmadas e divulgadas em nosso site www.atlantaespirita.com com o objetivo de levar o Consolador aos nossos irmãos americanos. A cidade de Atlanta possui apenas três Casas Espíritas, porém em outros estados a Doutrina Espírita tem alcançado um número expressivo de americanos espíritas. Posso citar Nova Jersey, Boston, São Francisco e principalmente a Flórida, onde muitas casas espíritas foram abertas pelos irmãos hispânicos e brasileiros. 
Existem outras instituições espíritas vinculadas ao seu trabalho? Quais?
Trabalhamos em conjunto com Christian Spiritist Community of Atlanta (CECA). Nosso trabalho basicamente com a casa citada é no planejamento e na execução dos Congressos Espíritas em Atlanta, dos quais já houve 5 edições, todas na cidade de Marietta, forte núcleo de brasileiros na Geórgia, sempre no mês de agosto. Nesse trabalho contamos com expositores brasileiros e americanos residentes em outros estados da América do Norte, e com alguns palestrantes vindos diretamente do Brasil. 
Fale-nos sobre o grupo de trabalhadores espíritas que sustentam essas atividades.
O grupo que dirige nossa casa é formado a partir do estatuto que a maioria das casas ligadas à FEB adota. Compõe-se de cinco diretores, que se revezam de dois em dois anos. No momento os diretores são: Gerval Silva, Fátima Connighton, Marcelo Lima, Robinson Viera dos Santos e Sônia Souza. Quanto à sustentação financeira, os associados contribuem com pequeno valor fixado ou importância superior.  
Vocês fazem eventos promocionais para arrecadar verbas?
Fazemos de dois em dois meses um almoço, que foi nomeado de Dia do SER, onde praticamos uma confraternização com todos os frequentadores, estudantes, trabalhadores e amigos e assim somamos esforços financeiros e fraternos. Tivemos a nossa terceira edição de baile e jantar dançante temáticos, que foram de grande sucesso. Nesses eventos recebemos uma média de 150 pessoas, o que resultou na possibilidade da compra de nossa casa. 
Sempre a literatura espírita está presente nas instituições em que trabalha?
Sim, todos os nossos trabalhos estão fundamentados na Codificação e nas obras complementares. Nosso maior problema está em adquirir novos livros. Aproveitamos a ida de amigos ao Brasil ou compramos por meio de alguns sites. 
Já existem distribuidoras de livros espíritas nos Estados Unidos?
Existe uma pequena distribuidora em Boston, que nos auxilia a adquirir alguns livros. Mas acredito fundamentalmente que nosso maior problema está na falta de livros espíritas traduzidos para o inglês. 
Há procura de irmãos de outras nações aí radicados para os estudos da Doutrina?
Como disse, nossa casa ainda é muito nova, apenas 5 anos de existência, mas, pelos relatos de companheiros espíritas de outros estados, vemos que o movimento é grande entre os irmãos hispânicos.  
O número médio de frequentadores das reuniões e/ou estudos gira em torno de quantas pessoas?
Em nossa Casa nas reuniões públicas temos uma média de 40 pessoas, nos grupos de estudos atualmente temos 25 alunos. Temos uma expectativa que a partir do ano que vem, com o espaço maior, possamos abrir novos cursos. 
Como surgiram as Casas Espíritas em que você atuou ou atua?
A Christian Spiritist Community of Atlanta (CECA) nasceu no pequeno apartamento da senhora Maria Cansado, com alguns filhos e amigos. Hoje tem sede própria e desenvolve um belo trabalho. A Sociedade Espírita Renovação (SER) nasceu em um porão cedido pela senhora Margarida Bezerra e amigos, e agora já se estabelece com sede e um número expressivo de trabalhadores e atividades em prol da humanidade levando a todos o estudo, e o consolo da Doutrina dos Espíritos. 
A terapia espírita por meio dos passes e da água fluidificada, bem como a conversa fraterna, é bem aceita e procurada pelos estadunidenses?
Nossas sextas-feiras são dedicadas exclusivamente a esse trabalho: o tratamento espiritual, por meio de passes, água fluidificada, conversa fraterna, 30 minutos de estudo sobre reforma íntima e, quando necessário, o atendimento pelos nossos mentores. Nesse dia especificamente contamos em média com 20 pacientes, se assim pudéssemos chamá-los.  
Como é a proporção entre brasileiros e os demais?
Sempre contamos com um número maior de brasileiros do que americanos ou hispânicos, por enquanto. 
Fale-nos de suas perspectivas quanto ao futuro do Espiritismo nos Estados Unidos e no mundo como um todo.
Há duas vertentes a respeito das perspectivas futuras do Espiritismo aqui nos Estados Unidos. Alguns dizem que o trabalho de Divulgação do Espiritismo será feito pelos nossos filhos, porque nós não nascemos aqui e não falamos tão fluentemente a língua inglesa. Nossos filhos, que são fluentes no idioma e se aculturam melhor à sociedade americana, terão maior facilidade e mais argumentação que nós. Existe, porém, uma outra vertente que diz não, que não podemos esperar, temos a base e as ferramentas no hoje. Eu acredito que as duas vertentes se complementam. A expansão do Espiritismo de forma mais evidente talvez só aconteça quando nossos filhos estiverem à testa do Movimento. Mas temos um trabalho de fundação muito importante, até porque somos nós as bases dos nossos filhos, integrando-os nos fundamentos da Doutrina. 
Em sua opinião, a Doutrina Espírita poderá expandir-se nos Estados Unidos?
Sim. Acredito que gradualmente os fundamentos racionais da Doutrina e o consolo que ela proporciona ganharão espaços nos corações, não só dos americanos, mas do homem em si, que cada vez mais procura explicações para suas aflições e questionamentos. 
Agradecemos muitíssimo sua participação e pedimos que nos deixe suas palavras finais.
Nosso imenso agradecimento pelo interesse da revista O Consolador pelos nossos humildes serviços no continente americano. Acredito que estamos no momento propício para a semeadura da Doutrina Espírita nos Estados Unidos, mas não temos pretensão nenhuma de sermos os grandes desbravadores da Doutrina Espírita. Somos apenas semeadores que nosso Pai Celestial vai encarregando, por meio de nosso Governador Jesus, de preparar as bases e fundamentos e fazendo as pontes necessárias para que esses  Espíritos, ora encarnados como americanos, possam receber essa mensagem de forma receptiva e assim dar seguimento à evolução do nosso planeta.

fonte: http://www.oconsolador.com.br/ano6/302/entrevista.html

Quo Vadis?

MARCUS VINICIUS DE AZEVEDO BRAGA
acervobraga@gmail.com

Brasília, DF (Brasil) 


 

Quo Vadis?

De colega do movimento espírita, recebi de presente de aniversário certa feita o DVD do Filme “Quo Vadis?”, de 1951, épico do diretor Mervin LeRoy, baseado em livro de Henryk Sienkiewicz. O filme tem como personagem principal meu homônimo, Marcus Vinicius, o que motivou o referido presente.
Trata-se de um filme épico de uma beleza ímpar e que traz em seu nome uma expressão latina que vem do Novo Testamento (João, 16:5), na fala de Jesus: "E agora vou a aquele que me enviou; e nenhum de vós outros me pergunta: Aonde vais?". “Quo Vadis?” é “Aonde vais?” e o título do filme advém de uma cena onde o Tribuno Marcus Vinicius se encaminha para sair de Roma e Pedro, o apóstolo, faz a pergunta título, relembrando seu compromisso com a causa do Cristianismo.
Inicio este artigo com a referência a esse brilhante filme para provocar a reflexão sobre uma máxima espírita, que é o “Conhece-te a ti mesmo”, frase entalhada no templo de Delfos, na Grécia antiga, e citada na pergunta 919 de “O livro dos Espíritos”. A reflexão proposta é que o “Conhece-te a ti mesmo” pode trazer em si uma dose de determinismo. Sou assim, nasci assim, eu sou sempre assim... - na frase imortalizada da modinha para Gabriela, de Dorival Caymmi.
Penso que nas nossas reflexões diárias, olhando o teto antes de dormir, devemos transcender o “Conhece-te a ti mesmo”, estático e introvertido, e adotar o “Quo Vadis”. Sim, importa avaliarmos ao final de cada dia o que estamos nos tornando, que decisões temos adotado que têm nos levado a determinadas atitudes.
As tendências não são coisas estáticas, deterministas. São forças pujantes e construídas ao longo de nossas encarnações na interação com a vida encarnada e desencarnada. A vontade nos diz para onde vamos a cada dia, frente aos desafios, construindo a nossa encarnação, lutando com as tendências herdadas e sonhando com a melhora futura, perguntado cotidianamente pelo Cristo: “Quo vadis?”.
A cada decisão nos tornamos o homem novo que o Cristo espera de nós ou perpetuamos o homem velho, empedernido nas estagnações. Conhecer a ti mesmo, mapear o que somos, demanda algo mais no processo evolutivo, a força e a coragem para transformar nossas tendências nas atitudes desejadas.
A evolução não se faz no mundo contemplativo e sim na luta diária com os nossos irmãos encarnados, aprendendo a amar e demonstrando a lição aprendida. Assim, o criminoso aprende a virtude e o vilão se converte em herói, nas pequeninas mudanças de atitudes que nos conduzem a momentos de inflexão, das transformações relevantes, onde somos chamados a subir mais um degrau da evolução.
Nas orações noturnas, no momento em que sopesamos o dia, pensemos nos caminhos adotados, até onde eles nos levarão, dado que, se o que somos é o nosso passado, o que seremos no futuro depende das decisões no nosso presente. Não nos iludamos! Cada reencarnação é uma aposta de Deus em nós, na nossa capacidade de superar a nossa inferioridade e de avançar mais rápido pelas decisões certas, ou mais lento pelas decisões erradas.
Importa-nos a coragem para encarar de frente as nossas tendências e sobre ela trabalharmos. Fugir disso pode ser se afogar no mar de nossas dificuldades. Muitos anseiam descobrir seu passado reencarnatório para ficarem ali, admirando suas faltas, esquecidos de que a vida nos impele a avançar, a partir do ponto em que nos encontramos.

fonte: http://www.oconsolador.com.br/ano6/302/marcus_braga.html 
        

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Oração do Perdão


EU PERDÔO

Pai, quando eu for chamado para junto de Ti, quero partir com o coração aliviado de qualquer sentimento menor que possa reter-me ao vale de lágrimas onde me encontro hoje.
Ah, Meu Deus, que nada do que já vivi e ainda vivo seja obstáculo à minha felicidade amanhã!...
Quando eu me for, quero alçar vôo como fazem as aves que planam livres por sobre as misérias humanas, e que não pousam no chão senão para buscar o alimento que as mantém fortes nas alturas!...
Quando meus olhos se cerrarem à ilusão da carne, é de minha vontade que eu me distancie do mundo com a leveza das almas experimentadas na forja das provas árduas, sem que o peso dos sentimento menores impeça meu anseio anseio de libertação!
Desejo, Pai, libertar-me, sendo fiel à Tua lei de amor e de perdão!
Eu compreendo que a Terra é a escola onde Tu nos prepara para a angelitude!...
Eu compreendo que o sofrimento é a lição que nos faz avançar para a glória ou estacionar na senda de novas e mais dolorosas provas!...
Eu compreendo que tudo é seleção: os laços, a estrada, os acontecimentos...
De minha atitudes colherei bem ou mal; com minhas decisões talharei o que serei amanhã. Alegrias infinitas ou sofrimentos sem conta nascem unicamente de meus atos, a revelia do que os outros me fazem ou deixam de fazer....
Por isso, Pai, conduz meu pensamento de tal sorte que, quando chegar minha hora, nada do que vivi possa retardar-me o passo ou prender-me outra vez ao sombrio grilhão da dor. De todos os momentos experimentados, que eu carregue comigo apenas aqueles que me proporcionaram coisas úteis e felizes. Que os infortúnios e mágoas do passado não sejam mais peso em meu coração a impedir a realização dos mais ardentes anseio de felicidade e sublimação!...
As lágrimas que me fizeram verter - eu perdôo.
As dores e as decepções - eu perdôo.
As traições e mentiras - eu perdôo.
As calúnias e as intrigas - eu perdôo.
O ódio e a perseguição - eu perdôo.
Os golpes que me feriram - eu perdôo.
Os sonhos destruídos - eu perdôo.
As esperanças mortas - eu perdôo.
O desamor e a antipatia - eu perdôo.
A indiferença e a má vontade - eu perdôo.
A desconsideração dos amados - eu perdôo.
A cólera e os maus tratos - eu perdôo.
A negligência e o esquecimento - eu perdôo.
O mundo, com todo o seu mal - eu perdôo.
A partir de hoje proponho-me a perdoar porque a felicidade real é aquele que nasce do esquecimento de todas as faltas!... No lugar da mágoa e do ressentimento, coloco a compreensão e o entendimento; no lugar da revolta, coloco a fé na Tua Sabedoria e Justiça; no lugar da dor, coloco o esquecimento de mim mesmo; no lugar do pranto coloco a certeza do riso e da esperança porvindoura; no lugar do desejo de vingança, coloco a imagem do Cordeiro imolado e o mais sublime dos perdões... Só assim, Pai, se um dia eu tiver que retornar à carne, poderei me levantar forte e determinado sobre os meus pés e não obstante todos os sofrimentos que experimentar, serei naturalmente capaz de amar acima de todo desamor, de doar mesmo que despossuído de tudo, de fazer feliz aos que me rodearem, de honrar qualquer tarefa que me concederes, de trabalhar alegremente mesmo que em meio a todos impedimentos, de estender a mão ainda que em mais completa solidão e abandono, de secar lágrimas ainda que aos prantos, de acreditar mesmo que desacreditado, e de transformar tudo em volta pela força de minha vontade, porque só o perdão rasga os véus sombrios do  ressentimento e da revolta, frutos infelizes do egoísmo e do orgulho, libertando meu coração no rumo do bem e da paz, do amor verdadeiro e da felicidade eterna!
Assim seja!
(Psicografia Instituto André Luiz, 08.03.2003)

fonte: http://www.institutoandreluiz.org/oracao_diaria_especial_eu_perdoo.html