terça-feira, 31 de março de 2009

Ciência e Espiritualidade Tema: Aparelhos eletrônicos são portais de encontro entre 2 mundos



A pesquisadora e escritora Sônia Rinaldi fala sobre os contatos registrados entre o plano físico e outros planos dimensionais através de equipamentos eletrônicos:A Transcomunicação Instrumental.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Retrato de Maria

Algum tempo após tomarmos conhecimento de um novo quadro de Maria, a Mãe de Jesus, divulgado num programa da TV Record, de São Paulo, com a presença de Francisco Cândido Xavier, procuramos esse médium amigo para colher dele maiores esclarecimentos sobre a origem do mesmo.

Contou-nos, então, Chico Xavier, no final da reunião pública do Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, na noite de 1º de dezembro de 1984, que, com vistas às homenagens do Dia das Mães de 1984, o Espírito de Emmanuel ditou, por ele, um retrato falado de Maria de Nazaré ao fotógrafo Vicente Avela, de São Paulo. Esse trabalho artístico foi sendo realizado aos poucos, desde meados de 1983, com retoques sucessivos realizados pela grande habilidade de Vicente, em mais de vinte contatos com o médium mineiro, na Capital paulista.

Em nossa rápida entrevista, Chico frisou que a fisionomia de Maria, assim retratada, revela tal qual Ela é conhecida quando de Suas visitas às esferas espirituais mais próximas e perturbadas da crosta terrestre; como, por exemplo, disse-nos ele, na Legião dos Servos de Maria, grande instituição de amparo aos suicidas descrita detalhadamente no livro Memórias de um Suicida, recebido mediunicamente por Yvonne A. Pereira.

E, ao final do diálogo fraterno, atendendo nosso pedido, Chico forneceu-nos o endereço do fotógrafo-artista, para que pudéssemos entrevistá-lo oportunamente, podendo assim registrar mais algum detalhe do belo trabalho realizado.

De fato, meses após essa entrevista, tivemos o prazer de conhecer o sr. Vicente Avela, em seu próprio ateliê, há 30 anos localizado na Rua Conselheiro Crispiniano, 343, 2º andar, na Capital paulista, onde nos recebeu atenciosamente.

Confirmando as informações do médium de Uberaba ele apenas destacou que, de fato, não houve pintura e sim um trabalho basicamente fotográfico, fruto de retoques sucessivos num retrato falado inicial, tudo sob a orientação mediúnica de Chico Xavier.

Quando o sr. Vicente concluiu a tarefa, com a arte final em pequena foto branco-e-preto, ele a amplicou bastante e coloriu-a com tinha a óleo (trabalho em que é perito, com experiência adquirida na época em que não havia filmes coloridos e as fotos em preto-e-branco eram coloridas a mão), dando origem à tela que foi divulgada.

Nesse encontro fraterno, também conhecemos o lindo quadro original à vista em parede de seu escritório, e ao despedirmo-nos, reconhecidos pela atenção, o parabenizamos por esse árduo e excelente trabalho, representando mais uma notícia da vida espiritual de Maria de Nazaré, que continua amparando com imenso amor maternal a Humanidade inteira.

Fonte Anuário Espírita 1986

Teriam os seres humano nascido do átomo primitivo?

William Crookes Biografia

"William Crookes foi um marco inicial do período científico da história da parapsicologia."

Foi muito a propósito que Charles Richet deu por iniciado com William Crookes, em 1872, o período científico da metapsíquica, hoje parapsicologia. Possivelmente, nenhum cientista que se atreveu a estudar com afinco os fenómenos objetivos da parapsicologia foi tão controvertido quanto William Crookes.

Nenhum levantou tanta celeuma em torno de suas afirmações acerca dos fenômenos que observou; nenhum teve a sua reputação tão atacada; e nenhum foi tão firmemente honesto em suas convicções científicas quanto ele.

Agora, após mais de um século, a extraordinária figura de William Crookes emerge límpida e majestosa, desafiando serenamente aqueles que ainda tentam, em vão, enlamear-lhe a imagem. A obra deste sábio extraordinário tem resistido aos embates do tempo e aos ataques mesquinhos de seus adversários gratuitos, unicamente porque é toda ela, límpida e cristalinamente apoiada sobre uma granítica base de fatos. Quem estuda, sem má-fé e sem preconceitos, os trabalhos de William Crookes, impressiona-se pela pureza, simplicidade e clareza meridiana de seus relatórios. Dos seus trabalhos, transpiram a sinceridade, a firme convicção e a serenidade de um sábio que tranquilamente proclama a verdade, sem inquietar-se com o julgamento dos demais, por achar-se seguro de que o erro está com aqueles que negam a evidência dos fatos.

Sir William Crookes (1832-1919) pode ser considerado um dos mais proeminentes físicos do século XIX. Em 1863 foi eleito membro da Royal Society. Obteve as seguintes láureas: a Royal Gold Medal, em 1875; a David Medal em 1888; a Sir Joseph Copley Medal em 1904; foi nomeado cavaleiro em 1897, pela rainha Vitória; e, em 1910, ganhou a Ordem de Mérito. Foi presidente das seguintes instituições: Royal Society, Chemical Society, Institution of Electrical Engineers, British Association e Society for Psychical Research. No campo das pesquisas científicas Crookes é conhecido como o descobridor do elemento químico de número atómico 81, o Tálio; do Radiómetro; do Espintariscópio; do tubo de raios catódicos, mais conhecido como Tubo de Crookes, etc.

Na área da divulgação científica, ele foi fundador do Chemical News, em 1859, e editor do Quarterly Journal of Science, em 1864. Em 1880, recebeu uma medalha de ouro e o prémio de 3.000 francos, da Academia de Ciências da França.

Na ocasião em que William Crookes passou a interessar-se pelos fenômenos paranormais, houve uma grande expectativa em torno dessa decisão, por parte do grande público. Seu nome era por demais conhecido nos meios científicos, e o seu veredicto seria, naturalmente, aceite como decisivo julgamento do movimento então chamado «Spiritualism».

Certamente, William Crookes devia achar-se a par da repercussão nada favorável, na imprensa, do relatório da «London Dialectical Society». Pairava no ar uma certa hostilidade surda contra o «Spiritualism». A má vontade com relação a este movimento era evidente, especialmente por parte da imprensa e do meio científico.

Se Crookes se decidiu a sondar tão perigoso terreno, é porque naturalmente confiava no método científico positivo, com o qual se achava tão familiarizado. O seu interesse despertou, após ter assistido a uma sessão com a médium Mary Marshall (1842-1884), em Julho de 1869. Esta médium foi também iniciadora do Dr. Alfred Russel Wallace, na investigação dos fenómenos paranormais. Os fenómenos eram banais: «raps», movimentos e levitação de uma mesa, nós dados em lenços, escrita directa em lousas, etc. A partir de 1867, ela produziu sessões de voz directa, nas quais se manifestava o famoso espírito John King.

Em Dezembro de 1869, Crookes assistiu às sessões do célebre sensitivo J. J. Morse (1848-1919), o mais extraordinário médium psicofónico daquela época, o qual o impressionou bastante. Em Julho de 1870, depois que Henry Slade chegou a Londres, ele anunciou sua decisão de investigar seriamente os fenómenos espíritas. Publicou, então, no Quarterly Journal of Science um artigo intitulado: «Spiritualism Viewed by the Light of Modern Science» (O «Spiritualism» visto à Luz da Moderna Ciência). São suas as palavras neste artigo: «Modos de ver ou opiniões não posso dizer que possuo sobre um assunto que eu não tenho a presunção de entender.» A seguir, ele acrescentou: «Prefiro entrar na investigação, sem noções preconcebidas sejam quais forem, como do que possa ou não ser, mas com todos os meus sentidos alerta e prontos para transmitirem a informação ao cérebro; acreditando, como creio, que não temos, de nenhuma maneira, esgotado todo o conhecimento humano ou examinado as profundezas de todas as forças físicas». Segundo ele, tais investigações foram-lhe sugeridas «por um eminente homem que exercia grande influência no pensamento do país». Finalmente, a derradeira sentença: «O crescente emprego dos métodos científicos produzirá uma geração de observadores que lançará o resíduo imprestável do «Spiritualism», de uma vez por todas, ao limbo desconhecido da magia e da necromância».

Tal anúncio foi recebido com especial júbilo pela imprensa. Havia uma expectativa geral de que, desta vez, o «Spiritualism» iria ter sua correcta avaliação. Em suma, seria colocado em sua exacta posição e avaliado em suas devidas proporções, isto é, não receberia nenhuma aprovação. Após submetido ao escalpelo do método científico, tudo não passaria de fraude, logro e imposturice.

É um fenômeno difícil de explicar exactamente essa aversão contra os fatos do Spiritualism. Talvez se deva isso, em parte, à influência da Filosofia Positivista, que, naquela época, se difundira pelas elites culturais da Europa. Sabe-se que o relatório da London Dialectical Society, de 20 de Julho de 1870, já tivera péssima recepção por parte da imprensa e também por grande fracção dos intelectuais de então. E deve frisar-se que a sua comissão, composta de 33 membros, era formada por homens ilustres, conforme mostraremos em artigo posterior.

A única explicação para tal reacção, seria o facto de a comissão ter concluído que os fenômenos do Spiritualism** eram reais.

Entre 1869 e 1875, Crookes levou a efeito um número enorme de sessões com os mais variados médiuns; as de maior importância, no seu próprio laboratório pessoal. São cinco os seus principais grupos de experiências com os médiuns mais qualificados e por ordem cronológica: Daniel Dunglas Home, Kate Fox, Charles Edward Williams, Florence Cook e Annie Eva Fay. Além desses, ele teve experiências esparsas com os seguintes médiuns: mrs. Marshall, J. J. Morse, aos quais já nos referimos, mrs. Event, o reverendo Staiton Moses, mrs. Mary M. Hardy, miss Showers e inúmeros outros de menor fama.

Experiências com Daniel Dunglas Home

As experiências feitas com Daniel Dunglas Home parecem as mais bem controladas das cinco principais séries. Foram relatadas no The Quarterly Journal of Science, a partir de 1871, mais tarde enfeixadas num volume sob o título Researches in the Phenomena of Spiritualism e publicados também nos Proceedings of the Society for Psychical Research (Vol. VI, 1889-90, pp. 98-127).

Tais experiências constaram de diversos fenómenos de efeitos físicos, tais como movimentos de corpos pesados com contacto, mas sem esforço mecânico por parte do médium. Para controlar e medir esses fenômenos, Crookes construiu e montou aparelhos dotados de alavancas e dinamómetros, bem como registadores gráficos operados mecanicamente. Dentro desta categoria de fenômenos, destaca-se um deles pelo inusitado. Trata-se de um acordeão que era tocado, tendo apenas uma de suas extremidades presa entre os dedos da mão do médium. A outra extremidade contendo as teclas, ficava dependurada. O instrumento, assim suspenso dentro de uma gaiola de madeira e arame, era misteriosamente tocado e, inclusive, as suas teclas eram accionadas por suposta mão invisível.

Foram investigados os fenômenos de percussão e outros ruídos surgidos sob a acção do médium. Objectos pesados situados a determinada distância do médium eram movimentados ostensivamente. Assim, mesas e cadeiras elevavam-se do chão por si sós. Todos esses fenómenos, em sua maioria, ocorriam à luz clara, permitindo absoluto controlo.

O médium D. D. Home é famoso também pelas suas levitações. Diz Crookes: «Há pelo menos 100 casos bem verificados de elevação do sr. Home, produzidos em presença de muitas pessoas diferentes; e ouvi mesmo da boca de 03 testemunhas: o conde de Dunraven, lord Lyndsay e o capitão C. Wynne, a narração dos casos mais notáveis desse género acompanhados dos menores incidentes.»

Inúmeros outros fenômenos extraordinários foram reportados por Crookes. Entre eles destacam-se os efeitos luminosos. Eis alguns:

«Em plena luz, vi uma nuvem luminosa pairar sobre um heliotrópio colocado em cima de uma mesa, ao nosso lado, quebrar-lhe um galho, e trazê-lo a uma senhora, e, em algumas ocasiões, percebi uma nuvem semelhante condensar-se sob nossos olhos, tomando uma forma de mão e transportar pequenos objectos.» (Opus cit. p. 40)

Noutras ocasiões ocorreram em plena luz fenómenos de materialização parcial. Transcrevamos alguns descritos por Crookes: «Pequena mão de muito bela forma elevou-se de uma mesa da sala de jantar e deu-me uma flor; apareceu e depois desapareceu três vezes, o que me convenceu de que essa aparição era tão real quanto a minha própria mão.» (Opus cit. p. 41)

Tais membros, parcialmente materializados, eram, algumas vezes, vistos a formar-se a partir de nuvens ectoplásmicas.

«Algumas vezes, é preciso dizer, ofereciam antes a aparência de nuvem vaporosa condensada em parte, sob a forma de mão.» (Opus cit. p. 41)

Tais mãos, quando tocadas, davam a sensação ora de frias como de gelo, ora de quentes e vivas, chegando a cumprimentar com firme aperto de mão o investigador. Crookes, certa ocasião, reteve uma dessas mãos, resolvido a não a deixar escapar. Entretanto, ocorreu fato singular: em vez de fazer qualquer esforço para libertar-se, a mão materializada simplesmente se desmaterializou, parecendo dissolver-se em vapor!

Entre as pessoas convidadas por William Crookes para assistirem e testemunharem tais fenômenos, contavam-se as seguintes: o seu assistente químico, Williams; seu irmão Walter; o eminente físico e astrónomo, ex-presidente da Royal Society, sir William Huggins, e o jurisconsulto Sarjeant Cox.

Foram, também, convidados para participarem do grupo de observadores os secretários da Royal Society. Entretanto recusaram o convite. Não quiseram investigar pessoalmente os fatos.

Familiares de Crookes também assistiram às sessões, durante as quais os grandes sensitivos e agentes paranormais eram por ele observados e estudados.

Os relatórios de William Crookes a respeito da «força psíquica» por ele verificada de maneira inequívoca, assim como os relatos dos demais fenômenos que, de certa forma, davam apoio às teorias espiritualistas, provocaram tremenda decepção entre aqueles que esperavam justamente o contrário. Crookes, ao que parece, já contava com esse tipo de reação. Em 20 de Junho de 1871, ele escrevia, após ter enviado primeiro um relatório à Royal Society, cinco dias antes: «Considero ser meu dever enviar primeiro à Royal Society, porque assim fazendo, eu deliberadamente lanço o peso de minha reputação científica em apoio à verdade daquilo que envio».

Em Julho de 1871, Crookes publicou um relato sobre a famosa série de testes com D. D. Home e também com Kate Fox, no Quarterly Journal of Science, sob o título: «Experimental Investigation of a New Force». Em Outubro do mesmo ano e no mesmo periódico, ele publicou o artigo «Some Further Experiments on Psychic Force», com uma explicação de sua abordagem à Royal Society.

No próprio mês de Outubro daquele ano, estourou a reação pública: um violento ataque anónimo surgiu na Quarterly Review. O anonimato não funcionou, pois logo se soube que sua origem era o oficial de registo da London University, o conhecido biólogo Dr. W. B. Carpenter, membro da Royal Society.

Em Dezembro daquele ano, William Crookes publicou, no Quarterly Journal of Science, o artigo «Psychic Force and Modern Spiritualism a Reply to the Quarterly Review». Era a resposta ao artigo de Carpenter, desmascarando-o e refutando ponto por ponto os seus ataques.

O jornal Echo, de 31 de Outubro de 1871, publicou uma carta anónima a ele enviada e assinada «B». Nesta carta o autor pôs em forma definitiva alguns dos rumores contra Crookes, que se haviam desencadeado depois do artigo de Carpenter. O anónimo «B» referia-se a informações e críticas de um tal «Mr. J», a quem ele atribuía autoridade para julgar Crookes. Este logo descobriu o covarde autor da carta anónima, um certo John Spiiler, que fora, numa ocasião admitido a assistir duas sessões com D. D. Home na residência de Sarjeant Cox. Crookes achava-se presente no momento, mas não havia, ainda, iniciado as suas pesquisas sistemáticas sobre mediunidade de D. D. Home.

A esta e todas as demais críticas, Crookes deu a devida resposta, quando reconheceu alguma importância nas mesmas.

Vamos passar à outra fase das actividades de Crookes. Escolheremos apenas uma delas, embora todas as demais tenham sido dignas de nota. vamos tratar das ectoplasmias de Katie King, obtidas pela mediunidade de Florence Cook.

A mediunidade de Florence Cook manifestou-se desde a sua infância, quando afirmava ver espíritos e ouvir vozes. Tais fatos eram levados pouco a sério pelos seus familiares, que os atribuíam a produtos da sua imaginação infantil. Em 1871, aos 15 anos de idade, a sua mediunidade começou a aflorar mais intensamente e foi-se desenvolvendo com o correr do tempo.

Em 22 de Abril de 1872, numa sessão na qual se achavam presentes a mãe, os irmãos e uma irmã da médium, além da criada Mary, materializou-se o espírito Katie King, parcialmente e pela primeira vez. Numa carta dirigida ao director do periódico The Spiritualist, de Londres, Harrison, a própria Florence Cook relatou o ocorrido, pois manteve-se em vigília durante a manifestação: «Katie mostrou-se na abertura das cortinas; os seus lábios moveram-se; por fim, falou durante alguns minutos com a minha mãe. Todos puderam acompanhar os movimentos dos seus lábios.»

«Como eu não a via muito bem de onde me encontrava, pedi-lhe que se voltasse para mim. Ela atendeu e virou-se. "Com muito gosto desejo atender-te", disse. Então pude observar que a parte superior de seu corpo estava formada somente até ao busto; o resto de seu corpo era uma nebulosidade vagamente luminosa.» (Rodrigues, W. L. V. - Katie King, Matão: O Clarim, 1975, p.32).

Posteriormente, Florence Cook passou a entrar em transe profundo. Daí em diante, Katie King foi adquirindo mais consistência e autonomia, chegando a sair inteiramente da cabina escura e a passear livremente entre os assistentes, mostrando-se à luz clara.

Em Dezembro de 1873, durante uma sessão em que se achavam entre os convidados, o conde e a condessa de Caithness, o conde de Medina Pomar e um certo W. Volckman, Katie King mostrou-se tão nitidamente que despertou suspeitas neste último. Volckman, subitamente, avançou contra Katie King, agarrando uma de suas mãos e prendendo-a pela cintura com o outro braço! Estabeleceu-se uma luta, na qual dois amigos da médium tentaram socorrer Katie King. O advogado Henry Dumphy conta que ela pareceu perder os pés e as pernas, e fazendo um movimento semelhante ao de uma foca na água, escapuliu sem deixar traços de sua existência corporal, tendo desaparecido inclusive os véus brancos em que se envolvia. Segundo Volckman, ela libertou-se violentamente. Mas o fato incontestável é que uns cinco minutos mais tarde, quando se restabeleceu a calma e a cabina foi aberta, ali foi encontrada Florence Cook perfeitamente composta em seu vestido preto e calçada com suas botas. As amarras que a prendiam estavam intactas, assim como o lacre impresso com o sinete do anel do conde de Caithness, tal como no início da sessão. Foi-lhe dada uma busca, mas não se descobriu qualquer vestígio de vestes ou véus brancos. Como resultado da brutal prova, a médium adoeceu.

Logo após este incidente, Florence Cook procurou sir William Crookes e solicitou-lhe que investigasse a sua mediunidade.

Naquela ocasião, devido a certos fenómenos que ocorriam numa escola onde Florence Cook tinha um emprego, e também em virtude da repercussão na imprensa, dos factos que com ela ocorriam, a diretora demitiu-a de sua colocação. Desse modo, Florence Cook viu-se desempregada. Um senhor que se interessava vivamente pelas faculdades da srta. Cook, ofereceu-lhe uma pensão permanente com a condição de ela manter-se em actividade mediúnica exclusivamente para fins de pesquisa científica.

A referida pensão duraria enquanto Florence se mantivesse solteira. O nome desse generoso protector era Charles Blackburn. Quando ocorreu o incidente com o desastrado Valckman, Charles Blackburn excluiu Florence da assistência pública e confiou-a exclusivamente aos cuidados de William Crookes, para investigações rigorosamente científica

Katie King era o pseudónimo adotado pelo espírito de Annie Owen Morgan. Ela era o «espírito guia» de Florence Cook. Dizia ter sido filha de Henry Owen Morgan, famoso pirata que foi protegido por Charles II e feito governador da Jamaica. O espírito de H. O. Morgan adoptou o pseudónimo de John King, tendo-se manifestado, pela primeira vez, em 1850, com os irmãos Davenport.

Katie King colaborou de maneira notável com William Crookes. Vamos transcrever os relatos de algumas sessões controladas por Crookes e reportadas pessoalmente por ele.

No início Katie King assemelhava-se a Florence Cook

Este episódio, do qual extraímos o texto que se segue, mostra-nos um facto de grande importância: quando o médium não está em transe suficientemente profundo, pode ocorrer uma ectoplasmia incompleta. Neste caso, o duplo astral da médium arrasta consigo o ectoplasma. O espírito, então, se sobrepõe a este conjunto, surgindo daí uma forma híbrida, com a aparência do médium.

A sessão realizava-se na casa do sr. Luxmore: «Pouco depois, a forma de Katie apareceu ao lado da cortina, dizendo que o fazia porque havia perigo em se afastar do seu médium, visto que este não se achava bem e não poderia ser lançado em sono suficientemente profundo».

«Eu — William Crookes — estava colocado a alguns pés da cortina, atrás da qual a srta. Cook se achava sentada, tocando-a quase, e podia frequentemente ouvir os seus gemidos e suspiros, como se ela sofresse. Esse mal-estar continuou por intervalos, durante toda a sessão, e uma vez, quando a forma de Katie estava diante de mim, na sala, ouvi distintamente o som de um suspiro doloroso, idêntico aos que a srta. Cook tinha feito ouvir, por intervalos, durante todo o tempo da sessão e que vinha de trás da cortina onde ela devia estar sentada.»

«Confesso que a figura era surpreendente na sua aparência de vida e de realidade, e tanto quanto eu podia ver, à luz um pouco fraca, os seus traços assemelhavam-se aos da srta. Cook; mas, entretanto, a prova positiva, dada por um dos meus sentidos, pois que o suspiro vinha da srta. Cook, no gabinete, enquanto a figura estava fora dele, esta prova é muito forte para ser destruída por simples suposição do contrário, mesmo bem sustentada.»

Posteriormente sir William Crookes organizou uma série de sessões no seu laboratório particular, situado em sua própria residência. Foi aí que se deram as melhores ectoplasmias de Katie King, durante as quais, inúmeras vezes, puderam ser vistas e até fotografadas, ao mesmo tempo, a materialização e a médium.

Crookes pôde ver simultaneamente Katie King e Florence Cook

Esta sessão ocorreu em 12 de Março de 1874, na casa de Crookes: «Voltando ao meu posto de observação, Katie apareceu de novo e disse que pensava poder mostrar-se a mim ao mesmo tempo que a sua médium. Abaixou-se o gás e ela pediu-me a lâmpada florescente.

Depois de se ter mostrado à claridade, durante alguns segundos, restituiu-ma, dizendo: "Agora entre e venha ver a minha médium". Acompanhei-a de perto à minha biblioteca e, à claridade da lâmpada, vi a srta. Cook estendida no canapé, exactamente como eu a tinha deixado; olhei em torno de mim para ver Katie, porém ela havia desaparecido...».

Em outra sessão Crookes conseguiu ver, durante um largo tempo, simultaneamente a médium e a entidade materializada. Esta sessão ocorreu em Hackney. Nesta ocasião, Crookes obteve permissão de Katie King para enlaçar sua cintura e abraçá-la, repetindo sem incidentes a desastrada experiência de W. Volckman. Crookes, em artigo publicado no The Spiritualist, disse: «O sr. Volckman ficará satisfeito ao saber que posso corroborar a sua asserção, de que o "fantasma" (que afinal não fez nenhuma resistência) era um ser tão material quanto a própria srta. Cook.»

Prosseguindo em seu artigo, Crookes relatou o seguinte episódio, ocorrido nessa mesma sessão: «Katie, disse então que dessa vez julgava-se capaz de se mostrar ao mesmo tempo que a srta. Cook. Abaixei o gás, e em seguida, com a minha lâmpada florescente penetrei o aposento que servia de gabinete.»

«Mas, eu tinha pedido previamente a um dos meus amigos, que é hábil estenógrafo, para anotar toda a observação que eu fizesse, enquanto estivesse no gabinete, porque bem conhecia eu a importância que se liga às primeiras impressões, e não queria confiar à minha memória mais do que fosse necessário: as suas notas acham-se neste momento diante de mim».

«Entrei no aposento com precaução; estava escuro e foi pelo tacto que procurei a srta. Cook; encontrei-a de cócoras no soalho.»

«Ajoelhando-me deixei o ar entra na lâmpada e, à sua claridade, vi essa moça vestida de veludo preto, como se achava no começo da sessão, e com a toda a aparência de estar completamente insensível. Não se moveu quando lhe tomei a mão; conservei a lâmpada muito perto do seu rosto, mas continuou a respirar tranquilamente.»

«Elevando a lâmpada, olhei em torno de mim e vi Katie, que se achava em pé, muito perto da srta. Cook e por trás dela. Katie estava vestida com roupa branca, flutuante, como já a tínhamos visto durante a sessão. Segurando uma das mãos da srta. Cook na minha e ajoelhando-me ainda, elevei e abaixei a lâmpada, tanto para alumiar a figura inteira de Katie, como para plenamente convencer-me de que eu via, sem a menor dúvida, a verdadeira Katie, que tinha apertado nos meus braços alguns minutos antes, e não o fantasma de um cérebro doentio. Ela não falou, mas moveu a cabeça, em sinal de reconhecimento. Três vezes examinei cuidadosamente a srta. Cook, de cócoras, diante de mim, para ter a certeza de que a mão que eu segurava era de fato a de uma mulher viva, e três vezes voltei a lâmpada para Katie, a fim de examinar com segurança e atenção, até não ter a menor dúvida de que ela estava diante de mim. por fim, a srta. Cook fez um ligeiro movimento e imediatamente Katie deu-me um sinal para que me fosse embora. Retirei-me, para outra parte do gabinete e deixei então de ver Katie, mas só abandonei o aposento depois que a Srta. Cook acordou e que dois dos assistentes entrassem com luz.»

Apesar de cerrado ataque de que foi alvo, devido aos seus relatórios acerca dos fenómenos que observou e investigou durante vários anos, sir William Crookes nem uma só vez titubeou em afirmar sua convicção na realidade dos fatos por ele pesquisados.

Diante da British Association at Bristol, na sua palestra presidencial, em 1989, ele declarou: «Trinta anos se passaram desde que eu publiquei um relatório de experiências, visando demonstrar que além do nosso conhecimento científico existe uma Força exercida por inteligência diferente da inteligência ordinária, comum aos mortais. Não tenho nada a retratar. Mantenho-me fiel às minhas afirmações já publicadas. Na realidade, eu poderia acrescentar muito mais, além disso».

E numa entrevista na The International Psychic Gazette, em 1917, ele repetiu:

«Nunca tive jamais qualquer ocasião para modificar minhas ideias a respeito. Estou perfeitamente satisfeito com o que eu disse nos primeiros dias. É absolutamente verdadeiro que uma conexão foi estabelecida entre este mundo e o outro.»

William Crookes foi um marco inicial do período científico da história da parapsicologia.

(**) Nota: sobre a palavra inglesa Spiritualism: A National Spiritualist Association of América definiu o Spiritualism da seguinte forma: «É a Ciência, Filosofia e Religião da vida contínua, baseada sobre o fato demonstrado da comunicação, por meio da mediunidade, com aqueles que vivem no Mundo Espiritual... etc.». Dada a sua semelhança com o Espiritismo, passaremos, doravante, a traduzir «Spiritualism» pela palavra Espiritismo, sem contudo significar isso uma total identificação entre os dois sistemas

DicasTeatrais

Dica é o Espetáculo Teatral "... E a vida continua..", baseado na obra de Chico Xavier, ditado pelo Espírito André Luiz. Se você é um sócio do Clube Amigos da Boa Nova, tem 50% no ingresso, mas o pagamento precisa ser efetuado em dinheiro. Caso você não seja um sócio, existem outras formas de pagamento!

Local: Teatro União Cultural, rua Mario Amaral, 209 - Metrô Brigadeiro - F: 11 2148-2904 ou 2148-2905.
Sábados e Domingos às 17h30.

Fica ai a dica teatral desta semana, para saber mais informações entre no site www.radioboanova.com.br e clique no link Blog do Clube.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Conversando com Divaldo Franco Tema: Aprender para Evoluir



Aprender é o sentido da vida. Estamos sempre aprendendo e evoluindo.

Nova Consciência Tema: O estudo da Doutrina Espírita




Carlos Bacceli entrevistado pelo Jeter aponta a importância do estudo da Doutina Espírita, exemplificado pelo grande médium Chico Xavier.

OS ESPÍRITOS E OS PLANOS DE DEUS

Segundo a afirmação de muitos filósofos espiritualistas, o espírito imortal seria uma partícula infinitesimal do pensamento divino, ou seja, parte do próprio Deus, e já traria consigo o gérmen da perfeição, mas em estado embrionário, necessitando de trabalho, esforço e experiências, para que esse fogo sobre cinzas possa aflorar, levando-o a integrar-se com o próprio Deus, numa comunhão indescritível da mente humana com a mente divina.

O espírito inicia a sua caminhada evolutiva através dos minerais, onde ganha estrutura rígida, passando em seguida aos vegetais, recebendo deles a sensação, e um passo acima, nos animais, ganha o instinto, desaguando no homem com a conquista do pensamento contínuo e o livre-arbítrio, e, de posse desses dois atributos, parte para a conquista da razão.

Nessa caminhada milenar na direção das estrelas, o espírito emoldura para si dois corpos, um espiritual e outro somático ou físico, que na realidade são instrumentos a serem utilizados na sua evolução. O corpo físico, mais grosseiro e visível, é utilizado no mundo das formas, e o corpo espiritual, invisível, pode ser utilizado nos dois mundos, sendo que no mundo físico ele fica agregado ao corpo físico, e depois da morte se desagrega e acompanha o espírito nas suas experiências nos mundos extrafísicos.

A esse corpo espiritual, Kardec deu o nome de "perispírito", ou seja, intermediário entre o corpo físico e o espírito, e é ele o responsável por todas as modalidades mediúnicas do homem carnal, assim como é o modelador organizador biológico do corpo somático ou físico.

Por ocasião dos nascimentos, o perispírito molda a forma física no nascituro, imprimindo no corpo físico as características nele retratadas, e é aí exatamente que mora o perigo, porque se o perispírito estiver com máculas devido às nossas faltas leves, médias ou graves, elas vão aparecer no novo corpo físico que iremos envergar, e é assim que surgem, no cenário da vida, os cegos, mudos, surdos, paraplégicos, tetraplégicos, e as distonias físicas e mentais que conhecemos.

Deus sempre prepara o melhor para nós, isto porque os altos desígnios de Deus não estão soltos conforme os acontecimentos; mas o certo é que existe um plano previamente elaborado, e muitos espiritualistas acham que essa predestinação tem a ver com a eleição de alguns, às vezes para cumprir missões dificílimas, assim como também a desdita de outros, que precisam passar pelo cadinho das depurações, a fim de se estabilizarem e achar o caminho correto da evolução.

O plano de Deus nunca é para salvar apenas alguns, mas certamente para conseguir a educação de todos, e isso só pode ser conseguido através da lei da reencarnação, que permite a volta do homem muitas vezes ao vaso carnal, a fim de saldar as dívidas com a retaguarda, e avançar no caminho do bem.

Djalma Santos

DONS ESPIRITUAIS

O Apóstolo Paulo se refere aos dons espirituais, de uma forma realista, exortando a luta e o trabalho, como sendo o esforço indicado para que possamos receber de Deus os poderes que desejamos. Os dons espirituais seriam uma espécie de graça concedida por Deus a certos crentes, com a finalidade de dar o seu testemunho, ou seja, permitir que os espíritos se manifestem através dos poderes anímicos ou mediúnicos, que se encontram em estado latente ou embrionário no próprio médium.

Dentre os dons mais conhecidos e propalados na história universal, estão a profecia, a adivinhação, o arrebatamento; mas, na realidade, o número de fenômenos é muito maior, porque engloba todas as modalidades mediúnicas, anímicas ou espirituais, que todos possuem, mas poucos se esforçam para desenvolver essas potencialidades latentes.

Foi exatamente por isso que o Apóstolo Paulo afirmou: "Procurem com zelo e carinho os melhores dons, e eu vos mostrarei coisas mais excelentes".

O apóstolo dos gentios quis dizer que todos aqueles que se interessam pelas coisas espirituais precisam se esforçar no sentido de conquistá-las, porque de graça certamente não virá nada; mas, na medida em que os interessados entram na luta pela posse desses dons espirituais Deus vai mostrando, paulatinamente, coisas mais excelentes, que, na realidade, são novas formas de atração e interesse no campo da espiritualidade.

O próprio Paulo experimentou durante sua vida, a excelência desses dons espirituais; primeiro, no caminho de Damasco, quando, em êxtase, conversou com o próprio Cristo, e depois quando ocorreu o seu desencarne, em que viu o céu se abrir, e aparecerem as figuras de Estêvão, Prisca e Áquila, além do Cristo que, de braços abertos, chamava-o para entrar na eternidade.

O profeta Elias provocou, durante a sua morte, um redemoinho de fogo, através da modalidade mediúnica de pirogenia, levando os nativos de sua época a pensar que ele havia sido levado ao céu num carro de fogo. Moisés, depois de orar por várias horas em sua tenda no deserto, aparecia para o povo de Israel totalmente transfigurado, com o rosto e as roupas resplandecentes, e às vezes com os pés fora do chão, na modalidade mediúnica da levitação.

O poder de curar também pertence ao quadro dos dons espitituais, e requer um esforço ainda maior por parte de todos os médiuns que se aventuram nessa área tão complicada do homem terreno.

Quem deseja realmente curar seus semelhantes deve, em primeiro lugar, se condoer da dor alheia; visitar hospitais, ajudando os enfermos; aproximar-se de pessoas engajadas em trabalho com enfermos, de preferência aqueles de difícil cura e difícil diagnóstico; procurar se aperfeiçoar na área da saúde humana; usar a sinceridade no relacionamento com os doentes e seus familiares: entregar-se de tal modo ao trabalho, que acabe esquecendo de si mesmo; e aguardar as surpresas do tempo, a fim de receber o aval da espiritualidade, no sentido de se imantar a um médico do espaço, que o usará como instrumento de cura, através de receituários, operações, e outras formas fluídicas de atendimento médico.

Djalma Santos

quarta-feira, 25 de março de 2009

A Terapêutica do Passe

A Terapêutica do Passe

- O que é o passe ? Passe é o nome dado à doação de energia fluídica de um encarnado para outro, sob a supervisão de entidades Espirituais que filtram e adicionam a essa energia propriedades complementares para o tratamento.

- Qual é a função do passe ? A principal função é a de reequilibrar energeticamente o perispírito do paciente produzindo condições mais propicias à restauração da harmonia física do mesmo. O Espiritismo esclarece de forma muito objetiva que a verdadeira doença reside no Espírito refletindo-se no seu perispírito e, na maioria das vezes, no corpo físico, portanto, a melhora física ou mesmo a cura, pode representar apenas a extinção temporária das conseqüências, e não das causas. O passe vem como uma terapêutica reconfortante a propiciar um período mais ou menos longo de harmonia para que, através da reforma intima, o paciente possa se curar de forma real e segura. Reforma íntima significa o procurar pela renovação das idéias e comportamentos viciosos, trocando-as por novas disposições mentais voltadas para o BEM. Portanto, a cura física só virá em conseqüência de uma transformação moral efetiva, tendo como base o Evangelho de JESUS. Observe ainda que se o paciente estiver passando por algum tratamento médico, o mesmo não deve ser abandonado, ou seja : o tratamento Espiritual não isenta o tratamento médico!

- Qual deve ser a postura do paciente? Em primeiro lugar, deve-se observar que os vícios são agentes contrários à atuação do passe. O fumo, o álcool, os excessos alimentares e os emocionais levam a uma intoxicação fluídica do perispírito e do corpo físico. Assim, a maior parte da energia do passe acaba sendo utilizada na limpeza do paciente em vez de ser utilizada na harmonização do mesmo.

- Regras gerais para um bom aproveitamento no tratamento de passe. ·

  • Não ingerir bebida alcoólica; ·
  • Não fumar; ·
  • Não alimentar-se em excesso antes do passe. As refeições do dia devem ser leves, sem gorduras, condimentos, completa ausência de carne ; ·
  • Trajar-se de forma discreta; ·
  • Enquanto aguardar o passe, manter-se em silêncio e em prece. Se possível ocupar-se em leituras de obras Espíritas; ·
  • Ter postura mental positiva: Afastar todo pensamento negativo ( de ódio, vingança, orgulho, egoísmo, angústia, revolta, medo, etc.... ); ·
  • Cultivar a humildade, a resignação, a esperança, a coragem pela FÉ raciocinada.

- O Passe surgiu com o Espiritismo? O autor Michaelus, em sua obra, Magnetismo Espiritual, nos confirma que a prática do magnetismo animal não surgiu com Mesmer, mas remonta a eras imemoriais. Os magos da Caldéia, os brâmanes da Índia curavam pelo olhar. Os egípcios empregavam, no alivio dos sofrimentos, os passes e a imposição de mãos, como os executamos ainda em nossos dias. Os sacerdotes nos templos dos deuses, no antigo Egito, segundo parece, já eram iniciados nos segredos da experimentação magnética. Os romanos, também tiveram templos onde se reconstituía a saúde por operações magnéticas.

- O Passe nas Casas Espíritas: uma narrativa...

Conta-nos Divaldo no livro Palavras de Luz: " O passe é uma contribuição de amor. Quanto mais simples melhor. Desde a imposição das mãos até o uso das técnicas conhecidas tem objetivos definidos: auxiliar na recuperação da saúde, no reequilibrio das forças. É de bom alvitre unificar a sua prática, afim de evitarmos os abusos, os vícios, explicando-se sempre a sua finalidade e os recursos de que se constitui." " Quando eu era católico havia o conceito dos papa-hóstias. No Movimento Espírita há também o dos papa-passes. Em nossa Casa, o fenômeno também ocorre. De tal forma, que muita gente, que os pode aplicar, fica paradinha para os receber, rindo-se, contente, e afirmando, mentalmente: " Lá vem a turma que me vai renovar!" Isso porque ele não se está renovando. Tenho observado, em nossa Casa - já que não freqüento outras por falta de tempo - homens saudáveis, fortes, corados, que começaram dando passes e agora são recebedores. Nas palestras, esclareço-os: Não exploremos as forças psíquicas do próximo. Sejamos nós aqueles que temos a honra de dar. Quando chega a hora do labor, eles pigarreiam, sentam-se bem e ficam para receber. É uma lástima! Em nossa Casa, por falta de acomodações próprias, aplicamos passes em todos. Porque o passe não é pernicioso, antes é sempre bom. Mas, seria ideal que todo indivíduo que goza de saúde física, mental e moral e tem um conhecimento regular do Espiritismo, passasse a aplicar passes naqueles que estão começando, que têm mais necessidade ou que, simplesmente, acham que os devem receber. Não se deve criar condicionamento, fato que aconteceu com uns amigos meus que passo a narrar: era um casal, em Salvador, no qual eu aplicava passes com freqüência, quando me encontrava na primeira fase, naquela em que queria fazer a caridade, embora sem a lucidez necessária. Quase todo mundo passa por essa experiência, principalmente como vítima do próprio entusiasmo. O referido casal sempre tomava passes comigo. Pessoas simpáticas, amavam-se muito, e viviam sempre de mãos dadas. Quando eu ia aplicar tinha que fazê-lo nos dois ao mesmo tempo. Um dia, porém, eu não estava bem de saúde e o senhor me disse: "Divaldo, não nos vai dar hoje um passezinho?". Redargüi: Hoje não estou em condições. Aliás, acho vocês muito bem. A aura está boa. Ele me respondeu: "É verdade. Nós nunca precisamos, entretanto, gostamos que você nos ajude, porque assim vamos acumulando para quando ficarmos doentes." Eles eram um tipo de caderneta de poupança dos meus sacrifícios. Silenciei. Quando mais tarde ele veio pedir: "Divaldo ... " Eu o interrompi: Meu filho hoje você é quem me dará, porque estou com o reservatório vazio. Ele concluiu: "Não, assim não, para não gastar o que guardamos." Vamos tomar o passe, que é uma terapia, nos momentos oportunos, e não para criarmos uma dependência, que se transforma num abuso, como pessoas que adoram tomar remédios. Tenho amigos que os tomam apenas porque estão acostumados a fazê-lo. Daí, também, o mesmo com os passes."
(Extraído do livro "Palavras de Luz" - Divaldo P. Franco/Espíritos Diversos.)

"Devemos esclarecer aos companheiros quanto à inconveniência da petição de passes todos os dias, sem necessidade real, para que esse gênero de auxílio não se transforme em mania. É falta de caridade abusar da bondade alheia."

-.-.-.-.-.-.-.-

O QUE É : ORAÇÃO E VIBRAÇÃO

PRECE DE INICIO

A prece de inicio é um pedido de proteção e amparo, dirigido a Espiritualidade Maior, que está conosco, nos apoiando, inspirando e ensinando, para que possamos manter o campo vibratório adequado ao trabalho que se inicia. Ela não deve ser longa, mas simples, espontânea e sincera, voltada para os objetivos propostos.

Exemplo:

Elevemos o nosso pensamento a Deus, nosso Pai, e pedimos que permita sermos amparados nesta tarde, abrindo nossas mentes para o aprendizado, que as o expositor seja inspirado a passar tudo aquilo que necessitamos aprender. Assim seja.

PRECE FINAL

A prece final é o agradecimento, dirigido a Espiritualidade Maior, pelo amparo recebido, pelas lições recebidas, pelo amor e paciência em que fomos envolvidos. Como a prece inicial, ela deve ser simples e espontânea e não deve ser muito longa.

Exemplo:

Mestre Jesus, amigos da Espiritualidade Maior, agradecemos pelo aprendizado tarde, pelas energias luminosas e amorosas em que fomos envolvidos e por permitirem estarmos aqui mais esta tarde.

Estejam sempre conosco, nos amparando e inspirando, com a graça de Deus.

VIBRAÇÕES

A Vibração, diferentemente da prece, é um ato de doação, de amor, no qual todos os participantes unem os seus sentimentos maiores, com um único propósito, que é envolver os irmãos necessitados em energias de refazimento. Deve ser conduzida de modo a que todos focalizem seus pensamentos em torno do objetivo proposto, conclamando-os a doação de energias e a criação de uma imagem psíquica, com a função de envolver o objeto ou pessoa em energias de paz, de serenidade, de conciliação, de perdão, de refazimento físico e espiritual. A Vibração não deve ser longa demais, evitando-se desse modo a dificuldade na concentração dos participantes (que já é difícil manter-se normalmente) e não deve ser encerrada com uma prece, pois essa é a função de quem fará a prece final.

Exemplos de Vibrações

Para os médiuns:

Vamos, todos nós, em um só pensamento, emitir as nossas mais puras energias, envolvendo todos os médiuns, transmitindo a cada uma deles, paz, serenidade, reconforto, a sensação de amparo, para que todos possam continuar o seu trabalho com amor, abnegação, dentro dos ensinos do nosso Mestre Jesus.

Para a Paz Mundial:

Envolvidos que estamos nestas vibrações de paz, vamos emitindo de nosso centro cardíaco, uma energia rósea, de muito amor, envolvendo, desse modo, a todos os governantes de todos os países, para que possam recordar-se que somos todos irmãos, filhos do Pai Altíssimo, que necessitamos todos lutarmos em prol do objetivo maior que é a paz em nosso pequeno planeta, esquecendo velhas rivalidades e construindo um mundo melhor para todos. Assim Seja.

Para os suicidas:

Unidos nesta suave vibração de amor, vamos dirigindo as nossas mais amorosas energias para o Vale dos suicidas, recobrindo-o de energias benéficas, para que por alguns instantes, esses nossos irmãos, perturbados pelos problemas da vida, que escolheram esse caminho de provações maiores, possam sentir-se amparados e reconfortados na esperança próxima do socorro espiritual. Que Maria, em seu infinito amor possa abrigar a cada um desses nossos irmãos em seu coração amantíssimo, para que eles possam sentir-se lembrados pela providência divina. Graças a Deus.

Para os Obsessores:

Todos nós, vamos neste instante, através do nosso cardíaco, emitir uma energia rósea, vibrante, projetando intensamente sobre o cardíaco de nossos irmãos obsessores, para que possam recordar, através desse energização, de todos os bons sentimentos esquecidos de amor ao próximo, de perdão, de compreensão e de esquecimento. Que essas energias benéficas possam iluminar suas mentes, aproximando-os dos seus mentores, para que desse modo possam ser esclarecidos e amparados pela misericórdia divina. Assim seja.

RESPOSTAS ÀS NOSSAS PRECES -

Diante das respostas espirituais que não te correspondam ao anelado pelos pedidos que fazes, não te entregues ao desencanto, como se estivesses ao abandono.

O que ora pedias, não era o de que mais necessitavas, nem o de melhor para a tua ventura, conforme constatarás depois.

Sob os camartelos do sofrimento e da inquietação de momento, evita o clima interior de revolta, reunindo forças para superar a circunstância e as ocorrências que passarão.

A dor bem aceita produz benefícios inestimáveis, em forma de paciência e de compreensão da vida, com que mais seguramente se arma a criatura para futurosos embates inevitáveis no trânsito carnal.

Experimentando solidão ou vitimado por problemas de entendimento afetivo e fraternal, resguarda-te da queda no fosso da depressão, que se te afigurará como suicídio lento, fomentado pela rebeldia.

A negativa aparente do Alto às tuas rogativas é socorro profilático de alto valor ou terapia de urgência a teu benefício.

Se não entendes, por agora, a vantagem de tal metodologia educativa e corretora, aceita-a, assim mesmo, até o momento de compreenderes os quantos benefícios íntimos decorrem da sua ação.

Toda dificuldade enseja uma função educativa.

Jesus escolheu a “porta estreita” e os caminhos difíceis, a fim de colimar em plenitude o Seu ministério.

(trecho da mensagem Função educativa – Joanna de Angelis – livro Luz Viva-psicog. Divaldo P. Franco)

(mensagem esclarece porque os “crentes” SOFREM PARA ISTO)

“porque para isto sois chamados; pois também o Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo” Pedro.(I Pedro 2:21)

Elevada percentagem de crentes considera-se imune a todos os sofrimentos, porque, no conceito de grande parte daqueles que aceitam a fé cristã, entregar-se às formulas religiosas é subtrair-se à luta, candidatando-se à beatitude imperturbável.

Na apreciação de muita gente, os que oram não deveriam conhecer a dor.

O socorro divino assemelhar-se-ia à proteção de um monarca terrestre, doador de favores, segundo as bajulações recebidas.

A situação do aprendiz de Jesus é, todavia, muito diversa.

Os títulos do Cristo não são os da inatividade, com isenção de responsabilidade e esforço.

Todos os chamados ao trabalho evangélico não podem esquecer as necessidades do serviço.

O Mestre, naturalmente, precisa companheiros que n'Ele confiem, mas não prescindirá dos que se revelem colaboradores fiéis de sua obra.

Seria justo postar-se indefinidamente o devedor ante a generosidade do credor, confiando sempre sem o mínimo sinal de solução ao débito adquirido?

Não somente os homens vivem na lei de permuta.

As Forças Divinas baseiam a movimentação do bem no mesmo princípio.

O Mestre Celestial ensina a todos, em verdade, as sublimes lições da vida; entretanto, não é razoável que todos os séculos assinalem nos bancos escolares da experiência humana os mesmos alunos preguiçosos e inquietos.

É indispensável que as turmas de bons obreiros se dirijam às zonas de serviço, preparados para os testemunhos dos ensinamentos recebidos.

Simão Pedro sintetiza o trabalho dos cristãos de maneira magistral.

Sois chamados para isto – assevera o apóstolo.

A afirmativa simples indica que os discípulos leais foram convocados a sofrer pelo bem.

Emmanuel

(livro Vinha de Luz – psicografia – Francisco C.Xavier)

A ÁGUA FLUíDA

“Em qualquer que tiver dado só que seja um copo d’água fria por ser meu discípulo, em verdade vos digo que, de modo algum, perderá o seu galardão” JESUS, Mateus, 10, 42

Meu amigo, quando Jesus se referiu à benção do copo de água fria em seu nome, não apenas se reportava à compaixão rotineira que sacia a sede comum. Detinha-se o Mestre no exame de valores espirituais mais profundos.

A água é dos corpos o mais simples e receptivo da Terra. É como que a base pura, em que a medicação do Céu pode ser impressa, através de recursos substanciais de assistência ao corpo e a alma, embora em processo invisível aos olhos mortais.

A prece intercessória e o pensamento de bondade representam irradiações de nossas melhores energias.


A criatura que ora ou medita, exterioriza poderes, emanações e fluidos que, por enquanto escapam à análise da inteligência vulgar e a linfa potável recebe a influenciação de modo claro, condensando linhas de força magnética e princípios elétricos que aliviam e sustentam, ajudam e curam.

A fonte procede do coração da Terra e a rogativa que flui no limo d’alma, quando se unem na difusão do bem, operam milagres.

O Espírito que se eleva na direção do céu é antena viva, captando potências da natureza superior podendo distribuí-las em benefício de todos os que lhes seguem a marcha.

Ninguém existe órfão de semelhante amparo. Para auxiliar a outrem e a si mesmo, bastam a boa vontade e a confiança positiva.

Reconheçamos, pois que o Mestre, quando se referiu à água simples, doada em nome de sua memória, reportava-se ao valor real da providência em benefício da carne e do espírito, sempre que estacionem através de zonas enfermiças.

Se desejas, portanto, o concurso dos amigos Espirituais, na solução de tuas necessidades fisiológicas ou dos problemas de saúde e equilíbrio dos companheiros, coloca o teu recipiente de água cristalina à frente de tuas orações, espera e confia. O orvalho do Plano Divino magnetizará o líquido e estarás, então, consagrando o sublime ensinamento do copo de água pura, abençoado dos Céus.

(Página recebida pelo médium Francisco Candido Xavier em sessão pública da noite de 06/05/1950 em Pedro Leopoldo)


Premonição - uma realidade


Escrito por Érika Silveira
17-Mar-2009

Existem importantes observações na literatura espírita sobre os sonhos premonitórios. É fundamental conhecê-las para que se possa construir uma base sólida e clara sobre o assunto.

Tanto nas obras da codificação como em outras complementares, ressalta-se o discernimento que devemos ter em suas diferentes manifestações. Vejamos algumas dessas citações com o objetivo de compreender melhor os seus significados, sem nos prender em más interpretações.

Codificação Espírita

A pergunta 404 de O Livro dos Espíritos diz: Que se deve pensar das significações atribuídas aos sonhos?

“Os sonhos não são verdadeiros como o entendem os ledores de buena-dicha, pois fora absurdo crer-se que sonhar com tal coisa anuncia tal outra. São verdadeiros no sentido de que apresentam imagens que para o Espírito têm realidade, porém que, freqüentemente, nenhuma relação guardam com o que se passa na vida corporal. São também, como atrás dissemos, um pressentimento do futuro, permitido por Deus, ou a visão do que no momento ocorre em outro lugar a que a alma se transporta”.

Prossegue ainda na pergunta 405: Acontece com freqüência verem-se em sonho coisas que parecem pressentimento, que, afinal, não se confirma. A que se deve atribuir isto? “Pode suceder que tais pressentimentos venham a confirmar-se apenas para o Espírito. Quer dizer que este viu aquilo que desejava, foi ao seu encontro. É preciso não esquecer que, durante o sono, a alma está mais ou menos sob influência da matéria e que, por conseguinte, nunca se liberta completamente de suas idéias terrenas, donde resulta que as preocupações do estado de vigília podem dar ao que se vê a aparência do que se deseja, ou do que se teme. A isto é que, em verdade, cabe chamar-se efeito da imaginação. Sempre que uma idéia nos preocupa fortemente, tudo o que vemos se nos mostra ligado a essa idéia”.

A Gênese, também se refere ao tema. Relata que José, pai de Jesus, foi advertido por um anjo em sonhos para que fugisse para o Egito com o menino. O capítulo XV da obra faz uma reflexão sobre as advertências que podem ser feitas por intermédio dos sonhos e que fazem parte dos livros sagrados de todas as religiões. Salienta ainda que o fenômeno nada tem de anormal, já que durante o sono o espírito se desliga dos laços da matéria para entrar momentaneamente na vida espiritual, porém adverte que nem sempre se pode deduzir que os sonhos são avisos ou tenham significado específico.

Outras Obras

Além das obras de Allan Kardec, há citações sobre o tema em outros livros de cunho espírita. O livro Recordações da Mediunidade – da médium Yvonne A. Pereira, orientado pelo espírito de Bezerra de Menezes, diz: “Existem vários processos pelos quais o homem poderá ser informado de um ou outro acontecimento futuro importante da sua vida. Comumente, se ele fez jus a essa advertência, ou lembrete, pois isso implica certo mérito, ou ainda certo desenvolvimento psíquico, de quem o recebe, é um amigo do Além, um parente, o seu Espírito familiar ou o próprio Guardião Maior que lhe comunicam o fato a realizar-se, preparando-o para o evento, que geralmente é grave, doloroso, fazendo-se sempre em linguagem encenada, ou figurada, como de uso no Invisível, e daí o que chamais “avisos pelo sonho”, ou seja, sonhos premonitórios...

O estudo da lei de causa e efeito é matemática, infalível, concreta, para a observação das entidades espirituais de ordem elevada, e, assim sendo, ele se comunicará com o seu pupilo terreno através da intuição, do pressentimento, da premonição, do sonho etc. O estudo da matemática de causa e efeito é mesmo indispensável, como que obrigatório, às entidades prepostas à carreira transcendente de guardiães, ou guias espirituais. Estudo profundo, científico, que se ampliará até prever o futuro remoto da própria Humanidade e dos acontecimentos a se realizarem no globo terráqueo, como hecatombes físicas ou morais, guerras, fatos célebres etc., daí então advindo a possibilidade das profecias quando o sensitivo, altamente dotado de poderes supranormais, comportar o peso da transmissão fiel aos seus contemporâneos.”.

Encarar com naturalidade

O livro Conduta Espírita, ditado por André Luiz ressalta algumas observações a respeito da postura que se deve assumir diante dos sonhos e suas revelações: “Encarar com naturalidade os sonhos que possam surgir durante o descanso físico, sem preocupar-se aflitivamente com quaisquer fatos ou idéias que se reportem a eles. Há mais sonhos na vigília que no sono natural.

Extrair sempre os objetivos edificantes desse ou daquele painel entrevisto em sonho. Em tudo há sempre uma lição. Repudiar as interpretações supersticiosas que pretendam correlacionar os sonhos com jogos de azar e acontecimentos mundanos, gastando preciosos recursos e oportunidades da existência em preocupação viciosa e fútil. Objetivos elevados, tempo aproveitado. Acautelar-se quanto às comunicações intre vivos, no sonho vulgar, pois, conquanto o fenômeno seja real, a sua autenticidade é bastante rara. O Espírito encarnado é tanto mais livre no corpo denso, quanto mais escravo se mostre aos deveres que a vida lhe preceitua.

Não se prender demasiadamente aos sonhos de que recorde ou às narrativas oníricas de que se faça ouvinte, para não descer ao terreno baldio da extravagância. A lógica e o bom senso devem presidir a todo raciocínio.

Preparar um sono tranqüilo pela consciência pacificada nas boas obras, acendendo a luz da oração, antes de entregar-se ao repouso normal. A inércia do corpo não é calma para o Espírito aprisionado à tensão. Admitir os diversos tipos de sonhos, sabendo, porém, que a grande maioria deles se originam de reflexos psicológicos ou de transformações relativas ao próprio campo orgânico. O Espírito encarnado e o corpo que o serve respiram em regime de reciprocidade no reino das vibrações”.

O importante colaborador da doutrina espírita, Leon Denis, na obra No Invisível faz relevantes comentários sobre os sonhos premonitórios no capítulo XIII que reproduzimos alguns trechos para melhor entendimento: “Os sonhos em suas variadas formas, têm uma causa única: a emancipação da alma. Esta se desprende do corpo carnal durante o sono e se transporta a um plano mais ou menos elevado do Universo, onde percebe, com o auxílio de seus sentidos próprios, os seres e as coisas desse plano.

Algumas vezes, quando suficientemente purificada, a alma, conduzida por Espíritos angélicos, chega em seus transportes alcançar as esferas divinas, o mundo em que se geram as causas. Aí paira, sobranceira ao tempo, e vê desdobrarem-se o passado e o futuro. Se acaso comunica ao invólucro humano um reflexo das sensações colhidas, poderão estas constituir o que se denomina sonhos proféticos.

Nos casos importantes, quando o cérebro vibra com demasiada lentidão para que possa registrar as impressões intensas ou sutis percebidas pelo Espírito, e este quer conservar, ao despertar, a lembrança das instruções que recebeu, cria então, pela ação da vontade, quadros, cenas figurativas das imagens fluídicas, adaptadas à capacidade vibratória do cérebro material, sobre o qual, por um efeito sugestivo, as projeta energicamente. E, conforme a necessidade, se é inábil para isso, recorrerá ao auxílio dos Espíritos mais adiantados, e assim revestirá o sonho uma forma alegórica”.




Apometria -vídeo



Assista a um vídeo sobre Apometria, uma técnica de tratamento espiritual.
Cortesia da TV Mundo Maior.

quarta-feira, 18 de março de 2009

IMORTALIDADE: Triunfo do Espírito


IMORTALIDADE: Triunfo do Espírito


A imortalidade é de todos os tempos. A ameba, por exemplo, sendo um dos organismos unicelulares mais simples, pode ser considerada como imortal, porquanto, à medida que envelhece, graças ao fenômeno da mitose, dá lugar a duas outras, ricas de vida, e assim, sucessivamente. Jamais ocorre a morte do elemento inicial.

Assim sucede com a vida humana,do ponto de vista do ser espiritual, que enseja a cada um experienciar o que é sempre melhor para si mesmo.

O impositivo que se apresenta é o de viver o presente, em razão de o passado apresentar-se já realizado, enquanto o futuro se encontra ainda em construção.

Atingir o máximo das suas possibilidades no momento que passa, constitui o desafio que não pode ser ignorado.

Essa mecânica, porém, é produzida pelo amor, que deve orientar a inteligência na aplicação das suas conquistas.

Isso significa um esforço individual expressivo, que se torna seletivo em benefício do conjunto social.

À semelhança do que ocorre no organismo, em que nenhuma célula trabalha unicamente em favor de si mesma, porém do conjunto que deve sempre funcionar em harmonia, vão surgindo os padrões de comportamento que dão lugar às tendências universais em torno da vida, que se processa de acordo com o mecanismo da evolução. Cada parte que constitui o órgão está sempre preparada para transformar-se em favor de um elemento maior e mais expressivo.É uma verdadeira cadeia progressiva, infinita,até o momento em que se encerra o ciclo vital e a matéria se desagrega em face do fenômeno biológico da morte.

Todo esse processo tem lugar sob o controle do Espírito que modela a organização de que se serve através do seu invólucro semimaterial, e quando se dá a desarticulação das moléculas, eis que se libera e prossegue indestrutível no rumo da plenitude, quando se depura de todas as imperfeições resultantes do largo período da evolução.

Essa busca pode ser também denominada como a da iluminação, cuja conquista elimina o medo dos equívocos, da velhice, das doenças, da morte, porquanto enseja a consciência da imortalidade, dessa forma, do prosseguimento da vida em todas as suas maravilhosas nuanças que se apresentam em outras dimensões, em outros campos vibratórios.

Essa iluminação propicia o despertar do sonho, da ilusão em torno dos objetivos da existência, tornando o ser consciente de tudo que pode realizar por si mesmo e pela sociedade.

Por mais que postergue essa conscientização, momento chega em que o Espírito sobrepõe-se ao ego e rompe o limite do intelecto, conquistando a visão coletiva sobre o infinito.

É quando se autoanalisa, voltando-se para dentro e descobrindo os tesouros inabordáveis da imortalidade, buscando no coração as forças que lhe são necessárias para a entrega à autoiluminação.

Como bem assinalou Jesus: O Reino dos Céus está dentro de vós, portanto, do Espírito que se é e não do corpo pelo qual se manifesta.

Esse mecanismo é possível de ser ignorado, quando a pessoa resolve-se pela remoção das trevas que ocultam o conhecimento de si mesma, deixando-a confusa, a fim de que se estabeleça a pujança do amor franco e puro, gentil e corajoso que não conhece limites...

A imortalidade é, pois, a grande meta a ser atingida.

Cessasse a vida, quando se interrompesse o fenômeno biológico pela morte, e destituída de significado seria a existência humana, que surgiu em forma embrionária aproximadamente há dois bilhões de anos... Alcançando o clímax da inteligência, da consciência e das emoções superiores, se fosse diluída, retornando às energias primárias, não teria qualquer sentido ético-moral nem lógico ou racional.

Muitos, entre aqueles que assim pensam, que a vida se extingue com a morte, certamente rebelam-se contra os conceitos ultrapassados de algumas doutrinas religiosas em torno da Justiça Divina após a morte, com as execuções penais de natureza eterna e insensata.

Considerada, porém, como o oceano gerador da vida, a imortalidade precede ao estágio atual em que se movimenta o ser humano e sucede-o, num vir-a-ser progressista sempre melhor e mais grandioso.

Existe o mundo imaterial, causal, de onde procede o hálito da vida, que impregna a matéria orgânica e a impulsiona na sua fatalidade biológica, e aguarda o retorno desse princípio inteligente cada vez mais lúcido e rico de complexidades do conhecimento e do sentimento.

Desse modo, o sentido existencial é o de aprimoramento pessoal com o conseqüente enriquecimento defluente da sabedoria que conduz à paz.

Ninguém se aniquila pela morte.

A melhor visão em torno da imortalidade é contemplar-se um cadáver do qual afastou-se o agente vitalizador, o Espírito que o acionava.

Não morrendo jamais a vida, todo o empenho deve ser feito em seu favor, de modo que a cada instante se adquiram melhores recursos de iluminação, de compaixão, de beleza, de harmonia.

Desse modo, não morreram também aqueles que a desencarnação silenciou, velando-os com a paralisia dos órgãos a caminho da decomposição.

Eles prosseguem na caminhada ascensional e mantêm os vínculos sentimentais com aqueloutros que lhes eram afeiçoados ou não, deles recordando-se e desejando intercambiar, a fim de afirmar que continuam vivendo conforme eram.

Se fizeres silêncio íntimo ao recordar-te deles, em sintonia com o pensamento de amor, eles poderão comunicar-se contigo, trazer-te notícias de como e de onde se encontram, consolando-te e acalmando-te, ao tempo em que te prometem o reencontro ditoso, mais tarde, quando também soar o teu momento de retorno.

Ao invés da revolta inútil porque se foram, pensa que a distância aparente é apenas vibratória e conscientiza-te de que nada aniquila o amor, essa sublime herança do Pai Criador.

Utiliza-te das lembranças queridas e envia-lhes mensagens de esperança e de ternura, de gratidão e de afeto, de forma que retemperem o ânimo e trabalhem pela própria iluminação, vindo em teu auxílio, quando as circunstâncias assim o permitirem...

Não os lamentes porque desencarnaram, nem os aflijas com interrogações que ainda não te podem responder.

Acalma a ansiedade e continua amando-os, assim contribuindo para que permaneçam em paz e cresçam na direção de Deus sendo felizes.

* * *

A morte é a desveladora da vida em outras expressões.

Jesus retornou da sepultura vazia para manter o contato com os corações queridos, confirmando a grandeza da imortalidade a que se referira antes, demonstrando que o sentido existencial é o da aquisição dos tesouros do amor e da amizade, para a conquista da transcendência.

Ora pelos teus desencarnados, envolve-os em carinho e vive com dignidade em homenagem a eles, que te esperam além da cortina de cinza e sombra, quando chegar o teu momento de libertação.

Joanna de Ângelis
Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco,
na tarde de 19 de maio de 2008, Esch, Ducado de Luxemburgo.
Em 01.02.2009.