"[...] não se sabe ao certo como se prende o espírito ao seu corpo físico e por que processos psicofísicos isso se faz. É certo, porém, que a ligação é feita no sistema nervoso e que um cordão fluídico - à falta de melhor termo - funciona como espécie de extensão elétrica. Graças a esse cordão, o espírito pode afastar-se do corpo durante o sono fisiológico ou em outros estados de desprendimento provocado artificialmente, como na hipnose ou ainda pela ingestão de drogas hipnógenas ou mesmo em consequência de um traumatismo muito forte, quando se diz que a pessoa 'perdeu os sentidos'. Perdeu nada, apenas afastou-se o espírito e com ele levou os seus sentidos e a sua consciência, pois esta e aqueles não se acham sediados no corpo físico que é apenas matéria, não podendo ter tais faculdades por si mesma. Por esse cordão, o espírito mantém sua vigilância sobre o corpo físico por mais longe que se afaste e por ele circulam impressões e sensações num sentido e noutro, isto é, do corpo para o espírito e deste para aquele. Em outras palavras, se algo incomoda a pessoa adormecida, a sensação recebida pelo corpo é imediatamente remetida ao espirito através do cordão fluídico e este retorna ao seu organismo para as providências necessárias. Por sua vez, as experiências que o espírito vai tendo na sua liberdade relativa também vão sendo, ainda que fragmentariamente, transmitidas ao cérebro físico. Ao despertar, a memória guarda maior ou menor nitidez das observações e atividades do espírito enquanto o corpo repousava.
Nesse desprendimento, o espírito tem a sua vida peculiar, embora limitada pela condição de ser dono de um corpo físico. Entra em contato com outros espíritos nas mesmas condições que ele ou em estado de liberdade maior, por não estarem no momento ocupando corpos físicos na Terra. Conversa, estuda, aprende, ensina, desloca-se, enfim, com relativa facilidade, sempre atado ao corpo físico pelo cordão fluídico.
A existência desse cordão não é relatada apenas nas obras psíquicas ou na Bíblia. Todos os videntes, isto é, seres que tem a faculdade adequada, percebem o fenômeno, qualquer que seja a sua formação religiosa ou a sua descrença total. De modo geral, notam essas pessoas o cordão que amarra o espírito ao seu corpo material, mergulhando neste à altura da base do crânio."
Miranda, Hermínio - Os Procuradores de Deus.
Fonte: Traço de União
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