Por André Franchi
Recém-acometido pelo processo de perder um grande companheiro de estimação, um amigão canino, que já estava há pelo menos 10 anos no seio da família e, portanto, tornando-se parte desta, refleti muito sobre todos os estudos e conhecimentos adquiridos, ainda que limitados, e tentei refletir sobre o ocorrido, tentando encontrar interpretações consoladoras, tais quais nossa Doutrina Espírita.
Como sabemos, os animais possuem espírito sim, porém são espíritos que têm características diferentes das nossas, já que estão num nível anterior de evolução. Estes espíritos não encarnam com provas e expiações de cunho moral e ainda não carregam uma bagagem existencial de seus atos praticados em vivências anteriores; portanto, não têm reajustes e nem reparos a ser realizados, o que já é uma mensagem muito otimista, já que nossos amados animais não poderão ser cobrados por vasos que destruíram, por sofás rasgados, pelas mordidas e arranhões praticados e nem por aquele dia de loucura que todos eles têm e que sempre ocasiona uma série de danos.
Então qual é o objetivo da jornada destes espíritos aqui entre nós, encarnados? Talvez, além de vivenciarem o reino animal, desenvolverem funções de automatismo em relação à alimentação e sobrevivência, conviverem “em família” com seres humanos e mais uma série de coisas que fogem ao nosso conhecimento, acredito seriamente que eles também venham, além de aprender, para nos ensinar, o que seria de certa forma, parte de suas missões.
Quando bem tratados, recebedores de nosso amor, carinho e atenção, tornam-se verdadeiros instrutores sobre estes sentimentos. Não se alteram como nós por acontecimentos do dia a dia, não são envolvidos pelo materialismo e nem por egocentrismos, não perdem a paciência por conta de problemas emocionais ou financeiros; pelo contrário, parece que sempre estão num estado “receptivo” constante a espera por nós, por nossas brincadeiras, por nossos afagos, enfim por nossa presença aos seus lados. Manifestam amor e carinho de forma incondicional e, por muitas vezes, o simples fato de estarmos com eles, traz-nos mais tranquilidade, mais paz, uma sensação de estarmos recebendo um colo aconchegante.
Mas, enfim, chegado o dia da separação com nossos amados animais, como devemos enfrentar a situação?
Devemos encarar como um desencarne humano com menos complicações, porém que exige de nós alguns cuidados. Serenidade inicial para controlarmos o nosso egoísmo e ao invés de acharmos que estamos perdendo o “nosso” companheiro, perceber que o mesmo estará se libertando de seu corpo físico, sem nenhum tipo de frustração ou demérito, por não ter necessidades provacionais. Que assim como nós, existe o amparo espiritual para eles, mas que, se ficarmos nos apegando de forma emocional negativa, negando-nos a aceitar o desencarne deles, estaremos atrapalhando o processo do desenlace de seus espíritos dos corpos já moribundos. Então tenhamos tranquilidade e lembremos que os desígnios de Deus são perfeitos, inclusive para eles.
Recordemos sim, com alegria e felicidade dos momentos vividos juntos e agradeçamos ao Senhor por isto. Oremos também por eles, isto não é blasfêmia, afinal, tudo que emana do amor é puro! Oremos sim, para que eles sejam bem recebidos no plano espiritual, que, se for necessário, que nos acompanhem por mais algum tempo, mesmo que não percebamos isto. Oremos para que caso eles necessitem permanecer como animais no plano espiritual, que possam ser úteis, que possam ser felizes e até trabalhar por lá ou quem sabe reencarnar e voltar ao nosso lar...
Dignifiquemos tudo de bom que nos trouxeram e desejemos que prossigam na jornada evolutiva, da maneira mais conveniente e adequada para eles, de acordo com o planejamento divino.
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