quinta-feira, 29 de março de 2018

Semana Santa segundo o Espiritismo



Uma reflexão da visão Espírita e Semana Santa.

O Espiritismo é a única religião que possui três aspectos, que envolve o religioso, científico e filosófico. Ou seja, o Espiritismo faz a ligação do homem a deus, por isso a nossa conceituação é que ela passa primeiro pelo tríplice aspecto. Além disso, definimos Deus como sendo a inteligência suprema, a causa primeira de tudo e, a partir daí, qualquer que seja as considerações filosóficas ou religiosas, estamos dentro. Portando, não separamos a religião do espiritismo.
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Que reflexões podemos retirar da questão semana santa e doutrina espírita? Em primeiro lugar a doutrina espírita não adota práticas especiais neste feriado de cunho religioso, como também em outros, portanto, não há celebração especial nesta data por parte do movimento espírita, embora haja atitude de respeito às expressões de fé instituídas no Brasil há séculos.
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A visão do espírita da semana santa é bem clara, porém respeitamos todas as crenças religiosas. Na doutrina espírita, sabemos que a morte é conseqüência do processo de reencarnação, que não tem nenhuma conotação especial a não ser a volta para o mundo espiritual e, portanto não há necessidade de se relembrar sempre com tristeza a data.
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E a Páscoa para nós espíritas, representa uma reflexão mediante a nossa libertação espiritual, sendo um sentido bem mais amplo. Por isso não vemos a necessidade de ser este um dia de feriado, para nós espíritas, Jesus é mestre por excelência, é um educador que ensina-nos como agir rumo ao sumo bem. Não seria o derramamento do sangue que teria significado, mas toda sua trajetória que ensina-nos como vencermos-nos, como agirmos como filhos de Deus.
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A trajetória caracterizada pela Semana Santa seria a desconstrução das verdades adotadas até aquela data. Jesus inaugura uma nova fase pautada na compreensão de Deus que é Pai, Misericordioso, que acolhe os que sofrem, que não desampara e o próprio Jesus que traz como marca maior o servir e o amar ambos como exercício da humildade.
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Jesus desconstrói verdades recolocando em seu lugar a outras, por isto a humanidade não conseguiu suportá-lo. Nestes dias fica a reflexão para todos nós cristãos: já temos construído tais princípios em nossa vida? Se hoje ainda reconhecemos a dimensão do desafio de ser cristão, avaliemos naquela época. Por isto Jesus falava a todos nós, reconhecendo a importância das reencarnações futuras, porque sabia que ainda não poderíamos suportar sua mensagem.


Falconi Espiritismo

domingo, 25 de março de 2018

segunda-feira, 19 de março de 2018

A tolerância zero



Uma briga de trânsito, um mal-entendido em uma festa, confusões em filas, disputas por vagas de estacionamento, som alto do vizinho, lutas por cadeiras em praças de alimentação. Eventos simples, cotidianos, e que por vezes terminam em ações de violência, tiros, agressões, facadas. Pequenas causas de grandes escândalos.

Um clima de tensão paira no ar, no qual uma simples fagulha atinge o combustível volátil e “bum”. Tudo explode. Em especial em aglomerações e em lugares públicos nos convertemos em um irreconhecível agressor a direcionar nossas forças ao alvo da vez. O que está nos levando a tanta selvageria por questões menores, na vivência em sociedade?

Nesse sentido, a expressão “tolerância zero”, adquire um caráter negativo, de pessoas que se irritam e explodem com as mazelas cotidianas, as quais todos nós estamos sujeitos, em um problema que tem se agravado, em especial nos centros urbanos. Basta ler os jornais para atestar essa infeliz assertiva. Xingamentos, agressões, preconceito. Pessoas revelando sua pior face em ações reais e virtuais.

O stress do dia a dia, diriam uns. A falta de amor no coração, dirão outros. Arriscam alguns que se trata de uma exacerbação do individualismo, no qual nosso problema é sempre o maior. Imediatismo? Falta de uma visão do coletivo? Uma cultura de violência? Penso que todas essas hipóteses são consistentes e tem seu fundo de razão...

Colocaria grandes fichas no medo, na falta de confiança nas pessoas, de pouca fé no futuro, emergentes em uma sociedade de profusão da informação e de consolidação de novos modelos a cada dia, com conflitos e confusão permanentes. Esse cenário gera posturas defensivas, de hipóteses de contra-ataques aos dragões imaginários, colocando no outro a ameaça que nos ronda, descambando para o ódio e a vingança, para a paranoia e a síndrome de perseguição, de forma difusa e sem sentido definido, com rompantes desastrosos.

Essa postura defensiva agrava o stress, afasta o amor e nos coloca no centro das questões, como uma fortaleza blindada que precisa se defender dos perigos dessa vida. A cada manchete, a cada desastre, nosso medo fala mais alto e vemos esfacelar a imagem daquele que já foi chamado a imagem e semelhança do criador: o ser humano, espírito encarnado, substituindo este pelo inimigo.

O único mal a temer é aquele que ainda existe em nós, assevera o espírito de André Luís. Não consintas que o gelo do desencanto te entorpeça o coração, nos ensina Emmanuel. Em tempos de decepção com o ser humano, necessitamos olhar o lado mais belo dessa maçã. Ver, sem extremos, que situações conflituosas são por vezes mal-entendidos, ou ainda, projeções de outras dores que arrastamos e não foram bem tratadas, e que mais das vezes, se formos hábeis e pacientes, tudo terminará bem.

Falta-nos, para romper essa falta de crença, olhar cada um como um irmão. A Terra como uma escola. O amor e a paz como uma meta acima de todas as outras. Falta entender a reencarnação no seu sentido profundo, perceber a mão divina a guiar nossos caminhos e ao mesmo tempo, nos dar autonomia para amadurecermos. Necessitamos ver a terra como lar de espíritos em evolução, que choram e sofrem, mas que crescem com isso.

A vida é boa… já foi muito pior. Superamos e tornamos proscritas a escravidão, a violência contra a mulher e outras formas abjetas de intolerância. Mas precisamos não apenas tolerar o outro. Mas, amá-lo, colocar-se no seu lugar, entender que palavras mágicas como “desculpe”, “obrigado”, operam milagres e que um sorriso dissipa o orgulho e mantém a paz entre os homens como meta primordial, acima de todas as outras. O outro, por vezes, está tão apavorado e defensivo como nós.

Surge assim uma outra palavrinha mágica, a indulgência, se apresenta como solução nesse momento que passamos, de tolerância zero. Um exercício de mudança de lugar com o outro, de busca de uma razoável compreensão, destacando-se seu valor no Cap. 10 de O Evangelho Segundo o Espiritismo, que nos orienta: “ Sede indulgentes meus amigos, porque a indulgência atrai, acalma, corrige, enquanto o rigor desalenta, afasta e irrita”.

Nessa falta de compreensão, de enxergar no outro um irmão com suas dificuldades, e que tem o mesmo potencial de angelitude que nós, reside o caminho para a derrocada da paz que se faz necessária. E dominados por esse vórtex de sentimentos negativos direcionados para uma pessoa, em uma situação cotidiana, acabamos por nos ver irreconhecíveis, xingando e agredindo, mostrando o nosso eu que ainda precisa ser trabalhado.

Assim, nos caminhos da vida cotidiana, naqueles que corremos o risco de perder a paz interior, por situações que são verdadeiras gotas d ’ agua no copo das mazelas que acumulamos, ou ainda, quando pelo medo atacamos para nos defender, olhemos para nós, olhemos para o nosso irmão e vejamos nele a mesma essência que nos anima, de lastro divino e que merece de nós uma atuação fraterna e racional, cedendo, desculpando, sorrindo e perdoando.

Afinal, como diz o adágio, “Nem todo dia é dia santo”. Aliás, nós todos não somos santos, aqui não é o chamado paraíso e esse problema que vivemos é um de muitos que virão. Mas isso tudo não nos impede de construir essa escalada a perfeição nas pequenas coisas, como os eventos cotidianos, aprendendo a nessa confusão toda, a ser mais felizes.


domingo, 18 de março de 2018

A abordagem beligerante da desobssessão


1. A visão beligerante

O escritor argentino Eugenio Raúl Zaffaroni[1], no estudo do punitivismo com uma das facetas do Direito Penal, traz como uma das ideias centrais de suas pesquisas que o poder punitivo se construiu na sociedade moderna como uma forma de tratamento hostil para os seres humanos enquadrados em determinadas situações, negando-lhes a condição de pessoa, seus direitos fundamentais, legitimando para estes o tratamento estigmatizante, segregador. Um inimigo do Estado, em uma visão polarizada do mundo, que produz um estado de guerra permanente, que gera medo e coalizão, mas uma união de trincheira.

Essa visão do inimigo que deve ser perseguido e exterminado não figura apenas no Direito Penal punitivista, mas também surge no histórico religioso do fenômeno da Inquisição, como sistema jurídico canônico para combater a heresia, esta que seria capitaneada por uma entidade sobrenatural causadora de todo o mal, que agiria por meio de ardis e tentações.

Modelos tão antigos, mas tão atuais.

Muito ódio permeia essas abordagens de questões religiosas e sociais, e olhando mais amiúde a literatura espírita sobre o fenômeno da desobsessão (a oficial e a controversa), sejam os livros mais técnico-procedimentais, sejam as obras mais romanceadas, figura por vezes, de forma sutil ou ostensiva, uma visão dos espíritos sofredores como inimigos a serem combatidos e expulsos.

Um superdimensionamento conspiratório das organizações dos desencarnados em sofrimento, que é uma visão recorrente no Movimento Espírita, presente também nas falas e práticas, nas quais as pessoas revelam síndromes de perseguição nas quais atribuem suas mazelas aos obsessores, ou ainda, taxam de obsediado qualquer um que apresente opinião divergente do status quo.

Esse discurso de medo, que lembra as histórias de súcubos e de bruxas da Idade Média, ou ainda, lendas escapistas como o Boto no Brasil amazônico, alimentam uma visão teológica de medo e de delegação das responsabilidades individuais, com medidas saneadoras no sentido de se combater esse inimigo, que ainda que chamado de irmão, é visto não como alguém, mas como algo.

Alimentam-se, assim, paranoias, que abrem espaços, inclusive, para que as pessoas sejam vítimas da extorsão por médiuns interesseiros, ou ainda, para que se comportem como soldados de uma guerra sem sentido, buscando estratégias para atacar esse suposto inimigo, motivados no trabalho de assistência espiritual por fatores estranhos à essência dessas atividades.

2. Quem é o inimigo?

Essa visão do inimigo do bem, do espiritismo, da casa, ou seja, “meu” inimigo, surge então na prática da desobsessão nas casas espíritas, constituindo mais um atavismo, uma importação de paradigmas de tempos inquisitoriais, ou de outras denominações religiosas, que tem como foco o exterior, um mal alienígena que precisa ser expulso, ou exorcizado, e que devemos orar e vigiar, em um binômio que poderia ser traduzido como temer e se proteger.

Essa abordagem não adentra nas relações que suportam o processo da obsessão, as paixões, os compromissos passados, e traz tudo para uma visão de uma eterna labuta entre o bem e o mal, como se existissem dois poderes rivais no governo do mundo, e que devêssemos nos posicionar em relação a estes, em uma visão oriunda de uma época em que o homem se encontrava ainda incapaz de, pela razão, penetrar a essência do Ser supremo[2]. Uma matriz desumanizada e que difere em muito da visão da Doutrina Espírita dos atributos de Deus, e do nosso papel na evolução, como encarnados e como desencarnados.

Aí ouvem-se os discursos de que temos que estar atentos, pois querem derrubar o nosso trabalho. Narrativas mirabolantes de tramas que são feitas na espiritualidade para destruir reuniões, parecendo, por vezes, que em nossas residências estaríamos tranquilos e que basta nos filiarmos a um trabalho, para sermos objeto de uma perseguição desenfreada.

Terminamos assim por enxergar os espíritos desencarnados não como seres em evolução, como nós, mas como inimigos que precisam ser combatidos. E nesse desiderato, nos arvoramos como cruzados nas lutas contra as forças do mal das falanges desencarnadas. Esquecemos nossa natureza, que somos todos filhos de Deus, e preferimos o comodismo de um pensamento maniqueísta que busca bons e maus absolutos, indicando apenas a quem devemos combater. O mundo é mais complexo que isso.

Idealizamos heróis, vilões, e aventuras fantásticas, nas quais queremos arregimentar um exército e clamamos por união, motivados pelo medo do que poderá nos acontecer se não encararmos esse inimigo de forma coesa, como em uma organização militar, na busca de uma vitória de Pirro.

O espírito sofredor, agindo individualmente ou por meio de alguma organização, é um agente motivado por interesses, forças, desejos, paixões, como nós, e se busca agir contra casas e trabalhos, vociferando e ameaçando, merece de nós uma postura mais refletida, mais amena, para além de se colocar como inimigo em uma guerra, na qual não devemos nos alistar.

3. Quem é você?

Nesse sentido, a pergunta é qual o nosso papel nessa prática de lidar com obsessores e obsediados em nossas reuniões mediúnicas? Se focarmos em ardis, escaramuças e ainda, na busca da vitória que não virá, pois não é uma batalha, nos afogaremos nessa lógica de buscar o inimigo, e de expulsá-lo ou exterminá-lo, em um paradigma antigo, ainda que por vezes fantasiados por palavras doces e cândidas.

A atividade do dialogador, outrora chamado equivocadamente de doutrinador, não é uma tertúlia racional na qual se impõe a um contendor as nossas verdades, ou de uma doutrina. Assemelha-se muito mais a um esclarecimento ou acolhimento, do que um duelo verbal. Não resgatamos vítimas de obsessores, e sim buscamos atender espíritos que estão irmanados em um sofrimento mútuo, aparentemente vestidos de algozes e vítimas.

Não somos soldados. Somos vetores do amor.

Não podemos patrocinar visões incoerentes com a mensagem de amor do espiritismo, em propostas que fortaleçam o medo, a exteriorização das mazelas, relembrando a lição de Kardec[3], que indica que : “No tocante ao Espírito obsessor, por mau que ele seja, é necessário tratá-lo com serenidade mas ao mesmo tempo com benevolência, vencendo-o pelo bom procedimento, orando por ele”, ensinando-nos que a forma de vencer essa guerra é não vê-la como um confronto. Não nos cabe jogar querosene nessas fogueiras, e sim, água!

O problema não são os espíritos sofredores, magos das sombras, e as suas diversas formas de organização que apimentam a nossa imaginação, e sim como encaramos nas atividades mediúnicas essas interações. Agiremos da mesma forma de outrora, como uma guerra fluídica, energética, verbal, ou entenderemos que a nossa abordagem é que deve ser diferente, pautada no amor, no exemplo, e no conhecimento de forma instrumental que ajude aquele irmão a romper aquele ciclo?

Por óbvio, que quando o espírito se manifesta na psicofonia com ameaças e bravatas, é normal que tenhamos medo, mas é preciso compreender a lógica da causa e efeito trazida pelo espiritismo, e ainda, que nosso papel ali não é de guerreiro que combate o inimigo ali trazido, devendo dar respostas à altura, mas sim de um irmão pelo qual a espiritualidade instrumentaliza o atendimento aquele outro irmão em humanidade, e ainda aproveita aquela interação para ensinar lições profundas a todos que participam da reunião.

4. Conclusão

O livro “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec, uma obra pouco lida, citada e estudada, trata mais do que da Justiça Divina, e sim da quebra dos paradigmas da teologia cristã, mostrando que o espiritismo enxerga essas relações metafísicas de outra forma, consoante com a visão de um Deus justo e bom, e ainda, das vidas sucessivas.

O fracasso dessa quebra de paradigmas se reflete em práticas e discursos, e no caso discutido aqui, em nossa visão dos espíritos sofredores e da abordagem dada na interação com estes.

A visão do obsessor inimigo, que quer nos derrubar, mascara pela sua polarização as relações de nossas reuniões, nem tão perfeitas e ungidas assim, e desses espíritos, desorientados e que sustentam ameaças para esconder as suas fraquezas.

Fiéis à essência do pensamento espírita, enxerguemos o amor como remédio que cura doentes na atividade de obsessão, e não antagonismos que partidarizam grupos, e superestimam nós e eles, quando na verdade somos todos viajores dessa longa estrada chamada evolução.

Marcus Vinicius de Azevedo Braga

[1] ZAFFARONI, Eugenio Raúl. O inimigo no direito penal. Tradução de Sérgio Lamarão. 2. ed. Rio de Janeiro: Revan, 2007. (Coleção Pensamento Criminológico).

[2] KARDEC, Allan. O céu e o inferno. [tradução de Manuel Justiniano Quintão]. 61. ed. 1. imp. (Edição Histórica) – Brasília: FEB, 2013.

[3] KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução da 2ª. edição francesa por J. Herculano Pires. São Paulo – LAKE, 2004.


Fonte: Blog da ABPE

domingo, 11 de março de 2018

O Câncer na visão Espírita

Hoje, a relação do espiritualismo com a ciência torna-se fundamental para entendermos e tratarmos doenças, como o câncer. É vital compreendermos que a cura começa na alma… Que é necessário tratar o doente e não somente a doença. Precisamos cuidar também do Espírito e não apenas do corpo. O câncer assusta, mas a Doutrina Espírita descortina informações, instrui, consola, orienta. Gera explicações lógicas para a dor. Aqui, falaremos dos aspectos científicos e espiritualistas do câncer.

Muitos profissionais, como o cirurgião Paulo Cesar Fructuoso, sabem perfeitamente que o Espírito é um agente importante no processo de tratamento e cura dos doentes. Essa ideia está presente em muitas culturas ao redor do mundo há séculos. A Filosofia Espírita está sempre a nos aguçar a visão e convidar à reflexão.

Logo, a relação do Espiritismo com a medicina hoje é fundamental para bem entendermos doenças, preveni-las e tratá-las. Especificamente sobre o câncer, aqui nos fala o médico, cirurgião, professor, palestrante e escritor Paulo Cesar Fructuoso. Reflitamos!

A Doutrina nos faz entender ser sempre necessário um encontro preciso entre médicos, pacientes e Deus… Conhecer-se as realidades espiritualistas. Como isso, efetivamente, impulsiona aos avanços?

Paulo Cesar Fructuoso – O conhecimento das realidades espiritualistas ajuda, sem dúvida alguma, excepcionalmente à compreensão das causas extrafísicas da doença. Como conciliar a crença em um Deus infinitamente sábio, justo e bom com o surgimento de um tumor maligno em uma criança ainda no ventre materno? A tomografia computadorizada e a ressonância magnética estão permitindo esses diagnósticos assombrosos. Conheço alguns médicos que são absolutamente descrentes por não aceitarem essas incongruências. A compreensão racional e científica dessas aparentes injustiças seria de grande ajuda para médicos e pacientes na busca da cura, que começa na alma. Sabemos que há componentes psíquicos muito mais profundos, ainda inalcançáveis à ciência médica atual. Precisamos abrir a mente para a existência do Espírito, que é a verdadeira sede da vida e que não está no corpo físico.

– Nesse caso, aqui falamos também de causas de vidas passadas?

Paulo Cesar Fructuoso – Sim. Causas em vidas passadas. Para uma melhor compreensão de certas doenças, como o câncer, devemos sempre levar em conta aspectos científicos e aspectos espirituais. Certamente não é a primeira vez que estamos na Terra, nem será a última. Somos o produto exato do que fizemos, pensamos e falamos em vidas passadas. E somos nós que moldaremos nosso futuro de acordo com o comportamento atual. No dia em que a medicina comprovar a existência do Espírito, muitos véus que ocultam as causas dos insucessos terapêuticos cairão. Por que vacinamos nossos filhos contra doenças causadas por vírus e outros micro-organismos? Porque a ciência demonstrou que esses seres, imperceptíveis aos nossos sentidos, existem. Quando essa mesma ciência, através do desenvolvimento de equipamentos ultrassensíveis, demonstrar também a existência da alma, receptáculo da vida, muitas doenças poderão ser evitadas tão simplesmente pela mudança comportamental da humanidade.

– O que o senhor mais recomenda aos seus pacientes, às pessoas em geral?

Paulo Cesar Fructuoso – Que se afastem drasticamente dos hábitos sabidamente nocivos, como, por exemplo, o ato de fumar. Que mulheres e homens façam seus exames preventivos, sem postergar, tenham suas responsabilidades com o corpo físico, templo do Espírito. Cuidado com as radiações solares, principalmente os indivíduos de pele muito clara, e com sua alimentação. Eu, particularmente, há muitos anos me abstenho de carne animal, à exceção de peixe. Cuidado também com o excesso de álcool. E muito zelo com o próximo, com nossos sentimentos… A Filosofia Espírita nos mostra que sofremos sempre naquilo que, em algum momento, propiciamos sofrimento aos outros… E que nossos esforços em nos aprimorarmos moralmente, o cultivo dos bons pensamentos, atos e sentimentos, nos libertam e vão aos poucos limpando nosso perispírito, criando a saúde espiritual e, de acréscimo, a física.

Da Redação/ Revista do Espiritismo

*A íntegra desta matéria/entrevista encontra-se na edição nº1 da Revista do Espiritismo.

Esclarecimentos espíritas sobre o aborto espontâneo



Por que, para certas mulheres que desejam muito ser mães, ocorrem abortamentos espontâneos?

O que acontece, nesses casos, ao Espírito que se preparava para reencarnar naquele corpo que estava em formação?

Uma senhora narrou, ao jornal italiano L´aurora uma experiência muito interessante.

Ela estava grávida e feliz. Estava no quarto mês de gestação. Os exames preliminares lhe haviam anunciado o sexo da criança: seria um menino, e ela se apressara a começar chamá-lo de André.

Então, uma noite, ela sonhou que estava deitada em um leito de hospital, sem apresentar o ventre desenvolvido, próprio da gravidez.

Estranhou, pois não conseguia entender o que acontecera. Levantou-se e foi até a janela do quarto. Um jardim se descortinava abaixo e nele um garotinho lhe sorria e a saudava com sua mãozinha.

Ela o olhou e lhe disse: Até breve, meu tesouro. O nosso é somente um até breve, não um adeus.

Despertando, poucas horas depois, Giovanna precisou ser encaminhada ao Hospital da localidade, sob ameaça de um abortamento.

A médica, auxiliada por sua equipe, se esforçou ao máximo, sem conseguir evitar o abortamento espontâneo.

Uma grande tristeza invadiu aquele coração materno, ansioso pelo nascimento de mais um filho.

Desalentada e triste, chorou até se esgotarem as lágrimas. E o sonho da noite anterior então teve sentido para si: seu filhinho viera se despedir. E ela se despedira dele.

Fora o anúncio da tristeza que estava a caminho e que invadiria aquele coração feminino.

Talvez, mais tarde, em um outro momento, ele pudesse retornar, em nova tentativa gestacional. Mesmo porque, conforme o sonho, fora uma despedida temporária.

* * *

Por que ocorrem abortos espontâneos? O Codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec, interessou-se pela delicada questão.

As respostas lúcidas dos Espíritos de luz se encontram em O livro dos Espíritos.

Em síntese, esclarecem os mensageiros celestes que, as mais das vezes, esses eventos espontâneos têm por causa as imperfeições da matéria. Ou seja, as condições inadequadas do feto ou da gestante. De outras, o Espírito reencarnante, temeroso das lutas que terá que enfrentar na vida de logo mais, desiste da reencarnação, volta atrás em sua decisão.

Retirando-se o Espírito que presidia ao fenômeno reencarnatório, a criança não vinga, a gestação não chega a termo. A gestação frustrada é dolorosa experiência para os pais e para o Espírito em processo reencarnatório.

Como não existe sofrimento sem causa anterior, chega a esses corações, como medida salutar para ajuste de débitos anteriores.

Para o Espírito que realizava a tentativa, sempre preciosa lição. Retornará ao palco da vida terrena, após algum tempo, em novas circunstâncias.

* * *

Para quem aguarda o nascimento de um filho, se constitui em doloroso transe a frustração do processo da gestação.

De um modo geral, volta o mesmo Espírito, superadas as dificuldades, para a reencarnação.

Se forem inviáveis as condições para ser agasalhado no ventre que elege para sua mãe, engendra outras formas de chegar ao lar paterno.

É nessas circunstâncias que a adoção faz chegar a pais não biológicos o filho inestimável do coração.


quinta-feira, 8 de março de 2018

Desespero: o mau amigo de todas as horas

Por 

Certa feita na reunião mediúnica, como sempre ocorre no atendimento aos desencarnados sofredores, o espírito ligado ao médium agonizava pela sensação reincidente do suicídio que sofrera, gritando e gemendo pela dor mental lancinante a lhe torturar. O esclarecedor, sabiamente, com sua fala mansa, diz àquela alma sofredora: “O desespero não é bom amigo”.

Realmente, o desespero não é um bom amigo. Em hora nenhuma. A palavra desespero remete à ausência de esperança, aquela condição na qual não enxergamos a saída e, fugindo de toda a racionalidade e serenidade, buscamos a saída pelo suicídio, pelo crime, pela violência. Buscamos a solução criando mais problemas!

Nos vemos, quando desesperados, em uma fria e escura caixa, na qual sem indícios de melhora (apenas de piora), somos visitados pelo mau amigo que não nos traz soluções, apenas agravando a nossa condição, por nos roubar a calma que permite enxergar a fresta de luz. O desespero é amigo do desânimo, do desgaste e da desarmonia. Não desenrola, só enrola mais a nossa situação.

Uma palavra amiga? Uma palestra edificante? Repensar a situação em outro prisma? Fácil falar quando não estamos desesperados, mas a verdade é que sem intervenção externa, quando de processos agudos, o desespero não é tão fácil de ser superado. Como um curto-circuito generalizado em nós, nos agita, como mecanismo de defesa, mas não nos prepara para os problemas da vida moderna, de resolução não pela força, mas pela sabedoria.

Surgindo de mansinho ou de supetão, causas externas se combinam a condições internas e a pessoa fica transtornada, sem encontrar a solução, necessitando de um bom amigo, encarnado ou desencarnado, para que o desespero seja superado. Mais do que dividir os problemas e ouvir, precisa a pessoa de um amigo que a ajude a divisar soluções, reconstruindo o que houve e enxergando o que pode ser feito.

Os Salmos bíblicos dizem que “Na minha angústia clamei ao SENHOR, e me ouviu”. Deus nos ouve e nos vê, e nos ampara no limite de nossas forças e a prece sincera e a atividade religiosa apresentam-se como um bom instrumento para domesticar o mau amigo, pois na fé encontramos combustível para a esperança, e quando raciocinada, temos uma visão maior que nos permite entender e agir.
 
Diante de grandes obstáculos, pessoais ou coletivos, nos quais a esperança não nos permite enxergar mais além, não deixemos adentrar ao nosso coração o mau amigo que é o desespero. Destrutivo, agrava os problemas e não nos permite a sabedoria de quem sabe esperar e agir. Que a chama da fé ilumine nessa hora a caixa escura que estivermos imersos, mostrando que os problemas por vezes são menores do que aparentam.

Há Vida fora da Terra? - Visão Espírita



Você acredita em vida fora da Terra?

Perguntas e respostas contidas em “O Livro dos Espíritos”, deixam claro a existência de diferentes mundos, em diferentes dimensões. Confira abaixo. 

172. Nossas diferentes existências corpóreas se passam todas na Terra? 
— Não, mas nos diferentes mundos. As deste globo não são as primeiras nem as últimas, mas as mais materiais e distanciadas da perfeição. 

173. A cada nova existência corpórea a alma passa de um mundo a outro, ou pode viver muitas vidas num mesmo globo? 
—Pode reviver muitas vezes num mesmo globo, se não estiver bastante adiantada para passar a um mundo superior. 

173 – a) Podemos então reaparecer muitas vezes na Terra? 
— Certamente. 

173 – b) Podemos voltar a ela depois de ter vivido em outros mundos? 
— Seguramente; podeis ter já vivido noutros mundos bem como na Terra.

174. É uma necessidade reviver na Terra? 
— Não. Mas, se não progredirdes, podeis ir para outro mundo que não seja melhor, e que pode mesmo ser pior. 

175. Há vantagem em voltar a viver na Terra? 
— Nenhuma vantagem particular, a não ser que se venha em missão, pois então se progride, como em qualquer outro mundo. 

175 – a) Não seria melhor continuar como Espírito? 
— Não, não! Ficar-se-ia estacionário, e o que se quer é avançar para Deus. 

176. Os Espíritos, depois de se haverem encarnado em outros mundos, podem encarnar-se neste, sem jamais terem passado por aqui? 
— Sim, como vós em outros globos. Todos os mundos são solidários; o que não se faz num, pode-se fazer noutro. 

176 – a) Assim, existem homens que estão na Terra pela primeira vez? 
— Há muitos, e em diversos graus. 

176 – b) Pode-se reconhecer, por um sinal qualquer, quando um Espírito se encontra pela primeira vez na Terra? 
— Isso não teria nenhuma utilidade.

177. Para chegar à perfeição e à felicidade suprema, que é o objetivo final de todos os homens, o Espírito deve passar pela série de todos os mundos que existem no Universo? 
— Não, porque há muitos mundos que se encontram no mesmo grau e onde os Espíritos nada aprenderiam de novo. 

177 a) Como então explicar a pluralidade de sua existência num mesmo globo? 
— Eles podem ali se encontrar de cada vez, em posições bastante diferentes, que serão outras tantas ocasiões de adquirir experiência. 

178. Os Espíritos podem renascer corporalmente num mundo relativamente inferior àquele em que já viveram? 
— Sim, quando têm uma missão a cumprir, para ajudar o progresso; e então aceitam com alegria as tribulações dessa existência porque lhes fornecem um meio de se adiantarem. 

178 – a) Isso não pode também acontecer como expiação, e Deus não pode enviar os Espíritos rebeldes a mundo inferiores? 
— Os Espíritos podem permanecer estacionários, mas nunca retrogradas; sua punição, pois, é a de não avançar e ter recomeçar as existências mal empregadas, no meio que convém à sua natureza. 

178 – b) Quais são os que devem recomeçar a mesma existência? 
— Os que faliram em sua missão ou em suas provas. 

179. Os seres que habitam cada mundo estão todos no mesmo grau de perfeição? 
— Não. É como na Terra: há os que estão mais ou menos adiantados. 

180. Ao passar deste mundo para outro, o Espírito conserva a inteligência que tinha aqui? 
— Sem dúvida, pois a inteligência nunca se perde. Mas ele pode não dispor dos mesmos meios para manifestá-la. Isso depende da sua superioridade e do estado do corpo que adquirir. (Ver influência do organismo, item 367 de O Livro dos Espíritos). 

181. Os seres que habitam os diferentes mundos têm corpos semelhantes aos nossos? 
— Sem dúvida que têm corpos, porque é necessário que o Espírito se revista de matéria para agir sobre ela; mas esse envoltório é mais ou menos material, segundo o grau de pureza a que chegaram os Espíritos, e é isso que determina as diferenças entre os mundos que temos de percorrer. Porque há muitas moradas na casa de nosso Pai, e muitos graus, portanto. Alguns o sabem e têm consciência disso aqui na Terra, mas outros nada sabem. 

182. Podemos conhecer exatamente o estado físico e moral dos diferentes mundos? 
— Nós, Espíritos, não podemos responder senão na medida do vosso grau de evolução. Quer dizer que não devemos revelar estas coisas a todos, porque nem todos estão em condições de compreendê-las, e elas os perturbariam. 

Comentário de Kardec: À medida que o Espírito se purifica, o corpo que o reveste, aproxima-se igualmente da natureza espírita. A matéria se torna menos densa, ele já não se arrasta penosamente pelo solo, suas necessidades físicas são menos grosseiras, os seres vivos não têm mais necessidade de se destruírem para se alimentar. O Espírito é mais livre e tem, para as coisas distanciadas, percepções que desconhecemos: vê pelos olhos do corpo aquilo que só vemos pelo pensamento. 

A purificação dos Espíritos reflete-se na perfeição moral dos seres em que estão encarnados. As paixões animais se enfraquecem, o egoísmo dá lugar ao sentimento fraternal. É assim que, nos mundos superiores ao nosso, as guerras são desconhecidas, os ódios e as discórdias não têm motivo, porque ninguém pensa em prejudicar o seu semelhante. A intuição do futuro, a segurança que lhes dá uma consciência isenta de remorsos fazem que a morte não lhes cause nenhuma apreensão: eles a recebem sem medo e como uma simples transformação.

A duração da vida, nos diferentes mundos, parece proporcional ao seu grau de superioridade física e moral, e isso é perfeitamente racional. Quanto menos material é o corpo, está menos sujeito às vicissitudes que o desorganizam, quanto mais puro é o Espírito, menos sujeito às paixões que o enfraquecem. Este é ainda um auxílio da providência, que deseja, assim, abreviar os sofrimentos. 

183. Passando de um mundo para outro, o Espírito passa por nova infância? 
— A infância é por toda parte uma transição necessária, mas não é sempre tão ingênua como entre vós. 

184. O Espírito pode escolher o novo mundo em que vai habitar? 
— Nem sempre; mas pode pedir e obter o que deseja, se o merecer. Porque os mundos só são acessíveis aos Espíritos de acordo com o grau de sua elevação. 

184 – a) Se o Espírito nada pede, o que determina o mundo onde irá reencarnar? 
— O seu grau de elevação. 

185. O estado físico e moral dos seres vivos é perpetuamente o mesmo em cada globo? 
— Não; os mundos também estão submetidos à lei do progresso. Todos começaram como o vosso, por um estado inferior, e a Terra mesma sofrerá uma transformação semelhante, tornando-se um paraíso terrestre, quando os homens se fizerem bons. 

Comentário de Kardec: É assim que as raças que hoje povoam a Terra desaparecerão um dia e serão substituídas por seres mais e mais perfeitos. Essas raças transformadas sucederão à atual, como esta sucedeu a outras que eram mais grosseiras. 

186. Há mundos em que o Espírito, deixando de viver num corpo material, só tem por envoltório o perispírito? 
— Sim, e esse envoltório torna-se de tal maneira etéreo que para vós é como se não existisse; eis então o estado dos Espíritos puros. 

186 – a) Parece resultar daí que não existe uma demarcação precisa entre o estado das últimas encarnações e o do Espírito puro? 
— Essa demarcação não existe. A diferença se dilui pouco a pouco e se torna insensível, como a noite se dilui ante as primeiras claridades do dia.

187. A substância do perispírito é a mesma em todos os globos? 
— Não; é mais eterizada em uns do que em outros. Ao passar de um para outro mundo, o Espírito se reveste da matéria própria de cada um, com mais rapidez, que o relâmpago. 

188. Os Espíritos puros habitam mundos especiais ou encontram-se no espaço universal, sem estar ligados especialmente a um globo? 
— Os Espíritos puros habitam determinados mundos, mas não estão confinados a eles como os homens à Terra; eles podem, melhor que os outros, estar em toda parte.


terça-feira, 6 de março de 2018

"Eis que estarei convosco todos os dias, até o fim dos tempos..."



Parábola: JESUS E O ZÉ

Diariamente, ao meio-dia, um pobre velho entrava na Igreja, e poucos minutos depois, saía. Um dia, o sacristão lhe perguntou o que fazia (pois havia objetos de valor na Igreja).

- Venho rezar, respondeu o velho.

- Mas é estranho, disse o sacristão, que você consiga rezar tão depressa.

- Bem, retrucou o velho, eu não sei recitar aquelas orações compridas. Mas todo dia, ao meio-dia eu entro na Igreja e só falo:

"Oi Jesus, eu sou o Zé, vim te visitar."

Num minuto, já estou de saída. É só uma oraçãozinha, mas tenho certeza que Ele me ouve.

Alguns dias depois, o Zé sofreu um acidente e foi internado num hospital e, na enfermaria, passou a exercer uma influência sobre todos. Os doentes mais tristes se tornaram alegres, muitas risadas passaram a ser ouvidas.

- Zé, disse-lhe um dia a irmã, os outros doentes dizem que você está sempre tão alegre....

- É verdade, irmã, estou sempre muito alegre. É por causa daquela visita que recebo todo dia. Me faz assim tão feliz.

A irmã ficou atônita. Já tinha notado que a cadeira encostada na cama do Zé estava sempre vazia. O Zé era um velho solitário, sem ninguém.

- Que visita? A que hora?

- Todos os dias. Respondeu Zé; com um brilho nos olhos. Todos os dias ao meio-dia. Ele vem e fica ao pé da cama. Quando olho para Ele, Ele sorri e diz:

"Oi Zé, eu sou Jesus, eu vim te visitar."

segunda-feira, 5 de março de 2018

Os Animais e o Espiritismo


por Maristela Boldrin

A questão que envolve os animais e o espiritismo, ao contrário do que parece, não é novidade. Apenas demorou um pouco mais para ser foco de estudos e ampla divulgação.

Encontramos explicações sobre nossos irmãozinhos animais nos livros de Kardec, ampla psicografia de Chico Xavier pelos mentores Emmanuel e André Luiz bem como autores diversos tais como Marcel Benedeti, Euripedes Kuhl, Herculano Pires e outros.

Quem convive de perto com estes filhos queridos de Deus sabe que eles estão evoluindo de maneira muito rápida para nossos padrões de evolução humana, aprendendo com facilidade o que antes nem se cogitava ensinar-lhes, demonstrando afeto incondicional e contribuindo para uma vida mais sadia daqueles que os cercam, quando bem compreendidos e orientados.

Em “A Gênese” capítulo VII, item 32 os espíritos esclarecem que a criação dos animais por Deus certamente tem um objetivo muito maior do que o prazer de aniquilá-los que os seres humanos têm. A análise da Introdução do Livro dos Espíritos em conjunto com a questão número 597 nos traz a informação de que os animais têm sim inteligência e o que nos difere deles é o senso moral que, como humanos, somos dotados.

Evoluímos como pequenos átomos desde o reino mineral em busca da angelitude e, neste processo, passamos pela fase animal neste planeta e em outros. Enquanto aqui estagiamos nesta jornada, somos deuses para estes pequenos amigos que se encontram em um estágio evolutivo anterior ao nosso, solicitando-nos cuidados, amor e orientação para sua própria evolução.

A questão 598 do Livro dos Espíritos deixa claro que os animais preservam sua individualidade após o desencarne ou seja, não há dúvidas de que houve grande engano ao afirmar, durante tantos anos, que eles compõem a chamada “alma grupo” no mundo espiritual. Nem poderia ser diferente pois isso significaria a perda total da evolução conseguida durante seus anos de existência terrestre e todo o aprendizado obtido, contrariando, assim as leis divinas sobre a progressão dos espíritos e dos mundos.

Na questão número 600 esta dúvida é melhor solucionada quando encontramos a informação de que, uma vez desencarnados, os animais não são espíritos errantes pois não têm livre vontade e, como já dito, senso moral. Além de não necessitarem de expiações (questão número 602). Alguns permanecem no mundo espiritual, onde estagiam por mais tempo, auxiliando nas diversas atividades dos trabalhadores, tais como resgates e ensino. A grande maioria reencarna de maneira muito rápida justamente por não terem a consciência que lhes atormenta após o desencarne.

É também neste capítulo de O Livro dos Espíritos que nos é esclarecido que os animais se comunicam entre si de uma maneira que não conseguimos imaginar e que, em mundos superiores à Terra, não somente os homens são mais avançados mas, também os animais e que estes últimos lá dispõem de meios de comunicação mais desenvolvidos.

Estudando todo o Pentateuco espírita é possível concluir que os espíritos informaram Kardec sobre esta questão de maneira muito ampla. Quando se referem aos seres humanos especialmente, trazem suas respostas com termos como “homens” ou “humanos”. Porém, existe um imenso número de respostas com termos como “seres” e é a estes que devemos nos deter quando estudamos a visão espírita sobre os animais pois, para estes companheiros de jornada terrestre há disposições em todos os estudos.

A conclusão que chegamos, inclusive quando analisamos o consumo de carne, é que eles, os animais, estão bem cumprindo sua parte no que diz respeito ao aprimoramento de seu espírito. Nós, seres “racionais”, no entanto, deixamos muito a desejar pois tendo capacidade de raciocínio sobre questões morais, ainda desconhecemos o quanto estes amigos podem nos ensinar e, pior, permitimos que sejam explorados e subjugados por nossos caprichos.

Estudemos Kardec!!!!

Fonte: Blog Letra Espírita

sexta-feira, 2 de março de 2018

Esclarecimentos dos espíritos



Na morte natural, que se verifica pelo esgotamento da vitalidade orgânica, em consequência da idade, o homem deixa a vida sem o perceber: é uma lâmpada que se apaga por falta de energia.

Fonte: Diário Espírita