sexta-feira, 13 de março de 2009

As Grandes Leis Naturais da Evolução

Roosevelt Pinto Sampaio


Todos nós passamos por um ou mais momentos de dor. Às vezes ela nos acompanha como companheira, em parte ou em toda nossa vida, e irá servir para nos aproximar do Criador.
No entanto, devemos entendê-la como um meio de elevação. O sofrimento do presente repara os erros de outrora e engendra as felicidades do futuro.
Desse modo ela, antes de mais nada, exige de nós resignação. Uma simples reflexão nos faz ver que se ela existe não foi por vontade de Deus e sim como resposta a ações indevidas de nós mesmos, que usamos mal nosso livre-arbíItrio e/ou desrespeitamos as Leis Divinas, nesta ou em encarnações passadas. Somos frutos de nosso próprio passado espiritual.
“A dor é uma advertência necessária, um estimulante à vontade do homem, pois nos obriga a nos concentrarmos para refletir e força-nos a domar as paixões. A dor é o caminho do aperfeiçoamento.”
Podemos, assim, intuir que a dor funciona como verdadeira escola que irá possibilitar nosso processo de progressão orientado à perfeição. Devemos aceitá-la com paciência e resignação, não devemos ficar nos lamentando ou até imprecando contra o Criador, ao contrário devemos lutar. Não é o caso de aceitá-la pacificamente, mas de lutar continuando a realizar tudo aquilo que nos for possível fazer, agradecendo a Deus a oportunidade de passar por ela nesta jornada terrestre.
Ela nos ensina a liberarmo-nos do orgulho e do egoísmo. Leon Denis nos indica ser importante aprender a sofrer porque, como ele diz, “a dor é santa” .
Ela nos servirá de guia no processo de busca do aperfeiçoamento e da aproximação com o Criador.
Através da dor nós nos defrontamos com o sofrirnento que permitirá, em nosso processo de luta, ser o guia para encontrarmos caminhos que nos transformarão no Homem Novo.
Em “Entre o Céu e a Terra” encontramos a seguinte definição para a dor: “...é o grande e abençoado remédio. Reeduca-nos a atividade mental, reestruturando as peças de nossa instrumentação e polindo os fulcros anímicos do que se vale nossa intelgência para desenvolver-se na jornada para a vida eterna. Depois do poder de Deus, é a única força capaz de alterar o rumo de nossos pensamentos, compelindo-nos a indispensáveis modificações, com vistas ao Plano Divino, a nosso respeito, e de cuja execução não poderemos fugir sem graves prejuízos para nós mesmos.”
A dor é que impulsiona o nosso processo evolutivo. Assim, ela é verdadeiramente o fator capaz de cimentar nossa evolução espiritual. Considerando que fomos nós os geradores de seu surgimento, pois sabemos que na natureza nada existe sem que uma causa gere o seu aparecimento, encontramo-nos à frente da Lei de Causa e Efeito. A dor é o efeito de nossas ações errôneas, no presente e no passado. Para nós se torna bendita como oportunidade que o Pai nos oferece para demonstrarmos que aceitando-a e sabendo aproveita-la como orientadora de nossas ações estaremos demonstrando nosso reconhecimento pela oportunidade oferecida por Ele para nos melhorarmos com a bênção recebida.
Vezes há que encontramos o homem insurgindo-se contra a dor, não entendendo o seu verdadeiro valor. Instala-se nele a rebeldia, a impaciência, o mau humor, a agressividade no trato com os outros. Desperdiça, assim, muitas vezes, a oportunidade que lhe foi ofertada.
“Para bem aprendermos o papel da dor será necessário situá-la como a grande educadora dos seres vivos, com funções diferentes no vegetal, no animal e no homern, mas sempre como a impulsionadora do processo evolutivo, uma das alavancas do processo espiritual”.
Assim, pois, os rebeldes, os inconformados não atentaram para a bênção de Deus que ela representa, estão rejeitando a dádiva que lhes foi enviada criando em seu coração um ambiente impróprio, de conflitos internos e externos. Recusam a escola oferecida, rejeitam a oportunidade de aperfeiçoamento, enfim fecham-se ao auxllio divino que lhe quer proporcionar um caminho seguro para a redenção.
Não entendem que o sofrimento que dela advem é um meio e não um fim, “0 sofrimento (segundo a Doutrina Espírita) é a conseqüência inelutável da incompreensão e dos transviamentos da Lei que rege a evolução humana”. 0 sofrimento é inerente a busca da perfeição e irá diminuindo quanto mais progredirmos e só desaparecerá quando alcançarmos a perfeição.
Miranda nos ensina que o sofrimento é “a única moeda com a qual conseguimos resgatar nossos compromissos, de há muito viciados pelos refolhos da Lei”.
A própria Doutrina nos mostra que não há dor sem compensação logo, é preciso aprender a sofrer. Ela nos trará o proveito necessário, pois, na verdade, a dor é um instrumento que nos encaminha a perfeição.
Podemos, então, dizer que não devemos nos acabrunhar com a dor, não devemos ficar inertes ou nos enfraquecermos, ela é um chamamento que contraria essas atitudes. Desde que entendamos que nós a geramos, por problemas passados ou presentes por nós criados, temos que procurar entendê-la, e então lutar, trabalhar, pois não há trabalho que não dê proveitos.
Coloquemo-nos em uma posição, de uma vez resignados, procurarmos dela tirar partido de tudo aquilo que ela pode nos oferecer. Pensamento positivo, vontade firme, bom humor, pensando sempre no que buscamos, e que Deus, somente Ele, sabe de nossas necessidades e limites. A dor é, assim, o caminho para o nosso resgate. Se a compreendermos, será para nós uma verdadeira companheira, possibilitando que nosso exemplo possa mesmo ser digno de admiração e via de entendimento para que nossos irmãos tambérn a entendam e tenharn coragem e força para suportá-la se a eles chegar.
Peçamos ao Pai força, coragem, paciência, tranqüilidade, para com ela conviver, na certeza de que estaremos traçando um seguro caminho para nosso progresso espiritual.
Para finalizar, deixamos a seguinte citação: “0 desconforto e a dor fazem parte da experiência do Espírito e contribuem para o seu desenvolvimento, sem a dificuldade o Espírito não aprenderia, ficaria estacionado. Não adquiriria independência e autonomia.

Artigo escrito por Roosevelt Pinto Sampaio e publicado pela Revista Internacional de Espiritismo, no mes de Junho do ano 2000.

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