sexta-feira, 13 de março de 2009

Provas ou expiações, caminhos para a felicidade!

Provas ou expiações, caminhos para a felicidade!
Francisco Rebouças

A humanidade movimenta-se bastante aturdida na Terra, planeta de provas e expiações, por causa do seu atual estágio evolutivo, onde seus habitantes ainda bem longe estão da pureza e da perfeição a que está destinada; residindo momentaneamente neste abençoado planeta que nos abriga e concede oportunidades para nos redimirmos diante das perfeitas Leis Naturais, que regem com justiça os destinos dos seus habitantes, capacitando-lhes a seguir para moradas bem mais interessantes. Na maioria das vezes, ficamos perplexos diante do que constatamos no dia a dia de nossas vidas, por que nos falta ainda a devida compreensão desses mecanismos automáticos que nos surpreendem em cada ação que perpetramos, dando-nos o justo salário pela obra executada, concedendo na medida certa o doce sabor da paz interior pelas boas obras realizadas ou o sabor amargo pelas menos felizes que empreendemos diante do próximo ou da vida.
Assim sendo, como desde os distanciados séculos de nossa criação, nos dedicamos em maior parte nas más construções, estamos em maioria esmagadora diante das aflições pelas quais passamos na atual existência e que muitas das vezes não encontramos motivos que justifiquem tais situações afligentes, que nos sucedem no presente, e que nos deixam desesperados e revoltados a blasfemar contra o Criador, que parece não está se importando com nossos sofrimentos tão “injustos”.
No entanto, não são os sofrimentos atuais somente o resultado das nossas obras infrutíferas de ontem, mas, para muitos de nós, são provas que buscamos realizar com sucesso para galgarmos subir alguns degraus na escala evolutiva do Espírito Imortal, conforme podemos constatar pelos ensinos dos Espíritos Superiores na matéria que segue.
“9. Não há crer, no entanto, que todo sofrimento suportado neste mundo denote a existência de uma determinada falta. Muitas vezes são simples provas buscadas pelo Espírito para concluir a sua depuração e ativar o seu progresso. Assim, a expiação serve sempre de prova, mas nem sempre a prova é uma expiação. Provas e expiações, todavia, são sempre sinais de relativa inferioridade, porquanto o que é perfeito não precisa ser provado. Pode, pois, um Espírito haver chegado a certo grau de elevação e, nada obstante, desejoso de adiantar-se mais, solicitar uma missão, uma tarefa a executar, pela qual tanto mais recompensado será, se sair vitorioso, quanto mais rude haja sido a luta. Tais são, especialmente, essas pessoas de instintos naturalmente bons, de alma elevada, de nobres sentimentos inatos, que parece nada de mau haverem trazido de suas precedentes existências e que sofrem, com resignação toda cristã, as maiores dores, somente pedindo a Deus que as possam suportar sem murmurar. Pode-se, ao contrário, considerar como expiações as aflições que provocam queixas e impelem o homem à revolta contra Deus.
Sem dúvida, o sofrimento que não provoca queixumes pode ser uma expiação; mas, é indício de que foi buscada voluntariamente, antes que imposta, e constitui prova de forte resolução, o que é sinal de progresso.
10. Os Espíritos não podem aspirar à completa felicidade, enquanto não se tenham tornado puros: qualquer mácula lhes interdita a entrada nos mundos ditosos. São como os passageiros de um navio onde há pestosos, aos quais se veda o acesso à cidade a que aportem, até que se hajam expurgado. Mediante as diversas existências corpóreas é que os Espíritos se vão expungindo, pouco a pouco, de suas imperfeições. As provações da vida os fazem adiantar-se, quando bem suportadas. Como expiações, elas apagam as faltas e purificam. São o remédio que limpa as chagas e cura o doente. Quanto mais grave é o mal, tanto mais enérgico deve ser o remédio. Aquele, pois, que muito sofre deve reconhecer que muito tinha a expiar e deve regozijar-se à ideia da sua próxima cura. Dele depende, pela resignação, tornar proveitoso o seu sofrimento e não lhe estragar o fruto com as suas impaciências, visto que, do contrário, terá de recomeçar.”1
Resta-nos encarar com decisão as nossas atuais dificuldades, pois, não estaremos em uma situação qualquer sem nada termos contribuído para tal, e estejamos absolutamente certos de que teremos quantas oportunidades nos forem necessárias, para alcançar o fim a que todos estamos destinados pela Soberana Inteligência Universal, que é a pureza espiritual e a perfeição relativa, e não nos cabe fiscalizar as ações do nosso próximo, pois, segundo nos afirmou o Mestre de Nazaré, a cada um será dado segundo suas próprias obras.
Foi Jesus quem nos propôs que não julgássemos os nossos semelhantes, pois, se assim procedermos, poderemos estar cometendo enorme injustiça para com muitos dos irmãos em sofrimento, na Terra, que em verdade não estão em processo expiatório, como poderíamos achar, mas sim, em prova com finalidades nobres de crescimento e evolução moral espiritual.

Fonte: 1) E.S.E. Cap. V, itens 9 e 10.

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