sábado, 2 de novembro de 2019

Finados?


No estudo da palpitante questão da morte, muitas pessoas se detêm apenas no fenômeno biológico da desintegração molecular, que lhes impede a permanência, por mais largo tempo, guindadas ao carro do prazer.

Consideram-na como sendo o fim da existência do ser eterno, e não se permitem auscultar a Natureza onde se expressam os mais vibrantes quadros de transformação, de morte para imediato renascimento, ensinando a perenidade do fluxo vital em intérminos processos da renovação.

Aqui, aparece o córrego transparente e cantante; ali, se alarga o pântano estagnado e morto.
À frente, a árvore estuante e pejada de frutos; ao lado, o sarçal requeimado pelo Sol, quase sem vida.
Em uma área fresca, a abundância da horta abençoada; noutro espaço, o deserto árido...

Uns e outros, aguardando trabalho, retificação e apoio, a fim de manterem o milagre da vida.

No corpo em que te movimentas, a morte das células e moléculas é constante, sem que se altere a vida, em contínua transformação.

Age, pois, conscientemente, de modo que te não convertas, atraído pelo utilitarismo, em parasita sugador dos recursos vitais, a um passo da cadaverização moral, que é uma forma de morte na vida...
Morrer é viajar no rumo de novos comportamentos.

Porque traz de volta o viajante, que partiu para a aprendizagem terrena, é natural que ele seja convidado, quando do retorno, a exame e prestação de contas dos recursos aplicados e dos resultados conseguidos durante o curso terrestre.

Recuperada a lucidez, faz-se mais severo o critério pessoal de avaliação dos atos.

Passada a oportunidade, compreende-se-lhe melhor o alto significado de que se revestiu.

Concluída a luta, é mais fácil de serem examinados os seus lances.

Desse modo, enquanto te encontras na dádiva do corpo, utiliza-te de todos os momentos para dignificar-te, agindo com sentimentos elevados e aprendendo com sacrifício.

Respeita o tempo de que dispões, entesourando os valores morais que podem ser investidos em obras de duração eterna, porquanto, em ti chegando a morte, queiras ou não, creias ou lhe abomines a realidade, despertarás, prosseguindo na vida, conforme a forjaste anteriormente.

Prosseguindo na Vida.



Autor: Joanna de Ângelis
Do livro: Luz da Esperança

Ante os que partiram



Nenhum sofrimento, na Terra, será talvez comparável ao daquele coração que se debruça sobre outro coração regelado e querido que o ataúde transporta para o grande silêncio.

Ver a névoa da morte estampar-se, inexorável, na fisionomia dos que mais amamos, e cerrar-lhes os olhos no adeus indescritível, é como despedaçar a própria alma e prosseguir vivendo...

Digam aqueles que já estreitaram de encontro ao peito um filhinho transfigurado em anjo da agonia; um esposo que se despede, procurando debalde mover os lábios mudos; uma companheira, cujas mãos consagradas à ternura pendem extintas; um amigo que tomba desfalecente para não mais se erguer, ou um semblante materno acostumado a abençoar, e que nada mais consegue exprimir senão a dor da extrema separação, através da última lágrima!

Falem aqueles que, um dia, se inclinaram, esmagados de solidão, à frente de um túmulo; os que se rojaram em prece nas cinzas que recobrem a derradeira recordação dos entes inesquecíveis; os que caíram, varados de saudade, carregando no seio o esquife dos próprios sonhos; os que tatearam, gemendo, a lousa imóvel, e os que soluçaram de angústia, no adito dos próprios pensamentos, perguntando, em vão, pela presença dos que partiram...

Todavia, quando semelhante provação te bata à porta, reprime o desespero e dilui a corrente da mágoa na fonte viva da oração, porque os chamados mortos são apenas ausentes e as gotas de teu pranto lhes fustigam a alma como chuva de fel.

Também eles pensam e lutam, sentem e choram.

Atravessam a faixa do sepulcro como quem se desvencilha da noite, mas, na madrugada do novo dia, inquietam-se pelos que ficaram... Ouvem-lhes os gritos e as súplicas, na onda mental que rompe a barreira da grande sombra e tremem cada vez que os laços afetivos da retaguarda se rendem à inconformação ou se voltam para o suicídio.

Lamentam-se quanto aos erros praticados e trabalham, com afinco, na regeneração que lhes diz respeito.

Estimulam-te à prática do bem, partilhando-te as dores e as alegria.

Rejubilam-se com as tuas vitórias no mundo interior e consolam-te nas horas amargas para que te não percas no frio do desencanto.

Tranquiliza, desse modo, os companheiros que demandam o Além, suportando corajosamente a despedida temporária, e honra-lhes a memória, abraçando com nobreza os deveres que te legaram.

Recorda que, em futuro próximo que imaginas, respirarás entre eles, comungando-lhes as necessidades e os problemas, porquanto terminarás também a própria viagem no mar das provas redentoras...

E, vencendo para sempre o terror da morte, não nos será lícito esquecer que Jesus, o nosso Divino Mestre e Herói do Túmulo Vazio, nasceu em noite escura, viveu entre os infortúnios da Terra e expirou na cruz, em tarde pardacenta, sobre um monte empedrado, mas ressuscitou aos cânticos da manhã, no fulgor de um jardim.


Emmanuel
("Religião dos Espíritos", 58, Francisco C. Xavier, FEB)

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Léon Denis em o Problema do Ser, do Destino e da Dor

“Muitas vezes, almas humanas em sofrimento se dirigiam a mim, para solicitar notícias do Além, conselhos e indicações que eu não podia atender. Recomendei-lhes, então, a seguinte experiência que, por vezes, dava resultado: inclinai-vos sobre vós mesmos, dizia-lhes eu, no isolamento e no silêncio”.

Elevai vossos pensamentos para Deus, evocai vosso Espírito Protetor, esse guia tutelar que a Previdência põe em nossos passos na viagem da vida.

Interrogai-o sobre as questões que vos preocupam, com a condição de que elas sejam dignas dele, livres de qualquer interesse inferior. Depois, aguardai e ouvi, atentamente, em vós mesmos.

No fim de alguns instantes, nas profundezas de vossa consciência, ouvireis, como um eco débil de uma voz distante, ou então percebereis as vibrações de um pensamento misterioso, que dissipará vossas dúvidas, vossas angústias e vos consolará.

Eis ai, com efeito, uma das formas da mediunidade e não das menos belas. Todos podem obtê-la e participar dessa comunhão dos vivos e dos mortos, que é chamada para se ouvir, um dia, pela Humanidade inteira.”


A prece traduzindo aspiração

Todos lançamos, em torno de nós, forças criativas ou destrutivas, agradáveis ou desagradáveis ao círculo pessoal em que nos movimentamos. A árvore alcança-nos com a matéria sutil das próprias emanações. A aranha respira no centro das próprias teias. A abelha pode viajar intensivamente, mas não descansa a não ser nos compartimentos da própria colméia. 

Assim também o homem vive no seio das criações mentais a que dá origem. Nossos pensamentos são paredes em que nos enclausuramos ou asas com que progredimos na ascese. Como pensas, viverás. Nossa vida íntima - nosso lugar. A fim de que não perturbemos as leis do Universo, a Natureza somente nos concede as bênçãos da vida, de conformidade com as nossas concepções. Recolhe-te e enxergará o limite de tudo o que te cerca. Expande-te e encontrarás o infinito de tudo o que existe.

Para que nos elevemos, com todos os elementos de nossa órbita, não conhecemos outro recurso além da oração, que pede luz, amor e verdade. A prece, traduzindo aspiração ardente de subida espiritual, através do conhecimento e da virtude, é a força que ilumina o ideal e santifica o trabalho. Narram os Atos que, havendo os apóstolos orado, tremeu o lugar em que se encontravam e ficaram cheios do Espírito Santo: iluminou-se-lhes o anseio de fraternidade, engrandeceram- se-lhes as mentes congregadas em propósitos superiores e a energia santificadora felicitou-lhes o espírito. 

Não olvides, pois, que o culto à prece é marcha decisiva. A oração renovar-te-á para a obra do Senhor, dia a dia, sem que tu mesmo possas perceber.


Francisco Cândido Xavier. Fonte Viva. Pelo Espírito Emmanuel. FEB. Capítulo 149

sábado, 26 de outubro de 2019

Teoria da vida futura

“(…) Toda religião repousa necessariamente na vida futura e todos os dogmas convergem forçosamente para esse fim único. É visando atingir esse fim que eles são praticados; e a fé nos dogmas está na razão direta da eficácia que se lhes atribui para o alcançar. A teoria da vida futura é, pois, a pedra angular de toda doutrina religiosa. Se essa teoria pecar pela base; se abrir o campo a objeções sérias; se se contradisser; se se puder demonstrar a impossibilidade de certas partes, tudo vai abaixo. Antes de mais vem a dúvida, à qual sucede a negação absoluta, e os dogmas são arrastados no naufrágio da fé. Pensaram em escapar ao perigo proscrevendo o exame e fazendo da fé cega uma virtude. Mas pretender impor a fé cega neste século (XIX) é desconhecer o tempo em que vivemos; refletimos, mau grado nosso; examinamos pela força das coisas; queremos saber como e porque. O desenvolvimento da indústria e das ciências exatas nos ensina a olhar o terreno sobre o qual pisamos, razão porque se sondamos aquele onde, conforme dizem, marcharemos depois da morte; se não o encontramos sólido, isto é, lógico, racional, não nos preocuparemos com ele. 

Por mais que façam, não conseguirão neutralizar essa tendência, porque inerente ao desenvolvimento intelectual e moral da humanidade. Segundo uns, é um bem; segundo outros, um mal. Seja qual for a maneira pela qual a encaramos, temos de nos acomodar, queiramos ou não, porquanto não pode ser de outra maneira. A necessidade de se dar conta e de compreender diz respeito às coisas materiais e às coisas morais. Indubitavelmente, a vida futura não é uma coisa palpável, como uma estrada de ferro e uma máquina a vapor; mas pode ser compreendida pelo raciocínio. Se o raciocínio, em virtude do qual buscamos demonstrá-la não satisfizer à razão, abandonamos as premissas e as conclusões. 

Interrogai aqueles que negam a vida futura e todos dirão que foram conduzidos à incredulidade pelo próprio quadro que lhes faziam, com seus cortejos de demônios, labaredas e sofrimentos sem-fim. Todas as questões morais, psicológicas e metafisicas, se ligam de maneira mais ou menos direta à questão do futuro. Disso resulta que dessa última questão depende, de alguma sorte, a racionalidade de todas as doutrinas filosóficas e religiosas. O Espiritismo vem, por sua vez, não como uma religião, mas como doutrina filosófica, trazer a sua teoria, apoiada no fato das manifestações. Ele não se impõe; não exige confiança cega; entra no número dos concorrentes e diz: Examinai, comparai e julgai; se achardes algo melhor do que isto que vos dou, tomai-o. Ele não diz: Venho destruir os fundamentos da religião e substituí-la por um culto novo. Diz: Não me dirijo aos que creem e se acham satisfeitos com suas crenças, mas aos que abandonam as vossas fileiras pela incredulidade e que não os soubestes ou pudestes reter.

Venho dar-lhes, sobre as verdades que repelem, uma interpretação capaz de satisfazer sua razão e que os leva a aceitá-la. E a prova de que o consigo é o número dos que tiro do atoleiro da incredulidade. Todos vos dirão: Se me tivessem ensinado essas coisas assim desde a infância, jamais teria duvidado; agora creio, porque compreendo. Deveis repeli-los, porque aceitam o espírito e não a letra? o princípio, e não a forma? Sois livres; se vossa consciência faz disto um dever, ninguém pensará em violenta-la; mas não digo apenas que isto seria um erro; digo mais: seria uma imprudência. (…)”


Allan Kardec, Revista Espírita (Abril/1862)


Suicidas


Muitos de nós, por não ter a dimensão exata do que significa ser um suicida, acredita que suicida, é aquele que, levado por um ato de completo desatino, atentando contra a própria vida consegue seu intento.

No entanto essa não é a verdade completa. Há uma gama muito variada de “Suicidas Inconscientes”, que são aqueles que não respeitam seus limites, aqueles que desrespeitam e agridem sua saúde, dentre outras coisas, com os excessos do fumo, da comida, do álcool e dos tóxicos em geral.

Kardec, nas questões de 943 a 957 de “O Livro dos Espíritos” em consulta aos Espíritos Venerandos sobre o suicídio, nos dá uma primeira visão sobre a importância deste assunto.

Em “Nosso Lar” André Luiz nos relata sua própria história como tendo sido um Suicida Inconsciente, revelação essa que na época o deixou perplexo, até porque, segundo sua ótica, ele nuca havia atentado contra sua vida.

Em “Memórias De Um Suicida” de Yvone Pereira, numa leitura extremamente elucidativa, a Espiritualidade descreve fatos e situações complexas vividas pelos suicidas, ainda nos informa sobre aparelhamentos incríveis existentes no mundo astral de que se serve a Espiritualidade a serviço do amor e da misericórdia de Deus, do qual destacamos um trecho: .... “o próprio traumatismo que este tipo de desencarne acarreta leva-o a lugares afins, que corresponderão a seu estado vibratório e mental, até que seja naturalmente “desanimalizado’, isto é, que se desfaça dos fluidos vitais de que são impregnados todos os corpos materiais. Embora temporária essa estadia no Umbral é dolorosa e complexa, variando de acordo com os atos praticados, o gênero de morte a que se entregou. Alguns aí ficam por poucas horas, outros levarão meses ou anos, voltando à reencarnação sem a Espiritualidade.

Normalmente aí se demorarão o tempo que lhes restava para a conclusão do compromisso da existência que cortaram, pois trazem carregamentos avantajados de forças vitais animalizadas e uma desorganização mental nervosa e vibratória complexas. Daí seu grande sofrimento, para o qual o único bálsamo é a prece das almas caritativas!”

Temos aí registrada mais uma vez a importância da prece em favor dos suicidas, único bálsamo a lhes amenizar os tormentos, dada a grande conclusão, dificuldade e sofrimento em que se debatem, visto terem - os suicidas ditos ‘conscientes’- buscados na “morte” o alívio para a fuga de seus tormentos, o que resulta num ledo engano, de vez que, como vimos, quando encarnamos nos é dada uma cota de energia vital suficiente para abastecer o tempo de nossa caminhada, e se, como é o caso do suicida, essa carga de energia é interrompida pelo ato desesperado, obviamente ela terá que ser desgastadas, “do outro lado da vida”, de uma forma dolorosa, até que se desfaçam as pesadas cadeias que atrelam o Espírito ao corpo. Nossa encarnação é fruto e resultado de uma longa elaboração no mundo espiritual e não nos cabe o direito de atentar contra ela.

Toda encarnação, por penosa que seja, é uma benção concedida por Deus a nosso beneficio, a beneficio de nossos resgate, aprendizados e evolução a que somos destinados. E por isto não devemos malbaratar a chance que nos foi concedida mais uma vez, mas aproveitá-la, utilizando-nos dos ensinamentos que Jesus nos deixou para que aprendêssemos a nos amar, respeitando nossas vidas, nossos limites e oportunidades, para então podermos amar a nosso próximo como a nós mesmos.

“Para os problemas busquemos as soluções... para as incertezas... as dádivas de Deus.”
Doracy Mota

Bibliografia
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
Nosso Lar – André Luiz
O Vale dos Suicidas – Yvone Pereira.

Grupo de Estudo Espírita Paz, Luz e Caridade (Allan Kardec), no Facebook.

terça-feira, 22 de outubro de 2019

Liberta-te dos males

Leitor, se queres libertar-te dos males terrestres, escapar às reencarnações dolorosas, grava em ti essa lei moral e pratica-a. Faze que a grande voz do dever abafe os murmúrios das tuas paixões. Dá o que for indispensável ao homem material, ser efêmero que se esvairá na morte. Cultiva com cuidado o ser espiritual, que viverá para sempre. Desprende-te das coisas perecíveis; honras, riquezas, prazeres mundanos, tudo isso é fumo; o bem, o belo, o verdadeiro somente é que são eternos! Conserva tua alma sem máculas, tua consciência sem remorsos. Todo pensamento, todo ato mau atrai as impurezas mundanas; todo impulso, todo esforço para o bem centuplica as tuas forças e far-te-á comunicar com as potências superiores. Desenvolve em ti a vida espiritual, que te fará entrar em relação com o mundo invisível e com a natureza inteira. Consiste nisso a fonte do verdadeiro poder e, ao mesmo tempo, a dos gozos e das sensações delicadas, que irão aumentando à medida que as sensações da vida exterior se enfraquecerem com a idade e com o desprendimento das coisas terrestres. Nas horas de recolhimento, escuta a harmonia que se eleva das profundezas do teu ser, como eco dos mundos sonhados, entrevistos, e que fala de grandes lutas morais e de nobres ações. Nessas sensações íntimas, nessas inspirações, desconhecidas dos sensuais e dos maus, reconhece o prelúdio da vida livre dos espaços e um prelibar das felicidades reservadas ao Espírito justo, bom e valoroso.


Léon Denis - O Caminho Reto.


Parábolas de Jesus: O Tesouro Escondido e A Pérola Oculta

O tesouro encontrado e a pérola descoberta representam
o ápice do esforço de transformação no bem



No capítulo 13 do Evangelho de Mateus, encontramos seis parábolas que fazem referência de forma direta ao Reino de Deus. São elas: do joio e do trigo, do grão de mostarda, do fermento, da rede, do tesouro escondido e da pérola oculta ou de grande valor.

No entendimento espírita o Reino dos Céus ou o Reino de Deus, como também é nomeado, indica um estado de alma, um sentimento de plenitude que não é um lugar circunscrito no plano físico ou no plano espiritual.

Nas parábolas, alvo dos nossos comentários, Jesus enfatiza essa felicidade, essa ventura de quem encontra tais riquezas representadas pela pérola e pelo tesouro. E do ponto de vista Dele isso é tão grandioso e tão pleno que leva o homem que os encontra a dispor de todos os bens que possua. Em ambas, encontramos o predomínio da transformação espiritual pela aquisição de virtudes. Trata-se de um momento decisivo na vida de cada um de nós, porque estaremos tratando da modificação íntima, definitiva, no bem, ou a conquista do Reino de Deus.

Trata-se da descoberta da nossa consciência espiritual, da nossa ligação com Deus e das nossas capacidades para vencermos os obstáculos que surgem ao nosso progresso. O tesouro encontrado e a pérola descoberta representam o ápice do esforço de transformação no bem. E o local onde foram encontrados indica o plano onde desenvolveremos as experiências necessárias para esse crescimento, ou seja, a existência física ou os diferentes planos espirituais. Por isso ambos são comparados, por Jesus, ao Reino dos Céus. Mas, para adquirir o Reino dos Céus o homem precisa se desfazer do Reino do Mundo. Afirma Jesus que o Reino não vem com aparência exterior. (…) “A realização divina começará no íntimo das criaturas, constituindo gloriosa luz do templo interno”.¹

Qual o significado, nas parábolas, da expressão vender o que se tem e comprar o campo ou a pérola? Significa a mudança do homem material para o homem espiritual – o apóstolo Paulo de Tarso refere-se a isso como do homem velho para o homem novo. É o desfazer-se dos bens materiais, no sentido de não se dar prioridade a eles, pelos bens espirituais, lembrando que para esse homem materializado, seu tesouro e sua pérola são os bens materiais que conquistou ou que deseja conquistar.

Cairbar Schutel² coloca questões interessantes em relação a isso, que precisam ser observadas. Pergunta ele: por que o homem trabalha na Terra? Para que estuda? Por que luta a ponto de matar seus semelhantes? Responde ele: “para possuir tesouros”! E por essa razão o Mestre foi enfático ao afirmar que o tesouro imperecível é aquele que a ferrugem e a traça não corroem e os ladrões não roubam. Quando o homem terreno morre nada leva consigo; mas, o homem espiritual carrega tudo que conquistou.

O homem materializado não compreende a Doutrina do Cristo, como não aceita abandonar o que conquistou pela aquisição de algo invisível, impalpável… Ele vive para o reino do mundo e não tem interesse, por ora, no Reino dos Céus. Não compreende que aquele desaparece com a morte física e este permanece com quem o possui.

Para Huberto Rohden,³ quando o homem descobre o Reino dos Céus, não se interessa mais pelos reinos da Terra. Assim como a pérola que só revela seu esplendor quando exposta ao sol, a conquista da felicidade plena só é revelada na luz da vida diária. É interessante lembrar o ensinamento de Jesus que nos convida a não conservarmos a luz sob o alqueire, mas colocá-la sobre o velador, iluminando caminhos, dando direções…

O que tudo isso quer dizer?! Quer dizer que o homem, no nível evolutivo em que se encontra presentemente, precisa sair da superfície do ego (ser material) e mergulhar na misteriosa região do Eu Divino (ser espiritual). Essa passagem será, na maioria das vezes, dolorosa, mas o resultado só acontecerá quando e se realizar o autoconhecimento. “Antes de atingir a qualidade do seu Ser, corre o homem atrás da quantidade do ter ou dos teres. Mas, depois de descobrir o seu Ser qualitativo, torna-se indiferente aos seus teres quantitativos. E quando as circunstâncias o obrigam a possuir certos objetos externos, possui-os com estranha leveza e serenidade. Não se fanatiza por eles, nem jamais é possuído por aquilo que possui. Todos os caminhos estritos e todas as portas apertadas desaparecem em face do jugo suave e do peso leve de uma felicidade sem limites.”³

Para o estimado benfeitor espiritual Emmanuel(4) “tesouros são talentos que trazemos, independentemente da fortuna terrestre, a fim de ajudarmos aos outros, valorizando a si mesmo.” Diz ele que cada um de nós, em nossas atividades, mostramos esse tesouro. Por exemplo: um homem e uma mulher tem no amor o tesouro que constrói o santuário do lar; o professor amontoa tesouros da cultura e inteligência para transmitir a quem quer aprender; o escritor respeitável estabelece tesouros no livro nobre que leva consolação e assegura o progresso. Assim também com o compositor que cria um tesouro na melodia que compõem e encanta quem ouve…

Continua dizendo que é preciso saber o que produzimos, a fim de sabermos para onde nos dirigimos. Fica claro, agora, para nós, o porquê da afirmação de Jesus ao dizer: “onde guardardes o vosso tesouro, tereis retido o coração”.

Por essa razão, entendemos que para a redenção das criaturas, de todos nós, está na transformação dos sentimentos. Quando são dirigidos para o bem, são bênçãos para a obra de Deus. Mas, quando se voltam para o mal, impedem a concretização dos propósitos divinos, principalmente para nós próprios. Torna-se cada vez mais urgente trabalharmos essa ferrugem, porque Jesus nos espera para nos mostrar os tesouros imperecíveis.

Todos nós temos ouvido ou lido sobre a necessidade de transformação das nossas predisposições íntimas. Mas, como proceder?! O conhecimento de si, já o dissemos, é a chave do processo espiritual. É fundamental o autoconhecimento para sabermos: quem sou eu? Qual é a minha obrigação para comigo e para com a sociedade na qual trabalho?

Encontramos um caminho em O Livro dos Espíritos, questão 919 quando Kardec pergunta aos Espíritos superiores qual é o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e resistir à atração do mal. E eles respondem: “um sábio da Antiguidade vo-lo disse: conhece-te a ti mesmo”.

Como conseguir o autoconhecimento? O que fazer? Quando fazer? Como fazer? A questão 919-a ajuda-nos nessa busca. Mas, é necessário, sem preguiça e com vontade real de aprender, tirar da estante o livro basilar da Doutrina Espírita e ler, sem pressa, as respostas de Santo Agostinho.


Leda Maria Flaborea

Expositora da FEESP



Bibliografia

1 – XAVIER, F. C. – Caminho, Verdade e Vida – ditado pelo Espírito Emmanuel – 17ª ed. – FEB – Rio de Janeiro/RJ – lição 107.

2 – SCHUTEL, Cairbar – Parábolas e Ensinos de Jesus – 14ª ed., Casa Editora O Clarim – Matão/SP – Parte 1, pp11 e 13.

3 – ROHDEN, Huberto – Sabedoria das Parábolas – 12ª ed.- Editora Martin Claret – São Paulo/SP – p. 95.

4 -- XAVIER, F. C. – Seara dos Médiuns – ditado pelo Espírito Emmanuel – 19ª ed., FEB – Brasília/DF – cap. “Tesouros Ocultos”.


domingo, 20 de outubro de 2019

O Mal e o Remédio

SANTO AGOSTINHO
Paris, 1863


19 – Vossa terra é por acaso um lugar de alegrias, um paraíso de delicias? A voz do profeta não soa ainda aos vossos ouvidos? Não clamou ele que haveria choro e ranger de dentes para os que nascessem neste vale de dores? Vós que nele viestes viver, esperai portanto lágrimas ardentes e penas amargas, e quanto mais agudas e profundas forem as vossas dores, voltai os olhos ao céu e bendizei ao Senhor, por vos ter querido provar! Oh, homens! Não reconhecereis o poder de vosso Senhor, senão quando ele curar as chagas de vosso corpo e encher os vossos dias de beatitude e de alegria? Não reconhecereis o seu amor, senão quando ele adornar vosso corpo com todas as glórias, e lhe der o seu brilho e o seu alvor? Imitai aquele que vos foi dado para exemplo. Chegado ao último degrau da abjeção e da miséria, estendido sobre um monturo, ele clamou a Deus: “Senhor! Conheci todas as alegrias da opulência, e vós me reduzistes a mais profunda miséria! Graças, graças, meu Deus, por tendes querido provar o vosso servo”! Até quando os vossos olhos só alcançarão os horizontes marcados pela morte? Quando, enfim, vossa alma quererá lançar-se além dos limites do túmulo? Mas ainda que tivésseis de sofrer uma vida inteira, que seria isso, ao lado da eternidade de glória reservada àquele que houver suportado a prova com fé, amor e resignação? Procurai, pois, a consolação para os vossos males no futuro que Deus vos prepara, e vós, os que mais sofreis, julgar-vos-eis os bem-aventurados da Terra.

Com desencarnados, quando vagáveis no espaço, escolhestes as vossas prova, porque vos consideráveis bastantes fortes para suportá-la. Por que murmurais agora? Vós que pedistes a fortuna e a glória, o fizestes para sustentar a luta com a tentação e vencê-la. Vós, que pedistes para lutar de alma e corpo contra o mal moral e físico; sabíeis que quanto mais forte fosse a prova, mais gloriosa seria a vitória, e que, se saísseis triunfantes, mesmo que vossa carne fosse lançada sobre um monturo, na ocasião da morte, ela deixaria escapar uma alma esplendente de alvura, purificada pelo batismo da expiação e do sofrimento.

Que remédios, pois, poderíamos dar aos que foram atingidos por obsessões cruéis e males pungentes? Um só é infalível: a fé, voltar os olhos para o céu. Se, no auge de vossos mais cruéis sofrimentos, cantardes em louvor ao Senhor, o anjo de vossa guarda vos mostrará o símbolo da salvação e o lugar que devereis ocupar um dia. A fé é o remédio certo para o sofrimento. Ela aponta sempre os horizontes do infinito, ante os quais se esvaem os poucos dias de sombras do presente. Não mais nos pergunteis, portanto, qual o remédio que curará tal úlcera ou tal chaga, esta tentação ou aquela prova. Lembrai-vos de que aquele que crê se fortalece com o remédio da fé, e aquele que duvida um segundo da sua eficácia é punido, na mesma hora, porque sente imediatamente as angústias pungentes da aflição.

O Senhor pôs o seu selo em todos os que crêem nele. Cristo vos disse que a fé transporta montanhas. Eu vos digo que aquele que sofre e que tiver a fé como apoio, será colocado sob a sua proteção e não sofrerá mais. Os momentos mais dolorosos serão para ele como as primeiras notas de alegria da eternidade. Sua alma se desprenderá de tal maneira de seu corpo, que, enquanto este se torcer em convulsões, ela pairará nas regiões celestes, cantando com os anjos os hinos de reconhecimento e de glória ao Senhor.

Felizes os que sofrem e choram! Que suas almas se alegrem, porque serão atendidas por Deus.



sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Os Falsos Profetas

LUÍS

Bordeaux, 1861


8 – Se alguém vos disser: “O Cristo está aqui”, não o procureis, mas, ao contrário, ponde-vos em guarda, porque são numerosos os falsos profetas. Então não vedes quando as folhas da figueira começam a embranquecer; não vedes os numerosos rebeldes ansiando pela época da floração; e o Cristo não vos disse: “Conhece-se a árvore pelos seus frutos”? Se, pois, os frutos são amargos, considerais a árvore má; mas se são doces e saudáveis, dizeis: “Nada tão puro poderia sair de um tronco mau”.

É assim, meus irmãos, que deveis julgar: são as obras que devem ser examinadas. Se os que se dizem revestidos do poder divino revelam todos os sinais de semelhante missão, ou seja, se eles possuem, no mais alto grau, as virtudes cristãs e eternas: a caridade, o amor, a indulgência, a bondade que concilia todos os corações; e se, confirmando as palavras, lhes juntam os atos; então podereis dizer: Estes são realmente os enviados de Deus.

Mas desconfiai das palavras melífluas, desconfiai dos escribas e dos fariseus, que pregam nas praças públicas, vestidos de longas vestes. Desconfiai dos que pretendem estar na posse da exclusiva e única verdade!

Não, não, o Cristo não está lá, porque aqueles que ele envia, para propagar a sua santa doutrina e regenerar o povo, são sempre, a seu próprio exemplo, mansos e humildes de coração, acima de tudo o mais; os que devem, por seus exemplos e seus conselhos, salvar a humanidade, que corre para a perdição e se desvia por caminhos tortuosos, serão, antes de tudo, inteiramente modestos e humildes. Todo aquele que revela um átomo de orgulho, fugi dele como de uma lepra contagiosa, que corrompe tudo o que toca. Lembrai-vos de que cada criatura traz na fronte, mas sobretudo nos atos, a marca de sua grandeza ou de sua decadência.

Avançai, pois, meus queridos filhos, marchai sem vacilações, sem segundas intenções, na bendita caminhada que empreendestes. Avançai, avançai sempre, sem nenhum temor, e afastai corajosamente tudo o que poderia dificultar a vossa marcha para o objetivo eterno. Viajores, não estareis mais do que um breve tempo nas trevas e dores da prova, se vossos corações se deixarem levar por esta suave doutrina, que vem revelar-vos as leis eternas, satisfazendo todas as aspirações da vossa alma diante do infinito!

Sim, desde já podereis corporificar esses silfos alígeros, que perpassam nos vossos sonhos, e que, tão efêmeros, só podiam deleitar o vosso espírito, sem nada dizerem ao vosso coração. Agora, meus amigos, a morte desapareceu, cedendo lugar ao anjo radioso que conheceis, o anjo do reencontro e da reunião. Agora, vós que bem cumpristes a tarefa que o Criador vos deu, nada mais tendes a temer da sua justiça, porque Ele é pai e perdoa sempre aos seus filhos desgarrados, que clamam por misericórdia. Continuai, portanto, avançai sem cessar! Que a vossa divisa seja a do progresso constante em todas as coisas, até chegardes ao termo feliz em que vos esperem,afinal, todos aqueles que vos precederam.


A Paciência

UM ESPÍRITO AMIGO

Havre, 1862


7 – A dor é uma benção que Deus envia aos seus eleitos. Não vos aflijais, portanto, quando sofrerdes, mas, pelo contrário, bendizei a Deus todo poderoso, que vos marcou com a dor neste mundo, para a glória no céu.

Sede paciente, pois a paciência é também caridade, e deveis praticar a lei de caridade, ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste em dar esmolas aos pobres é a mais fácil de todas. Mas há uma bem mais penosa, e conseqüentemente bem mais meritória, que é a de perdoar os que Deus colocou em nosso caminho para serem os instrumentos de nossos sofrimentos e submeterem à prova a nossa paciência.

A vida é difícil, bem o sei, constituindo-se de mil bagatelas que são como alfinetadas e acabam por nos ferir. Mas é necessário olhar para os deveres que nos são impostos, e para as consolações e compensações que obtemos, pois então veremos que as bênçãos são mais numerosas que as dores. O fardo parece mais leve quando olhamos para o alto, do que quando curvamos a fronte para a terra.

Coragem, amigos: o Cristo é o vosso modelo. Sofreu mais que qualquer um de vós, e nada tinham de que se acusar, enquanto tendes a expiar o vosso passado e de fortalecer-vos para o futuro. Sede, pois, paciente, sede cristãos: esta palavra resume tudo.


sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Colônias Espirituais


As colônias espirituais são os lugares que os espíritos vivem após o desencarne.

O plano espiritual diz respeito a realidade extra-física onde os espíritos se encontram após o desencarne. É na erraticidade que temos as chamadas cidades ou colônias espirituais.

A partir dessa resposta e de outras obras espíritas, como por exemplo, Nosso Lar de André Luiz, psicografia de Chico Xavier, conhecemos essas cidades/colônias espirituais, onde os espíritos semelhantes estudam, descansam, se aprimoram, trabalham, exercem várias atividades, tendo como objetivo a evolução, além de se prepararem para uma nova encarnação.

A vida social nas colônias espirituais é intensa e tem como objetivo a preparação dos Espíritos para o seu retorno à Terra numa nova roupagem física, ou seja, reencarnarem de novo com um outro corpo físico.

Maria João de Deus [Cartas de Uma Morta] afirma:
“Os saxões, os latinos, os árabes, os orientais, os africanos, formam aqui grandes falanges à parte, e em locais diferentes uns dos outros. Nos núcleos das suas atividades conservam os costumes que os caracterizavam e é profundamente interessante verificar como essas colônias diferem umas das outras.”

Manoel Philomeno de Miranda [Loucura e Obsessão] lembra-nos:
“Católicos, protestantes e outros religiosos após a morte, não se tornam espíritas ou conhecedores da realidade ultra-tumular; ao revés, dão curso aos seus credos, reunindo-se em grupos e igrejas afins.”

Cabe-nos lembrar que nem todas as cidadelas espirituais têm uma orientação sadia, voltada para o bem e para o equilíbrio das criaturas. André Luiz [Libertação] diz:
“Incapacitados de prosseguir, além do túmulo, a caminho do Céu que não souberam conquistar, os filhos do desespero organizam-se em vastas colônias de ódio e miséria moral, disputando entre si a dominação da Terra.”
Mas lembra também o benfeitor que a Misericórdia Divina não os desampara, pois que são observados e assistidos continuamente por entidades luminosas.



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O que são Espíritos Ovóides?


No espiritismo vez ou outra nos deparamos com a palavra “Ovóides”, geralmente ligada a comentários sobre obsessões; mas o que são esses tais “ovoides”? Para poder abordar esse assunto deve-se antes ter noção de o que é obsessão, onde podemos definir como espíritos que através de influencias telepáticas nos impulsionam para o mal e/ou nos causa danos físicos ou mentais, sobre esses espíritos Kardec afirma: “Os Espíritos exercem incessante ação sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo físico".

Os “ovoides”, são uma tipo de obsessor, onde seu nome foi definido devido a seu formato (ovo). André Luiz na obra “Evolução em dois mundos” nos diz que: “os órgãos do períspirito se voltam, instintivamente, para a sede do governo mental, onde se localizam, ocultos e definhados, no fulcro dos pensamentos em circuito fechado sobre si mesmos, quais implementos potenciais do germe vivo entre as paredes do ovo”. Diz-se então que o “desencarnado perdeu o seu corpo espiritual, transubstanciando-se num corpo ovóide.” “A forma ovóide guarda consigo todos os órgãos de exteriorização da alma, tanto nos planos espirituais quanto nos terrestres, tal qual o ovo ou a semente, que trazem em si a ave ou a árvore do futuro." Os ovoides, parasitam sobre suas vitimas na maioria das vezes por afinidade e/ou vingança; isso ocorre porque como em tudo na Natureza, ocorre a busca do equilíbrio pelas trocas energéticas. As trocas se fazem ao nível do períspirito, do corpo físico e da mente. Fluídos mentais, perispirituais, e fisiológicos são assimilados ou eliminados, alterando-se o estado mental, peripiritual e fisiológico.

Destas trocas, pode resultar aquilo que André Luiz chamou de “Infecções Fluídicas”. Quando desencarnados atuam sobre encarnados, empolgando-lhes a imaginação com formas mentais monstruosas, determinando o colapso cerebral com arrasadora loucura.



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segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Um pouco de Humor espírita faz bem...



Via Interação Espírita, no Facebook.

domingo, 6 de outubro de 2019

Fraude espírita

Por Marcus Vinicius de Azevedo Braga.



Allan Kardec, no capítulo 28 de O Livro dos Médiuns, trata do charlatanismo e do embuste, o que pode parecer a princípio um tema antigo, perdido no auge das manifestações físicas na época da codificação, mas um breve passeio pela internet nos mostra que os assuntos afetos ao intercâmbio mediúnico são sempre envoltos em grande popularidade, mesclando medo e curiosidade, o que motiva situações nitidamente fraudulentas, e que ganham curtidas, compartilhamentos e destaques, inclusive entre os espíritas.

Diversas fotos e vídeos trazem aparições de Espíritos, além de povoarem as redes sociais previsões e comunicações bombásticas sobre temas afetos a política e celebridades, e dado que a mediunidade não é um patrimônio dos espíritas, diversos desses fenômenos podem sim ser fenômenos efetivos, mas também estão passíveis de serem fraudulentos, em um contexto que envolve a natureza destes, mas também as intenções ocultas e, ainda, a consistência do seu teor.

A fraude é uma atuação intencional no sentido de se omitir a realidade com uma versão que atenda aos interesses do fraudador. Qualquer transação humana é passível de fraude, e a relação com os desencarnados não se faz imune desse mal. Inclusive, desde os tempos de Kardec até hoje, ainda somos acusados de fraudadores pelos nossos detratores, como se pode verificar em uma rápida pesquisa na mesma internet. Aliás, contrapor argumentos e provas é muito mais difícil do que desmerecer pela acusação da fraude, mas isso não quer dizer que não exista muita fraude por aí.

Vamos dividir, para fins da presente análise, a fraude em dois aspectos..., um relacionado à veracidade do fenômeno, e outro, complementar, ligado ao teor da comunicação. Todos podem ser objeto de uma ação fraudulenta, e, nesse sentido, pontuamos, nas linhas do codificador, que quanto mais maravilhoso, quanto mais espetacular, maior o risco de fraude, pois existe aí o interesse político, financeiro ou de evidência embutido. Mas o fato é que esse interesse se apresenta por vezes de forma sutil, exigindo sempre cautela.

No que tange à fraude da veracidade, mais ligada a fenômenos físicos, temos que um indivíduo busca por truques, por mecanismos naturais ou outros dispositivos, simular fenômenos e atribuí-los à ação de Espíritos, podendo se tratar aí de materializações, aparições, mas também de comunicações inteligentes, como as vidências, previsões futurísticas e cartas do Além, e que, ao vivo ou por meio de filmagens/fotos, iludem as pessoas da presença de Espíritos, motivando o atendimento de interesses, que não demoram a transparecer. O interesse do indivíduo é mostrar que ele tem poderes sobrenaturais e com isso angariar credibilidade.

O que nos importa na fraude de veracidade é identificar se ali existe um fenômeno mediúnico verdadeiro, e, nesse sentido, a idoneidade do médium é um fator determinante, como assevera Allan Kardec. Necessário, mas insuficiente, posto que é preciso também analisar o que ocorre ali, com um certo olhar científico e investigativo, verificando se não se trata de uma ação deliberada oriunda de uma fraqueza da pessoa, dado que aspectos morais estão sujeitos a chamamentos e tentações. O mundo sempre nos surpreende...

No que tange ao teor, é uma decorrência da fraude de veracidade, presa a aspectos das manifestações inteligentes, e diferente de uma mistificação, na qual o Espírito se utiliza do médium para trazer informações equivocadas, nesse caso, o próprio suposto médium se utiliza de sua simulação para introduzir “verdades” que atendem ao seu interesse. Alimenta seus objetivos por revelações e afirmações, que cedo ou tarde lhe trarão algum ganho, e que proliferam, em especial, próximo a eventos de grande relevância, ou de pleitos eleitorais.

No que tange ao teor, além da análise da idoneidade do médium, a boa fórmula kardequiana do crivo da razão, do uso da lógica e da comparação entre diversas fontes, bem como com os conhecimentos sedimentados pela Doutrina espírita, apresentam-se como boas medidas, associando possíveis interesses aos absurdos divulgados nessas mensagens. Discutir, analisar, ponderar é uma boa prática e que, longe de ser ofensiva, é nosso legado espírita para navegar de forma segura em mares de tantas informações incertas.

Antes de clicar o botão “compartilhar”, antes de propagar aquela foto do sobrenatural, aquela mensagem psicografada, respiremos fundo, lembremos do nosso estudo, e nos atenhamos a olhar com mais carinho o que se apresenta ali. Lembremos que Espírito superior não se detém a questões comezinhas e que a responsabilidade da encarnação é nossa. A teoria da comunicação assevera que o foco é o receptor, e este tem grande responsabilidade na assimilação e na reprodução do que chega a ele, em tempos de vida em rede.


Plantação espiritual - Emmanuel

Numa só existência, podes viver diversas situações.

Num só dia, é possível a prática de atos numerosos.

Numa hora, apenas, tua mente pode criar múltiplos pensamentos.

Não olvides que todos nós estamos plantando espiritualmente no tempo.

Articula os acontecimentos que te rodeiam para o bem; insiste na projeção dos atos que te possam honrar e ajuda a ti mesmo, imaginando o que seja útil, edificante e belo.

Não é necessário perder o corpo no túmulo para que venhas a renascer.

Cada instante, quando queremos, pode ser o começo de gloriosa renovação, tanto quanto pode representar o início de quedas e equívocos deploráveis.

Auxilia a ti próprio, produzindo o bem.

Sem que percebas, vives invariavelmente nas vidas que te cercam.

Observa o que te trazem ao coração aqueles que te acompanham.

Se a mentira ou a aversão te visitam, não te esqueças de que constituem os frutos de tua própria plantação.

Cada criatura reflete, em si, aquilo que lhe damos ou impomos. 

Nas alheias demonstrações para conosco, é possível analisar a qualidade de nossa sementeira. 

Aprendamos, assim, a cultivar o auxílio fraterno, o trabalho construtivo, a concórdia santificante e a solidariedade fiel, através de todos os passos e de todos os minutos, porque o amanhã será resposta viva à nossa conduta de hoje, tanto quanto a bênção, ou a dor de agora, consubstanciam os resultados das nossas ações de ontem. 

Caminha, iluminando a estrada com os recursos da bondade e da alegria, convicto de que a nossa família na eternidade é constituída de nossas próprias obras, e desse modo estarás organizando magníficos moldes espirituais para as tuas novas tarefas na elevação, ou na reencarnação, em futuro próximo.



Do livro Taça de Luz, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.


sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Existe morte por acidente?


Nos casos de morte por acidente, é importante compreender que, na verdade, na verdade, não houve acidente! Na morte por acidente não há enganos. Aquele era o momento do desencarne daquela pessoa.

É, por exemplo, o caso daquele que perdeu o voo e o avião se acidentou. É, igualmente, o caso daquele que não iria embarcar na aeronave acidentada, mas por algum motivo embarcou. Em ambos os casos não houve engano algum.

O espírito, ao desencarnar de forma traumática ou mesmo após doença, frequentemente fica desacordado, passando por um período de transição e recuperação. É levado para hospitais no plano espiritual. Ali, ele fica em tratamento recuperando-se. O período de recuperação varia de acordo com cada caso.

Outro ponto interessante: pode acontecer também de, no caso de acidente grave, o espírito ser “desligado” instantes antes de o corpo sofrer danos muito grandes. E para que isso? Para que aquela pessoa não sinta todo o trauma/dor do acidente. Aquele espírito é retirado do corpo milésimos de segundos antes de o corpo sofrer os ferimentos do acidente. Nesse caso, o corpo se desgasta, mas o espírito não sofre o trauma.


Fonte: Diário Espírita, no Facebook.

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Evangelho no Lar - passo a passo


1. Escolher um dia da semana, fixando horário para o Culto do Evangelho no Lar. Convidar todos os membros da família e visitas a participarem. Se recusarem o convite, faça-o sozinho. Seus amigos espirituais estarão presentes.

2. Abrir a reunião com uma prece simples e espontânea.

3. Abrir aleatoriamente e fazer a leitura, em voz alta, de um texto de O Evangelho segundo o Espiritismo ou outros de conteúdo e inspiração evangélica.

4. Após a leitura, trocar ideias, incluindo as crianças, sobre o texto lido, buscando o entendimento de sua mensagem. Evitar a polêmica e o desvio para assuntos alheios ao texto e aos objetivos da reunião.

5. A seguir, rogar a Jesus em favor do seu lar e de sua família, das pessoas presentes, amigos e vizinhos, eventuais desafetos e encerrar, agradecendo a Deus por tudo que lhes tem proporcionado.

6. Pode-se deixar uma jarra com água potável sobre a mesa para ser fluidificada durante a reunião. A mesma deve ser distribuída aos presentes para ser bebida ao término do culto do evangelho.

Algumas Sugestões:

Além de O Evangelho Segundo Espiritismo, poderão ser utilizados outros livros como Pão Nosso, Fonte Viva, Vinha de Luz, Caminho Verdade e Vida, todos estes da autoria do Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Música suave, em volume baixo, favorece melhor ambientação para as vibrações e preces.

O Culto do Evangelho no Lar não é uma cerimônia religiosa. Caso seja realizado em torno de uma mesa, não haverá necessidade de forrá-la com toalha branca ou colocar sobre ela flores, imagens, retratos ou qualquer outro objeto.

A reunião não deverá prolongar-se por mais de 30 minutos.


Fonte: Diário Espírita, no Facebook

sábado, 21 de setembro de 2019

Conduta Espírita: Nos Embates Políticos

Situar em posição clara e definida as aspirações sociais e os ideais espíritas cristãos, sem confundir os interesses de César com os deveres para com o Senhor.

Só o Espírito possui eternidade.

Distanciar-se do partidarismo extremado.

Paixão em campo, sombra em torno.

Em nenhuma oportunidade, transformar a tribuna espírita em palanque de propaganda política, nem mesmo com sutilezas comovedoras em nome da caridade.

O despistamento favorece a dominação do mal.

Cumprir os deveres de cidadão e eleitor, escolhendo os candidatos aos postos eletivos, segundo os ditames da própria consciência, sem, contudo, enlear-se nas malhas do fanatismo de grei.

O discernimento é caminho para o acerto.

Repelir acordos políticos que, com o empenho da consciência individual, pretextem defender os princípios doutrinários ou aliciar prestígio social para a Doutrina, em troca de votos ou solidariedade a partidos e candidatos.

O Espiritismo não pactua com interesses puramente terrenos.

Não comerciar com o voto dos companheiros de Ideal, sobre quem a sua palavra ou cooperação possam exercer alguma influência.

A fé nunca será produto para o mercado humano.

Por nenhum pretexto, condenar aqueles que se acham investidos com responsabilidades administrativas de interesse público, mas sim orar em favor deles, a fim de que se desincumbam satisfatoriamente dos compromissos assumidos.

Para que o bem se faça, é preciso que o auxílio da prece se contraponha ao látego da crítica.

Impedir palestras e discussões de ordem política nas sedes das instituições doutrinárias, não olvidando que o serviço de evangelização é tarefa essencial.

A rigor, não há representantes oficiais do Espiritismo em setor algum da política humana.

“Nenhum servo pode servir a dois senhores.” — Jesus. (LUCAS, 16:13.)


VIEIRA, Waldo. Conduta Espírita. Pelo Espírito André Luiz



Multidões

"Tenho compaixão da multidão." - Jesus. (MARCOS, 8:2.)

Os espíritos verdadeiramente educados representam, em todos os tempos, grandes devedores à multidão.

Raros homens, no entanto, compreendem esse imperativo das leis espirituais.

Em geral, o mordomo das possibilidades terrestres, meramente instruído na cultura do mundo, esquiva-se da massa comum, ao invés de ajudá-la. Explora-lhe as paixões, mantém-lhe a ignorância e costuma roubar-lhe o ensejo de progresso. Traça leis para que ela pague os impostos mais pesados, cria guerras de extermínio, em que deva concorrer com os mais elevados tributos de sangue. O sacerdócio organizado, quase sempre, impõe-lhe sombras, enquanto a filosofia e a ciência lhe oferecem sorrisos escarnecedores.

Em todos os tempos e situações políticas, conta o povo com escassos amigos e adversários em legiões.

Acima de todas as Possibilidades humanas, entretanto, a multidão dispõe do Amigo Divino.

Jesus prossegue trabalhando.

Ele, que passou no Planeta entre pescadores e proletários, aleijados e cegos, velhos cansados e mães aflitas, volta-se para a turba sofredora e alimenta-lhe a esperança, como naquele momento da multiplicação dos pães.

Lembra-te, meu amigo, de que és parte integrante da multidão terrestre.

O Senhor observa o que fazes.

Não roubes o pão da vida; procura multiplicá-lo.

Xavier, Francisco. Vinha de Luz. Pelo Espírito Emmanuel



quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Sobre a disciplina nas Casas Espíritas

Quero trabalhar na casa espírita apenas quinzenalmente, mas os dirigentes não permitem. Então, o que fazer?

Semana passada, um rapaz, residente numa pequena cidade de Sergipe, procurou-me com a seguinte questão:

"Sou frequentador de uma casa espírita e quero muito ser trabalhador. Como muita gente, porém, eu esbarro na questão que envolve o tempo. Meu tempo disponível para ajudar numa atividade da casa, que ocorre às sextas feiras, é quinzenal, ou seja, posso comparecer a cada 15 dias. Serei fiel a este compromisso quinzenal, todavia, a casa espírita diz que só pode me aceitar como trabalhador se eu comparecer semanalmente. Portanto, não posso trabalhar. O que você pensa disso?"

Já que ele perguntou, vamos à resposta:

Todas as instituições, espíritas ou não, para garantir seu bom funcionamento necessitam de regras e disciplina.

Não dá para deixar a coisa solta, como alguns pensam, apenas por se tratar de trabalho voluntário.

Contudo, vale lembrar as situações do mundo moderno, a acessibilidade aos locais, a disponibilidade de tempo das pessoas e a informação dos Espíritos de que o limite do trabalho é o das forças, ou seja, há pessoas que tem tempo, condição e força para trabalhar todos os dias, outras pessoas, contudo, não possuem essas condições.

Portanto, cabe também à casa e seus dirigentes o exercício da empatia e da flexibilidade a fim de que ofereçam oportunidade de trabalho, sem, com isso, relaxar e comprometer a disciplina que exige um trabalho numa casa espírita.

Eis, aí, um desafio ao dirigente espírita. (Wellington Balbo)



Fonte: Interação Espírita, no Facebook.

quinta-feira, 13 de junho de 2019

segunda-feira, 20 de maio de 2019

Filme sobre Allan Kardec estreia em 430 salas com aposta alta no segmento espírita

Produção, cujo teto de captação foi de R$ 9,5 milhões, teve uma semana de filmagens em Paris e efeitos para apagar modernidades


Por Alessandro Giannini, n'O Globo




SÃO PAULO - Nove anos depois vender mais de 4 milhões de ingressos e de faturar mais de R$ 36 milhões com o drama espírita "Nosso lar" (2010), o diretor Wagner de Assis volta a investir no segmento espiritual com "Kardec". Com Leonardo Medeiros no papel título, o longa conta a história do criador do espiritismo, o francês Hippolyte Léon Denizard Rivail (1804-1869), que depois adotaria o famoso pseudônimo de Allan Kardec. A produção entrou em cartaz nesta quinta-feira em 430 salas, o que indica uma aposta no retrospecto de Assis e no potencial desse tipo de história.

— Não acredito em espiritismo como gênero. Gênero é cinebiografia, drama... Se fosse assim, então, temos que chamar “Ghost”, “O sexto sentido”, “Os outros” de filmes espíritas? Eu acredito em histórias bem contadas — diz Assis, em entrevista ao GLOBO.

Ambientado na Paris da primeira metade do século XIX, "Kardec" começa quando Rivail encerra sua carreira como professor no sistema de ensino francês e decide se aposentar aos 50 anos de idade. O filme foi rodado há um ano e teve uma semana de filmagens em Paris e quatro em locações no Rio. Todas as cenas na capital francesa tiveram intervenção digital para apagamento das modernidades, mas uma presença constante é a da Catedral de Notre Dame, que foi quase destruída por um incêndio de grandes proporções no dia 15 de abril.

— Filmar em Paris era uma decisão ousada, mas era importante. E eles (os produtores ) toparam, para a nossa surpresa. A catedral é muito simbólica da cidade, quase como personagem do filme. Imagina a nossa surpresa com o incêndio — fala o diretor, que não abre o orçamento do filme, mas cujo teto de captação na Ancine foi de R$ 9,5 milhões.

Educador progressista, Rivail era um dos discípulos do pedagogo suíço Johann H. Pestalozzi e abandonou a profissão por se sentir incomodado com a interferência da Igreja Católica na educação francesa. Era um período de turbulência política na França, que viu o golpe de 1851 por fim à Segunda República e iniciar o Segundo Império em favor do autoritário Napoleão III.Nesse cenário, Rivail e sua mulher, Amélie Gabrielle Boudet (Sandra Corvelloni), acabam se interessando por uma moda da época, em Paris, a das mesas mediúnicas. Ele começa, então, a fazer pesquisas em torno do fenômeno para tentar provar que nem tudo é picaretagem. Essa transformação acontece quando ele tem 53 anos e finalmente adota o pseudônimo de Kardec, que seria o nome de uma de suas antigas encarnações.

— Eu filmei esse papel com 53 anos — diz o ator Leonardo Medeiros, que não declara a própria religião, mas diz ter crescido em uma família espírita. — Ele, que era um cientista, se dispôs a abrir o horizonte e analisar de maneira racional um fenômeno que viu acontecer na sua frente. Tenho admiração e me sinto igual a ele nesse sentido. Mas não tenho a mesma tenacidade e curiosidade, embora também tenha visto essas coisas acontecerem na minha própria casa quando era criança.

"Kardec" teve como base a biografia de mesmo nome do escritor e jornalista Marcel Souto Mayor, autor também da biografia do médium Chico Xavier e que também deu origem a um longa. O livro, diz o autor, traz uma visão objetiva de como foi a vida de Rivail, e o filme escolheu o melhor recorte possível para contar a história do criador da doutrina espírita:

— Gosto muito do recorte do filme porque é muito preciso e fiel. Pega o momento em que um professor cético se transforma em um missionário. E é também uma história de superação e de combate ao materialismo puro. Isso tudo num mundo muito deprimido, como é o mundo em que vivemos hoje — diz Marcel.

sexta-feira, 10 de maio de 2019

Mensagem de Kardec


Por que a JUVENTUDE ESPÍRITA deve ver o filme KARDEC?



Do canal Coaching Espírita, no YouTube:

Allan Kardec virou filme! O codificador da doutrina espírita teve sua história retratada nas telas de cinema, a partir da biografia escrita por Marcel Souto Maior e a direção de Wagner de Assis. 

Nesse bate-papo com eles eu quis saber por quê a juventude espírita deveria assistir ao filme de Kardec. Além disso, tem um curiosidade muito interessante no final do vídeo! 

Tive a oportunidade de assistir a primeira cabine de imprensa e posso te dizer: o filme está lindo! Qualidade impecável de atuação, direção, roteiro. Tudo! 

Então ver Kardec no cinema virou uma missão para os jovens espíritas! E mais: vamos invandir os cinemas com nossos amigos, as mocidades espíritas, dirigentes e todo mundo. 

Esse filme veio para se tornar um marco na história do cinema brasileiro! Bora ver Kardec na telona?

quinta-feira, 18 de abril de 2019

162 anos de Doutrina...



A publicação em 18 de Abril de 1857, quando veio à luz "O Livro dos Espíritos", é considerado o marco de fundação do Espiritismo.

sexta-feira, 12 de abril de 2019

12 de abril | Dia do Desencarne de Léon Denis


Recorda-te de que a vida é curta; esforça-te, pois, por conquistar, enquanto o podes, aquilo que vieste aqui realizar: o verdadeiro aperfeiçoamento. Possa teu espírito partir desta Terra mais puro do que quando nela entrou! Pensa que a Terra é um campo de batalha, onde a matéria e os sentidos assediam continuamente a alma; corrige teus defeitos, modifica teu caráter, reforça a tua vontade; eleva-te pelo pensamento, acima das vulgaridades da Terra e contempla o espetáculo luminoso do céu. 
"Depois da Morte", Léon Denis.


12 de abril | Dia do Desencarne de Léon Denis.
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segunda-feira, 8 de abril de 2019

sexta-feira, 5 de abril de 2019

Pesquisa: Levantamento Nacional de Casos Sugestivos de Reencarnação na População Brasileira

O NUPES (Núcleo de Pesquisa em Espiritualidade e Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF) em parceria com a University of Virginia (EUA) e, sob financiamento da Fundação Bial, de Portugal, está desenvolvendo a pesquisa intitulada “Levantamento Nacional de Casos Sugestivos de Reencarnação na População Brasileira”.

Estamos interessados em pessoas que acreditem ter memórias de supostas vidas passadas, sejam elas crianças, adolescentes ou adultos. Desde os anos de 1960, significativas investigações científicas foram desenvolvidas pelo psiquiatra Dr. Ian Stevenson, da Universidade de Virgínia e, em todo o mundo, já foram catalogados mais de 2000 casos de pessoas que referiam ter memórias relacionadas a eventos e situações ocorridas em uma suposta vida anterior. Em sua maioria, eram crianças entre 2 e 6 anos de idade que, espontaneamente, descreveram lugares e pessoas com quem conviveram e, até mesmo, a forma pela qual morreram em uma suposta vida passada. Tais estudos foram denominados “Casos sugestivos de reencarnação” e, apesar de constituírem um problema científico instigante e, muitas vezes polêmico, pouca atenção vem sendo direcionada para a possibilidade de investigação destes tipos de casos no território brasileiro.

O objetivo principal desta pesquisa é conhecer o perfil de brasileiros que acreditam possuir memórias de supostas vidas passadas e as características de tais memórias. Queremos conhecer, também, seus níveis de religiosidade/espiritualidade, felicidade e saúde. Na segunda fase do estudo, alguns participantes poderão ser contatados para serem entrevistados pessoalmente, a fim de se investigar melhor os dados relatados nas memórias. 

A participação dos respondentes é voluntária e os mesmos serão informados e esclarecidos a respeito dos objetivos do estudo e a coleta dos dados será feita através de preenchimento online, “clicando” nos links abaixo. Antes de iniciar o preenchimento dos questionários e instrumentos, é necessário ler e aceitar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (no caso de menores) conforme as normas do Comitê de Ética da Universidade Federal de Juiz de Fora. Será mantido o anonimato dos participantes quando os resultados da pesquisa forem divulgados.

Com apenas alguns minutos do seu tempo você ajudará no desenvolvimento da ciência através da informação.

Contando com a sua colaboração na realização desta pesquisa inédita no Brasil, apresentamos nossos antecipados agradecimentos.

Atenciosamente,


Prof.º Alexander Moreira-Almeida

Lucam Justo de Moraes

Sandra Maciel de Carvalho

Pesquisadores do NUPES – UFJF responsáveis pela pesquisa



Matéria sobre a pesquisa e vídeo no programa Encontro, com Fátima Bernardes.

sábado, 23 de março de 2019

segunda-feira, 18 de março de 2019

Kardec esclarece: Espíritos retardatários x progressistas (final)

A GÊNESE, cap. XVIII - A GERAÇÃO NOVA (excerto)


33. A regeneração da Humanidade, portanto, não exige absolutamente a renovação integral dos Espíritos: basta uma modificação em suas disposições morais. Essa modificação se opera em todos quantos lhe estão predispostos, desde que sejam subtraídos à influência perniciosa do mundo. Assim, nem sempre os que voltam são outros Espíritos; são com frequência os mesmos Espíritos, mas pensando e sentindo de outra maneira. Quando insulado e individual, esse melhoramento passa despercebido e nenhuma influência ostensiva alcança sobre o mundo. 

Muito outro é o efeito, quando a melhora se produz simultaneamente sobre grandes massas, porque, então, conforme as proporções que assuma, numa geração, pode modificar profundamente as idéias de um povo ou de uma raça. É o que quase sempre se nota depois dos grandes choques que dizimam as populações. Os flagelos destruidores apenas destroem corpos, não atingem o Espírito; ativam o movimento de vaivém entre o mundo corporal e o mundo espiritual e, por conseguinte, o movimento progressivo dos Espíritos encarnados e desencarnados. É de notar-se que em todas as épocas da História, às grandes crises sociais se seguiu uma era de progresso.


34. Opera-se presentemente um desses movimentos gerais, destinados a realizar uma remodelação da Humanidade. A multiplicidade das causas de destruição constitui sinal característico dos tempos, visto que elas apressarão a eclosão dos novos germens. São as folhas que caem no outono e às quais sucedem outras folhas cheias de vida, porquanto a Humanidade tem suas estações, como os indivíduos têm suas várias idades. As folhas mortas da Humanidade caem batidas pelas rajadas e pelos golpes de vento, porém, para renascerem mais vivazes sob o mesmo sopro de vida, que não se extingue, mas se purifica.


Fonte: A Gênese, Allan Kardec.

Kardec esclarece: Espíritos retardatários x progressistas (parte 3)

A GÊNESE, cap. XVIII - A GERAÇÃO NOVA (excerto)


29. Não se deve entender que por meio dessa emigração de Espíritos sejam expulsos da Terra e relegados para mundos inferiores todos os Espíritos retardatários. Muitos, ao contrário, aí voltarão, porquanto muitos há que o são porque cederam ao arrastamento das circunstâncias e do exemplo. 

Nesses, a casca é pior do que o cerne. Uma vez subtraídos à influência da matéria e dos prejuízos do mundo corporal, eles, em sua maioria, verão as coisas de maneira inteiramente diversa daquela por que as viam quando em vida, conforme os múltiplos casos que conhecemos. Para isso, têm a auxiliá-los Espíritos benévolos que por eles se interessam e se dão pressa em esclarecê-los e em lhes mostrar quão falso era o caminho que seguiam. Nós mesmos, pelas nossas preces e exortações, podemos concorrer para que eles se melhorem, visto que entre mortos e vivos há perpétua solidariedade. 

É muito simples o modo por que se opera a transformação, sendo, como se vê, todo ele de ordem moral, sem se afastar em nada das leis da Natureza.


30. Sejam os que componham a nova geração Espíritos melhores, ou Espíritos antigos que se melhoraram, o resultado é o mesmo. Desde que trazem disposições melhores, há sempre uma renovação. Assim, segundo suas disposições naturais, os Espíritos encarnados formam duas categorias: de um lado, os retardatários, que partem; de outro, os progressistas, que chegam. O estado dos costumes e da sociedade estará, portanto, no seio de um povo, de uma raça, ou do mundo inteiro, em relação com aquela das duas categorias que preponderar.

(...)

32. As grandes partidas coletivas, entretanto, não têm por único fim ativar as saídas; têm igualmente o de transformar mais rapidamente o espírito da massa, livrando-a das más influências e o de dar maior ascendente às ideias novas.

Por estarem muitos, apesar de suas imperfeições, maduros para a transformação, é que muitos partem, a fim de apenas se retemperarem em fonte mais pura. Enquanto se conservassem no mesmo meio e sob as mesmas influências, persistiriam nas suas opiniões e nas suas maneiras de apreciar as coisas. Uma estada no mundo dos Espíritos bastará para lhes descerrar os olhos, por isso que aí vêem o que não podiam ver na Terra. O incrédulo, o fanático, o absolutista, poderão, conseguintemente, voltar com idéias inatas de fé, tolerância e liberdade. Ao regressarem, acharão mudadas as coisas e experimentarão a influência do novo meio em que houverem nascido. Longe de se oporem às novas idéias, constituir-se-ão seus auxiliares.


Fonte: A Gênese, Allan Kardec.