segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Carta de Ano Novo

Ano Novo é também renovação de nossa oportunidade de aprender, trabalhar e servir.

O tempo, como paternal amigo, como que se reencarna no corpo do calendário, descerrando-nos horizontes mais claros para a necessária ascensão.

Lembra-te de que o ano em retorno é novo dia a convocar-te para execução de velhas promessas, que ainda não tiveste a coragem de cumprir.

Se tens inimigo, faze das horas renascer-te o caminho da reconciliação.

Se foste ofendido, perdoa, a fim de que o amor te clareie a estrada para frente.

Se descansaste em demasia, volve ao arado de tuas obrigações e planta o bem com destemor para a colheita do porvir.

Se a tristeza te requisita, esquece-a e procura a alegria serena da consciência feliz no dever bem cumprido.

Novo Ano! Novo Dia!

Sorri para os que te feriram e busca harmonia com aqueles que te não entenderam até agora.

Recorda que há mais ignorância que maldade, em torno de teu destino.

Não maldigas, nem condenes.

Auxilia a acender alguma luz para quem passa ao teu lado, na inquietude da escuridão.

Não te desanimes, nem te desconsoles.

Cultiva o bom ânimo com os que te visitam, dominados pelo frio do desencanto ou da indiferença.

Não te esqueças de que Jesus jamais se desespera conosco e, como que oculto ao nosso lado, paciente e bondoso, repete-nos de hora a hora:

- Ama e auxilia sempre. Ajuda aos outros, amparando a ti mesmo, porque se o dia volta amanhã, eu estou contigo, esperando pela doce alegria da porta aberta de teu coração.



Emmanuel


Página psicografada pelo médium Chico Xavier

Extraído do site www.febnet.org.br

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Natal

Pelo Espírito Emmanuel.

Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Livro: Antologia Mediúnica do Natal. Lição nº 17. Página 53.


“Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra e boa vontade para com os homens.” - Lucas, 2:14.

As legiões angélicas, junto à Manjedoura, anunciando o Grande Renovador, não apresentaram qualquer ação de reajuste violento.

Glória a Deus no Universo Divino.

Paz na Terra.

Boa vontade para com os Homens.

O Pai Supremo, legando a nova era de segurança e tranquilidade ao mundo, não declarava o Embaixador Celeste investido de poderes para ferir ou destruir.

Nem castigo ao rico avarento.

Nem punição ao pobre desesperado.

Nem desprezo aos fracos.

Nem condenação aos pecadores.

Nem hostilidade para com o fariseu orgulhoso.

Nem anátema contra o gentio inconsciente.

Derramava-se o Tesouro Divino, pelas mãos de Jesus, para o serviço da Boa Vontade.

A justiça do "olho por olho" e do "dente por dente" encontrara, enfim, O Amor disposto à sublime renúncia até à cruz.

Homens e animais, assombrados ante a luz nascente na estrebaria, assinalaram júbilo inexprimível...

Daquele inolvidável momento em diante a Terra se renovaria.

O algoz seria digno de piedade.

O inimigo converter-se-ia em irmão transviado.

O criminoso passaria à condição de doente.

Em Roma, o povo gradativamente extinguiria a matança nos circos.

Em Sídon, os escravos deixariam de ter os olhos vazados pela crueldade dos senhores.

Em Jerusalém, os enfermos não mais sofreriam relegados ao abandono nos vales de imundície.

Jesus trazia consigo a mensagem da verdadeira fraternidade e, revelando-a, transitou vitorioso, do berço de palha ao madeiro sanguinolento.

Irmão, que ouves no Natal os ecos suaves do cântico milagroso dos anjos, recorda que o Mestre, veio até nós para que nos amemos uns aos outros...

Natal!...

Boa Nova!...

Boa Vontade!...

Estendamos a simpatia a todos e comecemos a viver realmente com Jesus, sob os esplendores de um novo dia.

Prece de Natal


Pelo Espírito Emmanuel.

Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Livro: À Luz da Oração. Lição nº 52. Página 108.


Senhor!...

Enquanto o júbilo do Natal acende a flama da oração, renova-nos para o mundo melhor.

Há quem diga que a fé se perdeu nas engrenagens da civilização e que a ciência na Terra apagou a luz espiritual.

Em verdade, Mestre, o homem que já controla as energias atômicas prepara-se à conquista das forças cósmicas, qual se fosse comandante da vida. Entretanto, à frente dos olhos, não temos somente o egoísmo e a vaidade que lhe comprometem a grandeza, semelhante a magnificente palácio sobre chão de explosivos...

Em toda parte, marginando a carruagem dos poderosos, arrastam-se os vencidos de todas as condições. Muitos enlouqueceram, no excesso de conforto, e vagueiam nas furnas dos entorpecentes; outros, terrificados na visão dos crimes perfeitos, nascidos da pompa intelectual, jazem mutilados mentalmente nas trincheiras do hospício. Milhões erguem os braços por antenas de dor, no imenso mar das provações humanas, quais náufragos, nos esgares da morte, junto de multidões agitadas e infelizes cansadas de incerteza e desilusão...

Por tudo isso, Senhor, nós, que tantas vezes te negamos acesso às portas da alma, esperamos por Ti, nos campos atormentados do coração.

Dobra-nos a orgulhosa cerviz, diante da manjedoura, em que exemplificas a abnegação e a simplicidade e perdoando ainda nossas fraquezas e as nossas mentiras, ensina-nos, de novo, a humildade e o serviço, a concórdia e o perdão, com a melodia sempre nova do Teu cântico de esperança: - Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra e Boa Vontade para os homens!...

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

O homem do pontinho preto


Por Marcus Vinicius de Azevedo Braga

Oswaldo era um pessimista inveterado. Os amigos diziam que ele sempre via o pontinho preto na tela toda branca. Mas ele não se via assim. Se via como um realista, precavido quanto aos dissabores do amanhã, alerta para as ameaças que poderiam surgir ali na esquina.

Entre reclamações e críticas, Oswaldo sempre olhava o copo meio vazio, o pior ângulo e em tudo esperava sempre o pior, em uma total ausência de fé e de esperança. Desconfiava de tudo e de todos, e não se abria, temeroso do que poderiam fazer aqueles que se dispusessem a ser seus amigos.

Quando pediam a sua opinião, lá vinha ele com alarmismos, julgando a todos mal e vendo sempre a má fé e a esperteza de cada um... Um verdadeiro agourento, diziam alguns, tornava-se uma pessoa isolada pela comunidade, por esse seu jeito negativo, o que reforçava a sua visão pessimista do ser humano.

Um dia, no seu leito de desencarne, confessou a um dos poucos amigos que assim agia pois havia sofrido muitas solapadas da vida, o que lhe fez ficar pessimista, sem esperança, achando que viria sempre o pior. Ao chegar do outro lado, se surpreendeu, por ver que a vida continuava, com suas lutas e desafios.

O otimismo é uma virtude, mas que se enfraquece pelo remorso, pelo sofrimento reiterado, pelas dores que traumatizam o espírito encarnado. Uma conquista, pois apesar de parecer fácil enxergar a tela branca, o pessimista se fixa ao ponto preto, aprisionado pela dor que viveu.

Assim, exigir o otimismo demanda entender por que certos irmãos se detêm a uma visão negativa da vida, repleta de desconfianças, pensando sempre o pior. Por vezes, aquele irmão não conseguiu se libertar do emaranhado de dores que ele carrega no coração, dessa vida e de outras, e precisa de ajuda.

Isso é muito comum nas reuniões mediúnicas, na qual espíritos sofredores que perambulam arrastando as suas dores cultivam a descrença em dias melhores, enxergando apenas o pior, esquecidos de que existe uma luz maior a nos guiar, bastando, por vezes, apenas levantar a cabeça.

A dor, qualquer uma, tem efeitos retardados, e isso faz com que o chamado trauma nos impeça de ver o melhor que poderá vir, construído pela nossas mãos. Como confiar, se já fomos feridos? Como pensar no melhor, se já vivenciamos tanto sofrimento?

Esse pontinho preto pode ser infinito e nele ficarmos aprisionados, sem perceber quanta coisa boa existe no mundo, produzido pelas mãos humanas, e quantas pessoas que dão exemplos de superação de seus desafios. Mas, para se desviar desse ponto preto, fixo, precisamos por vezes de ajuda. É preciso insistir nesse ponto...

Diante do amigo pessimista, que sempre espera o pior, que não confia em ninguém, ao invés do isolamento, pense que ele precisa de um abraço, de uma boa conversa, e que ele precisa de pessoas que o ajudem a reencontrar a sua “fé na vida, fé no homem”.

E para isso, não basta mostrar a ele coisas boas, mas convidá-lo a construí-las, com o seu esforço, para que ele veja, de forma desalienada, a força do bem, potência transformadora que realiza o que seria mais próximo de um milagre em nosso planeta.

Assim, os realistas de plantão colecionarão outras realidades, que mudarão as suas lentes, não para a ingenuidade que enfraquece, mas para o amor que liberta, vendo em cada um à sua essência divina.

Fonte: Correio Espírita

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Filho adotivo na visão Espírita


Sabemos que nada ocorre por acaso. A formação de um lar é um planejamento que se desenvolve no Mundo Espiritual. Assim como filhos biológicos, nossos filhos adotivos também são companheiros de vidas passadas. E nossa vida de hoje é resultado do que angariamos para nós mesmos, no passado. Surge, então, a indagação: "se são velhos conhecidos e deverão se encontrar no mesmo lar, por que já não nasceram como filhos naturais?" Na literatura espírita encontramos vários casos de filhos que, em função do orgulho, do egoísmo e da vaidade, se tornaram tiranos de seus pais, escravizando-os aos seus caprichos e pagando com ingratidão e dor a ternura e zelo paternos. 

De retorno à Pátria Espiritual (ao desencarnarem), ao despertarem-lhes a consciência e entenderem a gravidade de suas faltas, passam a trabalhar para recuperarem o tempo perdido e se reconciliarem com aqueles a quem lesaram afetivamente. Assim, reencontram aqueles mesmos pais a quem não valorizaram, para devolver-lhes a afeição machucada, resgatando o carinho, o amor e a ternura de ontem. Porque a lei é a de Causa e Efeito. Não aproveitada a convivência com pais amorosos e desvelados, é da Lei Divina que retomem o contato com eles como filhos de outros pais chegando-lhes aos braços pelas vias de adoção. Aos pais cabe o trabalho de orientar estes filhos e conduzi-los ao caminho do bem, independente de serem filhos consangüíneos ou não.

A responsabilidade de pais permanece a mesma. Recebendo eles no lar a abençoada experiência da adoção, Deus sinaliza aos cônjuges estar confiando em sua capacidade de amar e ensinar, perdoar e auxiliar aos companheiros que retornam para hoje valorizarem o desvelo e atenção que ontem não souberam fazer. Trazem no coração desequilíbrios de outros tempos ou arrependimento doloroso para a solução dos quais pedem, ao reencarnarem, a ajuda daqueles que os acolhem, não como filhos do corpo, mas sim filhos do coração. Allan Kardec elucida: "Não são os da consangüinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de idéias".


DEVEMOS ESCONDER QUE ELES SÃO ADOTIVOS?


Um dos maiores erros que alguns pais adotivos cometem é o de esconder a verdade aos seus filhos. É importante, desde cedo, não esconder a verdade. Ás vezes, fazem por amor, já que os consideram totalmente como filhos; outros o fazem por medo de perder a afeição e o carinho deles. 

Quando os filhos adotivos crescem, aprendendo no lar valores morais elevados, sentem-se mais amados por entenderem que o são, não por terem nascido de seus pais, mas sim frutos de afeição sincera e real, e passam a entender que são filhos queridos do coração. Revelar-lhes a verdade somente na idade adulta é destruir-lhes todas as alegrias vividas, é alterar-lhes a condição de filhos queridos em órfãos asilados à guisa de pena e compaixão. 

Não devemos traumatizá-los, livrando-os do risco de perderem a oportunidade de aprendizado no hoje. André Luiz esclarece-nos quanto a este perigo: "Filhos adotivos, quando crescem ignorando a verdade, costumam trazer enormes complicações, principalmente quando ouvem esclarecimentos de outras pessoas". Identicamente ao que ocorre em relação aos nossos filhos biológicos, buscar o diálogo franco e sincero, com base no respeito mútuo, sob a luz da orientação cristã de conduta. Pais que conversam com os filhos fortalecem os laços afetivos, tornando a questão da adoção coisa secundária. 

Recebendo em nossa jornada terrena a oportunidade de ter em nosso lar um filho adotivo, guardemos no coração a certeza de que Jesus está nos confiando a responsabilidade sagrada de superar o próprio orgulho e vaidade, amando verdadeiramente e desinteressadamente a criatura de Deus confiada em trabalho de educação e amparo. E, ajudando-o a superar suas próprias mazelas, amanhã poderá retornar ao seio daqueles que o amam na posição de filho legítimo.


É CERTO A ADOÇÃO POR CASAIS HOMOSSEXUAIS?


Raul Teixeira responde: “O amor não tem sexo. 

Como é que podemos imaginar que o melhor para uma criança é ser criada na rua, ao relento, submetida a todo tipo de execração, a ser criada nutrida, abençoada por um lar de casal homossexual? 

Muita gente assevera que a criança corre riscos. 

Mas como? Nós estamos acompanhando as crianças correndo riscos nas casas de seus pais heterossexuais todos os dias. Outros afirmam que a criança criada por homossexuais poderá adotar a mesma postura, a mesma orientação sexual. O que também é falso. A massa de homossexuais do mundo advêm de lares heterossexuais. Então, teremos de concluir que são os casais heterossexuais que formam os homossexuais. Logo,não devemos entrar nessa discussão que é tola e preconceituosa. aquele que tem amor para dar que dê.”

Amemos nossos filhos, sem cogitar se nos vieram aos braços pela descendência física ou não, como encargo abençoado com que o Céu nos presenteia. Encerremos com Emmanuel:"Recorda que, em última instância, seja qual seja a nossa posição nas equipes familiares da Terra, somos, acima de tudo, filhos de Deus".


domingo, 9 de dezembro de 2018

Kardec esclarece: Influência Moral dos Médiuns, parte 5

(continuação)
É essa a pedra de toque das imaginações ardentes. Porque, levados pelo ardor das suas próprias idéias, pelos artifícios dos seus conhecimentos literários, os médiuns desprezam o ditado modesto de um Espírito prudente e, deixando a presa pela sombra, os substituem por uma paráfrase empolada. Contra esse temível escolho se chocam também as personalidades ambiciosas que, na falta das comunicações que os Espíritos bons lhe recusam, apresentam as suas próprias obras como sendo deles. Eis porque é necessário que os dirigentes de grupos sejam dotados de tato apurado e de rara sagacidade, para discernir as comunicações autênticas e ao mesmo tempo não ferir os que se deixam iludir.

Na dúvida, abstém-te, diz um dos vossos antigos provérbios. Não admitais, pois, o que não for para vós de evidência inegável. Ao aparecer uma nova opinião, por menos que vos pareça duvidosa, passai-a pelo crivo da razão e da lógica. O que a razão e o bom senso reprovam, rejeitai corajosamente. Mais vale rejeitar dez verdades do que admitir uma única mentira, uma única teoria falsa(11).

Com efeito, sobre essa teoria podereis edificar todo um sistema que desmoronaria ao primeiro sopro da verdade, como um monumento construído sobre a areia movediça. Entretanto, se rejeitais hoje certas verdades, porque não estão para vós clara e logicamente demonstradas, logo um fato chocante ou uma demonstração irrefutável virá vos afirmar a sua autenticidade.

Lembrai-vos, entretanto, ó espíritas! De que nada é impossível para Deus e para os Espíritos bons, senão a injustiça e a iniqüidade.

O Espiritismo já está hoje bastante divulgado entre os homens, e já moralizou suficientemente os adeptos sinceros da sua doutrina, para que os Espíritos não se vejam mais obrigados a utilizar maus instrumentos, médiuns imperfeitos. Se agora, portanto, um médium, seja qual for, por sua conduta ou seus costumes, por seu orgulho, por sua falta de amor e de caridade, der um motivo legítimo de suspeição, rejeitai, rejeitai as suas comunicações, porque há uma serpente oculta na relva. Eis a minha conclusão sobre a influência moral dos médiuns. – ERASTO.


Fonte: O Livro dos Médiuns

Kardec esclarece: Influência Moral dos Médiuns, parte 4

(continuação)
230. A instrução, sobre este assunto, nos foi dada por um Espírito de que já reproduzimos muitas comunicações:

Já o dissemos: os médiuns, como médiuns, exercem influência secundária nas comunicações dos Espíritos. Sua tarefa é a de uma máquina elétrica de transmissão telegráfica entre dois lugares distantes da Terra. Assim, quando queremos ditar uma comunicação, agimos sobre o médium como o telegrafista sobre o aparelho. Quer dizer, da mesma maneira que o tique do telégrafo vai traçando, a milhares de léguas, numa tira de papel, os sinais reprodutores do despacho, nós também nos comunicamos através das distâncias imensuráveis que separam o mundo visível do mundo invisível, o mundo imaterial do mundo encarnado, aquilo que desejamos vos ensinar por meio do aparelho mediúnico.

Mas, assim também como as influências atmosféricas freqüentemente atuam sobe as transmissões telegráficas e as perturbam, a influência moral do médium age algumas vezes sobre a transmissão dos nossos despachos de além túmulo e os perturbam, por que somos obrigados a fazê-los atravessar um meio contrário. Entretanto, na maioria das vezes essa influência é anulada pela nossa energia e a nossa vontade, e nenhuma perturbação se verifica. Com efeito, os ditados de elevado alcance filosófico, as comunicações de moralidade perfeita são transmitidas às vezes por médiuns pouco apropriados a essa função superior, enquanto de outro lado, comunicações pouco edificantes chegam às vezes por médiuns que se envergonham de lhes servir de condutores.(7)

De maneira geral, pode-se afirmar que os Espíritos similares se atraem, e que raramente os Espíritos das plêiades elevadas se comunicam por mal condutores, quando podem dispor de bons aparelhos mediúnicos, de bons médiuns, numa palavra.

Os médiuns levianos, pouco sérios, chamam, pois, os Espíritos da mesma natureza. É por isso que as suas comunicações se caracterizam pela banalidade,a frivolidade, as idéias truncadas e quase sempre muito heterodoxas, falando-se espiritualmente.(8) Certamente eles podem dizer e dizem às vezes boas coisas, mas é precisamente nesse caso que é preciso submetê-las a um exame severo e escrupuloso. Porque, no meio das boas coisas, certos Espíritos hipócritas insinuam com habilidade e calculada perfídia fatos imaginados, asserções mentirosas, como fim de enganar os ouvintes de boa fé.

Deve-se então eliminar sem piedade toda palavra e toda frase equívocas, conservando no ditado somente o que a lógica aprova ou o que a Doutrina já ensinou.

As comunicações dessa natureza só são perigosas para os espíritas que agem isolados, os grupos recentes ou pouco esclarecidos, porque, nas reuniões de adeptos mais adiantadas e experientes, é inútil a gralha de se adornar com penas de pavão, pois será sempre impiedosamente descoberta.(9)

Não falarei dos médiuns que se comprazem em solicitar e receber comunicações obscenas. Deixá-los que se comprazam na sociedade dos Espíritos cínicos. Aliás, as comunicações dessa espécie exigem por si mesmas a solidão e o isolamento. Não poderiam, em qualquer circunstância, senão provocar o desdém e a repugnância entre os membros de grupos filosóficos e sérios.

Mas onde a influência moral do médium se faz realmente sentir é quando este substitui pelas suas pessoas aquelas que os Espíritos se esforçam por lhe sugerir. É ainda quando ele tira, da sua própria imaginação, as teorias fantásticas que ele mesmo julga, de boa fé, resultar de uma comunicação intuitiva. Nesse caso, há mil possibilidades contra uma de que isso não passe de reflexo do Espírito pessoal do médium.

Acontece mesmo este fato: a mão do médium se movimenta às vezes quase mecanicamente, impulsionada por um Espírito secundário e zombeteiro.(10)


Kardec esclarece: Influência Moral dos Médiuns, parte 3

(continuação)
228. Todas as imperfeições morais são portas abertas aos Espíritos maus, mas a que eles exploram com mais habilidade é o orgulho, porque é essa a que menos a gente se confessa a si mesmo. O orgulho tem posto a perder numerosos médiuns dotados das mais belas faculdades, que, sem ele, seriam instrumentos excelentes e muito úteis.

Tornando-se presa de Espíritos mentirosos, suas faculdades foram primeiramente pervertidas, depois aniquiladas, e diversos se viram humilhados pelas mais amargas decepções.

O orgulho se manifesta, nos médiuns, por sinais inequívocos, para os quais é necessário chamar a atenção, porque é ele um dos elementos que mais devem despertar a desconfiança sobre a veracidade das suas comunicações. Começa por uma confiança cega na superioridade das comunicações recebidas e na infalibilidade do Espírito que as transmite. Disso resulta um certo desdém por tudo o que não procede deles, que julgam possuir o privilégio da verdade.(5)

O prestígio dos grandes nomes com que se enfeitam os Espíritos que se dizem seus protetores os deslumbra. E como o seu amor próprio sofreria se tivessem de se confessar enganados, repelem toda espécie de conselhos e até mesmo os evitam, afastando-se dos amigos e de quem quer que lhes possam abrir os olhos. Se concordarem em ouvir essas pessoas, não dão nenhuma importância às suas advertências, porque duvidar da superioridade do Espírito que os guia seria quase uma profanação.

Chocam-se com a menor discordância, com a mais leve observação crítica, e chegam às vezes a odiar até mesmo as pessoas que lhes prestam serviços.

Favorecendo esse isolamento provocado pelos Espíritos que não querem ter contraditores esses mesmos Espíritos tudo fazem para os entreter nas suas ilusões, levando-os ingenuamente a considerar os maiores absurdos como coisas sublimes.

Assim: confiança absoluta na superioridade das comunicações obtidas, desprezo pelas que não vierem por seu intermédio, consideração irrefletida pelos grandes nomes, rejeição de conselhos, repulsa a qualquer crítica, afastamento dos que podem dar opiniões desinteressadas, confiança na própria habilidade apesar da falta de experiência – são essas as características dos médiuns orgulhos.(6)

Necessário lembrar ainda que o orgulho é quase sempre excitado no médium pelos que dele se servem. Se possui faculdades um pouco além do comum, é procurado e elogiado, julgando-se indispensável e logo afetando ares de importância e desdém, quando presta o seu concurso. Já tivemos de lamentar, várias vezes, os elogios feitos a alguns médiuns, com a intenção de encorajá-los.

229. Ao lado desse quadro,vejamos o do médium verdadeiramente bom, em que se pode confiar.

Suponhamos, primeiro, uma facilidade de execução suficientemente grande para permitir que os Espíritos se comuniquem livremente, sem o embaraço de qualquer dificuldade material. Isso posto, o que mais importa considerar é a natureza dos Espíritos que o assistem habitualmente, e para tanto o que mais nos deve interessar não são os nomes, mas a linguagem. Jamais ele deve esquecer-se de que a simpatia que conseguir entre os Espíritos bons estará na razão dos esforços para afastar os maus. Convicto de que a sua faculdade é um dom que lhe foi concedido, para o bem, não se prevalecerá dela de maneira alguma, nem se atribuirá qualquer mérito por possuí-la. Recebe como uma graça às boas comunicações, devendo esforçar-se por merecê-las através da sua bondade, da sua benevolência e da sua modéstia. O primeiro se orgulha de suas relações com os Espíritos superiores; este se humilha, por se considerar sempre indigno desse favor.


Kardec esclarece: Influência Moral dos Médiuns, parte 2

(continuação)
10. Se ele simpatiza apenas com os bons Espíritos, como estes permitem que seja enganado? (2)

— Os Espíritos bons permitem que os melhores médiuns sejam às vezes enganados, para que exercitem o seu julgamento e aprendam a discernir o verdadeiro do falso. Além disso, por melhor que seja um médium, jamais é tão perfeito que não tenha um lado fraco, pelo qual possa ser atacado. Isso deve servir-lhe de lição. As comunicações falsas que recebe de quando em quando são advertências para evitar que se julgue infalível e se torne orgulhoso. Porque o médium que recebe as mais notáveis comunicações não pode se vangloriar mais do que o tocador de realejo, que basta virar a manivela do seu instrumento para obter belas árias.

11. Quais as condições necessárias para que a palavra dos Espíritos superiores nos chegue sem qualquer alteração?

— Desejar o bem e repelir o egoísmo e o orgulho: ambos são necessários.

12. Se a palavra dos Espíritos superiores só nos chega pura em condições tão difíceis, isso não é um obstáculo à propagação da verdade?

— Não, porque a luz chega sempre ao que a deseja receber. Aquele que deseja esclarecer-se deve fugir das trevas, e as trevas estão na impureza do coração. Os Espíritos que consideras como personificações do bem não atendem de boa vontade aos que têm o coração manchado de orgulho, de cupidez e falta de caridade. Que se livrem, pois, de toda a vaidade humana, os que desejam esclarecer-se, e humilhem a sua razão ante o poder infinito do Criador. Será essa a melhor prova de sua sinceridade. E todos podem cumprir essa condição.(3)

227. Se o médium, quanto à execução, é apenas um instrumento, no tocante à moral exerce grande influência. Porque o Espírito comunicante identifica-se com o Espírito do médium, e para essa identificação é necessário haver simpatia entre eles, e se assim podemos dizer, afinidade. (4)

A alma exerce sobre o Espírito comunicante uma espécie de atração ou de repulsão, segundo o grau de semelhança ou dessemelhança entre eles. Ora, os bons têm afinidade com os bons e os maus com os maus, de onde se segue que as qualidades morais do médium têm influência capital sobre a natureza dos Espíritos que se comunicam por seu intermédio.

Se o médium é de baixa moral, os Espíritos inferiores se agrupam em torno dele e estão sempre prontos a tomar o lugar dos bons Espíritos a que ele apelou. As qualidades que atraem de preferência os Espíritos bons são: a bondade, a benevolência, a simplicidade de coração, o amor ao próximo, o desprendimento das coisas materiais. Os defeitos que os afastam são: o orgulho, o egoísmo, a inveja, o ciúme, o ódio, a cupidez, e sensualidade e todas as paixões pelas quais o homem se apega à matéria.


Kardec esclarece: Influência Moral dos Médiuns, parte 1



QUESTÕES DIVERSAS

DISSERTAÇÃO DE UM ESPÍRITO SOBRE A INFLUÊNCIA MORAL


226. 1. O desenvolvimento da mediunidade se processa na razão do desenvolvimento moral do médium?

— Não. A faculdade propriamente dita é orgânica, e portanto independente da moral. Mas já não acontece o mesmo com o seu uso, que pode ser bom ou mau, segundo as qualidades do médium.

2. Sempre se disse à mediunidade é um dom de Deus, uma graça, um favor divino. Porque, então, não é um privilégio dos homens de bem? E porque há criaturas indignas que a possuem no mais alto grau e a empregam no mau sentido?

— Todas as nossas faculdades são favores que devemos agradecer a Deus, pois há criaturas que não as possuem. Podias perguntar porque Deus concede boa visão a malfeitores, destreza aos larápios, eloqüência aos que só a utilizam para o mal. Acontece o mesmo com a mediunidade. Criaturas indignas a possuem porque dela necessitam mais do que as outras, para se melhorarem. Pensas que Deus recusa os meios de salvação dos culpados? Ele os multiplica nos seus passos, coloca-os nas suas próprias mãos. Cabe a eles aproveitá-los. Judas, o traidor, não fez milagres e não curou doentes, como apóstolo? Deus lhe permitiu esse dom para que mais odiosa lhe parecesse à traição.

3. Os médiuns que empregam mal as suas faculdades, que não as utilizam para o bem ou que não as aproveitam para a sua própria instrução, sofrerão as conseqüências disso?

— Se as usarem mal, serão duplamente punidos, pois perdem a oportunidade de aproveitar um meio a mais de se esclarecerem. Aquele que vê claramente e tropeça é mais censurável que o cego que cai na valeta.

4. Há médiuns que recebem comunicações espontâneas, quase freqüentemente, sobre um mesmo assunto, tratando de certas questões morais, por exemplo, relativas a determinados defeitos. Terá isso algum fim?

— Sim, e a finalidade é esclarecê-los a respeito do assunto constantemente repetido, ou corrigi-los de certos defeitos. É por isso que a uns os Espíritos falam sempre do orgulho, a outros da caridade, pois somente a insistência poderá por fim abrir-lhes os olhos. Não há médium empregando mal a sua faculdade, seja por ambição ou interesse, ou prejudicando-a por um defeito essencial, como o egoísmo, o orgulho, a leviandade, e que não receba de tempos em tempos alguma advertência dos Espíritos. O mal é que na maioria das vezes ele não a toma para si mesmo.


Observação de Kardec: Os Espíritos dão lições quase sempre com reserva, de maneira indireta, para deixarem maior mérito aos que as aproveitam. Mas são tais a cegueira e o orgulho de certas pessoas, que elas não reconhecem nas lições recebidas. E ainda mais: se o Espírito lhes dá a entender que se referem a elas, zangam-se e chamam o Espírito de mentiroso ou de atrevido. Bata isso para mostrar que o Espírito tem razão.

5. Ao receber lições de sentido geral, sem aplicação pessoal, o médium não age como instrumento passivo ao serviço da instrução dos outros?

— Quase sempre esses avisos e conselhos não são dirigidos a ele, mas a outras pessoas que só podemos atingir através da sua mediunidade. Mas ele também, se não estiver cego pelo amor próprio, deve tomar a sua parte. Não penses que a faculdade mediúnica seja dada apenas à correção de uma ou duas pessoas. Não. O objetivo é maior: trata-se da Humanidade. Um médium é um instrumento que, como indivíduo, importa muito pouco. Por isso, quando damos instruções de interesse geral, utilizamos os que nos oferecem as facilidades necessárias. Mas podes estar certo de que chegará o tempo em que os bons médiuns serão muito comuns, para que os Espíritos bons não precisem mais se servir de maus instrumentos.

6. Se as qualidades morais do médium afastam os Espíritos imperfeitos, porque um médium dotado de boas qualidades transmite respostas falsas ou grosseiras?

— Conheces todos os segredos da sua alma? Além disso, sem ser vicioso ele pode ser leviano e frívolo. E pode também necessitar de uma lição, para que se mantenha vigilante.

7. Por que os Espíritos superiores permitem que pessoas dotadas de grande mediunidade, e que poderiam fazer muito bem, se tornem instrumentos do erro?

— Eles procuram influenciá-las, mas quando elas se deixam arrastar por um mau caminho, não as impedem. É por isso que delas se servem com repugnância, porque a verdade não pode ser interpretada pela mentira.(1)

8. É absolutamente impossível receber boas comunicações por um médium imperfeito?

— Um médium imperfeito pode às vezes obter boas coisas, porque, se tem uma boa faculdade, os bons Espíritos podem servir-se dele na falta de outro, em determinada circunstância. Mas não o fazem sempre, pois quando encontram outro que melhor lhes convém, lhe dão preferência.


Observação de Kardec: Deve-se notar que os Espíritos, ao considerarem que um médium deixa de ser bem assistido, tornando-se, por suas imperfeições, presa de Espíritos enganadores, quase sempre provocam circunstâncias que revelam os seus defeitos e o afastam das pessoas sérias, bem intencionadas, de cuja boa fé poderiam abusar. Nesse caso, sejam quais forem as suas faculdades, nada se tem a lamentar.

9. Qual seria o médium que poderíamos considerar perfeito?

— Perfeito? É pena, mas bem sabes que não há perfeição sobre a Terra. Se não fosse assim, não estarias nela. Digamos antes bom médium, e já é muito, pois são raros. O médium perfeito seria aquele que os maus Espíritos jamais ousassem fazer uma tentativa de enganar. O melhor é o que, simpatizando com os bons Espíritos, tem sido enganado menos vezes.


Compliance e a cura

Por Marcus Vinicius de Azevedo Braga

Com o escândalo de Watergate na década de 1970 nos Estados Unidos, surgem as primeiras movimentações legislativas no sentido de se punir empresas que compactuassem com atos corruptos, o que redundou na Lei Foreign Corrupt Practices Act (FCPA), promulgada em 1977, e de onde saíram diversas outras leis similares no mundo, como o The Bribery Act (2010) na Inglaterra e a brasileira Lei nº 12.846/2013, também conhecida como Lei Anticorrupção.

Essas leis se fundamentam não somente na punição de empresas corruptoras, mas na promoção do Compliance, ou seja, no fomento para que as organizações empresariais tenham mecanismos próprios que deem conta do risco de seus funcionários se envolverem em práticas corruptas na relação com os órgãos governamentais, o que traria prejuízos de imagem da empresa e a punição pela lei (multa).

Assim, Compliance é uma estratégia das empresas não só de reconhecer a existência e a possibilidade destas, por meio de seus prepostos, participarem de atos corruptos nas relações com os governos, mas também para criar medidas preventivas que deem conta dessas situações, mitigando o risco dessa ocorrência e as suas consequentes perdas.

Apesar de ser um assunto em voga, de que forma ele se encontra com a prática do movimento espírita? Simples. Pegaremos um exemplo comum no cotidiano das casas espíritas, as reuniões de cura, de todas as espécies e tipos, magnetização, receitas, cromoterapia etc. Concordando ou não, esta é uma realidade cotidiana e nelas a casa recebe diversas pessoas de fora, algumas desenganadas e desesperadas, na busca da cura corporal.

Ainda que de modo geral as casas sérias se pautem pela máxima evangélica do “dai de graça o que de graça recebestes”, se existem várias pessoas envolvidas, existem riscos. E pela ótica do Compliance, qual o risco que se apresenta? O risco de algum colaborador, movido por oportunismo ou pela ganância, cobrar por locais na fila, por tratamentos especiais ou ainda, por coisas que são oferecidas gratuitamente, como a agua fluidificada. Muitas vezes explorando o desespero dos pacientes.

Esse é um risco real, o que leva as casas a adotar medidas de Compliance interessantes, tais como munir seus colaboradores de crachás, tornar as regras de atendimento públicas no sítio na internet e ainda, espalhar cartazes indicando que nenhum colaborador é autorizado a cobrar nada, pois o serviço é gratuito.

Esse exemplo da atividade de cura pode se expandir para outras práticas da seara espirita, como a atividade assistencial, que pode ser, em épocas de eleição, objeto de captura de interesses locais. Ou ainda, nas palestras públicas, nas quais se deve evitar a divulgação de serviços prestados pelo orador na sua vida profissional. A cantina, as mensalidades dos mantenedores, com o balanço sempre visível aos frequentadores, cultivando a transparência. Coisas simples, mas essenciais.

A boa imagem do espiritismo e das casas no qual ele é praticado depende de pequenas coisas, de enxergarmos alguns riscos, típicos da natureza humana e de adotarmos medidas para mitigá-los. Sim, aplicamos o Compliance à casa espírita, como local de relações humanas e que podem sim ser subvertidas, em especial no trato de coisas de alto valor percebido, como dinheiro e a cura, com prejuízos espirituais não somente aos agentes que praticam, mas também a toda uma comunidade que naquela casa trabalha a sua espiritualidade.


FEB esclarece sobre atuação de médiuns curadores

A Doutrina Espírita atua com o trabalho de caridade material e espiritual desinteressada, sem nenhum propósito a não ser o de auxiliar os necessitados.

“Toda a prática espírita é gratuita, como orienta o princípio moral do Evangelho: Dai de graça o que de graça recebestes” (O evangelho segundo o Espiritismo, cap. 26).

O Espiritismo orienta que o serviço espiritual não deve ocorrer isoladamente, apenas com a presença do médium e da pessoa assistida. Não recomenda, portanto, a atividade de médiuns que atuem em trabalho individual, por conta própria. Estes não estão vinculados ao Movimento Espírita, nem seguindo sua orientação.

A Federação Espírita Brasileira, junto ao Movimento Espírita, fundamentada na tríade Deus, Cristo e Caridade, pratica o bem, levando consolo e esclarecimento à humanidade.

“Não é a mediunidade que te distingue. É aquilo que fazes dela”. (Emmanuel, em Seara dos Médiuns, cap. 12, psicografado por Chico Xavier).


terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Chico e a reencarnação


quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Benefícios da água magnetizada na melhora da qualidade de vida

A água, elemento formado por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio é fundamental para a existência da vida na Terra. Cerca de 75 a 85% da estrutura dos seres vivos é composta por água, de modo que, apenas esta simples observação oferece uma visão ainda pálida da importância desta substância para todos. Desnecessário, portanto, discorrer aqui em torno de pormenores pertinentes a água. O espaço será utilizado para a abordagem da água como ferramenta de cura, alívio de dores físicas e promoção de uma melhor qualidade de vida aos encarnados.

Vale lembrar que Allan Kardec interessava-se pelas curas espirituais e pelas terapias alternativas oferecidas pelos Espíritos. Trago, aqui, interessante tema tratado por Allan Kardec na Revista Espírita, mês de novembro, 1862. O título do texto é “Remédio dado pelos Espíritos”. Nele, Kardec narra o caso da Srta. Dufaux que estava com complicado problema nas pernas. Ao perguntar ao guia espiritual sobre o caso, o invisível informou que a cura estaria ao passar a pomada que o tio da Srta. Dufaux, já desencarnado, utilizava em ferimentos. A receita, pois, havia se perdido, mas o guia ditou os ingredientes para a médium. Ela utilizou e teve sua perna curada. Outros indivíduos também utilizaram e receberam a cura por meio da pomada. Vale lembrar que Kardec recomenda a utilização, pois a pomada nada tem de ofensiva, sendo composta apenas por ervas e plantas. Mais uma prova de que os Espíritos interessam-se, genuinamente, pela melhora física dos homens e, quando possível, oferecem concursos diretos para recuperação e, consequentemente, melhora na qualidade de vida das pessoas.

O mesmo raciocínio no tocante à pomada pode-se aplicar na utilização da água como substância que proporciona melhoria na qualidade de vida. Extraí do livro “Segue-me” a seguinte informação da dupla Chico Xavier e Emmanuel:


“A água é dos corpos o mais simples e receptivo da Terra. É como que a base pura, em que a medicação do Céu pode ser impressa, através de recursos substanciais de assistência ao corpo e à alma, embora em processo invisível aos olhos mortais.”


Sendo a água, nas palavras da dupla, uma substância altamente receptiva, fica fácil concluir que se torna a água um excelente elemento para que se deposite os bons fluidos, emanados por um encarnado e que, por meio de sua fé e vontade convida os Bons Espíritos a também depositarem no precioso líquido as substâncias que possibilitarão o auxílio ao necessitado.

No livro “O Consolador”, novamente da dupla Chico Xavier e Emmanuel, na questão de número 103, ambos assinalam que a água pode ser fluidificada ou magnetizada que, em tese configuram-se a mesma coisa, tanto para a coletividade quanto para um único indivíduo, sendo neste último caso, importante a utilização exclusiva.

Parece-me, também, muito importante considerar que, assim como o passe magnético exige que o seu aplicador encarnado esteja em bom estado físico e psíquico, o mesmo cuidado deve ocorrer com relação à “fluidificação” da água por parte do encarnado.

Fundamental, portanto, o encarnado que se habilita a trabalhar nesta fluidificação estar apto a fazê-la.

Peço licença ao leitor para narrar um caso pessoal. Entusiasta do Grupo Curador de Marmande, cujas experiências Kardec narra na Revista Espírita e deixo aqui como dica de pesquisa ao leitor, costumo magnetizar ou fluidificar a água e dá-la ao meu filho, portador de hipercolesterol e atesto que obtivemos, em todas as oportunidades, ótimos resultados, pois aferimos seus exames antes e depois do início da terapia de passes junto a magnetização da água.

É que o amor, conforme a própria metodologia utilizada pelo Grupo Curador de Marmande, tem o poder fabuloso de potencializar ainda mais a ação magnética da água, eis porque o referido grupo utiliza o expediente de passes aplicados por familiares e amigos.

Quem, afinal, quererá com mais vontade a cura do que alguém que ama e tem ligação com o necessitado?

O assunto “água” é vasto e amplo, cabendo continuação que faremos em tempo oportuno.

Até uma próxima!



Wellington Balbo


quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Quando Lembro de Chico

O documentário "Quando lembro de Chico" está pronto! Sua primeira exibição foi no Festival de Cinema de Trancoso, que aconteceu em outubro deste ano. No dia 06 de dezembro acontece o lançamento nas plataformas digitais nacionais: NetNow, Vivo, Oi, Sky, Microsoft, Google Play, Play Plus e iTunes.




Mais sobre o documentário neste link.


Fonte: Interação Espírita, no Facebook.

O Evangelho Segundo o Espiritismo - O Necessário Para Salvar-se: O Bom Samaritano

1 Mas quando vier o Filho do Homem na sua majestade, e todos os anjos com ele, então se assentará sobre o trono de sua majestade. E serão todas as gentes congregadas diante dele, e separará uns dos outros, como o pastor que aparta dos cabritos as ovelhas; e assim porá as ovelhas à direita, e os cabritos à esquerda; então dirá o rei aos que hão de estar à sua direita; vinde, benditos de meu Pai, possuí o reino que vos está preparado desde o princípio do mundo. Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede e destes-me de beber; precisava de alojamento e recolhestes-me; estava nu e cobristes-me; estava enfermo e visitastes-me; estava no cárcere e viestes ver-me. Então lhe responderão os justos, dizendo: Senhor, quando é que nós te vimos faminto e te demos de comer; ou sequioso e te demos de beber? E quando te vimos sem alojamento e te recolhemos; ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou no cárcere e te fomos ver? E respondendo o rei, lhes dirá: Na verdade vos digo, que quantas vezes vós fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim é que o fizestes. Então dirá também aos que hão de estar à esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno que está aparelhado para o diabo e para os seus anjos; Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber. Precisava de alojamento e não me recolhestes; estava nu e não me cobristes; estava enfermo no cárcere e não me visitastes. Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando é que nós te vimos faminto, ou sequioso, ou sem alojamento, ou nu, ou enfermo, ou no cárcere, e deixamos de te assistir? Então lhes responderá ele, dizendo: Na verdade, vos digo que quantas vezes o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer. E irão estes para o suplício eterno, e os justos para a vida eterna. (Mateus, XXV: 31-46).

2E eis que se levantou um doutor da lei, e lhe disse, para o tentar: Mestre, que hei de eu fazer para entrar na posse da vida eterna? Disse-lhe então Jesus: Que é o que está escrito na lei? Como lês tu? Ele, respondendo, disse: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a sua alma, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. E Jesus lhe disse: Respondeste bem; faze isso, e viverás. Mas ele, querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo? E Jesus, prosseguindo no mesmo discurso, disse: Um homem baixava de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos dos ladrões, que logo o despojaram do que levava; e depois de o terem maltratado com muitas feridas, se retiraram, deixando-o meio morto. Aconteceu pois que passava pelo mesmo caminho um sacerdote; e quando o viu, passou de largo. E assim mesmo um levita, chegando perto daquele lugar, e vendo-o, passou também de largo. Mas um samaritano, que ia a seu caminho, chegou perto dele, e quando o viu, se moveu à compaixão: E chegando-se atou as feridas, lançando nelas azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, o levou a uma estalagem, e teve cuidado dele. E ao outro dia tirou dois denários, e deu-os ao estalajadeiro, e lhe disse: Tem-me cuidado dele; e quanto gastares demais, eu to satisfarei quando voltar. Qual destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos ladrões? Respondeu logo o doutor: aquele que usou com o tal de misericórdia. Então lhe disse Jesus: Pois vai, e faze tu o mesmo. (Lucas, X: 25-37).

3 – Toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, ou seja, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Em todos os seus ensinamentos, mostra essas virtudes como sendo o caminho da felicidade eterna. Bem-aventurados, diz ele, os pobres de espírito, quer dizer: os humildes, porque deles é o Reino dos Céus; bem-aventurados os que tem coração puro; bem-aventurados os mansos e pacíficos; bem-aventurados os misericordiosos. Amai o vosso próximo como a vós mesmos; fazei aos outros os que desejaríeis que vos fizessem; amai os vossos inimigos; perdoai as ofensas, se quereis ser perdoados; fazei o bem sem ostentação: julgai-vos a vós mesmos antes de julgar os outros. Humildade e caridade, eis o que não cessa de recomendar, e de que ele mesmo dá o exemplo. Orgulho e egoísmo, eis o que não cessa de combater. Mas ele fez mais do que recomendar a caridade, pondo-a claramente, em termos explícitos, como a condição absoluta da felicidade futura.

No quadro que Jesus apresenta, do juízo final, como em muitas outras coisas, temos de separar o que pertence à figura e à alegoria. A homens como aos que falava, ainda incapazes de compreender as coisas puramente espirituais, devia apresentar imagens materiais, surpreendentes e capazes de impressionar. Para que fossem melhor aceitas, não podia mesmo afastar-se muito das idéias em voga, no tocante à forma, reservando sempre para o futuro a verdadeira interpretação das suas palavras e dos pontos que ainda não podia explicar claramente. Mas, ao lado da parte acessória ou figurada do quadro, há uma idéia dominante: a da felicidade que espera o justo e da infelicidade reservada ao mau.

Nesse julgamento supremo, quais são os considerandos da sentença? Sobre o que baseia a inquirição? Pergunta o juiz se foram atendidas estas ou aquelas formalidades, observadas mais ou menos estas ou aquelas práticas exteriores? Não, ele só pergunta por uma coisa: a prática da caridade. E se pronuncia dizendo: “Passai à direita, vós que socorrestes aos vossos irmãos; passai à esquerda , vós que fostes duros para com eles”. Indaga pela ortodoxia da fé? Faz distinção entre o que crê de uma maneira, e o que crê de outra? Não, pois Jesus coloca o samaritano, considerado herético, mas que tem amor ao próximo, sobre o ortodoxo a quem falta caridade. Jesus não faz, portanto, da caridade, uma das condições da salvação, mas a condição única. Se outras devessem ser preenchidas, ele as mencionaria. Se ele coloca a caridade na primeira linha entre as virtudes, é porque ele encerra implicitamente todas as outras: a humildade, a mansidão, a benevolência, a justiça etc; e porque é ela a negação absoluta do orgulho e do egoísmo.

O Evangelho Segundo o Espiritismo - A Beneficência



ADOLFO

Bispo de Alger, Bordeaux, 1861


11 – A beneficência, meus amigos, vos dará neste mundo os gozos mais puros e mais doces, as alegrias do coração, que não são perturbadas nem pelos remorsos, nem pela indiferença. Oh!, pudésseis compreender tudo o que encerra de grande e de agradável a generosidade das belas almas, esse sentimento que faz que se olhe aos outros com o mesmo olhar voltado para si mesmo, e que se desvista com alegria para vesti a um irmão! Pudésseis, meus amigos, ter apenas a doce preocupação de fazer aos outros felizes! Quais as festas mundanas que se pode comparar a essas festas jubilosas, quando, representantes da Divindade, levais a alegria a essas pobres famílias, que da vida só conhecem as vicissitudes e as amarguras; quando vedes esses rostos macilentos brilharem subitamente de esperança, desprovidos de pão, esses infelizes e seus filhos, ignorando que viver é sofrer, gritavam, choravam e repetiam estas palavras, que, como finos punhais, penetravam o coração materno: “Tenho fome!” Oh!, compreendei quanto são deliciosas as impressões daquele que vê renascer a alegria onde, momentos antes, só havia desespero! Compreendei quais são as vossas obrigações para com os vossos irmãos! Ide, ide ao encontro do infortúnio, ao socorro das misérias ocultas, sobretudo, que são as mais dolorosas. Ide, meus bem-amados, e lembrai-vos destas palavras do Salvador: “Quando vestirdes a um destes pequeninos, pensai que é a mim que o fazeis!”

Caridade! Palavra sublime, que resume todas as virtudes, és tu que deves conduzir os povos à felicidade. Ao praticar-te, eles estarão semeando infinitas alegrias para o próprio futuro, e durante o seu exílio na Terra, serás para eles a consolação, o antegozo das alegrias que mais tarde desfrutarão, quando todos reunidos se abraçarem, no seio do Deus de amor. Foste tu, virtude divina, que me proporcionaste os únicos momentos de felicidade que gozei na Terra. Possam os meus irmãos encarnados crer na voz do amigo que lhes fala e lhes diz: É na caridade que deveis procurar a paz do coração, o contentamento da alma, o remédio para as aflições da vida. Oh!, quando estiverdes a ponto de acusar a Deus, lançai um olhar para baixo, e vereis quantas misérias a aliviar, quantas pobres crianças sem família; quantos velhos sem uma só mão amiga para os socorrer e fechar-lhes os olhos na hora da morte! Quanto bem a fazer! Oh!, não reclameis, antes agradecei a Deus, e prodigalizai a mancheias a vossa simpatia, o vosso amor, o vosso dinheiro, a todos os que, deserdados dos bens deste mundo, definham no sofrimento e na solidão. Colhereis neste mundo alegrias bem suaves, e mais tarde… somente Deus o sabe!

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Pressentimentos e prognósticos do futuro dado por coisas materiais

Na RE, novembro de 1867, Kardec explica a diferença entre pressentimentos e prognósticos de acontecimentos futuros dados por coisas materiais. O pressentimento repousa nas leis naturais, posto que nos momentos de sono, quando parcialmente o Espírito desprende-se do corpo físico e, então, entra em contato com outros Espíritos colhendo informações do que pode ou não lhe ocorrer. Desperta, portanto, do sono físico guardando impressões mais ou menos intensas que se revertem em pressentimentos, ou avisos da alma. Eis porque se deve dar crédito aos sussurros dados pela consciência que, com frequência avisa-nos que não devemos tomar esta ou aquela atitude, ir por este ou aquele caminho. Já o prognóstico futuro dado por coisas do tipo: avistar gato preto numa sexta feira treze dá azar é apenas superstição, sem qualquer relação com as leis naturais. Conheci uma pessoa que dizia saber que seu dia seria bom ou não quando uma coruja pousava no beiral do telhado de sua casa. A coruja, pois, segundo esta pessoa, selava o seu destino e a "sorte" de seu dia. Excesso de imaginação produz gente impressionável, e estas pessoas estão dispostas a acreditar em tudo que lhes contam sem passar pelo terreno da razão. (Wellington Balbo)

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Kardec, o Filme - Primeiras Cenas dos Bastidores


Saiu o primeiro vídeo do filme "Kardec" com os bastidores da gravação. O filme, que será lançado em 2019, conta toda a trajetória de Allan Kardec, do seu período como educador até a publicação de ‘O Livro dos Espíritos’.



sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Finados na Visão Espírita


O hábito de visitar os mortos, como se o cemitério fosse sala de visitas do Além, é cultivado desde as culturas mais remotas. Mostra a tendência em confundir o indivíduo com seu corpo. Há pessoas que, em desespero ante a morte de um ente querido, o "VISITAM" diariamente. Chegam a deitar-se no túmulo. Desejam estar perto do familiar. Católicos, budistas, protestantes, muçulmanos, espíritas - somos todos espiritualistas, acreditamos na existência e sobrevivência do Espírito. Obviamente, o ser etéreo não reside no cemitério. Muitos preferem dizer que perderam o familiar, algo que mostra falta de convicção na sobrevivência do Espírito. Quem admite que a vida continua jamais afirmará que perdeu alguém. Ele simplesmente partiu. Quando dizemos "perdi um ente querido", estamos registrando sérios prejuízos emocionais. Se afirmarmos que ele partiu, haverá apenas o imposto da saudade, abençoada saudade, a mostrar que há amor em nosso coração, o sentimento supremo que nos realiza como filhos de Deus. Em datas significativas, envolvendo aniversário de casamento, de morte, finados, Natal, Ano Novo, dia dos Pais, dia das Mães, sempre pensamos neles.

COMO PODEMOS AJUDAR OS QUE PARTIRAM ANTES DE NÓS? Envolvendo o ser querido em vibrações de carinho, evocando as lembranças felizes, nunca as infelizes; enviando clichês mentais otimistas; fazendo o bem em memória dele, porque nos vinculamos com os Espíritos através do pensamento. Além disso, orando por ele, realizando caridade em sua homenagem, tudo isso lhe chegará como sendo a nossa contribuição para a sua felicidade; a prece dá-lhe paz, diminui-lhe a dor e anima-o para o reencontro futuro que nos aguarda.

PODEMOS CHORAR? Podemos chorar, é claro. Mas saibamos chorar. Que seja um choro de saudade e não de inconformação e revolta. O choro, a lamentação exagerada dos que ficaram causam sofrimento para quem partiu, porque eles precisam da nossa prece, da nossa ajuda para terem fé no futuro e confiança em Deus. Tal comportamento pode atrapalhar o reencontro com os que foram antes de nós. Porque se eles nos visitar ou se nós os visitarmos (através do sono) nosso desequilíbrio os perturbará. Se soubermos sofrer, ao chegar a nossa vez, nos reuniremos a eles, não há dúvida nenhuma.

ENTÃO OS ESPÍRITAS NÃO VISITAM O CEMITÉRIO? Nós espíritas não visitamos os cemitérios, porque homenageamos os “vivos desencarnados” todos os dias. Mas a posição da Doutrina Espírita, quanto as homenagens (dos não espíritas), prestadas aos "MORTOS" neste Dia de Finados, ao contrário do que geralmente se pensa, é favorável, DESDE QUE SINCERAS E NÃO APENAS CONVENCIONAIS.


Os Espíritos, respondendo a perguntas de Kardec a respeito (em O Livro dos Espíritos), mostraram que os laços de amor existentes entre os que partiram e os que ficaram na Terra justificam esses atos. E declaram que no Dia de Finados os cemitérios ficam repletos de Espíritos que se alegram com a lembrança dos parentes e amigos. Há espíritos que só são lembrados nesta data, por isso, gostam da homenagem; há espíritos que gostariam de serem lembrados no recinto do lar. Porque, se ele desencarnou recentemente e ainda não está perfeitamente adaptado às novas realidades, irá sentir-se pouco à vontade na contemplação de seus despojos carnais; Espíritos com maior entendimento, pedem que usemos o dinheiro das flores em alimento aos pobres. Portanto, usemos o bom senso em nossas homenagens. Com a certeza que ELES VIVEM. E se eles vivem, nós também viveremos. E é nessa certeza que devemos aproveitar integralmente o tempo que estivermos encarnados, nos esforçando para oferecer o melhor de nós em favor da edificação humana. Só assim, teremos um feliz retorno à pátria espiritual.


sexta-feira, 19 de outubro de 2018

A Lição da Bondade - Pai Nosso


Quando Jesus entrou vitoriosamente em Jerusalém, montado num burrico, eis que o povo, alvoroçado, vinha vê-lo e saudá-lo na praça pública.

Muitos supunham que o Mestre seria um dominador igual aos outros e bradavam:

- Glória ao Rei de Israel!...

- Abaixo os romanos!...

- Hosanas ao vencedor!...

- Viva o Filho de David!... Viva o Rei dos Judeus!...

E atapetavam a rua de flores.

Rosas e lírios, palmas coloridas e folhas aromáticas cobriam o chão por onde o Salvador deveria passar.

O Mestre, contudo, sobre o animalzinho cansado, parecia triste e pensativo. Talvez refletisse que a alegria ruidosa do povo não era o tipo de felicidade que ele desejava. Queria ver o povo contente, mas sem ódio e sem revolta, inspirado pelo bem que ajuda a conservação das bênçãos divinas.

O glorificado montador ia, assim, em silêncio, quando linda jovem se destacou da multidão, abeirou-se dele e lhe entregou uma braçada de rosas, exclamando:

— Senhor, ofereço-te estas flores para o Reino de Deus.

O Cristo fixou nela os olhos cheios de luz e indagou:

— Queres realmente servir ao Reino do Céu?

— Oh! sim... — disse a moça, feliz.

— Então — pediu-lhe o Mestre —, ajuda-me a proteger o burrico que me serve, trazendo-lhe um pouco de capim e água fresca.


A jovem atendeu prontamente e começou a compreender que, na edificação do Reino Divino, Jesus espera de nós, acima de tudo, a bondade sincera e fiel do coração.


Meimei/Chico Xavier.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Feliz Dia dos Professores!


Fonte: Diário Espírita

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Zibia Gasparetto retorna à Pátria Espiritual


Hoje, o astral recebe com amor uma de suas representantes na Terra.

Zibia Gasparetto, 92 anos, completou hoje sua missão entre nós e parte para uma nova etapa ao lado de seus guias espirituais, deixando uma legião de fãs, amigos e familiares, que foram tocadas por sua graça, delicadeza e por suas palavras sábias.

Foram mais de 68 anos dedicados ao espiritismo, 58 obras publicadas e mais de 18 milhões de livros vendidos.

Agradecemos de coração a todos que permitiram que seus ensinamentos de luz permeassem e transbordassem em suas vidas.

Esse legado será eterno e os conhecimentos de Zibia sobre as relações humanas e espirituais serão transmitidos por muitas e muitas gerações. Ela segue em paz ao plano espiritual, olhando por todos nós.

Feliz recomeço!

Fonte: página da Zíbia Gasparetto, no Facebook

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Filme sobre Allan Kardec ganha data de lançamento


Após muita espera, foi divulgada a data de lançamento do filme Kardec. Trata-se de 16 de maio de 2019.


A cinebiografia de Allan Kardec foi rodada em Paris e Rio de Janeiro, protagonizada pelo ator Leonardo Medeiros. Kardec é produzido pela Conspiração e distribuição da Sony Pictures, com direção de Wagner de Assis (Nosso Lar).


quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Que eu leve… a paz, de leve!


A chamada Oração de São Francisco, também chamada de Oração da Paz, é na verdade um texto surgido pela primeira vez em uma publicação francesa de 1912, e que atribuem essa relação com Francisco de Assis (1182-1226) não apenas pelos ideais ali esposados, mas pelo fato de em 1916 esta oração ter sido impressa em Roma com a foto de Francisco de Assis no verso. Independente da razão, o fato é que esse texto se consolidou como ligado a essa personalidade.

Um texto singelo, convidativo, que traz uma visão de oposição, mas de forma diferente, como um tipo de completude, de forma que diante de várias mazelas do mundo, pedimos a Deus que sejamos a solução, e que pelas nossas mãos se suplante esse mal, mas de uma forma leve, cândida como era o homem de Assis.

Permitam-me explicar um pouco melhor… Quando a oração fala de cada problema da natureza humana: o ódio, a ofensa, a discórdia, a dúvida, o erro, o desespero, a tristeza e as trevas, ela propõe que o mesmo homem seja o instrumento apaziguador, mas que faça isso de forma leve, serena, combatendo o mal com o bem, com as armas próprias dessa visão, convertendo-nos em instrumentos da divindade. O único pedido é que tenhamos essa potencialidade.

Deus age assim também de forma leve, não interventiva. Ao invés de agir de forma abrupta, se utiliza de nós, encarnados, que nos dispomos a isso, para que sejamos o caminho para a construção desse mundo novo, substituindo o ódio pelo amor, em uma visão bem consoante com o nosso livre arbítrio trazido na forma de O Livro dos Espíritos, em uma visão evolutiva, que nos mostra uma estrada que seguimos sem tutela, mas amparados pela providência divina.

O mundo é ruim? Decepcionante? Acreditamos que estaríamos em melhor situação agora? Temos elementos para superar isso em nós mesmos: basta estarmos disponíveis para nos sintonizarmos com a divindade, e sair para semear coisas boas que suplantem essas coisas ruins. Não é um discurso vazio de autoajuda. É entender que o futuro é construído por nós, e que não basta ser bom, nos cabe fazer o bem, como lembra Kardec. Somos todos interdependentes, seres da criação, como relembra a vida de Francisco de Assis.

Jesus também nos lembrou dessas verdades, quando nos citou como Sal da Terra, e Luz do Mundo, cabendo a reflexão que toda essa decepção atual com a humanidade encarnada, capaz de coisas deploráveis, é permeada também de atos maravilhosos gerados pelas mesmas mãos humanas. O mundo já foi pior, e mesmo na noite mais escura, se levantou o sol de Assis para nos iluminar.

Francesco, o bardo de Assis, o Irmão Sol, que nos inspira, um homem que mudou de forma leve a religião predominante em seu tempo, e que hoje pela primeira vez é o título do representante máximo dessa denominação religiosa, foi um contraponto de uma Idade Média de guerras religiosas, ignorância, perseguições e deturpação da mensagem do Cristo. Hoje é lembrado, de forma minimalista, como protetor dos animais.

Seu abandono daquelas roupas velhas – e digo aqui, roupas no sentido espiritual –, não se deu de forma violenta, mas sim pelo exemplo, pelo trabalho e assim ele lançou a semente do resgate dos ideais do cristianismo, do humanismo, distante de um ideário de pompa e de metais preciosos, como exercício da religiosidade.

Outros assim o fizeram. Podemos citar Gandhi (1869-1948), que em um mundo mais próximo da realidade na qual vivemos hoje, soube fazer da mudança política necessária diante do jugo colonizador, algo permeado pela ideia de não violência (A-Himsa), exemplificando que é possível mudar, sem deturpar seus ideais, sem se tornar aquilo que você mais abomina.

Em mais um dia quatro de outubro, no qual se comemora o dia de Francisco de Assis, a sua mensagem – não como apenas o protetor dos animais, mas sim como o gigante que enfrentou a ordem estabelecida com a paz de suas palavras – se faz mais uma vez necessária. Um mundo em ebulição, em mudanças, em conflitos, de extremos e de violência manifesta. Ao que nos convida o Sol de Assis?

Nos convida a um agir de forma leve, buscando levar amor onde houver ódio, e sobre as trevas, fazer a luz. Mas sem com isso deixar de ser amor, de ser luz. Esse é o desafio Franciscano, de nesses tempos difíceis, se fazer ativo na luta do bem, mas não empunhando armas, não combatendo, palavras que por si só contrariam a lógica do Cristo. Mas sim amparando, consolando, orientando e exemplificando. Seguindo as pegadas do Cristo em um mundo de chips e DNAs, mas também de homens e mulheres, com suas lutas interiores, que remontam às mais distantes eras.

Marcus Vinicius de Azevedo Braga


Fonte: Blog da ABPE

A pena de morte na visão Espírita


Você já se perguntou o que seria a pena de morte para a espiritualidade?

Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, ressalta que "a pena de morte é um equívoco que um dia desaparecerá e sua supressão assinalará um progresso da Humanidade. Quando os homens estiverem mais esclarecidos, ela será completamente abolida na Terra."

Fato é que matar criminosos não resolve: eles não morrem. Seus corpos descerão à sepultura, mas eles, espíritos imortais, seguirão vivos e ativos, pesando negativamente no ar que respiramos.
E muitos poderão voltar piores do que foram.

O problema da criminalidade alimenta-se do egoísmo social, da exacerbação dos conceitos materialistas de vida, da deseducação e do desamparo das multidões ignorantes e carentes.

Sem que essas causas letais sejam removidas, será inútil e contraproducente o apelo a falsas soluções de violência punitiva, cujo efeito será apenas o agravamento das vinditas e o favorecimento a erros judiciais irreparáveis. Para quem não ama a vida que tem, e odeia os seus semelhantes, a ameaça de morte só faz aguçar-lhe a ferocidade e o desespero.

A função diretiva dos Governos, em todos os níveis de autoridade, não pode ser a de implacáveis carrascos vingadores. Cabem-lhes, sim, as responsabilidades de prevenir e combater o crime, conter e recuperar os criminosos, minorar as carências sociais, provendo educação e assistência para todos. Será ilusão infeliz e criminosa a instituição de um Estado homicida e uma Justiça assassina, para viabilizar a paz social através da crueldade e do desforço.

O “não matarás” continua sendo lei divina, cujo descumprimento trará sempre, inevitavelmente, as mais desastrosas consequências.

E não adianta matar o corpo de um Espírito imortal, que somente o amor legítimo e fraterno pode transformar o bem, a felicidade e a paz.

(Transcrito de “Reformador”, pág. 290, outubro de 1991)