quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Mauricio de Sousa lança ‘Meu pequeno evangelho’, livro da Turma da Mônica sobre espiritismo



Turma da Mônica agora vai difundir os ensinamentos do espiritismo, doutrina codificada no século XIX pelo francês Allan Kardec. Mauricio de Sousa está lançando "Meu pequeno evangelho" (Editora Boa Nova), livro em que Cebolinha, Cascão, Magali, Anjinho, Penadinho e companhia aprendem os ensinamentos de Jesus contido no "Evangelho segundo o espiritismo", principal obra do kardecismo.

Nas 64 páginas da história ilustrada por Mauricio e idealizada pelo designer peruano Luis Hu Rivas e pelo administrador baiano Alã Mitchell, ambos espíritas, a Turma da Mônica recebe a visita de André, um primo de Seu Antenor, pai do Cascão, que é seguidor da religião. Em meio à curiosidade das crianças, André apresenta conceitos do evangelho que todos podem usar no dia a dia, independentemente da religião que praticam. São mensagens de amor, caridade e humildade, contadas de forma divertida com os personagens.

Ensinamentos sobre felicidade, humildade, pureza, paz, misericórdia, amor, perdão etc. são passados um a um, sempre baseados em situações vividas pelos personagens e que são contadas a André.

O lançamento oficial, com a presença de Mauricio de Sousa, será 13 de dezembro, na livraria Cultura, em São Paulo.

Fonte:http://oglobo.globo.com/sociedade/religiao/mauricio-de-sousa-lanca-meu-pequeno-evangelho-livro-da-turma-da-monica-sobre-espiritismo-14687392?utm_source=Facebook&utm_medium=Social&utm_campaign=O%20Globo

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Por que ocorrem tragédias coletivas?




De vez em quando ocorrem grandes tragédias coletivas e é nessas horas que perguntamos: por que acontece esse tipo de coisa? Qual a finalidade desses acidentes que causam a morte conjunta de várias pessoas? Como a Justiça Divina pode ser percebida nessas situações? Por que algumas pessoas escapam?

Claro que sabemos que Deus não nos julga e nem nos castiga.

Fatalidade, destino, azar são palavras que não combinam com a Doutrina Espírita, da mesma forma que a sorte daqueles que escapam desse tipo de situação, sempre há os relatos daqueles que desejavam estar no local da tragédia e não conseguiram; daqueles que estavam no cenário e não sofreram nada além do susto; e tantos outros.

Então, para a Doutrina Espírita, como se explicam casos como esse? A resposta está no resgate coletivo, conceito que envolve a correção de rumo de um grupo de Espíritos que em alguma outra encarnação cometeu atos semelhantes – e muitas vezes em conjunto – de descumprimento da lei divina e que, portanto, para individualmente terem a consciência tranquilizada  precisam sanar o débito. Toda a problemática, nesse caso, está no trabalho dos mentores na reunião desses Espíritos de modo a que juntos possam se reajustar frente à Lei Divina.

Pergunta-se às vezes o que se deve pensar das mortes prematuras, das mortes acidentais, das catástrofes que, de um golpe, destroem numerosas existências humanas. Como conciliar esses fatos com a ideia de plano, de providência, de harmonia universal?

Quem nos explica sobre esta questão é Leon Denis, o sucessor de Allan Kardec, em seu livro: O problema do Ser do Destino e da Dor, primeira parte, item X - a Morte:

“As existências interrompidas prematuramente por causa de acidentes chegaram ao seu termo previsto. São em geral, complementares de existências anteriores, truncadas por causa de abusos ou excessos. Quando, em consequências de hábitos desregrados, se gastaram os recursos vitais antes da hora marcada pela natureza. Tem-se de voltar a perfazer, numa existência mais curta, o lapso de tempo que a existência precedente devia ter normalmente preenchido. Sucede que os seres humanos, que devem dar essa reparação, se reúnem num ponto pela força do destino, para sofrerem, numa morte trágica, as consequências de atos que têm relação com o passado anterior ao nascimento. Daí, as mortes coletivas, as catástrofes que lançam no mundo um aviso. Aqueles que assim partem, acabaram o tempo que tinham de viver e vão preparar-se para existências melhores.” 
  
O Espiritismo explica com muita coerência, que cada um recebe segundo as suas obras, porque todos nós estamos submetidos à Lei de Ação e Reação ou de causa e efeito e à Lei de Evolução ou de Progresso.

Segundo a primeira, nós seres humanos, com nossos pensamentos, sentimentos e ações, criamos causas que terão um efeito posterior. O caráter positivo ou negativo das causas vão gerar o gênero desses efeitos. É uma Lei que não castiga, mas que reajusta as ações cometidas pelo uso do nosso livre arbítrio. Age devolvendo o caminhante desviado e perdido ao caminho correto do bem e do progresso, através das encarnações sucessivas.

A Lei de Evolução ou do Progresso rege a transformação contínua de tudo o que possui vida, desde os estados rudimentares e inferiores, até formas mais perfeitas e complexas. Por intermédio dessa Lei, o ser humano passou a ser o homem “civilizado” de hoje, abandonando suas etapas selvagens e primitivas. Graças à Lei de Evolução e às provas sucessivas, às quais ela nos submete em nossas existências múltiplas, nós seres humanos vamos corrigindo nossas imperfeições, transformando nossos defeitos e debilidades em virtudes ou qualidades, que nos empurram à conquista da vida espiritual. A aplicação do nosso livre arbítrio fará com que essa Lei nos faça caminhar pelas trilhas do bem, do amor e da felicidade, ou ao contrário, pelo caminho da dor.

Gerson Simões Monteiro, presidente da “Fundação Espírita Cristã C. Paulo de Tarso”, em um artigo sobre as mortes coletivas, escreve que as vítimas de um terremoto poderiam ser antigos guerreiros que, numa encarnação anterior, destruíram cidades, lares, mataram mulheres e crianças sob os escombros de suas casas e vitimaram a milhares de pessoas. Numa nova encarnação, são “atraídos por uma força magnética pelos crimes praticados coletivamente, reúnem em determinadas circunstâncias, e sofrem “na pele” por meio de um terremoto ou outra catástrofe semelhante, o mesmo mal que fizeram às suas vítimas indefesas de ontem.” São faltas individuais que influem no coletivo.

Acrescentamos que os sobreviventes também são chamados a uma transformação moral, a uma mudança em suas vidas, mas há pessoas que se aproveitam da situação de caos, em uma região que sofreu citado terremoto, para saquear, roubar, violentar e que se beneficiam com egoísmo das doações recebidas. Para essas, a lição não é suficiente e se comprometem mais seriamente ante a coletividade.

Temos também outro exemplo real, explicado nas páginas da literatura espírita. No dia 17 de dezembro de 1961, um circo pegou fogo na cidade de Niterói (Rio de Janeiro) e cerca de 500 pessoas faleceram.

No livro “Cartas e Crônicas”, psicografado por Francisco Cândido Xavier, o Espírito Humberto de Campos relata a causa do acidente explicando que no ano 177 da Era Cristã, Marco Aurélio reinava no império romano. Mulheres, homens, crianças, anciões e enfermos cristãos eram detidos, torturados e exterminados. “Mais de 20 mil pessoas já haviam sido mortas”.

Chegou a notícia da visita do famoso guerreiro Lúcio Galo naquelas terras e os donos do poder queriam homenageá-lo de maneira grandiosa e original. Decidiram queimar milhares de cristãos num espetáculo “à altura” do visitante.

“Durante a noite inteira, mais de mil pessoas, ávidas de crueldade, vasculharam residências humildes e, no dia subsequente, ao Sol vivo da tarde, largas filas de mulheres e criancinhas, em gritos e lágrimas, no fim de soberbo espetáculo, encontraram a morte, queimadas nas chamas alteadas ao sopro do vento, ou despedaçadas pelos cavalos em correria.”

“Quase dezoito séculos passaram sobre o tenebroso acontecimento... Entretanto, a justiça da Lei, através da reencarnação, reaproximou todos os responsáveis, que, em diversas posições de idade física, se reuniram de novo para dolorosa expiação, a 17 de dezembro de 1961, na cidade brasileira de Niterói, em comovedora tragédia num circo.”

O notável Mediunato de Chico Xavier também nos esclarece outro fato real ocorrido em São Paulo, no dia 1º de fevereiro de 1974, data em que o Edifício Joelma se incendiou e deixou 188 mortos.

O Espírito Cyro Costa e Cornélio Pires se manifestam por psicografia e deixaram dois sonetos que revelavam a causa das mortes em massa no incêndio. As vítimas resgatavam os “derradeiros resquícios de culpa que ainda traziam na própria alma, remanescentes de compromissos adquiridos em guerra das Cruzadas”. 

Com relação a mortes coletivas em aviões, o Espírito André Luiz, no capítulo 18 do Livro Ação e Reação, psicografado por Chico Xavier, esclarece que piratas que afundaram e saquearam criminosamente embarcações indefesas no dorso do mar, ceifando inúmeras vidas, agora encarnados em outros corpos, morrem, muitas vezes, coletivamente nos acidentes aviatórios.

Ainda na mensagem “Desencarnações Coletivas”, o benfeitor espiritual Emmanuel esclarece outros motivos para as mortes que se verificam coletivamente. Diz ele: “Invasores ilaqueados pela própria ambição, que esmagávamos coletividades na volúpia do saque, tornamos à Terra com encargos diferentes, mas em regime de encontro marcado para a desencarnação conjunta em acidentes públicos.

Exploradores da comunidade, quando lhe exauríamos as forças em proveito pessoal, pedimos a volta ao corpo denso para facearmos unidos o ápice de epidemias arrasadoras.

Promotores de guerras manejadas para assalto e crueldade pela megalomania do ouro e do poder, em nos fortalecendo para a regeneração, pleiteamos o Plano Físico a fim de sofrermos a morte de partilha, aparentemente imerecida, em acontecimentos de sangue e lágrimas.

Corsários que ateávamos fogo a embarcações e cidades na conquista de presas fáceis, em nos observando no Além com os problemas da culpa, solicitamos o retorno à Terra para a desencarnação coletiva em dolorosos incêndios, inexplicáveis sem a reencarnação”.


Diz Allan Kardec, nos comentários da questão 738 de O Livro dos Espíritos, que “venha por um flagelo à morte, ou por uma causa comum, ninguém deixa por isso de morrer, desde que haja soado a hora da partida. A única diferença, em caso de lagelo, é que maior número parte ao mesmo tempo”.

E finalmente, segundo esclareceram os Espíritos Superiores a Allan Kardec, na resposta à questão 740 de O Livro dos Espíritos, “os flagelos são provas que dão ao homem ocasião de exercitar a sua inteligência, de demonstrar sua paciência e resignação ante a vontade de Deus e que lhe oferecem ensejo de manifestar seus sentimentos de abnegação, de desinteresse e de amor ao próximo, se o não domina o egoísmo”.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Fora Da Caridade Não Há Salvação

PAULO
Paris, 1860
            10 – Meus filhos, na máxima: Fora da caridade não há salvação, estão contidos os destinos do homem sobre a Terra e no céu. Sobre a Terra, porque, à sombra desse estandarte, eles viverão em paz; e no céu, porque aqueles que a tiverem praticado encontrarão graça diante do Senhor. Esta divisa é a flama celeste,  coluna luminosa que guia os homens pelo deserto da vida, para conduzi-los à Terra da Promissão. Ela brilha no céu como auréola santa na fronte dos eleitos, e na Terra está gravada no coração daqueles a quem Jesus dirá: “Passai à direita, benditos de meu Pai”. Podeis reconhecê-los pelo perfume de caridade que espargem ao seu redor. Nada exprime melhor o pensamento de Jesus, nada melhor resume os deveres do homem, do que esta máxima de ordem divina. O Espiritismo não podia provar melhor a sua origem, do que a oferecendo por regra, porque ela é o reflexo do mais puro Cristianismo. Com essa orientação, o homem jamais se transviará. Aplicai-vos, portanto, meus amigos, a compreender-lhe o sentido profundo e as conseqüências de sua aplicação, e a procurar por vós mesmos todas as maneiras de aplicá-la. Submetei todas as vossas ações ao controle da caridade, e a vossa consciência vos responderá: não somente ela evitará que façais o mal, mas ainda vos levará a fazer o bem. Porque não basta uma virtude negativa, é necessária uma virtude ativa. Para fazer o bem, é sempre necessária  a ação da vontade, mas, para não fazer o mal, bastam freqüentemente à inércia e a negligência.
            Meus amigos, agradeçam a Deus, que vos permitiu gozar a luz do Espiritismo. Não porque somente os que a possuem possam salvar-se, mas porque, ajudando-vos a melhor compreender os ensinamentos do Cristo, ela vos torna melhores cristãos. Fazei, pois, que vos vendo, se possa dizer que o verdadeiro espírita e o verdadeiro cristão são uma e a mesma coisa, porque todos os que praticam a caridade são discípulos de Jesus, qualquer que seja o culto a que pertençam.

Advento do Espírito da Verdade

ESPÍRITO DE VERDADE
Paris, 1860
                                                          
5 – Venho, como outrora, entre os filhos desgarrados de Israel, trazer a verdade e dissipar as trevas. Escutai-me. O Espiritismo, como outrora a minha palavra, deve lembrar os incrédulos que acima deles reina a verdade imutável: o Deus bom, o Deus grande, que faz germinar as plantas e que levanta as ondas. Eu revelei a doutrina divina; e, como um segador, liguei em feixes o bem esparso pela humanidade, e disse: “Vinde a mim, todos vós que sofreis!”
Mas os homens ingratos se desviaram da estrada larga e reta que conduz ao Reino de meu Pai, perdendo-se nas ásperas veredas da impiedade. Meu Pai não quer aniquilar a raça humana. Ele quer que, ajudando-vos uns aos outros, mortos e vivos, ou seja, mortos segundo a carne, porque a morte não existe, sejais socorridos, e que não mais a voz dos profetas e dos apóstolos, mas a voz dos que se foram, faça-se ouvir para vos gritar: Crede e orai! Porque a morte é a ressurreição, e a vida é a prova escolhida, durante a qual vossas virtudes cultivadas devem crescer e desenvolver-se como o cedro.
Homens fracos, que vos limitais às trevas de vossa inteligência, não afasteis a tocha que a clemência divina vos coloca nas mãos, para iluminar vossa rota e vos reconduzir, crianças perdidas, ao regaço de vosso Pai.
Estou demasiado tocado de compaixão pelas vossas misérias, por vossa imensa fraqueza, para não estender a mão em socorro aos infelizes extraviados que, vendo o céu, caem nos abismos do erro. Crede, amai, meditai todas as coisas que vos são reveladas; não misturem o joio ao bom grão, as utopias com as verdades.
Espíritas; amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo. Todas as verdades se encontram no Cristianismo; os erros que nele se enraizaram são de origem humana; e eis que, de além túmulo, que acreditáveis vazios, vozes vos clamam: Irmãos! Nada perece. Jesus Cristo é o vencedor do mal; sede os vencedores da impiedade!

*
ESPÍRITO DE VERDADE
Paris, 1861

            6 – Venho ensinar e consolar os pobres deserdados. Venho dizer-lhes que elevem sua resignação ao nível de suas provas; que chorem, porque a dor no Jardim das Oliveiras, mas que esperem, porque os anjos consoladores virão enxugar as suas lágrimas.
            Trabalhadores, traçai o vosso sulco. Recomeçai no dia seguinte a rude jornada da véspera. O trabalho de vossas mãos fornece o pão terreno aos vossos corpos, mas vossas almas não estão esquecidas: eu, o divino jardineiro, as cultivo no silêncio dos vossos pensamentos. Quando soar a hora do repouso, quando a trama escapar de vossas mãos, e vossos olhos se fecharem para a luz, sentireis surgir e germinar em vós a minha preciosa semente. Nada se perde no Reino de nosso Pai. Vossos suores e vossas misérias formam um tesouro, que vos tornará ricos nas esferas superiores, onde a luz substitui as trevas, e onde o mais desnudo entre vós será talvez o mais resplandecente.
            Em verdade vos digo: os que carregam seus fardos e assistem os seus irmãos são os meus bem-amados. Instrui-vos na preciosa doutrina que dissipa o erro das revoltas e vos ensina o objetivo sublime da prova humana. Como o vento varre a poeira, que o sopro dos Espíritos dissipe a vossa inveja dos ricos do mundo, que são freqüentemente os mais miseráveis, porque suas provas são mais perigosas que as vossas. Estou convosco, e meu apóstolo vos ensina. Bebei na fonte viva do amor, e preparai-vos, cativos da vida, para vos lançardes um dia, livres e alegres, no seio daquele que vos criou fracos para vos tornar perfeitos, e deseja que modeleis vós mesmos a vossa dócil argila, para serdes os artífices da vossa imortalidade.                                        

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ESPÍRITO DE VERDADE
Bordeaux, 1861

            7 – Eu sou o grande médico das almas, e venho trazer-vos o remédio que vos deve curar. Os débeis, os sofredores e os enfermos são os meus filhos prediletos, e venho salvá-los. Vinde, pois, a mim, todos vós que sofreis e que estais carregados, e sereis aliviados e consolados. Não procureis alhures a força e a consolação, porque o mundo é impotente para dá-las. Deus dirige aos vossos corações um apelo supremo através do Espiritismo: escutai-o. Que a impiedade, a mentira, o erro, a incredulidade, sejam extirpados de vossas almas doloridas. São esses os monstros que sugam o mais puro do vosso sangue, e vos produzem chagas quase sempre mortais. Que no futuro, humildes e submissos ao Criador, pratiqueis sua divina lei. Amai e orai. Sede dócil aos Espíritos do Senhor. Invocai-o do fundo do coração. Então, Ele vos enviará o seu Filho bem-amado, para vos instruir e vos dizer estas boas palavras: “Eis-me aqui; venho a vós, porque me chamastes!

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ESPÍRITO DE VERDADE
Havre, 1863

            – Deus consola os humildes e dá força aos aflitos que a suplicam. Seu poder cobre a Terra, e por toda parte, ao lado de cada lágrima, põe o bálsamo que consola. O devotamento e a abnegação são uma prece contínua e encerram profundo ensinamento: a sabedoria humana reside nessas duas palavras. Possam todos os Espíritos sofredores compreender estas verdades, em vez de reclamar contra as dores, os sofrimentos mortais, que são aqui na Terra o vosso quinhão. Tomai, pois, por divisa, essas duas palavras: devotamento e abnegação, e sereis fortes, porque elas resumem todos os deveres que a caridade e a humildade vos impõe. O sentimento do dever cumprido vos dará a tranqüilidade de espírito e a resignação. O coração bate melhor, a alma se acalma, e o corpo já não sente desfalecimentos, porque o corpo sofre tanto mais, quanto mais profundamente abalado estiver o espírito.

“Espíritas!, amai-vos, eis o primeiro ensinamento. Instruí-vos, eis o segundo"

“Espíritas!, amai-vos, eis o primeiro ensinamento. Instruí-vos, eis o segundo. Todas as verdades são encontradas no Cristianismo; os erros que nele criaram raiz são de origem humana. E eis que, além do túmulo, em que acreditáveis o nada, vozes vêm clamar-vos: Irmãos! nada perece. Jesus Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade!” – (Espírito de Verdade. Paris, 1860.)


Allan Kardec – O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. VI, item 5.



As palavras do Espírito da Verdade ainda ressoam, mais de século e meio após serem proferidas. 

Aos nossos irmãos espíritas, peço que sempre façamos uso da razão e do bom senso, lições deixadas pelo nosso querido Allan Kardec quando da Decodificação, há centenas de anos atrás. Como bom professor, Kardec sempre buscou diferentes "fontes" em suas pesquisas sobre o mundo dos Espíritos e fez do estudo sistemático das mensagens ditadas o seu mais valioso guia.

Ainda agora, em que pululam em livrarias e sites livros e textos psicografados supostamente de médiuns ou desencarnados famosos, faço este apelo a todos e das palavras do Espírito da Verdade as de todos os espíritas de bom senso: amai-vos e instruí-vos, usemos da sabedoria e da fé raciocinada para discernir o que podemos confiar e o que não podemos. Desconfiemos do sensacionalismo fácil e apelativo, sob o risco de voltarmos aos tempos em que a pura e simples "celebração" dos fenômenos espirituais sobrepunham-se ao estudo da Doutrina e a aplicação dos ensinamentos do nosso Mestre Jesus.

Por fim, sempre lembrarmos que mais importante é: "Fora da Caridade, não há salvação".

Seres vivos, como nós.


quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Prece da Noite




Irmãos, rogo ao Pai Maior que visite seu lar, levando sua falange de luz, para limpar cada cômodo de suas casas abençoando e iluminando suas famílias. Que Deus seja louvado, Amém.

sábado, 5 de novembro de 2016

As muitas faces da pena de morte


marcus-braga
A pena de morte ou pena capital, uma das facetas da mobilização espírita em defesa da vida, é entendida como uma modalidade de pena, no campo jurídico, que se caracteriza pela desencarnação compulsória do condenado, apresentando-se como penalidade irreversível.
Presente em vários momentos da história da humanidade e no momento atual em vários países, tem a pena de morte a sua aplicação por métodos modernos, como a injeção letal, e por meio de mecanismos bizarros, como o pisoteamento por elefantes, em casuísticas que variam não só pelo grau de espetáculo, mas também pelo requinte de crueldade e pela dor causada na execução, suscitando discussões adicionais no campo dos direitos humanos.
Os crimes que motivam a condenação a pena de morte no mundo e na história também variam em grande espectro. De crimes hediondos, como homicídio e estupro, até questões ideológicas e comportamentais, como adultério, homossexualismo, corrupção, negação da religião oficial e ainda, insubordinação; estas tipologias penais compõe os motivos que levam a sociedade a decretar a morte de um dos seus, sugerindo pela natureza dos crimes que a pena de morte serve também de instrumento de dominação e atemorização da população, diante do poder autoritário.
Praticamente abolida na Europa e na Oceania, tem seus maiores índices de execução na China, Irã e Arábia saudita, resistindo com pujança em governos de matriz democrática, como os Estados Unidos e o Japão. Apesar desse quadro, percebe-se no mundo um claro declínio dessa modalidade de pena, no campo legal e prático, seja pela pressão de grupos de direitos humanos, seja pela sua baixa efetividade na inibição de delitos e ainda, pela possibilidade de condenação irreversível de um inocente, o que na prática já ocorreu mais de uma vez.
No Brasil, a última execução por pena de morte ocorreu em 1876. No período republicano, a exceção da Constituição Federal de 1937, a pena de morte somente se apresenta para aplicação em tempos de guerra, para crimes militares, previsto ainda a possibilidade de indulto. Na prática, nossos tribunais não condenam ninguém a morte desde 1876.
Apesar de arroubos midiáticos, a vedação da pena de morte figura como cláusula pétrea na Constituição Federal de 1988, o que impossibilitaria a sua implantação em nosso ordenamento por alterações legais ou constitucionais, federais ou regionais, o que tranquiliza todos aqueles que marcham contra essa prática abjeta, sintonizados com os movimentos mundiais, que encaminham esta para uma futura extinção.
O espiritismo condena a pena de morte, de forma veemente, em especial pelo contido nas perguntas 760 a 765, do qual destacamos o trecho: “Sem dúvida, o progresso social ainda muito deixa a desejar. Mas, seria injusto para com a sociedade moderna quem não visse um progresso nas restrições postas à pena de morte, no seio dos povos mais adiantados, e à natureza dos crimes a que a sua aplicação se acha limitada. Se compararmos as garantias de que, entre esses mesmos povos, a justiça procura cercar o acusado, a humanidade de que usa para com ele, mesmo quando o reconhece culpado, com o que se praticava em tempos que ainda não vão muito longe, não poderemos negar o avanço do gênero humano na senda do progresso.”
Entretanto, apesar de distantes da pena de morte no plano jurídico-político, não temos muito o que nos gabar no Brasil… A pena de morte formal, por mais contraditório que isso possa parecer, tem um aspecto positivo, de prever um processo legal, métodos sem crueldade, a possibilidade de indulto, o contraditório e a ampla defesa, no escopo de direitos e garantias que consagram o direito penal, via de regra.
Infelizmente, em nosso país, a pena de morte se apresenta com outras faces, distante do modelo formal, em práticas que guardam o mesmo espírito de vingança, de exclusão do plano terreno, de espetacularização da dor, com um barbarismo mais acentuado e com um caráter clandestino.
Figuram em nossas páginas de jornal a casuística de grupos de extermínio, execuções de população de rua, homicídios por forças policiais, penas capitais por determinação de traficantes de drogas, matadores de aluguel, e por fim, com mais destaque recentemente, o linchamento de criminosos de pequeno potencial ofensivo por populares. Um ról de práticas mais abjetas que a pena de morte formal, beirando a barbárie, e que são objeto de adesão popular, na exaltação pelas redes sociais.
A pena de morte, seu espírito, se apresenta em múltiplas faces na nossa sociedade, radicada em uma cultura de violência e de desrespeito aos direitos humanos. Cabe a nós, espíritas, que seguimos os exemplos morais do Cristo, um condenado à pena capital no madeiro, e refletir sobre isso tudo e de como devemos nos posicionar.
Refletir nos cabe, em especial no que dizem as obras espíritas respeitáveis, que indicam que a morte não resolve o problema da alma comprometida com a sombra, que a Lei é de amor e que a raiz das questões criminológicas repousa no aspecto social, psicológico e educativo. Esse desespero descompensado está longe de ser justiça ou solução na doutrina da vida eterna e de penas transitórias.
Pesquisa da Revista Isto É de 2008 com os jovens aponta que 47% dos espíritas nessa faixa etária é favorável a pena de morte. Mais do que espanto, devemos refletir sobre essa nossa busca por soluções imediatistas para os nossos problemas crônicos e verificar que a pena de morte não jaz sepultada como ideia ou prática, merecendo espaço amplo de debate e discussão em nossas casas espíritas, na palestra, no livro e no grupo de estudo.
Uma defesa da vida ampla, que se posicione de forma integral, enxergando o homem em suas múltiplas dimensões, para além de discussões legislativas, atuando sobre o mundo concreto, é o que carecemos. O amanhã regenerativo que desejamos começa nessas singelas lutas, ainda distantes de serem vencidas, não pela falta de leis, mas pela nossa imperfeição latente.
Marcus Vinicius de Azevedo Braga
Fonte: http://www.agendaespiritabrasil.com.br/2014/07/05/muitas-faces-da-pena-de-morte/

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Finados na visão espírita

O hábito de visitar os mortos, como se o cemitério fosse sala de visitas do Além, é cultivado desde as culturas mais remotas. Mostra a tendência em confundir o indivíduo com seu corpo. Há pessoas que, em desespero ante a morte de um ente querido, o "VISITAM" diariamente. Chegam a deitar-se no túmulo. Desejam estar perto do familiar. Católicos, budistas, protestantes, muçulmanos, espíritas - somos todos espiritualistas, acreditamos na existência e sobrevivência do Espírito. Obviamente, o ser etéreo não reside no cemitério. Muitos preferem dizer que perderam o familiar, algo que mostra falta de convicção na sobrevivência do Espírito. Quem admite que a vida continua jamais afirmará que perdeu alguém. Ele simplesmente partiu. Quando dizemos "perdi um ente querido", estamos registrando sérios prejuízos emocionais. Se afirmarmos que ele partiu, haverá apenas o imposto da saudade, abençoada saudade, a mostrar que há amor em nosso coração, o sentimento supremo que nos realiza como filhos de Deus. Em datas significativas, envolvendo aniversário de casamento, de morte, finados, Natal, Ano Novo, dia dos Pais, dia das Mães, sempre pensamos neles.


COMO PODEMOS AJUDAR OS QUE PARTIRAM ANTES DE NÓS? Envolvendo o ser querido em vibrações de carinho, evocando as lembranças felizes, nunca as infelizes; enviando clichês mentais otimistas; fazendo o bem em memória dele, porque nos vinculamos com os Espíritos através do pensamento. Além disso, orando por ele, realizando caridade em sua homenagem, tudo isso lhe chegará como sendo a nossa contribuição para a sua felicidade; a prece dá-lhe paz, diminui-lhe a dor e anima-o para o reencontro futuro que nos aguarda.



PODEMOS CHORAR? Podemos chorar, é claro. Mas saibamos chorar. Que seja um choro de saudade e não de inconformação e revolta. O choro, a lamentação exagerada dos que ficaram causam sofrimento para quem partiu, porque eles precisam da nossa prece, da nossa ajuda para terem fé no futuro e confiança em Deus. Tal comportamento pode atrapalhar o reencontro com os que foram antes de nós. Porque se eles nos visitar ou se nós os visitarmos (através do sono) nosso desequilíbrio os perturbará. Se soubermos sofrer, ao chegar a nossa vez, nos reuniremos a eles, não há dúvida nenhuma.



ENTÃO OS ESPÍRITAS NÃO VISITAM O CEMITÉRIO? Nós espíritas não visitamos os cemitérios, porque homenageamos os “vivos desencarnados” todos os dias. Mas a posição da Doutrina Espírita, quanto as homenagens (dos não espíritas), prestadas aos "MORTOS" neste Dia de Finados, ao contrário do que geralmente se pensa, é favorável, DESDE QUE SINCERAS E NÃO APENAS CONVENCIONAIS.



Os Espíritos, respondendo a perguntas de Kardec a respeito (em O Livro dos Espíritos), mostraram que os laços de amor existentes entre os que partiram e os que ficaram na Terra justificam esses atos. E declaram que no Dia de Finados os cemitérios ficam repletos de Espíritos que se alegram com a lembrança dos parentes e amigos. Há espíritos que só são lembrados nesta data, por isso, gostam da homenagem; há espíritos que gostariam de serem lembrados no recinto do lar. Porque, se ele desencarnou recentemente e ainda não está perfeitamente adaptado às novas realidades, irá sentir-se pouco à vontade na contemplação de seus despojos carnais; Espíritos com maior entendimento, pedem que usemos o dinheiro das flores em alimento aos pobres. Portanto, usemos o bom senso em nossas homenagens. Com a certeza que ELES VIVEM. E se eles vivem, nós também viveremos. E é nessa certeza que devemos aproveitar integralmente o tempo que estivermos encarnados, nos esforçando para oferecer o melhor de nós em favor da edificação humana. Só assim, teremos um feliz retorno à pátria espiritual.

Fonte: Compilação de Rudymara
http://blog.meulivroespirita.com.br/2016/10/finados-na-visao-espirita.html

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

O Passe, por Emmanuel


Cada vez mais, a Ciência buscando respostas...

Cientistas dizem que nossa 'alma' não morre e retorna ao universo
Cientistas acreditam ter desenvolvido uma teoria que mexe com um assunto polêmico: a natureza da consciência - ou “alma” e seu mecanismo no cérebro e, quem sabe, seu destino final após a morte. A informação é do History. 
Desde 1996, o médico Stuart Hameroff, do Departamento de Anestesiologia e Psicologia e diretor do Centro de Estudos da Consciência, da Universidade do Arizona, junto com Sir Roger Penrose, físico matemático da Universidade de Oxford, desenvolvevem uma Teoria Quântica da Consciência, que define que a alma fica alojada em microtúbulos das células cerebrais.
“A origem da consciência reflete o nosso lugar no Universo, a natureza de nossa existência. Será que a consciência evoluiu de complexas operações computacionais entre os neurônios do cérebro, como a maioria dos cientistas afirmam? Ou a consciência, em algum sentido, esteve aqui o tempo todo, como as abordagens espirituais afirmam?” perguntaram Hameroff e Penrose em uma revisão da sua teoria. 
As experiências da consciência seriam um efeito da gravidade quântica nesses microtúbulos, que atuam como canais para a transferência da informação responsável pela consciência. “Quando o coração para de bater, o sangue para de correr e os microtúbulos perdem seu estado quântico. A informação quântica nos microtúbulos não é destruída, não pode ser destruída. Ela é simplesmente distribuída e dissipada pelo Universo”, explica Hameroff.  
Fonte: https://br.noticias.yahoo.com/cientistas-dizem-que-nossa-alma-n%C3%A3o-morre-e-120835163.html

Morrer é voltar para Casa (Finados)