domingo, 27 de maio de 2018

A força do Espiritismo

A força do Espiritismo não se faz pelos seus representantes governamentais, pelas celebridades que comungam essa crença ou pela altura do domo das casas espíritas; sua força vem do nosso exemplo.                                                                                                                             
Marcus Braga

Certa vez, em um jornal espírita da década de 90, lemos a seguinte frase de um articulista: “(…) perdemos a grande oportunidade de eleger fulano como deputado federal e mostrar a força do Espiritismo”.

Será que essa é realmente a força do Espiritismo? Será que o Espiritismo, como religião, precisa de representantes na estrutura da República?
Essa questão sempre volta à baila em períodos eleitorais, quando recebemos e-mails ou vemos peças de publicidade de candidatos que exaltam essa condição, na busca de ampliar a sua base de eleitores por uma afinidade religiosa. Além de procurar no público espírita seus eleitores, alguns, por vezes, se arriscam a se proclamar representantes do Espiritismo no plano político. Essa situação não é das mais simples e implica diversas questões.
Quando falamos de candidatos espíritas, pensamos logo em situações em que a imagem e o bom nome do Espiritismo não sejam afetados, caso um candidato dito “dos espíritas” apareça em situações lamentáveis na mídia.
Por outro lado, a vida política é saudável e desejável. A política está presente no nosso dia-a-dia, quando precisamos fazer escolhas, estabelecer consensos, negociar, ceder, em prol de um bem maior. O espírita não pode ser um alienado, ele é um “homem do mundo” – de nada adianta viver os nossos dias pensando apenas nos sofrimentos ou consolações futuras.
Em tempos recentes vivemos recheando nossas Casas Espíritas com eventos grandiosos de autoajuda, shows artísticos, badaladas palestras e novidades literárias. Queremos descobrir o que fomos no passado, mas abdicamos de fazer o bem no presente.

Os espíritas não podem esquecer que são também cidadãos, homens com deveres diante da questão social.

Fazer o bem é se ligar às questões sociais, ao coletivo! Nesse sentido, não devemos ser omissos. Precisamos estar engajados nas lutas sociais, nas questões da coletividade, na busca do bem comum.

Como diria Bezerra de Menezes, que, aliás, foi deputado antes de presidir a Federação Espírita Brasileira: “(…) para nós, a política é a ciência de criar o bem de todos. E nesse princípio, nos firmaremos”.
E nesse campo também é possível fazer o bem! A política também é sementeira divina do plantio do progresso.
Essa intervenção permanente do Espiritismo nos problemas do mundo se apresenta bem em A Gênese, quando Kardec assevera: “(…) o Espiritismo trabalha com educação. Esta é a base da própria Doutrina, pois, para praticá-la, temos de nos educar. E a educação tem um conteúdo extremamente político, pois muda nossa forma de ver o mundo e de agir nele”. Reafirma-se aí a necessidade de os espíritas não esquecerem que são também cidadãos, homens do seu tempo, com deveres diante da questão social.
A necessidade de nossa participação na vida social é, no entanto, diferente da situação de apresentar-se com a credencial “espírita” para pedir votos. “O Espiritismo se liga a todos os campos das atividades humanas, não para entranhar-se neles, mas para iluminá-los com as luzes do Espírito. Servir o mundo através de Deus é sua função e não servir a Deus através do mundo”, reitera Kardec na mesma obra já citada.

Não pensamos ser um bom caminho adotarmos o lema “espírita vota em espírita”

Em face disso, se quisermos pleitear a ocupação de um cargo público eletivo, devemos nos isentar de associar essa cruzada político-social aos papéis desempenhados no movimento espírita, e, como disse Kardec, iluminar nossa jornada política com o Espiritismo e não o Espiritismo com a nossa jornada política. Essa é a diferença entre ser um espírita-candidato e ser um candidato-espírita.
Quanto aos eleitores, nos parece bastante razoável que cada um escolha aqueles projetos que, de acordo com seu foro íntimo, atendam de maneira mais adequada às necessidades de sua coletividade. E, com base nesses, escolha seus candidatos, independentemente das crenças que esses professem. Para isso existem partidos políticos, para congregar nossas idéias no campo político! Existem várias formas de se obter espaço, prestígio ou força para defender nossos princípios, que não seja a opção de destacarmos, dentre um numeroso grupo de espíritas, um representante para disputar um cargo eletivo.
A César o que é de César! O Estado é laico!
Essa foi uma grande luta desse país e constitui a base da democracia. Não pensamos ser um bom caminho adotarmos o lema “espírita vota em espírita”. Isso pode redundar em situações-limite de pedidos de votos em reuniões públicas, ou ainda, intervenções na opinião política dos frequentadores da casa espírita, ambas as situações que na nossa visão seriam eticamente inconcebíveis.
A força do Espiritismo não se faz pelos seus representantes governamentais, pelas celebridades que comungam essa crença ou mesmo pela altura do domo das casas espíritas. A força vem do exemplo e da difícil tarefa de se fazer a reforma íntima para a construção do homem de bem. Esse é o nosso desafio!

Não devemos votar em alguém pelo simples fato de ele trazer em seu currículo a condição de espírita.

Para isso não conseguimos vislumbrar, sinceramente, a necessidade de se ter um representante do segmento espírita em qualquer órgão legislativo ou do Executivo, como situação que ajude a promover a renovação na busca do homem de bem.
Somos espíritas e cidadãos, o que não são coisas excludentes. Queremos, sim, pela nossa ação, povoar de homens de bem as instâncias decisórias, sejam eles espíritas ou não.
O grande risco dessas situações, em um país com muitos espíritas como o nosso, com um número maior ainda de simpatizantes, é o oportunismo de se aproveitar o bom nome que goza o Espiritismo para carrear votos e a promoção pessoal no período eleitoral.
A questão da representatividade é de mão dupla. O candidato representa o Espiritismo, mas o Espiritismo é representado por sua conduta como político. Se ele se arvora em se proclamar representante da Doutrina, acaba com sua imagem representando-a para quem o ouve, mesmo que o movimento espírita disso não se dê conta.
A decisão de alguém de se candidatar é um direito individual que deve ser respeitado. A participação política deve ser uma consciência, sob pena de nos tornarmos analfabetos políticos, como bem preconizava Bertolt Brecht. Mas não devemos depositar nosso voto pela simples razão de o panfleto do candidato trazer, como currículo, o fato de ser espírita, doutrinador, orador ou congênere.
O voto deve ser dado pela história de cada um, pelas suas propostas e pelo seu alinhamento na esfera política. Se o votado for espírita, ou não, isso pouco deve importar nesse contexto.

Marcus Vinicius de Azevedo Braga é pedagogo e um dos articulistas desta revista ( Consolador / Visão Espírita ) e de diversos periódicos. Paulo de Tarso Lyra é jornalista e articulista espírita.


Brasília, Distrito Federal (Brasil)

domingo, 13 de maio de 2018

A perda de um animal de estimação


Por André Franchi


Recém-acometido pelo processo de perder um grande companheiro de estimação, um amigão canino, que já estava há pelo menos 10 anos no seio da família e, portanto, tornando-se parte desta, refleti muito sobre todos os estudos e conhecimentos adquiridos, ainda que limitados, e tentei refletir sobre o ocorrido, tentando encontrar interpretações consoladoras, tais quais nossa Doutrina Espírita.

Como sabemos, os animais possuem espírito sim, porém são espíritos que têm características diferentes das nossas, já que estão num nível anterior de evolução. Estes espíritos não encarnam com provas e expiações de cunho moral e ainda não carregam uma bagagem existencial de seus atos praticados em vivências anteriores; portanto, não têm reajustes e nem reparos a ser realizados, o que já é uma mensagem muito otimista, já que nossos amados animais não poderão ser cobrados por vasos que destruíram, por sofás rasgados, pelas mordidas e arranhões praticados e nem por aquele dia de loucura que todos eles têm e que sempre ocasiona uma série de danos.

Então qual é o objetivo da jornada destes espíritos aqui entre nós, encarnados? Talvez, além de vivenciarem o reino animal, desenvolverem funções de automatismo em relação à alimentação e sobrevivência, conviverem “em família” com seres humanos e mais uma série de coisas que fogem ao nosso conhecimento, acredito seriamente que eles também venham, além de aprender, para nos ensinar, o que seria de certa forma, parte de suas missões.

Quando bem tratados, recebedores de nosso amor, carinho e atenção, tornam-se verdadeiros instrutores sobre estes sentimentos. Não se alteram como nós por acontecimentos do dia a dia, não são envolvidos pelo materialismo e nem por egocentrismos, não perdem a paciência por conta de problemas emocionais ou financeiros; pelo contrário, parece que sempre estão num estado “receptivo” constante a espera por nós, por nossas brincadeiras, por nossos afagos, enfim por nossa presença aos seus lados. Manifestam amor e carinho de forma incondicional e, por muitas vezes, o simples fato de estarmos com eles, traz-nos mais tranquilidade, mais paz, uma sensação de estarmos recebendo um colo aconchegante.

Mas, enfim, chegado o dia da separação com nossos amados animais, como devemos enfrentar a situação?

Devemos encarar como um desencarne humano com menos complicações, porém que exige de nós alguns cuidados. Serenidade inicial para controlarmos o nosso egoísmo e ao invés de acharmos que estamos perdendo o “nosso” companheiro, perceber que o mesmo estará se libertando de seu corpo físico, sem nenhum tipo de frustração ou demérito, por não ter necessidades provacionais. Que assim como nós, existe o amparo espiritual para eles, mas que, se ficarmos nos apegando de forma emocional negativa, negando-nos a aceitar o desencarne deles, estaremos atrapalhando o processo do desenlace de seus espíritos dos corpos já moribundos. Então tenhamos tranquilidade e lembremos que os desígnios de Deus são perfeitos, inclusive para eles.

Recordemos sim, com alegria e felicidade dos momentos vividos juntos e agradeçamos ao Senhor por isto. Oremos também por eles, isto não é blasfêmia, afinal, tudo que emana do amor é puro! Oremos sim, para que eles sejam bem recebidos no plano espiritual, que, se for necessário, que nos acompanhem por mais algum tempo, mesmo que não percebamos isto. Oremos para que caso eles necessitem permanecer como animais no plano espiritual, que possam ser úteis, que possam ser felizes e até trabalhar por lá ou quem sabe reencarnar e voltar ao nosso lar...

Dignifiquemos tudo de bom que nos trouxeram e desejemos que prossigam na jornada evolutiva, da maneira mais conveniente e adequada para eles, de acordo com o planejamento divino.

Ave Maria, de Chico Xavier (especial Dia das Mães)


segunda-feira, 7 de maio de 2018

Biografia Irmã Scheilla



Encarnações Anteriores

Tem-se notícias apenas de duas encarnações de Scheilla: uma na França, no século XVI, e outra na Alemanha. Na existência francesa, chamou-se Joana Francisca Frémiot, nascida em Dijon e 28/01/1572 e desencarnada em Moulins a 13/12/1641.

Ficou Conhecida Santa Joana de Chantal (canonizada em 1767) ou Baronesa de Chantal. Casara-se, aos 20 anos com o Barão de Chantal. Tendo muito cedo perdido seu marido, passou a dedicar-se à obras piedosas e orações, juntamente com os deveres de mãe para com seus 4 filhos.

Fundou, em 1604, juntamente com o Bispo de Genebra, S.Francisco de Salles, em Annecy, a congregação da visitação de Maria, que dirigiu como superiora, em Paris. Em 1619, Santa Joana de Chantal deixou o cargo de superiora da Ordem de Visitação e voltou a Annecy, onde ficava sua casa mãe da Ordem.

A 13 e dezembro de 1641 ela veio a falecer.

A outra encarnação conhecida de Scheilla, verificou-se na Alemanha. Com a guerra no continente Europeu, aflições e angústias assolaram a cidade de Berlim, na Alemanha, onde Scheilla atuava como enfermeira. Seu estilo simples, sua meiguice espontânea, muito ajudaram em sua profissão. Bonita, tez clara, cabelo muito louro, que davam um ar de graça muito suave. Seus olhos azuis-esverdeados, de um brilho intenso, refletiam a grandeza de seu Espírito. estatura mediana, sempre com seu avental branco, lá estava Scheilla, preocupada em ajudar, indistintamente. esquecia-se de si mesma, pensava, somente na sua responsabilidade. Via primeiro a dor, depois a criatura… Numa tarde de pleno combate, desencarna Scheilla, a jovem enfermeira. Morria no campo de lutas, aos 28 anos de idade.

Muitos anos depois, surgia nas esferas superiores da espiritualidade, com o seu mesmo estilo aprimorando carinho e dedicação, Scheilla, a enfermeira do alto!

Trabalho Espiritual no Brasil

Tudo indica que Scheilla vinculou-se, algum tempo após a sua desencarnação em terras alemãs, às falanges espirituais que atuam em nome do Cristo, no Brasil.

Atualmente nossa querida Mentora trabalha na Espiritualidade, juntamente com Cairbar Schutel, Coordenador Geral da Colônia Espiritual Alvorada Nova, Scheilla desenvolve um trabalho muito forte e muito amplo com dedicação ímpar, coordenando quatorze equipes que formam o Conselho da Casa de Repouso, o qual se reúne periodicamente, decidindo às questões pertinentes.

Conta-nos R.A. Ranieri que, numa das primeiras reuniões de materialização, iniciadas em 1948 pelo médium “Peixotinho”, surgiu a figura caridosa de Scheilla. Em Belo Horizonte, marcou-se uma pequena reunião que seria realizada com a finalidade de submeter a tratamento dona Ló de Barros Soares, esposa de Jair Soares. No silêncio e na escuridão surgiu a figura luminosa de mulher, vestida de tecidos de luz e ostentando duas belas tranças, era Scheilla. Nas mãos trazia um aparelho semelhante a uma pedra verde claro, ao qual se referiu dizendo tratar-se de um emissor de radioatividade, ainda desconhecido na terra. Fez aplicação em dona Ló. Depois de alguns minutos, levantou-se da cadeira e proferiu uma belíssima pregação evangélica com sotaque alemão e voz de mulher. em vários grupos espíritas brasileiros, além de sua atuação na assistência à saúde, sempre se caracterizou em trazer às reuniões, certos objetos, deixando no recinto o perfume de flores que lhe caracterizavam.

Na obra “Chico Xavier – 40 Anos no Mundo da Mediunidade” de Roque Jacinto, encontramos o seguinte depoimento: “Chico aplicava passes. Ao nosso lado, ocorreu um ruído, qual se algum objeto de pequeno porte tivesse sido arremessado, sem muita violência. (-Jô – disse um médium – Scheilla deu-lhe um presente). Logo mais, procuramos ao nosso derredor e vimos um caramujo grande e adoravelmente belo, estriado em deliciosas cores. Apanhamo-lo, incontinenti, e verificamos nele água marítima, salgada e gelada, com restos de uma areia fresca, Scheilla o transportara para nós. estávamos a centenas de uma nesga de mar, em manhã de sol abrasador que crestava a vegetação e, em nossas mãos, que o espírito nos ofertara, servindo-se da mediunidade de “Chico”.

Na assistência reduzida, estava um cientista suíço, materialista, que ali viera por insistência dos familiares. Scheilla, em sotaque alemão, anunciou:- Para nosso irmão que está ali – indicava o Suíço -, vou dar o perfume que sua mãezinha usava, quando na terra. Despertou-lhe um soluço comovido, pela lembrança que se lhe aflorou à memória, recordando a figura da mãezinha ausente.” Tempos depois, um outro raro instante se deu com a presença de Scheilla. “Bissoli, Gonçalves, Isaura, entre outros, compunham a equipe de beneficiados, agrupando-se numa das salas da casa de André, tendo Chico se retirado para o dormitório do casal. onde permaneceria em transe mediúnico. Uma onda de perfume, corporifica-se Scheilla, loira e jovial, falando com seu forte sotaque alemão. Bissoli estabeleceu o diálogo: -eu me sinto mal – diz Bissoli – você – informou Scheilla – come muita manteiga Bissoli. Vou tirar uma radiografia do seu estômago. A pedido, nosso companheiro levantou a camisa. O espírito corporificado aproxima-se e entrecorre, num sentido horizontal, os seus dedos semiabertos sobre a região do estômago de nosso amigo. E tal se incrustassem uma tela de vidro no abdômen, podíamos ver as vísceras em funcionamento. – Pronto! – diz Scheilla, apagando o fenômeno – Agora levarei a radiografia ao plano espiritual para que a estudem e lhe deem um remédio”.

Ao término destes singelos apontamentos biográficos, com muito respeito por esse Espírito Missionário, de tanta dedicação e amor em nome de Jesus, só nos resta agradecer a assistência e amor doados por ela.

“Abençoa sempre… Abençoa a Terra, por onde passes, e a terra abençoará a tua passagem para sempre.”
- Scheilla

sábado, 5 de maio de 2018

Luiz Gasparetto retorna à pátria Espiritual


Luiz Gasparetto, médium escritor e apresentador de TV, desencarnou nesta quinta feira (3), aos 68 anos. Filho da também médium Zíbia Gasparetto, fez sua contribuição para a divulgação da doutrina espírita. Que ele seja amparado, assim como a família!