terça-feira, 26 de dezembro de 2017

A História do Preto Velho no Centro Espírita



Essa é uma história verdadeira. Ela de fato aconteceu em um centro espírita de uma pequena cidade do estado de Minas Gerais, há algum tempo atrás.

Conta-se que os médiuns estavam realizando seus trabalhos de esclarecimento e doutrinação num centro espírita do estado de Minas Gerais. Subitamente um preto velho incorporou numa médium e começou a falar. No momento em que os trabalhadores perceberam que o espírito incorporado era um preto velho, mandaram suspender a incorporação. Nesse centro não eram aceitos pretos velhos, pois os dirigentes consideravam que os pretos velhos são espíritos não muito evoluídos. Por isso, ele não poderia ser admitido a orientar uma atividade de doutrinação. O espírito foi então convidado a se retirar do centro. O preto velho fez o que eles pediram e foi embora.

Logo depois, a médium incorporou um espírito de um filósofo, um doutor de nome difícil, provavelmente europeu, que foi muito bem recebido por todos os presentes. O filósofo deu instruções aos membros do centro, fez os trabalhos de doutrinação e todos ficaram felizes e maravilhados com a intervenção desse espírito, que consideraram um espírito muito elevado.

Os dirigentes então resolveram que já era hora de encerrar os trabalhos. No entanto, a médium novamente começou a incorporar um espírito. Todos olharam com interesse aquela manifestação mediúnica espontânea. Um dos trabalhadores disse que as atividades do dia já estavam terminando e perguntou quem estava ali. O espírito respondeu que era de novo o preto velho. O dirigente fez cara de tédio e perguntou o que ele ainda queria ali nos trabalhos do centro. O preto velho então disse:

– Zifio… Ce suncê mi permiti, só quiria que ocês sobessem qui o dotô que apareceu agora há poquinho era este preto velho aqui, que agora proseia com vosmicês.

Todos ficaram espantados com a revelação… O preto velho então começou a não mais falar como um preto velho:

– É engraçado isso, meus irmãos, pois quando eu apareci como preto velho, fui praticamente expulso dos trabalhos de vocês. Mas depois quando eu apareci no formato de um doutor, um filósofo europeu prestigiado, que tem conhecimento acadêmico, com toda a pompa e com ar de autoridade, todos me trataram muito bem, ouviram meus conselhos e ficaram felizes e maravilhados com a aparição. Por que isso, meus filhos? Devo alerta-los para esse comportamento de vocês. Prestem muita atenção nisso, meus irmãos…

No plano espiritual, assim como em toda a realidade universal, não existem aparências. As aparências existem apenas aqui na Terra. Deus, em sua sabedoria infinita, oculta aos vossos olhos as verdades do espírito camufladas pelas aparências do mundo… para que vocês aprendam a vê-las com os olhos do coração, com a visão da alma e possam enxergar a verdade como ela é. No plano espiritual, meus irmãos, não existem doutores, não existem classes sociais, não existem nacionalidades, não existem religiões, não existem raças, não existem essas divisões humanas que vocês criaram em toda parte para poderem se sentir melhores uns que os outros. No plano espiritual o que vale é o que você é lá no fundo, e não o que você tem.

Não, meus irmãos… todas essas divisões são ilusórias. No plano espiritual o que vale é o amor, a verdade, a paz, a harmonia interior. No plano espiritual ninguém é julgado por ser rico ou pobre, branco ou negro, doutor ou uma pessoa simples. Lembram-se do que disse o nazareno sobre isso meus irmãos? O mestre disse: “Deus revela aos simples de coração aquilo que esconde dos doutos”.

Quando cada um de vocês chegar ao plano espiritual, meus filhos, os anjos de Deus não vão perguntar quantos títulos de doutor vocês conquistaram, quantos bens vocês acumularam, quanto sucesso vocês fizeram, quantos altos cargos vocês subiram na empresa ou quanto de boa fama vocês projetaram. Não meus queridos filhos… os anjos vão perguntar quanta luz você espalhou pela Terra; quanto você tocou o coração dos outros com justiça e benevolência e o quanto a sua obra foi pautada no amor e na paz… ou se sua passagem na Terra foi apenas um capricho do ego, voltada apenas para seu mundinho egoísta e para os prazeres da matéria.

Vamos tomar cuidado, meus queridos filhos, com o veneno da hipocrisia e do preconceito. Não permitam que as aparências do mundo roubem a sua essência. O importante, meus filhos, é o que cada um traz em sua alma, em seu espírito. O que importa de verdade é ser simples e verdadeiro… ser honesto e ter caráter, ser caridoso e ter o amor de Deus no coração. Não se deixem levar pelas aparências, todas elas estão erradas e vemos isso muito claramente quando chegamos ao plano espiritual. Lá, meus filhos, não existem discriminações, todos trabalham por Deus e Deus é a essência regente tudo. É isso que vocês devem buscar a partir de agora, meus queridos filhos.

O preto velho despediu-se de todos e então deixou a sala de atendimento do centro espírita. Os trabalhadores ficaram envergonhados com seu próprio comportamento, mas adquiriram uma pérola de sabedoria que nunca mais, em toda a sua vida, seria esquecida.

(Hugo Lapa)

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Noite Inexcedível



Vivia-se o período da supremacia do poder absoluto sobre as pessoas e as nações.

O ser humano era, de alguma sorte, alimária submetida ao jugo das paixões dos conquistadores impiedosos e dos regimes perversos.

Os direitos repousavam nos poderes execrandos que não distinguiam justos de injustos, nobres de serviçais, todos colocados na mesma lixeira de degradação gerada pelos fâmulos das glórias mentirosas de um dia.

A Terra estorcegava sob as legiões romanas que, embora tolerassem alguns cultos dos vencidos e as suas tradições, estorquiam ao máximo todas as possibilidades de sobrevivência, mediante impostos absurdos e perseguições sem nome.

Esplendia o Império em glórias da literatura, da arte, da beleza, mas, sobretudo, da guerra.

Espalhadas, praticamente, por quase todo o mundo conhecido, não havia fronteiras para delimitar o poder de Roma, que se assenhoreara do planeta através das suas forças poderosas.

Antes desse período, Alexandre Magno, da Macedônia, Ciro, rei dos persas, Aníbal, o cartaginês e outros sicários dos povos haviam passado, deixando rastros de destruição e de desgraça, assinalando as suas conquistas com o pesado tributo das vidas que eram arrebatadas.

O mundo sofria a opressão dos mais perversos e a lei era sempre aplicada pelas armas de aniquilamento das vidas.

Israel havia perdido a direção do seu pensamento vinculado ao Deus único, padecendo as injunções arbitrárias dos seus governantes insanos, encontrando-se sob o jugo de Herodes, o Grande, que nem sequer era judeu, mas idumeu. Tentando harmonizar a sua origem com a raça hebreia, casou-se com Marianne, de origem hasmoniana, filha de nobre sacerdote do Templo, a quem mandou matar por inconcebível suspeita de adultério, como fizera com alguns dos seus próprios filhos, temendo que lhe tomassem o poder.

Tentando diminuir os ódios da raça que administrava, encarregou-se de embelezar o Templo, adornando-o com uma parreira de ouro maciço numa das laterais de entrada, e continuando a construção grandiosa, que seria derrubada por Tito, no ano 70 d. C., não ficando pedra sobre pedra.

O seu execrando governo deixou marcas inapagáveis de imoralidade e de perversão por toda parte, facultando que o povo sofresse todos os tipos de perseguição e aumentasse a sanha dos ódios entre as diferentes classes.

A religião descera ao fundo do poço do desrespeito às leis mosaicas e às tradições proféticas, tornando-se um negócio rendoso que engabelava os frequentadores do Templo de Jerusalém e das sinagogas, mais caracterizados pelos formalismos do que, realmente, pelo significado espiritual que desaparecera quase em totalidade.

Raros, eram os sacerdotes escrupulosos e respeitáveis, porquanto a imensa maioria se encontrava mancomunada com os governantes em lamentáveis conciliábulos de exploração da ignorância e da superstição.

* * *

É nesse clima de hostilidades e no surgimento de uma fase nova na governança do Império romano, que nasceu Jesus.

Contrastando com as construções luxuosas e as hospedarias erguidas no fausto e na ostentação, Ele veio ter com a Humanidade numa gruta modesta de calcário nas cercanias de Belém, numa noite arrebatadora de estrelas fulgurantes em verdadeira orquestração de luzes.

Ao invés da presença da elite em torno do seu berço e dos destacados administradores do país, esteve cercado pelos pais e pelos animais domésticos que dormiam na modesta brecha da Natureza.

O vento frio que soprava no exterior não perturbava o aquecimento pela fogueira no pequenino espaço em que Ele dormia.

Nada obstante, uma insuperável musicalidade angélica esparzia as vibrações harmônicas em toda parte, anunciando a chegada à Terra do Seu Rei e Senhor.

Nunca mais o opróbrio ganharia prêmios nem se destacaria nas comunidades humanas, porque Ele viera para que os oprimidos experimentassem o arrebentar das grilhetas, os vencidos pudessem respirar o ar balsâmico da liberdade, os infelizes tivessem ensejo de cultivar a esperança e os abandonados recebessem carinho onde quer que se encontrassem.

Jesus foi o Homem que demarcou a História com a Sua presença, assinalando-lhe todos os fastos antes e depois da Sua estada entre nós.

Mais tarde, atendendo às injunções tradicionais, Seus pais levaram-nO ao Templo, onde foi reconhecido como o Messias e distinguido por Simeão e Ana que logo O identificaram.

Ainda jovem, retornou ao grande santuário durante as celebrações da Páscoa, que mais tarde se tornarão trágicas, enfrentando os astutos sacerdotes num diálogo extraordinário, a todos confundindo com a Sua palavra excepcional.

(...)E, posteriormente, saiu a ensinar o amor e a vivê-lo em toda a sua gloriosa dimensão, modificando a paisagem humana do planeta que, embora ainda não haja absorvido todos os Seus ensinamentos, caminha, inexoravelmente, para o clímax após a transição que hoje experimenta.

Jesus não é um símbolo da grandeza do amor, mas o Amor mesmo em nome do Pai, alterando a legislação dos homens, sempre interesseiros, e da governança, invariavelmente injusta, em novas condutas para a felicidade dos povos.

Sob todos os aspectos considerados, é excepcional o Seu ministério terrestre e incomparável a Sua dedicação.

Ruiu o Império Romano, outros o sucederam, modificaram-se as organizações terrestres, a Sua doutrina foi ultrajada pelos interesses mesquinhos dos infiéis seguidores, mas ela permanece imutável na mensagem moral de que se reveste, renascendo sob outras formas de dedicação e de caridade, como caminhos de autoiluminação e de vida para todas as criaturas.

Logo mais, celebrar-se-ão as festas evocativas daquela noite inexcedível.

Faze silêncio de oração e deixa-te mimetizar pelo psiquismo do Mestre a quem amas, dedicando a tua existência ao serviço de amor, nestes tormentosos dias da Humanidade.

Não permitas que o Natal seja apenas uma festa vulgar de trocas de presentes e de comilanças, mas, sobretudo, de espiritualidade, contribuindo para que a dor seja menos sofrida e o desespero ceda lugar à alegria em memória dEle, o Conquistador inconquistado.

Joanna de Ângelis.

Psicografia de Divaldo Pereira Franco, no dia 30 de setembro de 2011, na Mansão do Caminho, em Salvador, Bahia.

O significado do Natal para os espíritas




“Eis que vos trago boas-novas de grande alegria, que será de todo o povo, porque nasceu para vós, hoje, um salvador, que é o Cristo Senhor, na cidade de Davi.” Lucas, 2:10-11 1

Natal é comemorado no dia 25 de dezembro porque a data foi retirada de uma festa pagã muito popular existente na Roma antiga, e que fora oficializada pelo imperador Aureliano em 274 d.C. A finalidade da festa era homenagear o deus sol Natalis Solis Invicti (Nascimento do Sol Invicto) considerado a primeira divindade do Império Romano e festejar o início do solstício de inverno.

Com o triunfo do Cristianismo, séculos depois, a data foi utilizada pela igreja de Roma para comemorar o nascimento do Cristo (que, efetivamente, não ocorreu em 25 de dezembro), considerado, desde então, como o verdadeiro “sol” de justiça. Com o passar do tempo, hábitos e costumes de diferentes culturas foram incorporados ao Natal, impregnando o de simbolismo: a árvore natalina, por exemplo, é contribuição alemã, instituída no século XVI, com o intuito de reverenciar a vida, sobretudo no que diz respeito aos pinheiros, que conservam a folhagem verde no inverno; o presépio foi ideia de Francisco de Assis, no século XIII. As bolas e estrelas que enfeitam a árvore de Natal representam as primitivas pedras, maçãs ou outros elementos com que no passado se adornavam o carvalho, precursor da atual árvore de Natal.

Antes de serem substituídas por lâmpadas elétricas coloridas, as velas eram enfeites comuns nas árvores, como um sinal de purificação, e as chamas acesas no dia 25 de dezembro são uma referência ao Cristo, entendido como a luz do mundo. A estrela que se coloca no topo da árvore é para recordar a que surgiu em Belém por ocasião do nascimento de Jesus. Os cartões de Natal apareceram pela primeira vez na Inglaterra, em meados do século XIX. Os espíritas vêem o Natal sob outra ótica, que vai além da troca de presentes e a realização do banquete natalino, atividades típicas do dia. Já compreendem a importância de renunciar às comemorações natalinas que traduzam excessos de qualquer ordem, preferindo a alegria da ajuda fraterna aos irmãos menos felizes, como louvor ideal ao Sublime Natalício.

Os verdadeiros amigos do Cristo reverenciam-no em espírito.2 A despeito do relevante significado que envolve o nascimento e a vida do Cristo e sua mensagem evangélica, sabemos que muitos representantes da cristandade agem como cristãos sem o Cristo, porque vivenciam um Cristianismo de aparência.

Neste sentido, afirmava o Espírito Olavo Bilac que “ser cristão é ser luz ao mundo amargo e aflito, pelo dom de servir à Humanidade inteira”.3 Chegará a época, contudo,em que Jesus, o guia e modelo da Humanidade terrestre,4 será reverenciado em espírito e verdade; Ele deixará de ser visto como uma personalidade mítica, distante do homem comum; ou mero símbolo religioso que mais se assemelha a uma peça de museu, esquecida em um canto qualquer, empoeirada pelo tempo. Não podemos, contudo, perder a esperança. Tudo tem seu tempo para acontecer.

No momento preciso, quando se operar a devida renovação espiritual da Humanidade, indivíduos e coletividades compreenderão que [...] Jesus representa o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo, e a doutrina que ensinou é a mais pura expressão de sua lei [...].5

Distanciado dos simbolismos e dos rituais religiosos, o espírita consciente procura festejar o Natal todos os dias, expressando-se com fraternidade e amor ao próximo. Admite, igualmente, que [...] a Doutrina Espírita nos reconduza o Evangelho em sua primitiva simplicidade, porquanto somente assim compreenderemos, ante a imensa evolução científica do homem terrestre, que o Cristo é o sol moral do mundo, a brilhar hoje, como brilhava ontem, para brilhar mais intensamente amanhã.6 Perante as alegrias das comemorações do Natal, destacamos três lições ensinadas pelos orientadores espirituais, entre tantas outras. Primeira, o significado da Manjedoura, como assinala Emmanuel: As comemorações do Natal conduzem-nos o entendimento à eterna lição de humildade de Jesus, no momento preciso em que a sua mensagem de amor felicitou o coração das criaturas, fazendo-nos sentir, ainda, o sabor de atualidade dos seus divinos ensinamentos.

A Manjedoura foi o Caminho. A exemplificação era a Verdade. O Calvário constituía a Vida. Sem o Caminho,o homem terrestre não atingirá os tesouros da Verdade e da Vida.7 Segunda, a inadiável (e urgente) necessidade de nos aproximarmos mais do Cristo, de forma que o seu Evangelho se reflita, efetivamente, em nossos pensamentos, palavras e atos. Para a nossa paz de espírito não é mais conveniente sermos cristãos ou espíritas “faz de conta”.[...]

Comentando o Natal, assevera Lucas que o Cristo é a Luz para alumiar as nações.8 Não chegou impondo normas ou pensamento religioso. Não interpelou governantes e governados sobre processos políticos. Não disputou com os filósofos quanto às origens dos homens. Não concorreu com os cientistas na demonstração de aspectos parciais e transitórios da vida. Fez luz no Espírito eterno.

Embora tivesse o ministério endereçado aos povos do mundo, não marcou a sua presença com expressões coletivas de poder, quais exército e sacerdócio, armamentos e tribunais. Trouxe claridade para todos, projetando-a de si mesmo. Revelou a grandeza do serviço à coletividade, por intermédio da consagração pessoal ao Bem Infinito. Nas reminiscências do Natal do Senhor, meu amigo, medita no próprio roteiro.

Tens suficiente luz para a marcha? Que espécie de claridade acendes no caminho? Foge ao brilho fatal dos curtos-circuitos da cólera, não te contentes com a lanterninha da vaidade que imita o pirilampo em vôo baixo, dentro da noite, apaga a labareda do ciúme e da discórdia que atira corações aos precipícios do crime e do sofrimento. Se procuras o Mestre divino e a experiência cristã, lembra-te de que na Terra há clarões que ameaçam, perturbam, confundem e anunciam arrasamento...

Estarás realmente cooperando com o Cristo, na extinção das trevas, acendendo em ti mesmo aquela sublime luz para alumiar?9 Por último é muito importante aprendermos a ser gratos a Jesus pelas inúmeras bênçãos que Ele nos concede cotidianamente, em nome do Pai, como a família, os amigos, a profissão honesta, a vivência espírita etc., sabendo compartilhá-las com o próximo, como aconselha Meimei: Recolhes as melodias do Natal, guardando o pensamento engrinaldado pela ternura de harmoniosa canção...

Percebes que o Céu te chama a partilhar os júbilos da exaltação do Senhor nas sombras do mundo. [...] Louva as doações divinas que te felicitam a existência, mas não te esqueças de que o Natal é o Céu que se reparte com a Terra, pelo eterno amor que se derramou das estrelas. Agradece o dom inefável da paz que volta, de novo, enriquecendo-te a vida, mas divide a própria felicidade, realizando, em nome do Senhor, a alegria de alguém!...10


Referências:

1DUTRA, Haroldo D. O novo testamento. (Tradutor). Brasília: EDICEI, 2010. p. 258.

2VIEIRA, Waldo. Conduta espírita. Pelo Espírito André Luiz. 31. ed. 3. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. 47, p. 154.

3XAVIER, Francisco C. Antologia mediúnica do natal. Espíritos diversos. 6. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 76, p. 201.

4KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Q. 625.

5______. ______. Comentário de Kardec à q. 625.

6XAVIER, Francisco C. Religião dos espíritos. Pelo Espírito Emmanuel. 21. ed. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. Jesus e atualidade, p. 296.

7______. Antologia mediúnica do natal. Espíritos diversos. 6. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 21, p. 57.

8LUCAS, 2:32.

9XAVIER, Francisco C. Antologia mediúnica do natal. Espíritos diversos. 6. ed.Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 4.

10______. ______. Cap. 29, p. 73-74.

Fonte: Revista Reformador, da FEB, de dezembro de 2010

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Laços




Laços é uma produção brasileira de baixíssimo custo (R$1.500,00!) que arrematou o Project: Direct 2007, concurso de curta-metragens promovido anualmente pelo YouTube. O filme bateu centenas de concorrentes em todo o mundo com um roteiro simples, mas tocante. JÁ FALAVA ALLAN KARDEC: Quantas obras-primas, de todos os gêneros, as idéias novas não poderiam produzir, pela reprodução das cenas tão múltiplas e tão variadas da vida espiritual! No filme, aos 22 segundos aparece o crédito para a música Austrália composta e apresentada por Clarice.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

O cordão que amarra o espírito

"[...] não se sabe ao certo como se prende o espírito ao seu corpo físico e por que processos psicofísicos isso se faz. É certo, porém, que a ligação é feita no sistema nervoso e que um cordão fluídico - à falta de melhor termo - funciona como espécie de extensão elétrica. Graças a esse cordão, o espírito pode afastar-se do corpo durante o sono fisiológico ou em outros estados de desprendimento provocado artificialmente, como na hipnose ou ainda pela ingestão de drogas hipnógenas ou mesmo em consequência de um traumatismo muito forte, quando se diz que a pessoa 'perdeu os sentidos'. Perdeu nada, apenas afastou-se o espírito e com ele levou os seus sentidos e a sua consciência, pois esta e aqueles não se acham sediados no corpo físico que é apenas matéria, não podendo ter tais faculdades por si mesma. Por esse cordão, o espírito mantém sua vigilância sobre o corpo físico por mais longe que se afaste e por ele circulam impressões e sensações num sentido e noutro, isto é, do corpo para o espírito e deste para aquele. Em outras palavras, se algo incomoda a pessoa adormecida, a sensação recebida pelo corpo é imediatamente remetida ao espirito através do cordão fluídico e este retorna ao seu organismo para as providências necessárias. Por sua vez, as experiências que o espírito vai tendo na sua liberdade relativa também vão sendo, ainda que fragmentariamente, transmitidas ao cérebro físico. Ao despertar, a memória guarda maior ou menor nitidez das observações e atividades do espírito enquanto o corpo repousava.

Nesse desprendimento, o espírito tem a sua vida peculiar, embora limitada pela condição de ser dono de um corpo físico. Entra em contato com outros espíritos nas mesmas condições que ele ou em estado de liberdade maior, por não estarem no momento ocupando corpos físicos na Terra. Conversa, estuda, aprende, ensina, desloca-se, enfim, com relativa facilidade, sempre atado ao corpo físico pelo cordão fluídico.

A existência desse cordão não é relatada apenas nas obras psíquicas ou na Bíblia. Todos os videntes, isto é, seres que tem a faculdade adequada, percebem o fenômeno, qualquer que seja a sua formação religiosa ou a sua descrença total. De modo geral, notam essas pessoas o cordão que amarra o espírito ao seu corpo material, mergulhando neste à altura da base do crânio."


Miranda, Hermínio - Os Procuradores de Deus.

Mecanismos da prece

A prece tem efeitos positivos muito mais eficazes do que, em geral, as pessoas imaginam. Trata-se de um dos mais poderosos influxos magnéticos existentes. O trecho abaixo é do livro Os Mensageiros, de autoria de André Luiz e psicografado por Chico Xavier.


"Fizera Ismália nova pausa, agora mais longa. Os olhos umedecidos de pranto. Suave calor, todavia, apossava-se-me da alma. E tão intensa era essa nova sensação de conforto, que interrompi a concentração em mim mesmo, a fim de olhar em torno. Fixando instintivamente o alto, enxerguei, maravilhado, grande quantidade de flocos esbranquiçados, de tamanhos variadíssimos, a caírem copiosamente sobre nós que orávamos, exceto sobre os que dormiam. Tive a impressão de que eram derramados do céu sobre nossa fronte, caindo com a mesma abundância sobre todos, desde Ismália ao último dos servidores. Não cabia em mim de admiração, quando novo fenômeno me surpreendeu. Os flocos leves desapareciam ao tocar-nos, começando, porém, a sair de nossa fronte e do peito grandes bolhas luminosas, com a coloração da claridade de que estávamos revestidos, elevando-se no ar e atingindo as múmias. Ainda aí, reparava o problema da gradação espiritual. As luzes emitidas por Ismália eram mais brilhantes, intensas e rápidas, alcançando muitos enfermos de uma só vez. Em seguida, vinham as fornecidas pelas senhoras do seu círculo pessoal. Depois, tínhamos as de Aniceto, de Alfredo e dos demais. Os servos de corpo obscuro emitiam vibrações fracas, mas visivelmente luminosas. Cada qual, naquele instante de contato com o plano superior, revelava o valor próprio na cooperação que podia prestar.

Observando-me o assombro, Aniceto falou-me aos ouvidos:

- Na prece encontramos a produção avançada de elementos-força. Eles chegam da Providência em quantidade igual para todos os que se deem ao trabalho divino da intercessão, mas cada Espírito tem uma capacidade diferente para receber. Essa capacidade é a conquista individual para o mais alto. E como Deus socorre o homem pelo homem e atende a alma pela alma, cada um de nós somente poderá auxiliar os semelhantes e colaborar com o Senhor, com as qualidades de elevação já conquistadas na vida."

André Luiz - Os Mensageiros (psicografia de Chico Xavier).


terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Onde começa a ciência

"Talvez nos contestem a qualificação de ciência, que damos ao Espiritismo. Certamente não teria ele, em nenhum caso, as características de uma ciência exata, e é precisamente aí que reside o erro dos que o pretendem julgar e experimentar como uma análise química ou um problema matemático; já é bastante que seja uma ciência filosófica. Toda ciência deve basear-se em fatos, mas os fatos, por si sós, não constituem a ciência; ela nasce da coordenação e da dedução lógica dos fatos: é o conjunto de leis que os regem. Chegou o Espiritismo ao estado de ciência? Se por isto se entende uma ciência acabada, seria sem dúvida prematuro responder afirmativamente; entretanto, as observações já são hoje bastante numerosas para nos permitirem deduzir, pelo menos, os princípios gerais, onde começa a ciência."


Kardec, Allan - Revista Espírita de janeiro de 1858.


Tesla, sobre fenômenos não-físicos


Clique para ampliar. Fonte: Traço de União

A teoria da evolução expandida

"Em 1859, dois anos depois do lançamento de O Livro dos Espíritos por Allan Kardec, o célebre cientista inglês Charles Darwin publicou A Origem das Espécies, 28 anos após ter partido para uma viagem de estudos ao redor do mundo que durou cinco anos e embasou toda sua reveladora obra.

[...] Darwin anulou a teoria do criacionismo e mostrou de uma forma lógica que a vida, biologicamente considerada, evoluiu desde um organismo unicelular para, bilhões de anos depois, ter-se chegado ao homem. Dentre os dois extremos, a evolução produziu milhões de seres vivos; todos, sem exceção, elos de uma corrente indissociável.

[...] Paralelamente às constatações biológicas de Charles Darwin, Allan Kardec nos trouxe as informações iniciais, oriundas do plano espiritual superior, acerca da origem e evolução do espírito desde a mônada (princípio espiritual individualizado) até à alma humana. Analogamente ao ocorrido no processo de evolução biológica, dentre os extremos, há milhões de patamares de desenvolvimento espiritual fortemente inter-relacionados.

[...] Em A Gênese, Kardec teceu comentários sobre a origem da vida na Terra em perfeita consonância com Darwin. No item 28 do capítulo X, escreveu o codificador do Espiritismo:

Por pouco que se observe a escala dos seres vivos, do ponto de vista de seu organismo, reconhece-se que, desde o líquen até a árvore, e do zoófito ao homem, há uma cadeia que se eleva por graus, sem solução de continuidade, e da qual todos os elos têm um ponto de contato com o elo precedente; seguindo-se passo a passo a série dos seres, dir-se-ia que cada espécie é um aperfeiçoamento, uma transformação da espécie imediatamente inferior.

[...] Certamente, a conjunção da teoria da evolução de Charles Darwin com os ensinamentos a respeito da vida espiritual constantes das obras de Allan Kardec forma a verdadeira imagem a nos permitir a compreensão da vida sob o ponto de vista holístico.

Segundo Kardec, os espíritos são criados simples e ignorantes. Portanto, para cada fase da evolução espiritual, desde a mônada, há um veículo físico compatível. Quanto maior o grau de evolução, mais complexo o corpo carnal, sobretudo no que diga respeito ao sistema nervoso, já que o cérebro é o transdutor da mente ao corpo físico. Ou seja, quanto mais expandida a consciência espiritual eterna, mais elaborado o sistema nervoso do corpo físico transitório.

Uma vez originado o espírito, (mônada), tem início a longuíssima e dificílima jornada rumo à angelitude. Trata-se, basicamente, de um processo que envolve um número inimaginável de reencarnações e desencarnações, com o intuito do aprendizado nas mais distintas condições e situações."


Extraído do livro Alimentação e Evolução Espiritual, do autor Edson Ramos de Siqueira. Fonte: Traço de União

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

O amanhecer de uma nova era


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Fonte: Traço de União

O caminho para o autoconhecimento


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Fonte: Traço de União

sábado, 9 de dezembro de 2017

Raciocínio versus credulidade


"A Doutrina Espírita considera que sua teoria está em constante aperfeiçoamento, na medida em que ocorrem novas descobertas da ciência. Tanto o Espiritismo quanto o espiritualismo que o antecedeu seguem, desta forma, o racionalismo crítico proposto por Kant. O fato de Kardec ter estabelecido o Espiritismo por meio de "explicações teóricas" dos fenômenos espíritas prova que sua intenção estava em compreender suas causas e "não crer nelas cegamente":

Queríamos fazer do Espiritismo uma ciência de raciocínio e não de credulidade. [...] os espíritas acreditaram porque compreenderam, e não é duvidoso que é a isto que se deve atribuir o crescimento rápido do número de adeptos sérios. É a essas explicações que o Espiritismo deve por ter saído do domínio do maravilhoso e de estar ligado às ciências positivas; por elas demonstrou aos incrédulos que isto não é uma obra de imaginação; sem elas estaríamos ainda para compreender os fenômenos que surgem a cada dia. (Revista Espírita, 1867)

E então conclui que "era urgente colocar, desde o princípio, o Espiritismo sobre o seu verdadeiro terreno. A teoria fundada sobre a experiência foi o freio que impediu a credulidade supersticiosa, tanto quanto a malevolência, de fazê-lo desviar de seu caminho.""

Extraído do livro Revolução Espírita, de Paulo Henrique de Figueiredo.

Fonte: Blog Traço de União

Vegetarianismo na Visão Espírita



Por Werlany Maciel


Quando o assunto em pauta é a alimentação sem carne, a divergência, mesmo no meio espírita, é grande. 
É interessante saber que o vegetarianismo é dividido em 4 grupos, sendo que nenhum desses consomem carne:

1) Ovo-lacto vegetariano: não consome nenhum tipo de carne, consome ovos e leite;
2) Lacto-vegetariano: não consome nenhum tipo de carne e ovos, consome leite;
3) Vegetariano restrito ou puro: não consome carne, leite, ovos, mel e derivados;
4) Vegano (do inglês vegan): não consome carne, ovos, leite, mel e derivados; não utilizam vestuários com material de origem animal e nem produtos testados em animais.

Muitos questionariam: o espírita é obrigado a seguir o vegetarianismo? A resposta, obviamente, é não. O Espiritismo nada obriga e é, acima de tudo, uma filosofia de vida, não aplica o dogma como base religiosa.
Talvez, a pergunta mais sensata seria: o espírita deve refletir sobre a possibilidade de tornar-se vegetariano? A resposta, logicamente, é sim. 

O Espiritismo muito nos instrui sobre esta possibilidade desde Allan Kardec: “Será meritório abster-se o homem da alimentação animal, ou de outra qualquer, por expiação? Sim, se praticar essa privação em benefício dos outros” (questão 724 do Livro dos Espíritos).

E quanto a participação de Chico Xavier no programa Pinga Fogo, em 1971, em que ele parecia instruir uma alimentação com #carne para a maioria das pessoas? São justificáveis para a época. Seria leviano da parte dos Espíritos afirmar que o Espiritismo condenava o consumo de carne, pois eram escassas as informações sobre as alternativas nutricionais em substituição à carne; o que não mais se aplica nos dias de hoje.

São diversos exemplos de pessoas, atletas, crianças e idosos vegetarianos e saudáveis. Então, por que ainda comer carne?

Em 1943, André Luiz em Missionários da Luz já dava indícios de que a nossa inteligência podia trabalhar em prol de uma alimentação vegetariana e esclarecia:

"(…) esquecíamos de que a nossa inteligência, tão fértil na descoberta de comodidade e conforto, teria recursos de encontrar novos elementos e meios de incentivar os suprimentos protéicos ao organismo, sem recorrer às indústrias da morte.”

Em O Consolador, Emmanuel foi incisivo ao CONDENAR o consumo de carne: “A ingestão das vísceras dos animais é um erro de enormes consequências, do qual derivaram numerosos vícios da nutrição humana. É de lastimar semelhante situação, mesmo porque, se o estado de materialidade da criatura exige a cooperação de determinadas vitaminas, esses valores nutritivos podem ser encontrados nos produtos de origem vegetal, sem a necessidade ABSOLUTA dos matadouros e frigoríficos.”

Sob justificativas antigas, em que os conhecimentos eram quase nulos sobre a nutrição vegetariana, muitos espíritas ignoram os mais recentes relatos mediúnicos que apontam o atraso espiritual da humanidade em comer carne de irmãos “menores”.

Deixemos bem claro que ser vegetariano não implica em ser bom, e não ser, não implica em ser ruim. Entretanto, sem dúvidas, quando se deixa de comer nossos irmãos, a sintonia com energias elevadas se dá mais facilmente. Lembrando uma citação de Babajiananda, um sábio irmão: "Não é deixando de comer carnes que o ser se espiritualiza, é se espiritualizando que ele deixa de comer carnes.”

Tudo na vida é adaptação. Segundo A Gênese em 1868, “(…) à medida que o senso moral predomina, a sensibilidade se desenvolve, a necessidade da destruição diminui; termina mesmo por se extinguir e por tornar-se odiosa; então, o homem passa a ter horror ao sangue.”

Já temos muita informação sobre o assunto, sendo cada um capaz de discernir o certo do errado, o bom do ruim. Cada ser é único e responde a novas revelações de maneiras diferentes. Muitos estão preparados, muitos ainda não. Segundo Jesus, “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”, aqueles que ainda não, certamente um dia terão. Aí está o que chamamos de progresso e evolução espiritual.

Segundo o Irmão X, psicografado por Chico Xavier: “Comece a renovação de seus costumes pelo prato de cada dia. Diminua gradativamente a volúpia de comer a carne dos animais. O cemitério na barriga é um tormento, depois da grande transição. O lombo de porco ou o bife de vitela, temperados com sal e pimenta, não nos situam muito longe dos nossos antepassados, os tamoios e os caiapós, que se devoravam uns aos outros.”

A combinação alimentar cereais/leguminosas resulta em uma qualidade proteica maior do que qualquer proteína animal. Os cereais são boas fontes de metionina e as leguminosas, de lisina.

Uma dieta variada com feijões, lentilhas, grãos e vegetais contêm todos os aminoácidos essenciais porque um complementa o que falta no outro. Podemos satisfazer nossa necessidade proteica facilmente, consumindo a combinação adequada de fontes de aminoácidos ao longo do dia.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Muito mais que convicção sem provas



"...os espíritos nos falaram de uma realidade distinta da nossa ao nos revelarem sua própria sobrevivência à morte, a sua evolução, seu estado na erraticidade, seus sofrimentos e sua felicidade. Falaram-nos de suas experiências e observações da vida espiritual.

Durante muito tempo, na história da humanidade, isso tudo foi tema da religião, sendo recebido como revelação divina ou espiritual, aceito pela crença cega ou pela confiança na autoridade de um profeta. Com o Espiritismo, conhecemos uma nova realidade: a de que os espíritos podem fazer experimentos e observações científicas sobre a realidade espiritual.

Isso nos conduz ao contato com o conhecimento dos espíritos desencarnados, que estudam a sua própria realidade e da qual eles nos falam, mas que temos dificuldade em compreender quando não dispomos de orientações metodológicas adequadas.

Allan Kardec, nos anos de pesquisa e dedicação ao desenvolvimento da Doutrina Espírita, prestou-nos um inestimável serviço: ofereceu-nos uma orientação metodológica sobre como lidar cientificamente com a realidade espiritual, retirando, deste sólido alicerce, relevantes reflexões filosóficas e consequências morais, as quais podem nortear nossos comportamentos na Terra ou no espaço.

Consequências que podem nos proporcionar uma vida melhor, desde que as incorporemos aos nossos pensamentos e a nossa prática cotidiana.

Que, vivenciadas junto aos seres que compartilham conosco o lar, a cidade e o planeta, podem construir uma sociedade melhor, mais fraterna e harmoniosa.

Que, aplicadas à educação, podem orientar os espíritos, desde a mais tenra infância, pelo caminho tranquilo e seguro, rumo à evolução intelecto-moral e ao desenvolvimento das virtudes.

Infelizmente, muitos estudiosos do Espiritismo, até hoje, continuam pensando na doutrina como mais uma bela filosofia, ou como uma religião à qual aderimos por simpatia e sem estudo aprofundado."


Por Rita Foelker. Este trecho foi extraído do prefácio do livro Revolução Espírita, do autor e pesquisador Paulo Henrique de Figueiredo.

5 respostas do espiritismo sobre o futuro do planeta



A transição vivida neste momento por nosso planeta, que está passando de "mundo de expiação e provas" para "mundo de regeneração", provoca o interesse de adeptos das mais diversas vertentes, principalmente dos espíritas. Pensado nisso, levantamos as dúvidas mais comuns sobre o assunto, abaixo respondidas pelo querido autor espírita Richard Simonetti.

1 – Como poderíamos definir a diferença entre Mundo de Provas e Expiações, estágio atual da Terra, e Mundo de Regeneração, o próximo estágio?

Mal comparando, diríamos que nos Mundos de Provas e Expiações o egoísmo predominante, resquício da animalidade primitiva, é o elemento gerador de todos os males. No Mundo de Regeneração, consciências despertas para esse problema estarão empenhadas em superá-lo.

2 – Então no Mundo de Regeneração ainda prevalece o mal?

Prevalece a consciência de que é preciso vencê-lo com o empenho do Bem. Equivale a dizer que o mal nesses planetas não tem receptividade nos corações e tende a desaparecer.

3 – Para onde irão os Espíritos "expulsos" da Terra?

Provavelmente para Mundos Primitivos, em posição inferior à Terra, conforme a escala apresentada por Kardec, em O Evangelho segundo o Espiritismo.

4 – Não irá um Espírito intelectualmente evoluído, mas moralmente atrasado, causar embaraços aos habitantes desse mundo?

Não tanto quanto os benefícios que essa convivência ensejará. Os degredados estarão mais ou menos no mesmo estágio moral, mas superiores no estágio intelectual, favorecendo o progresso de seus hospedeiros, em cujo seio reencarnarão.

5 – E ficarão para sempre por lá?

Segundo Emmanuel, somos todos tutelados do Cristo, o governador espiritual de nosso planeta, compondo uma imensa família, de perto de vinte e cinco bilhões de Espíritos. Natural, portanto, que após superarem sua rebeldia e resgatarem seus débitos, ajustando-se às leis divinas, retornem os degredados ao convívio humano, o que poderá demandar milênios, mas forçosamente acontecerá. Como ensina Jesus, das ovelhas confiadas por Deus aos seus cuidados, nenhuma se perderá.

Respostas de Richard Simonetti / Reprodução.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

No erguimento da paz

"Efetivamente, precisamos dos artífices da inteligência, habilitados a orientar o progresso das ciências no planeta. Necessitamos, porém, e talvez mais ainda, dos obreiros do bem, capazes de assegurar a paz no mundo. Não somente daqueles que asseguram o equilíbrio coletivo na cúpula das nações, mas de quantos se consagram ao cultivo da paz no cotidiano.




Dos que saibam ouvir assuntos graves, substituindo-lhe os ingredientes vinagrosos pelo bálsamo do entendimento fraterno;

Dos que percebem a existência do erro e se dispõem a saná-lo, sem alargar-lhe a extensão com críticas destrutivas;

Dos que enxergam problemas, procurando solucioná-los, em silêncio, sem conturbar o ânimo alheio; 

Dos que recolhem confidências aflitivas, sem passá-la adiante;

Dos que identificam que identificam os conflitos dos outros, ajudando-os sem referências amargas;

Dos que desculpam ofensas, lançando-as no esquecimento;

Dos que pronunciam palavras de consolo e esperança, edificando fortaleza e tranqüilidade onde estejam;

Dos que apagam o fogo da rebeldia ou da crueldade, com exemplos de tolerância;

Dos que socorrem os vencidos da existência, sem acusar os chamados vencedores;

Dos que trabalham sem criar dificuldades para os irmãos do caminho;

Dos que servem sem queixa;

Dos que tomam sobre os próprios ombros toda a carga de trabalho que podem suportar no levantamento do bem de todos, sem exigir a cooperação do próximo para que o bem de todos prevaleça. 

Paz no coração e paz no caminho.

Bem-aventurados os pacificadores - disse-nos Jesus -, de vez que todos eles agem na vida, reconhecendo-se na condição de fiéis e valorosos filhos de Deus."


Livro Ceifa de Luz - Pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Justiça, sofrimento e felicidade


Clique na imagem para ampliar. Fonte: Blog Traço de União

domingo, 3 de dezembro de 2017

Coração, aparência e coerência religiosa: quando a prática se distancia da essência



“E disse-lhes: Por que estais dormindo? Levantai-vos e orai, para que não entreis em tentação.”

(Lucas, 22:46.)


Dos quatros Evangelhos considerados canônicos, o terceiro deles, assinado por Lucas é o único que traz um pouco mais sobre as figuras femininas que acompanhavam Jesus. Estudiosos consideram que somente o gentio teria dedicado espaço significativo a elas porque, diferente dos hebreus, não comungava com a ideia de que mulheres seriam inferiores aos homens, tampouco impuras, como prega a Torá (Antigo Testamento).

Lucas, nascido em Antióquia, filho de um ex-escravo de nome Enéas, formou-se em Alexandria como médico e cuidava principalmente de pobres e escravos, dedicando sua vida ao apostolado do amor. Segundo seus biógrafos, quando ouviu falar sobre Jesus e seus ensinamentos, decidiu ir até a Judéia para conhecê-lo, porém o Mestre Galileu já havia sido crucificado. Pouco tempo depois, foi conversar com sua mãe, Maria, escutando-a com atenção e respeito (atitude curiosa, já que naquela época, naquele povo, só a palavra do homem era considerada digna de ser validada).

Desta entrevista junto à mãe de Jesus (e mais alguns relatos de outros evangelistas) nasceu o maior de todos os Evangelhos. Esses dados circulam pela tradição, mas não têm comprovação histórica.

Mas, nos textos de Lucas, encontramos um grego mais rebuscado, com termos médicos da época e, curiosamente, em diversos trechos certo cuidado ético ao intercalar histórias que falam sobre a ajuda do Cristo a um homem para, em seguida, destacar sobre o apoio que ele deu a uma mulher.

Lucas hoje é considerado “o evangelista das mulheres”, mas não só: teve um olhar mais amoroso com relação a Jesus, trazendo um mestre cheio de misericórdia e amor, que universaliza a “salvação” (possível a todos, fossem pobres, aleijados, ricos, homens, mulheres ou crianças), falando sobre um Deus Pai que cuida de todos os seres viventes e não somente de um povo escolhido.

Aliás, a figura de Maria de Magdala, presente em seus escritos, nos convida a uma compreensão da mensagem do Cristo a partir de um olhar distituído de qualquer preconceito, fosse ele social, racial, étnico, religioso ou de gênero. Para o Rabi de Nazaré, eram justamente os excluídos, os maginalizados pela sociedade, que deveriam receber um cuidado especial, um acolhimento capaz de retirá-los de sua situação de vulnerabilidade.

Mesmo nos outros Evangelhos, verdade é que, quando buscamos a essência da mensagem cristã, encontramos um achatamento, um rebaixamento do ego para o florescer da alma imortal – nossa parte mais sagrada, essencial.

E é neste ponto que peço licença para explicar um pouco sobre o conceito de ego (tão bem descrito por Freud), já que ele ainda está na base de tudo o que fazemos neste mundo.

Ego diz respeito principalmente às nossas relações com o meio e conosco mesmo. Trata-se de uma maneira de ser e existir em determinada cultura, dentro de um tempo histórico. O ego possui partes conscientes, algumas semiconscientes e outras inconscientes. Usa máscaras, cria discursos defensivos, buscando encobrir aspectos mais difíceis – o lado mais agressivo ou maldoso (muita vez totalmente inconsciente) e, ao mesmo tempo busca atuar no mundo de forma socialmente aceita, levando em conta as leis e regras sociais (enraizadas em nós e conhecidas como superego) para que possa ser reconhecido como um ser digno de amor (esta é nossa busca central).

Portanto, o ego tenta dar conta das carências arcaicas, da baixa autoestima.

Em pessoas nas quais o bem já brota de forma natural (alma já educada para o amor), nas que reconhecem seus problemas, aceitando-os e encarando-os como parte da jornada evolutiva, as defesas do ego são mais reduzidas.

Voltando aos Evangelhos, recordo que, quando questionado pelos religiosos da época sobre o descuido de seus discípulos com a higiene (está nos textos sagrados que deveriam lavar as mãos antes das refeições), Jesus retruca dizendo que o problema não estaria na aparência (no corpo), mas no que levamos em nossos corações (a boca fala do que está cheio o coração). Em outra passagem, conta uma parábola sobre um respeitável religioso que estaria orando em voz alta no templo, dizendo de suas magníficas qualidades a Deus, bradando ser muito melhor que um outro homem, que ali estava: um cobrador de impostos, considerado pecador, que também orava, porém humilde, em voz baixa, falando ao Pai Celeste sobre suas mazelas íntimas.

Em seguida, Jesus diz que a prece do segundo fora digna de ser escutada por Deus porque vinha da verdade e da boa intenção, enquanto que a hipocrisia daquele que se vestia de santidade de nada valeria para o Pai. Traduzindo: o inconsciente doutor da Lei estava mais distante do necessário, por encobrir suas dificuldades humanas que o publicano, coerente consigo mesmo, portanto mais próximo da mudança necessária.

O ego defensivo dele projetava em cima do outro aquilo que não suportava em si mesmo (todos temos alguma dificuldade íntima a resolver).

Regra básica que Jesus obviamente conhecia: só podemos mudar aquilo que já reconhecemos em nós.

Aliás, o Mestre buscou diminuir o valor do ego, focando nas questões da alma. Pedia, em suas parábolas e conversas, que deixássemos de tentar aparentar aquilo que não somos para nos darmos conta do nosso eu real, buscando melhorar aquilo que prejudica a nós e aos outros.

Há dois mil anos, a mensagem foi basicamente esta.

Uma proposta de um socialismo sem armas, com equanimidade, apoio, amor.

Nada de exclusões, ditaduras ou opressões.

Que reconhecêssemos e retirássemos do nosso ego o orgulho e o egoísmo…

Agora falemos um pouco sobre prática humana.

Na atualidade, com as discussões sobre as questões de gênero, causa-nos estranheza quando lemos ou escutamos opiniões que parecem vir de algum personagem hebreu de três mil anos atrás. Por exemplo, quando dizem que a mulher foi estuprada por conta da sua saia curta ou que a criança foi molestada pelo adulto por conta de seu “jeitinho sedutor”. Um machismo enraizado nos porões do inconsciente coletivo que deve ser olhado (trazido ao consciente) para, por fim, ser extirpado da cultura.

Nos templos religiosos que ainda não absorveram as propostas de reforma de Jesus vemos áreas reservadas aos homens e outras para mulheres, para que estas não os “distraiam”, pois precisam concentrar-se no culto.

As vestimentas femininas devem ser recatadas, de preferência com o uso de véus, saias longas e nenhum decote. Cores vibrantes e estampas muito alegres também não são bem vindas. A aparência da austeridade deve estar presente.

Encontrar isto em templos cuja filosofia se apoia principalmente no antigo testamento, parece menos estranho do que quando ficamos sabendo de Centros Espíritas que buscam regulamentar as vestes das pessoas, principalmente de mulheres.

Faz um tempo, conheci uma pessoa que, devido a uma depressão severa esteve à beira da morte por meses e que, graças a tratamento médico, psicológico e espiritual está conseguindo se reerguer, embora ainda com momentos de fragilidade psíquica.

Disse-me ela que estar no Centro Espírita tem-lhe feito enorme bem, pois se sente pertencente a um grupo familiar (esta pessoa não tem mais os pais, mora sozinha), que lá encontra reconforto, paz. Porém, há alguns dias esta mulher foi chamada para uma conversa na sala de atendimento fraterno do lugar. O assunto? Suas vestes. Não deveria usar saia curta nem bermudas quando fosse assistir palestras, pois estavam percebendo que os homens a estavam olhando demais e isso estaria atrapalhando o clima psíquico da Casa.

Quando me contou o fato estava em lágrimas, dizendo que jamais pensou em seduzir alguém com suas roupas, que ficava totalmente focada nas palavras que eram ditas pelos palestrantes e professores. Confessou se sentir ofendida, perguntando a si mesma se voltaria ao lugar, já que engordara mais de vinte kilos depois do seu processo, perdendo muitas roupas (inclusive todas as suas calças compridas), não possuindo dinheiro para novas.

Decidiu, então, enviar uma carta para a pessoa que a procurou, falando sobre como se sentia. Sua estratégia foi positiva, pois a diretora do lugar reconheceu o disparate da situação, voltando atrás no que disse, desculpando-se. Fiquei feliz com o desfecho e penso que todos aprendemos um pouco com o fato, principalmente os responsáveis pelo local. Ademais, ela continuará frequemtando a Casa, o que achei ótimo, já que lá ela se sente tão bem!

O que acontece é que, quando soube do caso, me lembrei de um outro que acontecera comigo, numa Casa Espírita na qual fui palestrar. Quem me conhece sabe que gosto de acessórios grandes, brincos pendurados, colares e anéis. Embora sejam bijuterias de pouco valor, podem parecer ser mais que isso, é verdade. Porém, não vem ao caso e mesmo que fossem, estaria este assunto dentro das minhas jurisdições pessoais, pois que não agrido ninguém à minha volta com isso.

Naquela manhã de trabalho, estava eu bem vestida, com batom, brincos grandes, sapato novo e uma blusa de seda que ganhei de aniversário do meu marido. Não era traje de festa, mas eu estava vestida com esmero.

Chegando perto do espaço da palestra, no grande salão, leio em uma faixa enorme a seguinte frase: “Neste lugar só devem entrar trajes simples.”

Procurei a presidente da Casa e, com um tom alegre disse que não poderia fazer a palestra.

Ela se espantou e perguntou o que estava acontecendo.

“Não estou vestida adequadamente. A Faixa é direta: aqui só podem entrar pessoas vestidas de forma simples. Eu não estou assim. E agora?”

Claro que fiz a palestra, afinal as pessoas que estavam ali mereciam que eu passasse aquilo que estudei, porém aproveitei a situação para dialogar com a presidente sobre esta questão do destaque ao descartável.

Em todo o ambiente não se lia nenhuma frase de Jesus, mas somente aquela faixa enorme, colocando condições aos participantes, estava pendurada no local.

E se alguma senhora rica, carregando fios de ouro no pescoço passasse em frente àquela Casa, decidindo entrar, qual não seria seu espanto ao saber que ali não era bem vinda? Acaso Deus separa ricos de pobres, dando oportunidades para o conhecimento das verdades apenas aos mais humildes?

E se fosse uma prostituta, como também o foi Maria de Magdala, e quisesse entrar ali, mesmo com um shorts curto? Seria convidada a sair por desorganizar o psiquismo masculino? (Sabemos que o problema está na mente daquele que vê e não na roupa que o outro veste).

Se Francisco de Assis se preocupasse com as aparências, jamais teria banhado um leproso…

Conheço missionários incríveis que fazem trabalhos dentro dos prostíbulos de Campinas, ajudando mães e crianças em suas vidas miseráveis, levando Evangelho, comida e amor para estas almas. Estariam eles em risco, já que o lugar os convida à luxúria? Chico Xavier teria deixado de atender um caído do caminho por conta de sua aparência?

A ciência da Psicologia já explicou que aquilo que não damos conta em nós, projetamos no outro. Era disso que falava a parábola que citei acima. Os dedos em riste, apontados contra o outro, geralmente falam muito sobre seu dono…

Por fim, digo que o despretensioso texto não visa trazer à luz todas as questões envolvidas nestes casos, mas entra como um alerta simples, que considero necessário: devemos tomar cuidado com a hipocrisia nossa de cada dia, e, consequentemente, com um possível retrocesso nas práticas de religiosidade.

Se um maltrapilho nos visita podemos ajudá-lo, oferecendo-lhe trajes dignos de um ser humano: limpos e inteiros, caso ele queira (sempre respeitando o livre-arbítrio de cada um).

Porém, vetar acesso às pessoas na Casa Espírita por conta de sua aparência exterior me remete a um dos versículos mais espantosos e ultrapassados que já encontrei em meus estudos do velho testamento, sobre o assunto: “Ninguém dos teus descendentes nas suas gerações, em quem houver algum defeito, se chegará para oferecer o pão do seu Deus pois nenhum homem em quem houver defeito se chegará: como homem cego, ou coxo, de rosto mutilado, ou desproporcionado, ou homem que tiver o pé quebrado, ou a mão quebrada, ou corcovado, ou anão, ou que tiver belida no olho, ou sarna, ou impigens, ou que tiver testículo quebrado”. [Levítico 21, 17-20].

Certamente através da fala e da prática do Cristo entendemos que esta passagem não faz sentido quando se defronta com a questão do Amor Incondicional de Deus às suas criaturas.

Por fim, resumo o texto em um convite simples: que tal uma reflexão que foi também proposta nos Evangelhos e que ainda é válida?

– Precisamos tomar cuidado para não coarmos mosquitos, engolindo camelos…

Jesus sabia das coisas!

Claudia Gelernter

Fonte: Blog da ABPE 

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Como ocorre a morte?



Documentário "A morte de Dimas - Como funciona o processo de desencarnação"

Como ocorre a morte? Este é um curta metragem espírita baseado no livro Obreiros da Vida Eterna, de André Luiz, editora FEB, que narra o processo de desencarnação de Dimas.

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Tipos de Reencarnação


quinta-feira, 23 de novembro de 2017

A oração de uma mãe arrebenta as portas do céu!

Por Marcel Camargo

Coração de mãe é uma couraça, nunca sucumbe, sustentando-a durante as noites insones e as horas de prece velando nossa febre, durante a madrugada sem fim de nossa adolescência, à espera de nosso telefonema, à espera de nossa voz viva, diariamente, a todo instante.

***
Não dá para escrever sobre mães sem que as palavras enveredem por um viés deliciosamente piegas – ouso até dizer que toda mãe é babosa. Senão vejamos: quem é que fantasia o bebê para tirar fotos e mostrá-las às amigas, toda cheia de si? Quem chora nas apresentações da escolinha? Quem guarda o primeiro dentinho que cai, molda o pezinho, vibra com o primeiro “mama” – ou algo parecido – que ouve do filho? Pois é, mães são amor em estado puro, desprovido de censuras e etiquetas, de qualquer senso que possa existir. E é exatamente isso que as torna essenciais, indispensáveis, inesquecíveis e únicas em nossas vidas.

Nós recebemos tudo delas: sangue, matéria, existência, essência – quer elas tenham ou não nos gerado em seu ventre. Crescemos com elas ali, sempre presentes, e vez ou outra olhamos em busca de seu olhar de aprovação. Mãe é a segurança, o esteio, o porto-seguro para onde voltamos, mesmo que em memória, quando dos reveses da vida. Não existe cafuné mais gostoso, comida mais saborosa, cheiro mais penetrante ou voz mais acalentadora do que de nossas mães. Sabemos que, quando ninguém mais nos der razão, no colo das mães encontraremos repouso consolador.

Por outro lado, elas também sabem ser críticas, mordazes, ferinas, num primeiro momento, quando fugimos às suas expectativas. Porque precisam colocar pra fora todo aquele ranço acumulado, para que o encantamento de seu coração possa transbordar livre, trazendo-nos de volta à realidade. Ao final, elas sempre acabam nos aceitando como somos, em tudo o que nos define. Elas até tentam nos moldar e nos conduzir à sua imagem e semelhança, mas invariavelmente acabam nos deixando livres – e nos amando ainda mais por sermos nós mesmos e por termos nos tornado quem somos.

Coração de mãe é uma couraça, nunca sucumbe, sustentando-a durante as noites insones e as horas de prece velando nossa febre, durante a madrugada sem fim de nossa adolescência, à espera de nosso telefonema, à espera de nossa voz viva, diariamente, a todo instante. Mães têm uma fé absurda e a força de suas orações chega a gritar aos nossos ouvidos – Chico Xavier disse que a oração de uma mãe arrebenta as portas do céu: alguém duvida? Elas estão ali ao lado dos filhos, firmes, esperançosas, quando nada mais parece ter salvação, à cabeceira das sessões de quimioterapia, à porta dos prontos-socorros, em frente aos portões das prisões. Mãe é esperança sem fim, fé inconteste.

Mães não erram deliberadamente, posto que em razão do amor. O filho é seu projeto de vida, sua perpetuação nesse mundo, o legado que deixa à sociedade, por isso elas relutam tanto diante das falhas, dos vícios e dos erros de seu rebento. Aceitar as imperfeições do ser humano a quem outorga sua vida requer desconstruir-se, ressignificar paradigmas, abrir mão da felicidade completa e sofrer, frustando planos acalentados em vão. Mas nada é em vão, em se tratando de mãe e filho. Sorvemos tudo o que vem delas, mesmo que fique adormecido, aguardando o momento certo de vir à tona em nosso favor – sempre em nosso favor.

Mãe também é solidão. Porque ninguém, a não ser elas mesmas, conseguem compreender o que é tudo isso que lhes é tão peculiar. Um amor que transborda além do permitido, um amor que cura, acalma e alimenta a alma. Um amor que nunca desiste da esperança, presente ali nas casas de repouso e nos asilos, onde aguardam ansiosas pelas visitas esparsas, ou mesmo inexistentes. Mãe é persistência, é crença indelével na capacidade do ser humano. É aceitação e resignação, sem questionamento nem cobranças. E precisamos que elas assim o sejam, pois nos são exemplos da necessidade de nos entregar, de acreditar, de amar, de aceitar e de brigar por aquilo que se quer.

Mães não morrem como as outras pessoas – elas são tiradas de nós, abruptamente, sem aviso, porque nunca estaremos preparados para enfrentar a vida sem elas. E então vamos nos agarrando dolorosamente às memórias, às fotos, filmes, cartas e à certeza de que teria sido muito pior se tivéssemos sido nós tirados delas, tentando nos consolar e aprumar nosso navio que parece navegar à deriva de nós mesmos, enquanto experenciamos os ambientes sem a sua presença e nos consolamos com as suas visitas em nossos sonhos. E, nesse processo de luto, somos obrigados a aprender a viver somente de nós mesmos, sem a ternura, a bravura, a cafonice e a sabedoria de um de nossos sustentáculos emocionais mais preciosos. Enfim a dor, burilada e mitigada, transforma-se em saudade contida e em gratidão por termos sido filhos das melhores mães do mundo.


*O título deste artigo alude a uma conhecida citação de autoria de Chico Xavier.

Fonte: O Segredo

Passe Virtual



Depois de iniciado o passe não pense em mais nada, mentalize sua casa, sua família e seus desejos.
Em silêncio evoque a proteção de Deus e de Jesus para o passe, desejando após a evocação, rogue também o concurso do seu o anjo da guarda os dos espíritos superiores com os quais tenha maior afinidade. Procure afastar de sua mente quaisquer pensamentos negativos, respire fundo, pausadamente, com calma e confiança, prepare-se para orar. Ore com Jesus.

Pai nosso que estas no céu, santificado seja o Teu Nome, venha a nos o Teu Reino e seja feita a Tua Vontade, e assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia danos hoje, perdoa as nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores, e não nos deixes cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Porque Teus são o Reino, o poder e a Glória, para Sempre. Assim seja.

Vamos dar inicio ao passe.

Como as folhas envelhecidas se desprendem das árvores, deixe os sentimentos que já não servem mais se soltarem de você suavemente, mas de forma inexorável.
Pequenos pontos de sofrimento e que se chamam amargura, tristeza, raiva, decepção... se vão de sua mente um a um para não mais voltar!... O vento da Vida leva-os para longe, sem que possam retornar e refazer o vínculo pernicioso.
Pouco a pouco a árvore de suas emoções vai se esvaziando de negatividade, até mostrar-se limpa e pronta para a renovação...

Sentindo-se leve, sem o peso das folhas mortas que se desprenderam e se foram, você recebe agora, suavemente, sobre o corpo e a alma, a água da vida que cai em abundância dos Céus!...
Esta água limpa, higieniza, purifica, desobstrui e tonifica todas as célula de seu ser.
Nada fica fora de sua ação renovadora.
Ao tempo que limpa e hidrata o corpo, o líquido cristalino dessedenta o espírito, aplacando a aflição, a ansiedade e a inquietação. Há em seu coração, agora, uma sensação de calma, limpeza e bem-estar...

Um leve frio e eis que o Sol de Deus surge para aquecer e aconchegar...
Os raios cariciosos penetram-no por inteiro, aquecendo-o ternamente qual materno abraço, proporcionando conforto e segurança ao coração. Neste momento, o Amor Maior aquece o seu ser afastando o gelo de toda e qualquer aflição.
Nenhum outro sentimento que não o de alegria e confiança, assomam à sua mente agora.
Você está em paz, envolvido pelo calor que o protege...

Do Coração da Vida... flores perfumadas para você!...
De alma grata e feliz, recolha as pétalas coloridas que penetram o seu ser e restauram sentimentos e emoções... Felicidade, esperança, fé, coragem e determinação passam a significar novamente: vontade de viver!...
Mas além do perfume e da cor, a Natureza neste momento lhe envia o que possui de melhor: a capacidade infinita de restaurar-se em sublime beleza, ainda quando os golpes do mal parecem decretar-lhe o fim...

As mãos divinas estão repletas de Luz!...
Suavemente a luz transborda e se derrama sobre você, como cascata dourada de indizível e ignota essência!... A alma, pouco a pouco, se impregna de doce felicidade, permitindo o renascimento íntimo dos mais nobres propósitos de elevação, progresso e realização!...
Banhado em sublime força, você se entrega profundamente ao Doador da Luz, absorvendo as energias que darão, a partir de agora, novo e abençoado impulso ao seu viver!...

Sinta agora a presença de Jesus.
Te pergunta:

Me chamaste, estou aqui...
O que queres de mim hoje? De que precisas?
Peça, meu filho, peça minha filha... estou aqui para ajudar!

Faça agora o seu pedido especial à Jesus, enumerando os problemas e as dificuldades que o afligem.
Escutei o que pedistes, com amor e atenção... Agora conto com a tua fé e a tua confiança em mim, para a solução dos teus problemas.
Vai em paz!... Te acompanharei com os olhos; não te perderei. Creia em Deus, creia também em mim. Estarei com você todos os dias, até o fim. Seja feliz!...

"Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração; crede em Deus, crede também em mim... Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize. Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim."
(João, 14, vs. 1, 27, 6)

Os Bons Espíritos, os Espíritos Puros e as Falanges de Luz também enviam à você, agora, as melhores emanações de paz, saúde, alegria e refazimento!... Do Mais Alto, desde as belas cidades espirituais até a morada dos anjos, em uníssono com o Criador, uma radiosa luz o envolve plenamente.
Você não está só!... O Universo inteiro pulsa o Amor de que se constitui e este amor quer tocá-lo agora, em toda a sua plenitude, para que os problemas, as dores, as enfermidades e as dificuldades em geral sejam afastados, em favor de sua paz e renovação!
Você está recebendo vida, vida em abundância. Guarde-a no coração!...

O passe está sendo finalizado.
Respire pausadamente e repita agradecido:
"Obrigado, Senhor, por este dia!... Que ele me seja produtivo e feliz, como tu o desejas!..."

Assim seja!

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Lembra-te de que a vida é curta...


Fonte: Diário Espírita

Consciência Negra e Racismo


Dia 20 de novembro é feriado… e você sabe o que comemora-se neste dia? É celebrado em território nacional, o DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA.

Temos este feriado desde 2003, que foi oficialmente instituído em âmbito nacional em 2011, mediante lei. Atualmente é feriado em cerca de mil cidades brasileiras e nos estados de Alagoas, Amazonas, Amapá, Mato Grosso e Rio de Janeiro, por meio de decretos estaduais. Nos estados onde a lei não foi aderida, a decisão ficou a cargo dos municípios.

Mas afinal, o que é consciência negra? E porque precisamos deste dia para celebrar? Neste dia, todo cidadão brasileiro deve dedicar-se a reflexões sobre a inclusão dos negros na sociedade. E o dia 20 de novembro foi escolhido como tributo ao desencarne de Zumbi dos Palmares, ocorrido em 1695.

Zumbi nasceu em Pernambuco e foi o último dos líderes do Quilombo dos Palmares, o maior de todos os quilombos do período Brasil colônia. Zumbi dedicou-se à liderança dos negros oprimidos aos portugueses e serviu de exemplo, sendo lembrado até os dias atuais.

A Consciência Negra serve para refletirmos, sermos empáticos e nos "colocarmos" na pele dos negros para que possamos "sentir" todas as descriminações que eles sofrem ainda no século 21.

Este tema tem ganhado destaque em diversos setores da sociedade, inclusive na arte, sendo representado na TV, peças de teatro e longas-metragens.

O Racismo é cultural e o Brasil trata isso de forma estrutural assassinando anualmente milhares de negros que são mortos apenas por serem negros. Além disso, podemos observar outros pontos em que o negro é rebaixado: nos apelidos, nas empresas (cargos e salários), nas ruas e até nas lideranças.

O Brasil só vai reverter o quadro de racismo quando famílias investirem em educação e os governos investirem em escolarização. Ou seja, precisamos de educação de berço e educação do Estado. O Brasil será livre do racismo quando não precisar mais segregar raças através de cotas. Por fim, estima-se que 70% da população miserável no Brasil seja parda ou negra.

"O Livro dos Espíritos" trata deste tema de forma clara. A questão 52 questiona: De onde vêm as diferenças físicas e morais que distinguem as variedades de raças humanas na Terra? Como resposta, temos: Do clima da vida e dos hábitos. Dá-se o mesmo que se dá com duas crianças da mesma mãe, que educadas uma longe da outra e de maneira diferente, não se assemelhassem em nada quanto à moral.

Sobre a mesma lógica, a questão 53 continua: O homem apareceu em muitos pontos do globo? E os Espíritos respondem: Sim e em diversas épocas, e é essa uma das causas da diversidade das raças- depois, o homem se dispersou pelos diferentes climas, e aliando-se os de uma raça aos de outras, formaram-se novos tipos.

Finalizando qualquer dúvida, a questão 53(a) pergunta e esclarece: Essas diferenças representam espécies distintas? A resposta é clara e objetiva: Certamente não, pois todos pertencem à mesma família. As variedades do mesmo fruto acaso não pertencem à mesma espécie?

Ou seja, em pleno século 19, Allan Kardec com auxílio dos Espíritos Superiores deixa claro que não há nenhuma distinção entre os povos perante a Deus.

Divaldo Pereira Franco em palestra na Argentina, diz a respeito do surgimento do Homem na Terra, afirmando: "Quer tenham sido criados naquele momento; quer tenham procedido, completamente formados, do espaço, de outros mundos, ou da própria Terra, a presença deles neste planeta, a partir de certa época, é um fato. (...) Revestiram-se de corpos adequados às suas necessidades especiais, às suas aptidões, e que, fisiologicamente, tinham as características da animalidade. Sob a influência deles e por meio do exercício de suas faculdades, esses corpos se modificaram e aperfeiçoaram: é o que a observação comprova. Deixemos, pois, de lado a questão da origem, por enquanto insolúvel (...)”.

Cor de pele é apenas uma questão de melanina e não de caráter. Ser branco ou ser negro não diz quem você é. Não podemos aceitar essa discriminação racial.

Devemos abolir qualquer conotação racista. O racismo deixa marcas no negro e na sociedade. Se cada um assumir o compromisso e passar a olhar para o interior do ser humano e não a pele que ele veste nesta encarnação, deixaremos um mundo melhor para quem está por vir. Aproveite o feriado para refletir e responda: Como justificar racismo se a raiz do meu país é multirracial?

Fonte: blog Letra Espírita.