Uma vida dedicada à disciplina e à superação de limites. Reavaliações e repetições constantes sempre em busca de um melhor desempenho de um aprimoramento que – como bem se sabe – é lento e gradual. Um senso apurado de coletividade e de trabalho em equipe. Aquela sensação ímpar de que, independentemente do resultado, fizemos o nosso melhor. A satisfação de atingirmos um objetivo outrora distante e a vontade de conquistarmos ainda mais. A alegria e a responsabilidade de servir de exemplo a tantos outros…
Essas são algumas das sensações comuns àqueles que se dedicam à prática de determinada modalidade esportiva, seja de forma amadora ou profissional e certamente já foram experimentadas em alguma escala pela maioria de nós. Que bom seria só fôssemos capazes de perceber a importância que há em nos dedicarmos ao menos em igual medida a sermos também atletas do intelecto e do espírito.
Imaginem a radical mudança de paradigma que haveria se, enquanto atletas do espírito, deixássemos de nos dedicar apenas à repetição de ritos e liturgias (como muitos ainda fazem), para nos determos em um refletir constante e uma avaliação das razões de nosso existir para alcançarmos um melhor desempenho e um progresso efetivo também na seara espiritual.
Ponderem o grande benefício que haveria se, enquanto atletas do intelecto, deixássemos de apenas repetir fórmulas prontas e pasteurizadas, de decorar resumos e apostilas, de aguardar passivamente que algo de bom nos seja transmitido como que por osmose, para de fato nos determos em estudar, analisar, refletir, criar, propor novas soluções à velhos problemas, etc.
Uma sociedade que valoriza muito mais a forma do que a essência está certamente deixando um grande déficit para aquilo que seria de maior relevância para os seus cidadãos. Evidentemente que o culto à forma física em detrimento das questões de ordem espiritual gera uma distorção que deve ser corrigida o quanto antes.
Podemos, contudo, tirar excelentes exemplos das condutas comuns aos atletas das mais variadas modalidades esportivas para pautarmos nosso agir enquanto atletas do espírito. Se formos capazes de nos dedicar ao nosso aprimoramento espiritual com o mesmo afinco e disciplina que muitos atletas praticam em seus treinos e competições, certamente sairemos vencedores de quaisquer desafios que possam surgir.
Evidentemente que não há mal nenhum nas práticas esportivas e na dedicação ao bem-estar físico. Pelo contrário! Mente sã em corpo são. A preocupação com a saúde física é algo essencial para todos e as práticas esportivas devem ser incentivadas. O segredo de tudo está sempre no equilíbrio, em sabermos dar a devida importância a cada elemento de nossas vidas, sendo sempre importante lembrarmos daquilo que é perene, ou seja, o espírito.
É preciso que nos convençamos de que o nosso corpo físico é efêmero, que é como uma veste de que nos valemos enquanto encarnados, enquanto nosso espírito, aquilo que de fato somos, é perene e jamais deixará de ser ou existir. Quem sabe se nos dermos conta de que somos espíritos, e não um corpo físico, nossa dedicação aos atributos espirituais cresça de importância em nossa escala de prioridades.
Rodrigo Fontana França
Fonte: http://serespirita.com.br/atletas-do-espirito/
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