quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Pluralidade


por MARCUS VINICIUS DE AZEVEDO BRAGA
Brasília, DF (Brasil)
 



As manchetes de todo o globo estampam a fotografia tirada por uma sonda lançada à Titã, lua de Saturno repleta de gás metano, mostrando a um mundo estarrecido a imagem de animais estranhos, similares a águas-vivas, flutuando e se alimentando diante das lentes curiosas do engenho terráqueo.
Não havendo o que contestar, as imagens caem como uma bomba nos países, mesclando comemorações com protestos, alguns violentos, insuflados por comentários de especialistas de toda natureza. Religiões aparecem tentando dar explicações estapafúrdias; cogitam-se suspeitas de fraudes conspiratórias; as bolsas quebram; suicídios e histerias coletivas ocorrem em várias partes do planeta.
Seres pacatos flutuando nas nuvens de metano causam o caos em mundo egocêntrico, localizado a milhões de quilômetros, diante de uma verdade sabida e negada, que pela sua força causa a quebra de paradigmas e desequilibra os jogos de poder e dominação habituais, onde a ciência mais uma vez muda as relações entre os povos sem pedir licença, dessa vez sem a mordaça da fogueira.
A narrativa desses três parágrafos, apesar do seu fundamento científico sobre a lua de Saturno e sua composição, é uma obra de pura ficção, fruto da imaginação do autor desse texto. Em uma predição de como reagiria nosso mundo à questão patente da pluralidade dos mundos habitados, nesse universo de tamanho insondável, só resta ao autor um cenário pessimista, de caos e confusão.
Enquanto escrevo essas linhas proféticas, a sonda estadunidense “Curiosity” pousa no solo marciano com sucesso, com um diferencial de que esse artefato busca estudar o mesmo metano, presente também em Marte, na busca de desvendar as hipóteses de vida no planeta vermelho, hipótese que anima pesquisadores e investimentos estatais.
Mas, onde encontrará a vida? A vida se faz presente em nosso planeta em várias condições, formas e tamanhos. Mesmo no calor intenso e no frio extremo, na falta do oxigênio ou de luz, diversos estudos demonstram organismos vivos que se adaptaram e sobreviveram nas condições mais adversas. Ainda que negados, os estudos de Darwin explicam o sem-número de fósseis de seres que aqui já viveram, reforçando a pluralidade de formas de vida que abriga a crosta de nosso orbe, hoje e no passado.
Da mesma forma, a cada dia descobrimos uma nova fronteira de nosso universo, nos relembrando que estamos distantes de sermos os maiores, os mais brilhantes ou mais centrais na miríade de galáxias que pululam na lente de cada novo telescópio desenvolvido. Passamos agora a descobrir planetas, encontrando em cada estrela um conjunto de globos que mostram que o nosso sistema solar não é uma aberração e sim mais um sistema entre tantos outros.
Tudo isso demonstra que estamos cada vez mais perto da confirmação do que já sabemos: que não estamos sozinhos no universo! Não adentrarei a casuística dos estudos ufológicos e dos seus sem-número de casos inexplicados, no presente e no passado. Deter-me-ei apenas na constatação de que a vida é um fenômeno surpreendente e que não pode ficar restrita a esse pequenino planetinha azul, por uma simples questão de lógica, diante do tamanho do universo e da existência de Deus.
Apesar da grande quantidade de filmes que tratam desse assunto no campo da ficção, percebo ainda que o mundo está distante de um amadurecimento que permita receber a notícia do “dia em que faremos contato” com mansidão. Não é uma questão de medo de uma invasão, enxergando mais uma vez o homem no alienígena. Trata-se de uma verdade incômoda para as concepções religiosas predominantes, muitas delas ligadas ao poder político, pois estas se fundamentam em deuses encarnados em nosso planeta e povos eleitos do universo, na visão estreita que nos rememora a Idade Média.
O Espiritismo, vanguardista em muitas de suas concepções, incorporou em seu cabedal de ideias básicas a pluralidade dos mundos habitados, consoante com a sua construção doutrinária de um Deus amoroso, e a concepção de progresso e da reencarnação. Conforme dito em O Evangelho segundo o Espiritismo: “A casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito e oferecem, aos Espíritos que neles encarnam, moradas correspondentes ao adiantamento dos mesmos Espíritos”, rompendo de vez a nossa visão etnocêntrica de se achar o centro do Universo, ainda que isso não diminua o amor de Deus por nós.
Refletir sobre o universo em uma noite estrelada... Ver no firmamento a nossa grandeza e a nossa pequenez. Sentir-nos como um viajante nessa jornada entre vidas e planetas, na busca de conquistar a angelitude. Em cada mundo, uma comunidade, crescendo rumo à perfeição. Não sabemos se nessa encarnação veremos o dia da consagração da pluralidade dos mundos habitados, pelo contato com outros seres, mas esperamos que as descobertas que já vieram e ainda estão por vir contribuam não só para a nossa curiosidade, mas para o entendimento da nossa natureza como Espíritos imortais, no universo a caminho da luz.


Livro selecionado: "A Gênese"
O Espiritismo Não Faz Milagres
4. O Espiritismo, pois, vem a seu turno realizar aquilo que cada ciência faz em sua chegada: revelar novas leis, e explicar, por conseguinte, os fenômenos que derivam dessas leis.
Esses fenômenos, é certo, se prendem à existência dos Espíritos e à sua intervenção no mundo material; ora, dizem que isso é sobrenatural. Mas, então, teria sido necessário provar que os Espíritos e suas manifestações são contrários às leis da Natureza; que aí não há, nem pode haver, uma de suas leis.
O Espírito nada mais é senão a alma que sobreviveu ao corpo; é o ser principal, pois, não morre, ao passo que o corpo não é senão um acessório que se destrói. Sua existência, portanto, é também natural, tanto depois quanto durante a encarnação; ela é submetida às leis que regem o princípio espiritual como o corpo é submetido às que regem o princípio material; porém como esses dois princípios têm uma afinidade necessária, e reagem incessantemente um sobre o outro, e de sua ação simultânea resultam o movimento e a harmonia do conjunto, segue-se que a espiritualidade e a materialidade são as duas partes de um mesmo todo, tão naturais uma quanto a outra, e que a primeira não é uma exceção, uma anomalia na ordem das coisas.
5. Durante sua encarnação, o Espírito age sobre a matéria por intermédio de seu corpo fluídico ou perispírito; o mesmo sucede fora da encarnação. Como Espírito, e na medida de suas capacidades, ele faz o que fazia como homem; somente, como não tem mais seu corpo carnal como instrumento, serve-se, quando tal é necessário, dos órgãos materiais de um encarnado, que é chamado médium. Faz como alguém que, não podendo escrever, ele mesmo, serve-se da mão de um secretário; ou que, não sabendo uma língua, serve-se de um intérprete. Um secretário, um intérprete, são os médiuns de um encarnado, como o médium é o secretário ou o intérprete de um Espírito.
6. O ambiente no qual atuam os Espíritos e os meios de execução não são mais os mesmos que no estado de encarnação, e por isso os efeitos são diferentes. Tais efeitos não parecem ser sobrenaturais senão porque são produzidos com o auxílio de agentes que não são aqueles dos quais nos servimos; porém, desde o instante em que tais agentes existem na Natureza, e que os fatos de manifestações se realizam em virtude de certas leis, nada há de sobrenatural nem de maravilhoso. Antes de conhecer as propriedades da eletricidade, os fenômenos elétricos passavam como prodígios, aos olhos de certas pessoas; logo que a causa foi conhecida, o maravilhoso desapareceu. O mesmo sucede com os fenômenos espíritas, que não saem mais da ordem das leis naturais que os fenômenos elétricos, acústicos, luminosos e outros, que foram a fonte de uma quantidade de crenças supersticiosas.
7. Entretanto, alguém poderá dizer: admitis que um Espírito possa levantar uma mesa e mantê-la no espaço sem ponto de apoio; isso não é uma derrogação da lei da gravidade? _ Sim, da lei conhecida; porém, conhecemos todas as leis? Antes que fosse experimentada a força ascensional de certos gases, quem teria dito que uma pesadamáquina, conduzindo diversos homens, pudesse triunfar da força de atração? Aos olhos do vulgo, tal não pareceria maravilhoso, diabólico? Aquele que há um século propusesse transmitir uma mensagem a uma distância de cinqüenta léguas e receber sua resposta em alguns minutos, teria passado por louco; se ele o houvesse feito, seria de se acreditar que tivesse o diabo às suas ordens, pois naquela época só o diabo seria capaz de ir tão depressa; entretanto, hoje a coisa é não somente reconhecida como possível, mas também parece ser inteiramente natural. Por que, pois, um fluido desconhecido não teria a propriedade, em circunstâncias dadas, de contrabalançar o efeito da gravidade, como o hidrogênio contrabalança o peso no balão? É efetivamente o que sucede no caso de que estamos tratando, (O Livro dos Médiuns, capítulo IV).
8. Estando os fenômenos espíritas presentes entre as leis da natureza, produziram-se em todos os tempos; porém precisamente porque seu estudo não se podia fazer pelos meios materiais disponíveis pela ciência vulgar, ficaram por mais tempo que outros no domínio do sobrenatural, de onde o Espiritismo os faz sair hoje.
O sobrenatural, baseado em aparências inexplicadas, deixa livre curso à imaginação, a qual, errante no desconhecido, gera as crenças supersticiosas. Uma explicação racional, fundada sobre as leis da Natureza, reconduz o homem ao terreno da realidade, coloca um ponto de parada aos desvarios da imaginação, e destrói as superstições. Longe de estender o domínio do sobrenatural, o Espiritismo o restringe até os últimos limites e lhe arrebata seu último refúgio. Se faz crer na possibilidade de certos fatos, impede que se acredite em muitos outros, porque demonstra, no círculo da espiritualidade, tal como a ciência no círculo da materialidade, o que é possível e o que não o é. Todavia, como o Espiritismo não tem a pretensão de dar a última palavra sobre todas as coisas, mesmo sobre aquelas que são de sua competência, não se dá a posição de regulador absoluto do possível, e deixa de lado os conhecimentos reservados ao futuro.
9. Os fenômenos espíritas consistem nos diferentes modos de manifestação da alma ou Espírito, seja durante a encarnação, seja no estado de erraticidade. É através de suas manifestações que a alma revela sua existência, sua sobrevivência e sua individualidade; ela é julgada por seus efeitos; a causa sendo natural, o efeito igualmente o é. São tais efeitos que constituem o objeto especial das pesquisas e do estudo do Espiritismo, a fim de chegar ao conhecimento tão completo quanto possível da natureza e dos atributos da alma assim como das leis que regem o princípio espiritual.
10. Para aqueles que negam a existência do princípio espiritual independente, e por conseguinte o da alma individual e sobrevivente, toda a natureza está na matéria tangível; todos os fenômenos que se ligam à espiritualidade, são a seus olhos sobrenaturais, e por conseguinte, quiméricos; não admitindo a causa, não podem admitir o efeito; e quando os efeitos são patentes, eles os atribuem à imaginação, à ilusão, à alucinação, e recusam aprofundá-los; daí, entre tais pessoas, se encontra uma opinião preconcebida que os torna impróprios ao são julgamento do Espiritismo, pois que partem do princípio da negação de tudo quanto não seja material.
11. Do fato, porém, de que o Espiritismo admite os efeitos que são conseqüências da existência da alma, não se segue que aceite todos os efeitos qualificados como maravilhosos, e que se proponha a justificá-los e dar-lhes foros de verdade; que ele se faça o campeão de todos os sonhadores, de todas as utopias, de todas as excentricidades sistemáticas, de todas as lendas miraculosas; seria necessário conhecê-lo muito pouco, para pensar assim. Seus adversários supõem opor-lhe um argumento sem réplica quando, depois de haver realizado eruditas pesquisas sobre os convulsionários de Saint-Médard, sobre os fanáticos das Cevenas, ou as religiosas de Loudun, chegaram a descobrir fatos evidentes de embuste, que ninguém contesta; porém, tais histórias, serão o evangelho do Espiritismo? Seus partidários terão negado que o charlatanismo haja explorado certos fatos em seu proveito? Que o fanatismo os haja exagerado muito? Ele não é solidário com as extravagâncias que podem ser cometidas em seu nome, assim como a ciência verdadeira não compactua com os abusos da ignorância, nem a verdadeira religião, com os excessos do fanatismo. Muitos críticos não opinam sobre o Espiritismo, senão baseados em contos de fadas e nas lendas populares que constituem suas ficções; o mesmo seria julgar a História pelos romances ou tragédias que se escrevem sobre assuntos históricos.
12. Os fenômenos espíritas são espontâneos, na maior parte dos casos, e produzem-se nem nenhuma idéia preconcebida, com pessoas que menos os esperam; em certas circunstâncias, há fenômenos que podem ser provocados por agentes designados sob o nome de médiuns; no primeiro caso, o médium é inconsciente do que se produz por seu intermédio; no segundo, age com conhecimento de causa: daí a distinção dos médiuns conscientes e médiuns inconscientes. Estes últimos são os mais numerosos e são encontrados freqüentemente entre os mais obstinados incrédulos, que assim tomam parte no Espiritismo sem o saber e sem o querer. Os fenômenos espontâneos, por isso mesmo, têm uma importância capital, pois não se pode duvidar da boa fé das pessoas que os obtêm. Dá-se aqui o que se dá com o sonambulismo que, com certos indivíduos, é natural e involuntário, e com outros, provocado pela ação magnética. (1)
Porém, quer estes fenômenos sejam ou não o resultado de um ato da vontade, a causa primária é sempre a mesma e em nada se afasta das leis naturais. Os médiuns não produzem absolutamente nada de sobrenatural; por conseguinte, não fazem nenhum milagre; as próprias curas imediatas não são mais miraculosas do que os outros efeitos, pois elas são devidas à ação de um agente fluídico que faz o papel de agente terapêutico, cujas propriedades não são menos naturais por terem sido desconhecidas até agora. O epiteto de taumaturgos, dado a certos médiuns pela crítica ignorante dos princípios do Espiritismo é, pois, inteiramente impróprio. A qualificação de milagres, dada, por comparação, a estas espécies de fenômenos, somente pode induzir em erro sobre o verdadeiro caráter deles.
13. A intervenção de inteligências ocultas nos fenômenos espíritas não os torna mais miraculosos que todos os demais fenômenos devidos a agentes invisíveis, pois esses seres ocultos que povoam os espaços são uma das potências da natureza, potência cuja ação é incessante sobre o mundo material como sobre o mundo moral.
O Espiritismo, esclarecendo-nos acerca desse poder, nos dá a chave de uma multidão de coisas inexplicadas, e inexplicáveis por quaisquer outros meios e que, em tempos recuados, puderam passar por prodígios; de modo semelhante ao magnetismo, ele revela uma lei, senão desconhecida, pelo menos mal compreendida; ou, dizendo melhor, conhecem-se os efeitos, pois são produzidos em todos os tempos, mas não se conhecia a lei; e a ignorância dessa lei é que engendrou a superstição. Conhecida essa lei, o maravilhoso desaparece e os fenômenos voltam à ordem das coisas naturais. Eis porque os Espíritos tanto fazem um milagre quando fazem girar uma mesa ou fazem os mortos escreverem, quanto o médico faz que um moribundo reviva, ou o físico quando faz cair um raio. Aquele que pretendesse, com o auxílio dessa ciência, fazer milagres, ou seria um ignorante do assunto, ou um charlatão.
14. Pois que o Espiritismo repudia toda pretensão às coisas milagrosas, haveria fora ele milagres na acepção usual da palavra?
Digamos para começar que entre os fatos considerados como milagrosos, os quais sucederam antes do advento do Espiritismo, e que ainda se passam em nossos dias, a maior parte, senão todos, encontram explicação nas leis novas
que ele veio revelar; tais fatos, pois, retornam à ordem dos fenômenos espíritas, embora sob outro nome, e como tais, nada têm de sobrenatural. Fique, porém, bem entendido que aqui não se trata senão de fatos autênticos, e não de casos que, sob o nome de milagres, são o produto de uma indigna sutileza, executada com o objetivo de explorar a credulidade; tampouco nos referimos a certos fatos legendários que, em sua origem, podem ter tido um fundo de verdade, mas que a superstição ampliou até o absurdo. É sobre tais fatos que o Espiritismo vem lançar a luz, proporcionando os meios de fazer distinção entre o erro e a verdade.
(1) O Livro dos Médiuns, cap. V. Revue Spirite; dezembro, 1865, página 370; agosto, 1865, pág. 231.

A Eutanásia na visão espírita
Eutanásia. Do grego ‘eu’ (bom) e ‘tanathos’ (morte). Seria, analisando etimologicamente, a suposta “boa morte”. Cientificamente, uma morte com menores sofrimentos.
A eutanásia é tratada por alguns enfermos como “um meio de se obter uma morte digna”. Não podemos julgar essas pessoas devido aos seus problemas e suas condições de saúde. Mas podemos analisar a palavra digno. Digno é, entre outros significados, alguém ou algo merecedor. Analisemos este termo. Então, no caso, por se encontrarem em um estado grave de enfermidade, algumas pessoas se julgam no direito de determinar o término de sua vida, julgando esta ser uma opção mais correta por não se considerarem merecedoras deste tipo de desencarne. No Livro dos espíritos, os espíritos afirmam que “é sempre culpado aquele que não aguarda o termo que Deus lhe marcou para a existência”.
No livro Após a Tempestade, Joanna de Ângelis define a eutanásia como algo puramente material. “É uma prática nefanda que testemunha a predominância do conceito materialista sobre a vida, que vê apenas a matéria e suas implicações imediatas em detrimento das realidades espirituais, refletindo também a soberania do primitivismo animal na constituição emocional do homem”, afirma. Depois dessa explicação, vemos que esse ato pode parecer bastante pensado aos olhos da pessoa, do ponto de vista material, mas é uma atitude extremamente impensada do ponto de vista espiritual. Queremos que as pessoas pensem realmente se é isso que desejam. Esse ato abrevia o sofrimento de hoje, mas acarreta sofrimentos até maiores a esses espíritos ao longo de sua caminhada evolutiva e contradizem, se for o caso, o respeito dessas pessoas às leis de Deus. Nós, espíritas, temos a consciência de que a eutanásia não é um alívio. Pelo contrário, é o início de grande sofrimento para esse espírito. Tal ato seria uma inconseqüência mediante o que aprendemos em nossa doutrina. Não estamos aqui simplesmente para passar nossa opinião. Estamos, além disso, mostrando o que a Doutrina Espírita tem a nos dizer sobre esse tema tão complexo.
E no caso de uma outra pessoa,seja ela um familiar ou o próprio médico,tomar a decisão de interromper a vida desse enfermo ou colaborar com esse ato? Seria essa uma ação solidária ou inconseqüente, errônea?
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, no Capítulo V (Bem-aventurados os aflitos), item 28 “Um homem está agonizante, presa de cruéis sofrimentos. Sabe-se que seu estado é desesperador. Será lícito pouparem-se-lhe alguns instantes de angústia, apressando-se-lhe o fim?”, nós podemos obter a resposta: “Quem vos daria o direito de prejulgar os desígnios de Deus? Não pode ele conduzir o homem até a borda do fosso, para daí o retirar a fim de fazê-lo voltar a si e alimentar idéias adversas das que tinha? Ainda que haja chegado ao último extremo um moribundo, ninguém pode afirmar com segurança que lhe haja soado a hora derradeira. A ciência não se terá enganado nunca em suas previsões? (...)”
O Evangelho nos responde e ainda toca em uma questão muito importante: a ciência e seus erros, improváveis mas possíveis. Com certeza, acontecem muitos casos de médicos que prevêem um prazo de vida a um enfermo e este se expande muito mais que o esperado. Sabemos que a ciência evolui a cada dia e nos prova coisas consideradas improváveis há tempos atrás. Ela pode até determinar os fatores que podem influenciar uma vida longa ou curta, mas nunca dizer exatamente quando será o termo de uma vida. Isso só cabe a Deus.
Por todos esses fatores, devemos ser contra a Eutanásia (não esquecendo, claro, do livre arbítrio) mas, acima de tudo, devemos nosmostrar solidários aos enfermos, argumentando sobre a decisão destes de abreviar sua vida, mostrando-lhe que é importante à sua família, sem entrar na questão do desencarne (pós-morte) em se tratando de uma pessoa que não tenha religião ou que não seja espiritualista, mostrar a esta uma maneira de ser útil à sociedade, de ter auto-estima, de se sentir alguém.
Ramon Campos Mitchell da Silva
Bibliografia básica:

1. wikipedia.org
2. Michalik, Marco Túlio - Revista cristã de Espiritismo - edição 20.
3. Kardec, Allan – O Livro dos Espíritos – Edição: Federação Espírita Brasileira – Tradução Guillon Ribeiro.
4. Kardec, Allan – O Evangelho Segundo o Espiritismo – Edição: Federação Espírita Brasileira – Tradução: Guillon Ribeiro.
5. Angelis, Joanna de – Após a Tempestade.

domingo, 16 de setembro de 2012

A exaltação da cortesia



À frente da multidão de sofredores e desalentados, relacionou o Mestre as bem-aventuranças,
destacando, com ênfase, a declaração de que os mansos herdariam a Terra.

A afirmativa, porém, soou entre os discípulos de maneira menos agradável.

Tal asserção não seria encorajamento à ociosidade mental?

Se o Evangelho reclamava espíritos valorosos na sementeira das verdades renovadoras,
como acomodar a promessa com a necessidade do destemor? Se o mal era atrevido e contundente,
em todos os climas e posições, como estabelecer o triunfo inadiável do bem através da
incapacidade de reagir, embora pacificamente?

Nessas interrogações imprecisas, reuniu-se a assembléia familiar no domicílio de Pedro.

Iniciados os comentários edificantes da noite, entreolhavam-se os discípulos entre a indagação
e a curiosidade.

O Divino Amigo parecia perceber os motivos da expectação, em torno, mas esperava,
sereno, que os seguidores se pronunciassem.

Foi então que Judas, rompendo o véu de respeito que aureolava a presença do Mestre,
inquiriu, loquaz:

— Senhor, por que atribuíste aos mansos a posse final da Terra? Os corações acovardados
gozarão de semelhante bênção? Os incapazes de testemunhar a fé, nos momentos graves
de luta e sacrifício, serão igualmente bem-aventurados?

Jesus não respondeu, de imediato.

Vagueou o olhar, através dos circunstantes, como a pedir-lhes a exposição de quaisquer
dúvidas que lhes povoassem a alma.

Pedro cobrou ânimo e perguntou:

— Sim, Mestre: se um malfeitor visitar-me a casa, não devo recordar-lhe os imperativos
do acatamento recíproco? Entregar-me-ei sem qualquer admoestação fraternal aos seus delituosos
caprichos, a pretexto de guardar a mansidão a que te referiste?

O Cristo sorriu, como tantas vezes, e enunciou, calmo:

— Enganaram-se todos, naturalmente. Eu não fiz o elogio da preguiça, que se mascara
de humildade, nem da covardia que se veste de cordura para melhor acomodar-se às conveniências
humanas. As criaturas que se afeiçoam a semelhantes artifícios sofrerão duramente os
instrumentos espirituais de que o mundo se utiliza para reajustar os caracteres tortuosos e indecisos.
Exaltei, na realidade, a cortesia de que somos credores uns dos outros. Bem-aventurados
os homens de trato ameno que sabem usar a energia construtiva entre o gesto de
bondade e o verbo da compreensão! Bem-aventurados os filhos do equilíbrio e da gentileza
que aprendem a negar o mal, sem ferir o irmão ignorante que os solicita sem saber o que pede!
Abençoados os que repetem mil vezes a mesma lição, sem alarde, para que o próximo lhes
aproveite a influenciação na felicidade justa de todos! Bem-aventurados aqueles que sabem
tratar o rico e o pobre, o sábio e o inculto, o bom e o mau, com espírito de serviço e entendimento,
dando a cada um, de conformidade com os seus méritos e necessidades e deixando os
sinais de melhoria, de elevação, bem-estar e contentamento por onde cruzam! Em verdade vos
digo que a eles pertencerá o domínio espiritual da Terra, porque todo aquele que acolhe os
semelhantes, dentro das normas do amor e do respeito, é senhor dos corações que se aperfeiçoam
no mundo!

Alívio e alegria transbordaram do ânimo geral e, de olhos fitos, agora, nas águas imensas
do grande lago, o Senhor pediu a Mateus encerrasse o fraterno entendimento da noite, pronunciando
uma prece.

Do livro "Jesus no Lar", pelo Espírito Neio Lúcio, psicografado por Francisco Cândido Xavier.

domingo, 9 de setembro de 2012

LIMA DUARTE FALA DE SUAS MEMÓRIAS DO ESPIRITISMO NO TRÂNGULO MINEIRO E INTERIOR DE SÃO PAULO
















A página da Rádio Espiritismo BH trouxe-nos a entrevista feita com o ator 
Lima Duarte, que fará o papel de Dimas no filme baseado no livro homônimo 
"E A Vida Continua", de André Luiz.

Lima Duarte fala de sua infância e juventude, do movimento espírita no 
triângulo mineiro, de sua iniciação no mundo das artes ainda no movimento 
espírita, da mediunidade de sua mãe e de muitas outras coisas importantes à 
memória espírita, além de curiosas e interessantes.

Quem diria que um ícone do teatro, televisão e cinema brasileiros teria tantas 
marcas deixadas pelo espiritismo?


http://espiritismobh.net/index.php?option=com_content&view=article&id=297:Depoimento%20de%20Lima%
20Duarte&catid=58:Videos%20Extras&Itemid=118

Fonte:  http://espiritismocomentado.blogspot.com.br/2012/08/lima-duarte-fala-de-suas-memorias-do.html


sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A Renovação da Terra

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Fonte: Revista Internacional de Espiritismo, ano LXXXVIII, nº 08, Setembro de 2012

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Cuidado com os pseudo livros espíritas

Clique nas imagens para ampliá-las.



Fonte: Revista Internacional de Espiritismo, ano LXXXVII, nº 07, Agosto de 2012

domingo, 2 de setembro de 2012

Pequena entrevista com o autor Richard Simonetti sobre o Espiritismo e os Espíritas do Brasil

Clique na imagem para ampliar.


Fonte: Revista Internacional de Espiritismo, ano LXXXVIII, nº 08, Setembro de 2012