Se formos mesmo todos reencarnados, por que não nos lembramos das existências passadas? É uma questão intrigante, causa mesmo de dúvidas em muita gente. O esquecimento do passado (existências anteriores) indica a sabedoria de Deus.
A lembrança viva de episódios vividos anteriormente traria vários inconvenientes, entre os quais relacionamos:
a) poderia humilhar-nos intensamente, pela lembrança desagradável de muitos deslizes morais, especialmente quando envolvendo terceiros;
b) exaltação do orgulho e da prepotência, em virtude de posições de destaque no passado;
c) danosos efeitos nas relações sociais, pois se tivéssemos as nossas lembranças, teríamos a dos outros também;
d) traumas continuariam impedindo condições de felicidade e progresso;
e) ódios e vinganças estariam minando os relacionamentos e provocando novos agravamentos.
Entre as inumeráveis vantagens, fruto da Sabedoria Divina – repetimos –, encontramos:
a) oportunidade de recomeço, sem lembranças perturbadoras;
b) o progresso efetuado permite-lhe, agora com mais lucidez, optar por novos aprendizados;
c) reconciliação com antigos adversários sem que necessariamente haja o constrangimento das recordações que a poderiam impedir;
d) superação de traumas passados em circunstâncias ora renovadas;
e) novas vivências e aprendizados sem que o passado venha a importunar;
f) aquisição de novas experiências sem qualquer ligação com o passado.
Os que desconhecem o processo alegam que o esquecimento seria impeditivo para a reconstrução do próprio caminho, quando na verdade este apagar das lembranças significa verdadeira benção. Deus nos beneficia com o esquecimento, colocando como que um véu em nossa memória para que os erros e equívocos do passado não sejam amarras ou pesos que nos impeçam de construir ou reconstruir a própria felicidade.
Por outro lado, se quisermos saber o que fomos ou fizemos antes desta existência, basta observar com atenção nossas tendências, habilidades, quedas morais, laços que nos ligam a certas pessoas e poderemos avaliar que tipo de procedimento ou vivência adotamos nas existências anteriores.
Esta análise íntima permite corrigir os caminhos atuais. Para conhecer mais, leitor, procure ler e estudar as questões 392 a 399 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec.
O assunto é empolgante, mas a Doutrina Espírita recomenda muito discernimento, evitando curiosidades desnecessárias. Essencial mesmo é o bom comportamento agora para construir um futuro melhor.
Fonte: Blog Meu Livro Espírita
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