sábado, 13 de agosto de 2011

Pedido de Desculpas

Olá amigos e seguidores do Blog !
Venho-lher fazer um comunicado, em verdade é mais um pedido de perdão pelo nosso blog ter parado de esclarecer tantas pessoas sobre a doutrina Espirita.
Explico-lhes o motivo desta mare baixa em que venho enfrentando minha vida: no monento estou numa aprovação muito grande em minha vida, principalmente no que diz respeito a familia meus queridos irmãos terrenos etc.
Recentemente minha Prima que mora no Japão teve um AVC e as coisas em minha vida moral estão fora dos eixos.
Queria pedir para que meus amigos de jornada na Terra que estão me ajudando a espalhar a boa nova que é o Evangélio redevivo de Jesus façam uma singela oração, para que meu corpo e minha alma possam se dedicar cada vez mais a divulgar a Doutrina Espírita.
Peço em especial que orem pela minha querida Prima Terrena Thais Akemi pela sua recuperação, sem a força de todos deste blog jamais irei conseguir trilhar meus caminhos perante a Deus.
Pretendo continuar com este trabalho de divulgação, mas por ora pesso desculpas por não dar a todos vocês a oportunidade de ler e estudar mais sobre a doutrina, sei que o Divino Mestre nosso Messias e Senhor jesus estara me amparando, mas preciso de muitas orações .
Obrigada pela atenção de todos
Podem ter certeza que a caridade de cada um de Vocês será vista por Deus como uma Vitoria em sua vida.

domingo, 19 de junho de 2011

Espiritismo, ciência e lógica

Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará (A Gênese).

O tempo passou. O século XX foi pródigo em destruir paradigmas, a começar pela Física clássica. Da constatação de que ela não explicava satisfatoriamente certos fenômenos surgiram dois novos campos: a Relatividade de Einstein e a menos famosa ao grande público, mas igualmente revolucionária, Mecânica Quântica. Os elétrons, prótons e nêutrons não podem ser imaginados como pequenas coisas independentes do mundo restante. O mundo quântico nada tem a ver com essas coisas, que podem ser apalpadas. Apenas permite aos cientistas relacionar diferentes observações dos átomos entre si ou em matérias ainda menores, como procedimento para harmonizar suas observações. O átomo se converteu num simples código para um modelo matemático, não em parte da realidade. A Mecânica Quântica é aceita até hoje devido ao seu pleno êxito, não por ser intuitiva e bela. Muito pelo contrário: os paradoxos que seu sistema geraria no mundo macroscópico desafiam o senso comum e intrigaram até seus criadores. Sua modelagem probabilística acabou com o sonho de ser prever qualquer evento, desde que fossem dadas as condições iniciais. O acaso entrou definitivamente na Ciência, pelo menos no microcosmo. Muita gente não gosta disso. O próprio Einstein não gostava disso exclamou: “Deus não joga dados”. Mas parece que Ele joga, sim.

Até a Matemática que se achava acima das crises de paradigmas das demais disciplinas também teve seu choque. Os matemáticos se empenhavam na busca de um conjunto finito de axiomas do qual se pudesse deduzir toda a Matemática. O banho de água fria veio quando o Gödel demonstrou que qualquer sistema lógico é incompleto. Sempre haverá sentenças em que não se poderá decidir se são verdadeiras ou falsas e a inclusão de mais axiomas apenas retarda o surgimento dessa questão. Em suma, há verdades que nunca serão atingidas. Longe de ser desesperador, isso é bom. É sinal de que a Matemática nunca se esgotará. Podemos criar álgebras e geometrias tão malucas quanto queiram nossa imaginação; só uma coisa é exigida: coerência. A Lógica libertou-se totalmente das amarras ao mundo real.

O olhar que as ciência lançam sobre o homem também mudou. Não somos mais o produto acabado da evolução, não estamos à testa de uma fila indiana das espécies. Somos apenas um ramo de uma árvore ramificada, que é constantemente podada pela tesoura da extinção. Não somos os mais evoluídos; pois evolução não significa progresso, mas adaptação. Uma ervinha é mais autossuficiente que nós e toda nossa inteligência não é garantia de vida eterna.

As causas primárias e finais voltaram. A busca por uma “teoria final” que unifique em um só campo a Relatividade e a Mecânica Quântica prossegue. Dela se espera poder se descobrir o que levou o Universo a ser do que jeito que é e qual o seu destino.

E o Espiritismo nessas mudanças? O fosso entre as metodologias da “ciência espírita” e as demais “ciências” do mundo material foi progressivamente aumentando:

Ciência / Espiritismo

Comum novas gerações de cientistas refutarem trabalhos anteriores. Aversão a critérios de “autoridade”. Medo de se distanciar da ortodoxia kardequiana. Culto à autoridade contido no espírito da Verdade ou Kardec. Há exceções, óbvio.
Obras de grandes mestres (Principia Mathematica, Origem das Espécies, etc.) ainda lidas como referência, fontes de valor histórico e como uma forma de adentrar no raciocínio do autor. Os estudantes, porém, usam bibliografia recente, expandida e corrigida. Livros de Kardec ainda utilizados sem alterações, mesmo no que há de errado. Notas de rodapé corrigem alguns erros
A lógica é usada como ferramenta apenas. O raciocínio precisa estar corroborado evidências. A lógica é utilizada como meio de prova ou refutação de hipóteses, não havendo verificação de se a natureza pensa igualmente.
O bom senso e a experiência usual nem sempre são seguidos (Relatividade e Mecânica Quântica que o digam. Idem para a “ação à distância” de Newton). Opta-se por soluções pragmáticas, ainda que esdrúxulas. O senso comum, ao lado da lógica, é superestimado.
Há grande discussão em torno da filosofia da ciência quanto à questão da melhor metodologia para o estabelecimento de novos conhecimentos (refutabilidade, crise de paradigmas, etc.). O conhecimento espírita ainda é majoritariamente indutivo, baseado em moldes científicos do século XIX (positivismo).
Teorias inverificáveis, mas belas, são postas de lado. Persiste a presença de hipóteses “ad hoc” inverificáveis para sustentar pontos nebulosos da doutrina. (ex: vida “invisível” em outros planetas)
Apropriações entre ramos da ciência (malthusianismo no darwinismo, biologia na sociologia – darwinismo social, eugenia) hoje são vistas com reservas. Apropriações correntes são feitas sem garantia de que são válidas (ação e reação, noções de mecânica quântica, etc.)
Ciências que não têm acesso direto ao seu objeto de estudo (astronomia, história, etc.) lançam mão da análise indireta dos efeitos que chegam até nós. (espectro de luz, documentos históricos). Pede um lugar “especial” entre as ciências por não ter acesso direto ao seu objeto de estudo (espíritos).
Orações, Meditação e estados alterados de consciência são passíveis de estudo, mas isso não significa que seja verdade aquilo que seus praticantes dizem. Verdades podem ser extraídas de “estados alterados de consciência”, vulga mediunidade. Contudo, nenhuma proposta rigorosa para a separação do joio e do trigo foi apresentada.
Não faz afirmações morais. Descobertas podem, inclusive, entrar em choque com a moral vigente. Produz cartilhas de certo e errado. Eufemismos são usados para se alegar que “não é bem assim…”

Bem, vamos por partes. Há espíritas importantes no movimento (ex.: Carlos Imbassahy) que já atentaram para o risco de considerar Kardec infalível, um verdadeiro receio em se distanciar da obra original. Ocorrem controvérsias mesmo em questões mais simples, como nomenclaturas inapropriadas: “fluidos”, “vibrações” e “magnetismo” são palavras cujo sentido se modificou tanto a ponto de o uso que é dado a elas na codificação se encontrar totalmente defasado. Há quem proponha mudanças por conta própria, outros preferem se apegar a uma espécie de tradição ou de consagração pelo uso. É defendido que parte da “atualização” está sendo feita por meio de livros complementares, até como uma forma de não descaracterizar o espiritismo. Muito questionável devido ao fato de a primeira leitura recomendada continuar a ser o Pentateuco kardecista, e não as supostas correções e complementações. “A Origem das Espécies”, de Darwin, ainda é uma obra de referência para estudantes de biologia, nem que seja para analisar o raciocínio do autor a partir da base que tinha. Entretanto, a apresentação ao darwinismo em seu estado original é apenas introdutória e logo são apresentados ao que há de mais atualizado no campo de pesquisa. Stephen Jay Gould desenvolveu interpretações diferentes dos neodarwinistas de como se dava o processo evolutivo. Era um grande fã de Darwin! Seus ensaios são permeados por citações de seu mestre, mas Gould corria caminhos alternativos quando a interpretação convencional não era suficiente para ele. Nem por isso foi menos biólogo ou evolucionista de araque. Nem foi taxado de “gouldista”. A possibilidade de pensamentos dissidentes em um campo científico é algo que falta ao espiritismo. Tudo bem que certas correntes trazem divergências bem destoantes, como os ramatistas; mas não é isso que está em jogo: é o medo de discordar do “mestre lionês” que faz dele uma espécie de Aristóteles moderno do espiritismo.

Kardec depositava fichas demais na lógica. Ela é importante sem dúvida e tê-la é um requisito mínimo. Mas quem a estuda não demora a descobrir que ela não tem tanto poder assim como dizem. Não pode ser usada para atestar a falsidade ou verdade de um fato natural. A validade de uma proposição depende do sistema de axiomas que se tem como ponto de partida. Assim, o que é falso num sistema pode ser verdadeiro em outro. E você não sabe, a priori, quais são os axiomas que a Natureza “adota” em determinado campo, sem falar nas proposições indecidíveis que todo sistema axiomático fatalmente carrega (Teorema de Gödel). Nas palavras do filósofo da ciência, Karl Popper:

Contudo, há não muito tempo sustentava-se que a Lógica era uma Ciência que manipula os processos mentais e suas Leis — as leis do nosso pensamento. Sob esse prisma, não se podia encontrar outra justificação para a Lógica, a não ser na alegação de que não nos é dado pensar de outra maneira. Uma inferência lógica parecia justificar-se pelo fato de ser sentida como uma necessidade de pensamento, um sentimento de que somos compelidos a pensar ao longo de certas linhas. No campo da Lógica, talvez se possa dizer que essa espécie de psicologismo é, hoje, coisa do passado. Ninguém sonharia em justificar a validade de uma inferência lógica, ou defendê-la contra possíveis dúvidas, escrevendo ao lado, na margem, a seguinte sentença: “protocolo: revendo essa cadeia de inferências, no dia de hoje, experimentei forte sensação de convicção”. (A Lógica da Pesquisa Científica)
A lógica é uma ferramenta, apenas. Com ela pode-se dizer se um raciocínio foi bem encadeado e se um sistema é consistente ou não, isto é, se não se contradiz. Mesmo que passem por este teste, ainda não está garantido que a Natureza não se comporte através de outro arranjo. Os gregos antigos fizeram inúmeras especulações acerca de como o universo funcionava. A maioria, palpites errados.

Bom senso é, de certa forma, uma redundância, pois ter senso já é muito bom. Situado em algum lugar entre um raciocínio linear e a intuição, também esconde suas armadilhas. O senso comum de um povo pode diferir de outro, assim como o juízo feito em determinada época se revelar equivocado na seguinte. Esta subjetividade, aliada às sutilezas da Natureza, faz do “bom senso encarnado” um contrassenso metodológico. Um exemplo:

A diversidade das raças corrobora, igualmente, esta opinião. O clima e os costumes produzem, é certo, modificações no caráter físico; sabe-se, porém, até onde pode ir a influência dessas causas. Entretanto, o exame fisiológico demonstra haver, entre certas raças, diferenças constitucionais mais profundas do que as que o clima é capaz de determinar. O cruzamento das raças dá origem aos tipos intermediários. Ele tende a apagar os caracteres extremos, mas não os cria; apenas produz variedades. Ora, para que tenha havido cruzamento de raças, preciso era que houvesse raças distintas. Como, porém, se explicará a existência delas, atribuindo-se-lhes uma origem comum e, sobretudo, tão pouco afastada? Como se há de admitir que, em poucos séculos, alguns descendentes de Noé se tenham transformado ao ponto de produzirem a raça etíope, por exemplo? Tão pouco admissível é semelhante metamorfose, quanto à hipótese de uma origem comum para o lobo e o cordeiro, para o elefante e o pulgão, para o pássaro e o peixe. Ainda uma vez: nada pode prevalecer contra a evidência dos fatos. (LE, cap. III, item 59)
Há um acerto na questão de que a cronologia é realmente curta demais para permitir variabilidades sensíveis entre as espécies. Porém, o encadeamento lógico desanda quando generaliza para todo caso e qualquer intervalo de tempo. Kardec usou o senso que tinha, mas a verdade subjacente à origem e diversidade das espécies precisa das noções de evolução e mutações, que não são intuitivas.

Especulações à parte, o espiritismo ainda possui problemas quanto à maneira de agregar o “conhecimento” que colhe. Ainda está impregnado pelo modismo intelectual do século XIX: o positivismo. Antes que se realce as características materialistas deste sistema filosófico que pretendia reformar a sociedade e terminou por querer criar a “religião da humanidade”, deve-se lembrar que também era uma teoria da ciência, e foi essa a parte que inspirou a metodologia kardecista. Em linhas gerais, pode-se dizer que o positivismo e suas escolas derivadas (empirismo lógico, Círculo de Viena, etc.) baseavam seus critérios na verificabilidade de uma teoria. Um enunciado seria científico se pudesse ser sucessivamente confirmado empiricamente. A não-ocorrência do enunciado estabeleceria sua falsidade. De fato, a noção de “Consenso Universal dos Espíritos” nada mais é que essa busca de contínua verificação. Quanto mais médiuns ao redor do mundo dessem a mesma resposta a uma pergunta, maiores as chances de esta ser verdadeira. Mas daí vêm alguns problemas — “quantas comunicações seriam necessárias para se dizer que ‘é suficiente’?”, “o que fazer com as respostas destoantes?”, “rejeitá-las, simplesmente?”, “se pode haver influências do médium na comunicação, não se deveria espalhar os questionários por diversos locais distantes do globo — não apenas no universo europeu — para garantir que não houve influência cultural?”.

Uma maneira simples de questionar a verificabilidade seria indagar se, pelo fato de todos os cisnes de um zoológico serem brancos, todos os membros da espécie também o são. Poder-se-ia sair numa busca frenética atrás de todos os cisnes do mundo, e cada novo animal branco reforçaria a hipótese, tornando-a mais “verdadeira”, mais “provável”. Simples engano, pois bastaria um único exemplar de cor diferente para derrubar a teoria. Infelizmente, o suposto caçador de cisnes brancos se desiludiria ao percorrer a Austrália, onde cisnes negros foram encontrados pela primeira vez…

Esta forma indutiva de fazer ciência recebeu dura crítica do filósofo da ciência Karl Popper que, divergindo dos neopositivistas dos quais fazia parte, propôs a falseabilidade (ou refutabilidade empírica) como novo critério para a demarcação da cientificidade de um enunciado. O que distingue uma ciência da pseudociência é a capacidade de a primeira ser refutada com base na experiência. Uma teoria é válida quando resiste à refutação, podendo, então, ser confirmada. Esta mudança de postura foi imensa e a atividade científica passou a buscar não a confirmação de suas próprias teorias, mas justamente o contrário: derrubá-las. Afinal, quem merece mais crédito: um cidadão que testou mil vezes os postulados da mecânica clássica ou um que lhes determinou um limite de validade? Lembra de Einstein?

Nessa parte, os continuadores de Kardec deixam a desejar. Há um receio, ou talvez temor, em se arrumar uma maneira de pôr à prova o que está escrito no Pentateuco. Enfoca-se mais a parte filosófica-doutrinária, que se mantém quase sem arranhões justamente por não ser passível de refutação, e se subestima os erros e equívocos que se revelam por serem minoria dentro do corpo doutrinário. Mas são estes “acessórios falhos” que englobam aquilo a que nós, seres materiais, podemos ter acesso e verificar por conta própria. São eles que lançam dúvidas sobre as partes referentes ao “lado de lá”. Por isso, penso que o pior lugar para se discutir o espiritismo é dentro de um centro espírita; o mesmo vale para debates dentro de igrejas, partidos políticos e times de futebol. Nesses locais sempre se busca um consenso, nem que seja à força. Embates que gerem novas ideias aparecem mais quando antagonistas se chocam. É irônico dizer isto, mas os detratores do espiritismo, desde os cristãos radicais até os materialistas (e muitos me incluiriam neste bojo, também), lhe prestam um grande favor. São eles que, por vias tortas, desempenham um papel que deveria ser dos próprios espíritas. “Ciência também erra”, diriam os críticos. Concordo, os cientistas erram e uns vão atrás dos erros dos outros, pois sabem que neles está a mola propulsora para o progresso. Uma atitude perante o erro melhor que uma postura defensiva.

Há críticas, porém, à aplicação da refutabilidade a ferro e fogo. Popper mesmo admitiu a possibilidade de se utilizar hipóteses auxiliares específicas para se contornar uma dificuldade prática (ad hocs). Um exemplo tradicional ocorreu na astronomia do século XIX: as observações da órbita do planeta Urano não batiam com o previsto pela teoria da gravidade de Newton. Cogitou-se que a presença de um outro planeta ainda não descoberto estaria interferindo em sua órbita e até se previu sua possível posição. Assim, Netuno foi descoberto e a confiança na Gravitação Universal restaurada. Baseado nesta e outras avaliações históricas, Thomas Kuhn postulou que boa parte do tempo é gasta pelos pesquisadores na avaliação das previsões de teorias e na reconciliação dos dados discrepantes. Somente quando a quantidade de remendos chegasse a um nível crítico, ocorreria a crise de paradigmas, na qual pressupostos antigos são postos em cheque e novos são criados. Voltando às órbitas planetárias, pela mesma época da descoberta de Netuno, tentou-se justificar as irregularidades na órbita de Mercúrio pela presença de um planeta entre ele e o Sol, que foi chamado Vulcano. Ninguém conseguiu encontrá-lo e o incômodo só foi resolvido com a introdução da Relatividade Geral de Einstein, uma nova teoria de gravitação que deu uma explicação satisfatória para este e outros fenômenos.

O problema da obra de Kuhn é que não há uma definição precisa para “paradigma” (o cerne de seu trabalho) e ele mesmo admitiu que perdeu controle do uso do termo. Mesmo questionando Popper, de forma alguma defende o retorno ao indutivismo lógico dos neopositivistas. E, afinal, seria possível reconciliar o espiritismo com o que diz a ciência por meio de hipóteses auxiliares?

Bem, vale lembrar que há critérios no uso de ad hocs. Eles também têm de ser passíveis de corroboração. Um caso emblemático ocorreu com Galileu, quando verificou em sua luneta que a superfície da Lua era irregular e cheia de crateras e montanhas. Isto contrariava as ideias de Aristóteles, ainda vigentes na época, segundo as quais a Lua seria perfeitamente esférica e lisa. Os neo-aristotelistas partiram em defesa do antigo mestre e disseram que o espaço entre as montanhas estava preenchido por uma substância invisível, que não podia ser detectável aqui da Terra. Com isso garantiam que qualquer chance de refutação seria impossível. Galileu, muito inteligentemente, endossou a presença de tal misteriosa substância, porém com uma diferença: ela se acumularia no topo das montanhas, tornando a superfície do satélite ainda mais irregular. Os seguidores de Aristóteles que provassem que estava errado! Ele mostrou que suposições ad hoc são capazes de provar quaisquer hipóteses, até as opostas. Este tipo de argumento pode ter até senso, mas pouco valor se não houver nenhuma maneira de testá-lo. Do contrário, haveria um verdadeiro jogo de desonestidade intelectual: se der cara eu ganho, coroa você perde.

Aí reside o erro de boa parte das defesas argumentativas do espiritismo: no abuso de ad hocs fracos. Podem até dar uma aparente capa de racionalidade, mas estão próximos demais de um comportamento pseudocientífico ou, no mínimo, de má-ciência. Um dos mais problemáticos consiste na justificativa dada para explicar a ausência, até o presente momento, de vida inteligente em outros planetas deste sistema solar, mesmo após a investigação de sondas espaciais: os habitantes desses mundos seriam feitos de uma matéria “sutil” e invisível aos nossos instrumentos. Não sei se há alguém brincando de esconde-esconde com os robozinhos que pousaram em Marte, se estes aterrissaram em cima de desertos, ou a civilização marciana se encontra no subsolo. Enquanto nossos vizinhos não mostrarem a cara, essa afirmação continuará digna de estar sobre o mesmo pedestal de outras pérolas do tipo: “a Terra tem apenas 6.000 anos, mas foi feita para parecer que tem 4,5 bilhões” ou “objetos inanimados possuem sentimentos, embora não sejam capazes de expressá-los”.

Outras afirmações especiais são um pouco mais sutis, dentro do cerne da metodologia. Informações disparatadas são desculpadas não como fruto de uma comunicação espiritual, mas do “psiquismo” do médium que colocaria ideias próprias como sendo de “outrem”. Kardec, supostamente, não soube separar uma coisa de outras. Tal alegação apenas resolve os problemas das comunicações presentes e futuras, mas nada pode dizer quanto às que foram feitas no século XIX. Como se sabe onde houve contaminação da mente do médium ou não? Parodiando Galileu, digo que as afirmações até agora não-refutadas foram feitas por cérebros encarnados, ao passo os erros pertencem apenas ao mundo espiritual. Provem que estou errado!

A separação do joio do trigo nas comunicações, por sinal, ainda depende de uma metodologia precária, que remonta a Kardec. Pode ser que se estude os efeitos de “estados alterados de consciência” do cérebro com o mesmo aparato tecnológico usado para se verificar os efeitos da oração ou meditação. Agora, o que se extrairá disso só o futuro dirá. Dizer que alguém está tendo acesso a uma verdade superior só de olhar uma tomografia pode ser ambicioso demais no momento. Os critérios adotados são indiretos e foram assim catalogados por Herculano Pires em quatro pontos principais:

Escolha de colaboradores mediúnicos insuspeitos, tanto do ponto de vista moral quanto da pureza das faculdades e da assistência espiritual;
Análise rigorosa das comunicações, do ponto de vista lógico, bem como do seu confronto com as verdades científicas demonstradas, pondo-se de lado tudo aquilo que não possa ser justificado;
Controle dos Espíritos comunicantes, através da coerência de suas comunicações e do teor de sua linguagem;
Consenso universal, ou seja, concordância de várias comunicações, dadas por médiuns diferentes, ao mesmo tempo e em vários lugares, sobre o mesmo assunto.
Acontece que:

Há um elevado grau de subjetividade aqui. Não há técnicas confiáveis para avaliar tais atributos em encarnados, que dirá da “assistência espiritual”.
Já foram ditas as deficiências da lógica em garantir se algo é verdadeiro ou não. Quanto a limitar o crédito apenas às mensagens que corroborem o conhecimento vigente, está se perdendo uma bela oportunidade de se colocar comunicações sob teste. Se um conjunto de relatos em meados do século XIX que fizesse menção aos paradoxos quânticos e relativísticos ou rejeitasse as teorias de superioridade racial fosse rejeitado segundo esse critério, uma oportunidade teria ido embora. Preferiu-se ficar à sombra do que já era conhecido como uma forma de provar uma mensagem, quando o mais interessante seria um conteúdo ainda desconhecido para justamente pô-la à prova algum dia. Uma crítica muito frequente é a falta de descobertas científicas através de mediunidade. Nenhuma cura de doença, dedução de um teorema difícil, sítio arqueológico relatado ou mesmo uma literatura digna de prêmio Nobel. Para isso existe mais um ad hoc: Os espíritos não trazem nenhum conhecimento pronto porque isso tira o nosso mérito em progredir pelo próprio esforço. Espere aí, não tire o corpo fora. Ninguém falou em seres astrais superprotetores transformando a humanidade encarnada em um bando de indolentes. Pede-se apenas que algumas joias sejam oferecidas para que se tornem “evidências extraordinárias para alegações extraordinárias”. E é bom que se diga que, ao relatar civilizações extraterrenas, expor teorias da Lua, defender abiogênese e afirmar que a medicina espiritual curaria doenças letais da época, se trouxe, sim, informações que deveríamos descobrir por nós mesmos; portanto, essa desculpa é muito furada.
Se falar bonito fosse sinal de idoneidade, então os 171 da vida seriam os melhores mentores da humanidade. Esse critério é por demais ingênuo. Farsantes deste (e quem sabe do outro) mundo usam palavreado florido e conceitos científicos pouco conhecidos do grande público como uma forma de dar pretensa autoridade. Magnetismo e mecânica quântica, então… isso me faz pensar se algum desse sábios espirituais seria ao menos capaz de resolver uma equação diferencial que se preze.
O “consenso universal”, além do problema de ser indutivista, se mostra cada vez mais regional. Diferenças já apareciam no século XIX (espiritismo inglês, roustaignismo e até em diferenças entre a primeira e segunda edição do LE). Isso aumentou no século XX com novos grupos Nova Era e espiritualistas (não-kardecistas) com suas doutrinas e interpretações próprias. Uma resposta dada a isso foi que estes relatos divergentes não são dados por espíritos que fizeram parte da original “Falange do Espírito da Verdade” (relativa), que auxiliou Kardec. Entretanto, é difícil definir — se é que isso não seria arbitrário — quem pertence a esta casta de “autorizados” ou não. As obras de Edgar Armond e Pietro Ubaldi, por exemplo, são controversas ainda, existindo quem os considere como continuadores e complementares à codificação, e aqueles que toleram estes autores apenas como fundadores de outras vertentes espiritualistas. Só para citar, em um exemplar da revista Visão Espírita (ano 2, número 20, pág. 20, Editora Seda) se encontra um anúncio dos livros de Ubaldi. Como diz o velho ditado: “filho feio não tem pai”.
Alguém pode estar pensando que toda a preleção feita acima se refere apenas às ciências experimentais, não tendo nenhuma relação com outros campos. De que maneira poderia um astrônomo analisar astros tão distantes, um paleontólogo tratar como ratinho de laboratório um animal morto a milhões de anos e um historiador voltar no tempo para assistir a uma importante batalha. Elas não estão sujeitas aos testes popperrianos de refutação.

Nada mais falso! Campos de estudo que se valem de análises indiretas podem (e devem), sim, ter suas teorias postas em xeque. Um astrônomo pode cogitar sobre os elementos que compõem uma estrela e verificar se está certo analisando o espectro de luz emitido por ela. A teoria da evolução pode ser refutada se se descobrir um ser vivo cuja origem não pode ser explicada ou se se encontrar um fóssil de humano moderno ao lado do de um dinossauro; tudo que se imaginava acerca de um evento histórico pode sofrer uma reviravolta com a revelação de um novo documento apresentando nova versão dos fatos. Ciências não-experimentais baseiam-se no controle criterioso de seus dados, na dúvida sistemática, na aplicação de dedução, eliminação de preconceitos baseados na autoridade ou no bom senso, na busca de contraprovas que possam ser previstas a partir das hipóteses formuladas. Em suma, tudo que já foi exposto acima e o espiritismo deixa a desejar. O fato de espíritos (se existirem) não serem acessíveis diretamente não dá ao espiritismo o direito de ter um tratamento especial.

Uma questão ainda pendente é a da “ciência com consequências morais”. Mesmo que o espiritismo fosse ciência, seria muito arriscado fazer juízos morais baseados em noções científicas. Nas palavras de Stephen J. Gould:

(…) a descoberta potencial pelos antropólogos de que o assassinato, o infanticídio, o genocídio e a xenofobia podem ter caracterizado muitas sociedades humanas, podem ter prosperado em muitas sociedades humanas e podem até ser benéficos para a adaptação a determinados contextos não oferece nenhum apoio à pressuposição moral de que devemos nos comportar dessa maneira. (Extraído de Pilares do Tempo, parte 2, Definição e defesa dos ministérios não interferentes).
Certo que o espiritismo não chega a propor as coisas do exemplo de Gould, mas há as conclusões quanto ao transplante de órgãos citadas na parte “Restauração de Dogmas”. Foram afirmações de cunho moral muito duvidoso, tanto que nem são (creio eu com minha experiência humilde no meio) aceitas pela maioria dos espíritas. Ficam como amostras do tipo de equívoco que pode acontecer.

Há um último comentário a ser feito que não se encontra na tabela do começo do tópico. Os espíritas se colocam fora do conjunto das demais religiões tradicionais por possuírem postulados, ao contrário das demais crenças cristãs que se baseiam em dogmas. Bem, até que ponto isso é verdade dependerá da maneira como se der nome aos bois.

Dogmas e postulados partilham entre si a qualidade de serem aceitos sem demonstração. Não vale a regra de que dogmas seriam os mistérios da fé mais esdrúxulos, ao passo que postulados seguiriam mais a intuição. Ambos podem ser pontos de partida para raciocínios lógicos, ainda que de conclusões duvidosas.

As definições são dogmas; somente as conclusões retiradas delas podem proporcionar-nos nova perspectiva. K.Menger, citado por Popper.
Então qual a diferença? A principal distinção se dá através do uso de cada um. Campos de estudo continuam existindo mesmo após uma profunda revisão de seus princípios. Por isso a física conseguiu fazer a mudança de seus paradigmas no começo do século XX, a biologia continuou existindo após descrença do “princípio vital” como motor da vida e a geometria alargou seus horizontes para muito além de Euclides. Já uma doutrina, não. O catolicismo sofreria um baque sem a virgindade de Maria antes e após o parto; o protestantismo, não. Ambas rejeitariam com veemência a descoberta de um hipotético cadáver de Cristo, comprovando que não ressuscitou, nem ascendeu aos céus. Elas perderiam a razão de ser sem este dogma.

Bem, você pode pensar que o espiritismo está livre desta porque a única maneira de refutá-lo é provar que a mente não sobrevive à morte do corpo, não é? Não, não é. Isso valeria para o espiritualismo no sentido mais amplo da palavra. O espiritismo tem uma quantidade maior de pressupostos, o que torna-o mais frágil. Uma prova da sobrevivência da mente ao fim do corpo apenas prova isto: a vida após a morte; não garante nada a respeito da existência de um deus ou regras de “ação e reação” (karma). Deuses podem muito bem continuar não existindo ou não dando a mínima para o que fazemos e até serem imperfeitos, que a vida após a morte não seria um contrassenso. O budismo theravada vive muito bem sem um deus. A reencarnação pode ser um fato, como muitos se esmeram em provar, mas tem mesmo de ser do jeito que Kardec diz? Poderia se dar por um processo aleatório, independente de um karma; mais de uma essência (ou alma) poderia se reunir em uma, ou então uma mesma essência se dividir em corpos distintos, possibilidade também aceita por vertentes budistas; novas almas poderiam ser geradas junto com o feto, sem nenhum karma passado. Deus, reencarnação, espíritos, karma: espíritas acham que esses conceitos formam um bloco monolítico e que a existência de um depende da dos outros, o que não é verdade. Há mais pressupostos que não foram ditos, mas apenas com esses eu pergunto: pode o espiritismo mudar ou até excluir algum deles sem ter que mudar de nome? Se a resposta for um estrondoso sim, quem sabe exista ainda um modo de mudar a atitude dos espíritas e dar-lhes mais rigor. Se a resposta possuir alguma espécie de “se”, então estamos diante de uma religião ou, com boa vontade, uma filosofia, nunca uma ciência. O espiritismo possui inspiração racionalista, mas isso não basta para fazer dele um campo de pesquisa.

fonte: Falhas do Espiritismo

http://ateus.net/artigos/critica/espiritismo-ciencia-e-logica/

Juiz rejeita recolher livro espírita ( obras Póstumas)

Olá pessoal, matéria veiculada na NET....
A decisão judicial está anexa.
Abaixo, há uma matéria escrita por Jorge Hessen sobre Racismo.
Fredo
********************************************************************************
Livro espírita não deve ser recolhido, decide juiz

Os exemplares do livro “Obras Póstumas de Allan Kardec”, editado pelo Instituto de Difusão Espírita, não devem ser recolhidos. O juiz federal Marcelo Freiberger Zandavali, substituto da 3ª Vara Federal de Bauru, negou pedido de liminar feito em Ação Popular.
Pedro Valentim Benedito entrou com a ação, com pedido de antecipação de tutela, sob o argumento da obra ser lesiva ao patrimônio histórico e cultural e por veicular conteúdo racista. Ele baseou o pedido, dentre outros documentos, na Convenção Internacional Sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, tratado internacional cujo cumprimento, em território nacional, foi objeto do Decreto nº 65.810/69.
O juiz Marcelo Zandavali destacou trecho da convenção sobre discriminação racial. “Entende-se discriminação racial qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência fundadas na raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por fim ou efeito anular ou comprometer o reconhecimento, o gozo ou o exercício, em igualdade de condições, dos direitos humanos e das liberdades fundamentais nos domínios político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro domínio da vida pública”.
De acordo com o juiz, o Instituto não teve a intenção específica de anular ou comprometer o reconhecimento, o gozo ou o exercício dos direitos humanos e liberdades fundamentais dos negros. Ao contrário, em “nota explicativa”, ao final do livro, expressa o “mais absoluto respeito à diversidade humana, sem preconceito de nenhuma espécie”. Ele ressaltou, ainda, que a obra traz a opinião de uma pessoa que viveu no século XIX, época em que era comum este tipo de pensamento com relação aos negros, tanto que em boa parte dos países ainda havia a escravidão.
Assim, de acordo com ele, “fica clara como água da rocha a intenção dos editores de divulgar, sem mutilações, o pensamento kardecista, sem, para tanto, elevar a distinção baseada na cor da pele em ideologia discriminatória”. Com informações do Núcleo de Comunicação Social da Justiça Federal de primeiro grau em São Paulo.
Ação Popular nº 0003015-78.2011.403.6108


O juiz federal Marcelo Freiberger Zandavali, substituto da 3ª Vara Federal de Bauru, negou pedido de liminar para recolher os exemplares do livro “Obras Póstumas de Allan Kardec”, editado pelo Instituto de Difusão Espírita. A ação popular foi ajuizada por Pedro Valentim Benedito, com pedido de antecipação de tutela, sob o argumento da obra ser lesiva ao patrimônio histórico e cultural e por veicular conteúdo racista.

O autor popular fundou seu pedido, dentre outros documentos, na Convenção Internacional Sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, tratado internacional cujo cumprimento, em território nacional, foi objeto do Decreto n.º 65.810/69.

Em sua decisão provisória, Marcelo Zandavali destacou trecho da convenção sobre discriminação racial. “Entende-se discriminação racial qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência fundadas na raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por fim ou efeito anular ou comprometer o reconhecimento, o gozo ou o exercício, em igualdade de condições, dos direitos humanos e das liberdades fundamentais nos domínios político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro domínio da vida pública”.

De acordo com o juiz, o Instituto não teve a intenção específica de anular ou comprometer o reconhecimento, o gozo ou o exercício dos direitos humanos e liberdades fundamentais das pessoas de cor negra. Ao contrário, em “nota explicativa”, ao final do livro, expressa o “mais absoluto respeito à diversidade humana, sem preconceito de nenhuma espécie”.

Ressalta, ainda, o magistrado que a obra traz a opinião de uma pessoa que viveu no século XIX, época em que era comum este tipo de pensamento com relação aos negros, tanto que em boa parte dos países ainda havia a escravidão.

Sendo assim, de acordo com o juiz, “fica clara como água da rocha a intenção dos editores de divulgar, sem mutilações, o pensamento kardecista, sem, para tanto, elevar a distinção baseada na cor da pele em ideologia discriminatória”.

Você encontra este texto aqui > http://www.jcnet.com.br/detalhe_geral.php?codigo=208667
3ª Vara Federal de Bauru - SP, ação popular, cultura, direitos humanos, Discriminação Racial, escravidão, Juiz, liminar, Livro Espírita, Marcelo Freiberger Zandavali, Marcelo Zandavali, Obras Póstumas de Allan Kardec, patrimônio histórico, Pedro Valentim Benedito, racismo, século XIX

FONTE: http://visaoespiritabr.com.br/tag/pedro-valentim-benedito

KARDEC, RACISMO E ESPIRITISMO - UMA REFLEXÃO

Autor: Jorge Hessen.

http://2.bp.blogspot.com/_PfGa2w2TFsg/SjP6zNaEZoI/AAAAAAAAAPY/BOyILyvHPRQ/s320/97+-+Braque,+Cesta+de+frutas,+1908.jpg






Não fales e nem escrevas
Algo que fira ou degrade;
Racismo é uma chaga aberta
No corpo da Humanidade
(Cornélio Pires) (1)






O racismo(2) é um tema pouco abordado nas hostes doutrinárias. A bibliografia é escassa. Os escritores e estudiosos espíritas brasileiros ainda não se debruçaram com maior profundidade sobre o assunto. Para alguns, as poucas análises sobre a questão do segregacionismo e da escravidão do negro, no Espiritismo deixam transparecer as influências da teoria arianista (3), da visão positivista e idealista da história, desconsiderando os fatos nos seus relativismos e contradições.
Para a investigação kardequiana, a respeito do negro, torna necessário ser considerado o contexto histórico em que foi discutida a temática. Incidiria em erro, sob o ponto de vista histórico, considerar Allan Kardec contaminado de preconceitos ou de índole racista. Essa palavra detém uma carga semântica muito forte, inadequada para definir os ideais do mestre lionês. Não há nenhum indício de que ele tenha discriminado algum indivíduo ou grupo de origem negra ou quaisquer indivíduos, sejam no movimento espírita ou fora dele. A jornalista Dora Incontri, com mestrado e doutorado em Educação, pela USP, em seu livro Para entender Kardec, nos trás um fato interessante que muito bem nos dará uma idéia de quem era o senhor Rivail. Vejamos: "É bom lembrar que, na Sociedade de Estudos Espíritas de Paris, havia um Camille Flammarion, astrônomo, e um calceteiro (operário braçal que fazia as calçadas de Paris, de quem Kardec noticia a morte) e ambos eram membros da Sociedade".(4)
Os contraditores de Kardec se valem de textos insertos na Revista Espírita e principalmente em Obras Póstumas, 1ª parte, capítulo da "Teoria da Beleza". A rigor não consideramos essa teoria um ponto doutrinário e muito menos consta das Obras Básicas. Trata-se de uma pesquisa de Kardec que não chegou a publicá-la. Veio a público após o seu desencarne, quando algumas anotações deixadas foram reunidas no livro citado, donde se infere que aquele pensamento ainda não estava perfeitamente consolidado.
Por justeza de razões importa lembrar que Kardec não compilou o Espiritismo em seu próprio nome. Ele atribuía a Doutrina como sendo dos Espíritos. Destarte, urge se faça distinção entre o que revelaram os Benfeitores Espirituais sob o princípio do consenso universal dos Espíritos e o que escreveu e pensava particularmente Kardec, inclusive na Revista Espírita.No bojo da literatura basilar da Terceira Revelação, o Codificador ressalta que, "na reencarnação desaparecem os preconceitos de raças e de castas, pois o mesmo Espírito pode tornar a nascer rico ou pobre, capitalista ou proletário, chefe ou subordinado, livre ou escravo, homem ou mulher. Se, pois, a reencarnação funda numa lei da Natureza o princípio da fraternidade universal, também funda na mesma lei o da igualdade dos direitos sociais e, por conseguinte, o da liberdade."(5) Ante os ditames da pluralidade das existências, ainda segundo Kardec "enfraquecem-se os preconceitos de raça, os povos entram a considerar-se membros de uma grande família."(6)
Como se observa, idéias essas que descaracterizam radicalmente um Kardec preconceituoso. (grifei) Entretanto, apesar da atitude (para alguns preconceituosas) atribuída a Kardec em relação ao negro, fruto do contexto em que viveu (repetimos) sobre discriminação e preconceito a determinada etnia, sua obra sai indene de todas as críticas no sentido ético. Até porque para abordagem do tema é imprescindível contextualizá-lo de acordo com teorias de superioridade racial muito em voga na época. A frenologia, por exemplo, advogava uma relação entre a inteligência e a força dos instintos em um indivíduo com suas proporções cranianas. Uma espécie de "desdobramento" pseudocientífico da fisiognomonia.
Num artigo na Revista Espírita de abril de 1862, "Frenologia espiritualista e espírita - Perfectibilidade da raça negra", Kardec faz uma espécie de releitura dessa "ciência" com um enfoque espiritualista, demonstrando que o "atraso" dos negros não se deveria a causas biológicas, mas por seus espíritos encarnados ainda serem relativamente jovens. (7)Indagamos: existem povos mais adiantados que outros? É possível desconhecer a discrepância entre silvícolas e citadinos? Se não é a diferença da evolução espiritual, o que os torna desiguais, então? É evidente que podemos adequar as terminologias para culturas "complexas ou simples" no lugar de "avançado ou atrasados", o que na essência não altera a situação de ambos. Sabemos também [isso é incontestável] que a antropologia e a sociologia surgem eurocêntricas. E a antropologia foi uma espécie de sociologia criada para estudar os povos primitivos.(8) Contudo, a Doutrina Espírita tem mais amplitude do que toda essa questão.
Para nós "não há muitas espécies de homens, há tão somente cujos espíritos estão mais ou menos atrasado, porém, todos suscetíveis de progredir pela reencarnação. Não é este princípio mais conforme à justiça de Deus?"(9)·No livro Renúncia, monumental obra da literatura mediúnica, identificamos trecho que nos chamou a atenção para reflexão sobre o assunto. Robbie, filho de escravos e irmão adotivo de Alcione, ao desencarnar disse-lhe "desde que mandei os gendarmes (10) libertar o cocheiro, por entender que me cabia a culpa (...) sinto que não tenho mais a pele negra, que tenho a mão e a perna curadas (...) veja Alcione (...) e esta lhe explica: São estas as provas redentoras, meu querido Robbie! Deus te restitui a saúde da alma, por te considerar novamente digno." (11)(grifei) Dá para imaginar o Espírito Alcíone racista...?E por que teriam os negros sofridos tanto com a escravidão? Segundo Humberto de Campos os escravos seriam "os antigos batalhadores das cruzadas, senhores feudais da Idade Média, padres e inquisidores, espíritos rebeldes e revoltados, perdidos nos caminhos cheios da treva das suas consciências polutas".(12)
A concepção de que o homem possa encarnar na condição de branco, negro, mulato ou índio, estabelece uma ruptura com o preconceito e a discriminação raciais. Não esqueçamos, porém, que na Grã-Bretanha, ainda hoje, muitos adeptos do Neo-espiritualismo rejeitam a tese da reencarnação, por não admitirem a possibilidade de terem tido encarnações em posições inferiores quanto à raça e à condição social. Com essa visão, um Espírito, reencarnado num corpo de origem negra, estará sujeito à discriminação e isso lhe será uma condição, uma contingência evolutiva a ser superada. Para uns pode ser uma expiação, para outros uma missão.Com os princípios espíritas se "apaga naturalmente toda a distinção estabelecida entre os homens segundo as vantagens corpóreas e mundanas, sobre as quais o orgulho fundou castas e os estúpidos preconceitos de cor". (13) Como se observa, uma doutrina libertária , como o Espiritismo, não compactua, sob quaisquer pretextos, com nenhuma ideologia que vise a discriminação étnica entre os grupos sociais.
A verdade é que nos grandes debates de cunho sociológico, antropológico, filosófico, psicológico etc, o Espiritismo provocará a maior revolução histórica no pensamento humano, conforme está inscrito nas questões 798 e 799 de O Livro dos Espíritos, sobretudo, quando ocupar o lugar que lhe é devido na cultura e conhecimento humanos, pois seus preceitos morais advertirão aos homens a urgente solidariedade que os há de unir como irmãos, apontando, por sua vez, que o progresso intelecto-moral na vida de todos os Espíritos é lei universal, tomando, por modelo, Jesus, que ante os olhos do homem, é o maior arquétipo da perfeição que um Espírito pode alcançar.(14)

Jorge Hessen
E-Mail: jorgehessen@gmail.com
Site: http://jorgehessen.net/

FONTES:1- Xavier, Francisco Cândido. Caminhos da Vida, Ditada pelo Espírito Cornélio Pires, São Paulo: Ed. CEU, 1996.2- O racismo, segundo a acepção do "Novo Dicionário Aurélio" é "a doutrina que sustenta a superioridade de certas raças". O Conde de Gobineau foi o principal teórico das teorias racistas. Sua obra, "Ensaio Sobre a Desigualdade das Raças Humanas" (1855), lançou as bases da teoria arianista, que considera a raça branca como a única pura e superior às demais, tomada como fundamento filosófico pelos nazistas, adeptos do pan-germanismo.3- Entre os teóricos do racismo alemão, dizia-se dos europeus de raça supostamente pura, descendentes dos árias.4- Incontri, Dora. Para Entender Kardec, Grandes Questões, São Paulo: Publicações Lachâtre, 20015- Kardec, Allan. A Gênese, Rio de Janeiro: Editora FEB, 2002, pág. 31.6- Idem págs. 415-4167- Kardec, Allan. Revista Espírita de abril de 1862.8- Primitivo era todo aquele povo que não havia chegado ao grau de cultura e tecnologia do europeu. Sem dúvida que era uma visão do europeu da época, que considerava os negros e os latinos selvagens.9- Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, texto escrito por Allan Kardec, e Constitui o Capítulo V item 6º, Rio de Janeiro: Editora FEB, 200110- Soldado da força incumbida de velar pela segurança e ordem pública, na França.11- Xavier, Francisco Cândido. Renúncia, 7 ª ed. Ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1973, pg 412.12- Xavier, Francisco Cândido. Brasil, Coração do Mundo Pátria do Evangelho, Ditado pelo Espírito Humberto de Campos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1980.13- Kardec, Allan. Revista Espírita de abril de 1861 297-298). 14- Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Editora FEB, 2003, parte 3ª, q. 798 e 799, cap. VIII item VI - Influência do Espiritismo no Progresso.

A PRINCESA ISABEL SERÁ HOMENAGEADA NA FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL

A Editora Lorenz, com apoio da Fundação Biblioteca Nacional, está convidando o público para o lançamento do livro "Princesa Isabel, Uma Viagem no Tempo", que incluirá palestra da historiadora Maria de Lourdes Parreiras Horta. Segundo a organização do evento, a homenagem contará, ainda, com números musicais de Chiquinha Gonzaga e Carlos Gomes e declamação de um poema-oração a Isabel, pela declamadora Neide Barros. A entrada é franca.


A Princesa Isabel tornou-se um ícone do Espiritismo pelos seus elevados valores éticos e morais, após as informações do livro "Brasil,
Coração do Mundo, Pátria do Evangelho",psicografia de Chico Xavier, pelo irmão Humberto de Campos. Uma das mulheres mais citadas na
História do Brasil, ao lado de vultos famosos como Teresa de Calcutá e a Princesa Diana, Isabel é uma referência especial do Brasil monárquico,primeira dirigente de nossa História, como Princesa Regente, governando o Brasil ,em períodos alternativos,por tres anos e meio durante as viagens de seu pai, Dom Pedro II ,que foi qualificado pela psicografia de Humberto de Campos como o"Grande Imperador".Segundo a concorrida obra de Chico Xavier, Isabel assinou a Lei Áurea,que libertou o negro de uma ordem social profundamente injusta - a escravidão - "cercada de entidades angélicas", com "estrepitosas vivas" da multidão que cercava o Paço imperial no domingo 13 de maio de 1888, conforme noticiou um jornal da época. "Único delírio público que me lembra ter visto", desabafou estupefato o escritor Machado de Assis. A Fundação Biblioteca Nacional, instituição hoje vinculada ao Ministério da Cultura, foi fundada por Dom João VI em 1810 e tornou-se a menina dos olhos de Dom Pedro II,que sempre a prestigou durante sua longa administração de quase meio século.
TUDO ISSO E MUITO MAIS NA SUA REVISTA DO ESPIRITISMO.


Linha direta com o ALÉM PAULO ROBERTO VIOLA (PARA REVISTA ALÉM DA VIDA)

A conversa de pessoas encarnadas com Espíritos, através de aparelhos eletrônicos, utilizados com recursos especializados para esse fim - fenômeno que se denomina transcomunicação instrumental - encontra no Brasil um trabalho científico pioneiro do qual Sonia Rinaldi é uma das maiores expressões. Autora de sete livros, ela ocupa o cargo de Presidente da Associação Nacional de Transcomunicação, instituição que fundou em 1990, hoje com quase 2000 associados. Sonia, que é também conferencista e articulista, muito respeitada no Exterior - onde mantém laços estreitos com transcomunicadores notáveis - tem perto de vinte anos de estudo e investigação, acumulando mais de cinqüenta mil gravações. Por suas pesquisas em 1995 e 1997 foi agraciada duas vezes com o prêmio internacional Hedri Prize, da Fundação Suíça de Parapsicologia. Espírita convicta, a famosa pesquisadora declarou em uma de suas entrevistas: “meu ângulo de visão será sempre o do enfoque do Espiritismo Científico. Lembramos que Kardec estabeleceu uma base tríplice para a Doutrina Espírita, ou seja, os aspectos religioso, filosófico e científico. Tratamos mais especificamente do terceiro, ou seja, o científico”. De São Paulo, onde é radicada, Sonia Rinaldi falou ao repórter da Revista Além da Vida: "Já fizemos mais de 350 telefonemas para o outro lado - técnica essa que desenvolvemos com o apoio da espiritualidade.”

Revista Além da Vida - Como surgiu em você o interesse pela pesquisa da transcomunicação instrumental? Você já acreditava, antes, em comunicação entre os Espíritos?
Sonia Rinaldi - Antes de me interessar pela transcomunicação, por volta de 1988, eu já havia trabalhado como médium em centro espírita, aqui em São Paulo - conseqüentemente, sabia da realidade do intercâmbio entre planos. Freqüentando o Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas - IBPP, soube que na Europa, pessoas estavam gravando vozes de Espíritos, e isso apontava para uma possibilidade de algo muito mais "comprovável" do que tudo que eu já havia visto. Como sou do tipo São Tomé... isso viria a calhar. De fato, isso se tornaria uma realidade nos anos que se seguiram, quando podemos ver o tema "sobrevivência após a morte" investigado pela Ciência, justamente porque a transcomunicação permite uma sistemática de documentação e coletânea de provas que outros fenômenos não possibilitam.
Revista Além da Vida - Qual a experiência mais espetacular e convincente da autenticidade do fenômeno de que você participou?
Sonia Rinaldi - Cada gravação traz particularidades que só familiares do falecido conhece, e isso é surpreendente. Seriam inúmeros casos. Vão desde terem os nossos comunicantes espirituais dado a "senha de banho" de um visitante presente, até trazerem imagens de falecidos em vídeo, que permanecem por vários minutos na tela, com qualidade impressionante. Mas para narrar um caso bem recente, tivemos a visita de um diretor do programa da Ana Maria Braga em nosso laboratório, há poucos dias. Ele perdeu a irmã e sonhava em ouvi-la. No dia que antecedeu à visita já marcada, fiz uma gravação e uma das diversas respostas foi: "Estou com a Hanna" e em seguida "Uma prova, chama a atenção". Coloquei essa e outras gravações da véspera numa pasta no computador e esqueci desse áudio. No dia seguinte, já com a presença do Rômulo e a esposa, que o acompanhava, comentei que na véspera eu havia feito contatos e que haviam alguns de clareza ímpar. Abri a pasta de arquivos no computador e coloquei uns três áudios. Nisso a esposa pergunta: -"Esse arquivo que diz "Hanna"... poderíamos ouvir?" Abri imediatamente, e eis que o casal ficou atordoado. Não apenas reconheceram a voz da irmã falecida do Rômulo, mas confirmaram que Hanna, nome tão incomum, era a sobrinha adorada dela. E ainda, havia o detalhe de confirmarem que "uma prova, chama a atenção". Isso demonstra que ocorreu um processo inteligente, coerente e com identificação de voz.
Revista Além da Vida - O cientista Ricardo Molina, da Unicamp, embora afirmando, em matéria publicada na mídia, que jamais participou de uma experiência de transcomunicação, contesta o fenômeno, alegando que "não há como comprovar a voz de um morto". Que réplica você oferece a esse tipo de argumento ?
Sonia Rinaldi - Ele é um cientista respeitável, e certa vez, à pedido do programa Fantástico, ele analisou vozes nossas e disse em público: "Só posso afirmar que são vozes... mas não posso dizer se é de vivo ou morto". Sob o ponto de vista científico ele se posicionou corretamente. Ocorre que, sonoramente falando, ambas as vozes são iguais, de vivo ou falecido. Foi-se o tempo em que Voz Paranormal era sinônimo de chiado e de difícil compreensão. Avançamos tanto que hoje em dia, só de ouvir, é impossível se dizer se a voz é de falecido. Ocorre que, softwares de análises, como os que usamos atualmente, permitem o detalhamento de característica das vozes, matematicamente investigadas. Trabalhamos com alguns cientistas, dentre eles, o físico Claudio Brasil, que já analisou mais de 500 de nossas Vozes. Ele detectou peculiaridades nessas vozes que as diferenciam, apenas matematicamente, das vozes humanas. O ouvido humano não tem capacidade para captar esses detalhes, mas a informática tem. Possivelmente, o doutor Ricardo Molina, não tardará a acompanhar essas pesquisas.
Revista Além da Vida - Você afirma que o Espiritismo fortaleceu o pilar religioso em detrimento do científico, tornando complicada a simples aceitação da transcomunicação no meio espírita. Como assim, se Kardec afirmou que se uma verdade nova se revelar (pela ciência), o Espiritismo a aceitará (Gênese, 1º capítulo, 55).
Sonia Rinaldi - Uma coisa é o que Kardec propôs e outra é o que os centros espíritas fazem. Ele não afirmou que o Espiritismo teria três pilares, o religioso, o filosófico e o científico? Em que centro espírita é feito qualquer tipo de investigação, ou pesquisa, tal e qual era feito nos tempos dele? Além de ficarem estudando aquilo que já está publicado há um século e meio, onde estão os novos avanços trazidos pelos espíritas? Ou os Espíritas ficarão aguardando que cientistas é que se interessem em comprovar se o Espírito existe ou não? Para eles, não existe e ponto. A iniciativa de alimentar o Espiritismo com evidencias e provas que o validem - diferentemente de outras religiões que não conseguem provar os dogmas que estabelecem - deveria ser dos espíritas. Cadê isso? Kardec fez isso, e de certo esperava que esse ângulo, o científico não fosse esquecido. Mas na prática, o que se vê é muita ajuda social, estudo do que já existe e a busca da melhoria interior. Isso é filosofia e religião, mas não é o pilar científico. Com raras exceções, isso nem faz parte da Doutrina. Conheço uns três ou quatro pesquisadores: O doutor Sergio Felipe, que pesquisa a glândula pineal como fator de link com o plano espiritual; o doutor Tubino, da Unicamp que pesquisa ectoplasmia e outros poucos. Os centros espíritas se mantém distantes das pesquisas científicas.
Revista Além da Vida - O preconceito religioso, em geral, tem prejudicado o avanço científico nessa especialidade?
Sonia Rinaldi - Uma coisa é prejudicar e outra é se manter ao largo. O meio espírita não prejudica em nada, nem minhas pesquisas, nem a dos colegas que citei acima. Mas por outro lado, não apóia, não incentiva, não absorve. Passam ao largo. Enquanto outras religiões e seitas deslancham na TV e Rádio... angariando mais e mais adeptos, graças às promessas de fortuna etc... os espíritas ficam passivamente vendo a banda passar. No último senso, o número oficial de espíritas era de 3 milhões. De evangélicos, já era de 12 milhões. É uma irresponsabilidade dos espíritas não apoiar a comprovação definitiva de que a morte não é o fim e que se deve ter mais responsabilidade na presente existência. A não-ação dos espíritas, favorece o deslanche de seitas que nos agridem e que posam de Verdade. Penso que o meio espírita será mais tarde cobrado pelo que deixou de fazer.
Revista Além da Vida - Que avanços se tem registrado para explicar o fato de que as vozes do Além somente ocorrem quando se interrompem a fala dos participantes encarnados?
Sonia Rinaldi - Isso denota um princípio inteligente. Significa que eles nos ouvem, sabem quando paramos de falar e respondem coerentemente.
Revista Além da Vida - Consta que você obteve o primeiro laudo internacional confirmando a transcomunicação. Como foi para obter esse documento?
Sonia Rinaldi - Já fizemos mais de 350 telefonemas para o "outro lado" - técnica essa que desenvolvemos com o apoio da espiritualidade. Numa dessas gravações, uma mãe que perdeu uma jovem, a Edna, falava normalmente, quando a moça respondeu com tanta limpidez na voz, que nos ocorreu enviar para análise. Por sorte, a mãe, Cleusa, tinha a voz da Edna quando viva, deixada numa secretária eletrônica, de forma que pudemos enviar as suas amostras. A voz em fita da Edna, quando viva, e a voz paranormal, gravada no telefonema, a ver se eram da mesma pessoa. Enviamos para Itália, para nossos colegas Engenheiro Paolo Presi, e Engenheiro Daniele Gullá, que fazem parte de um centro de pesquisas, em Bologna. O instituto do qual fazem parte é o "IL Laboratorio", que vem se especializando em análises de áudios e imagens paranormais. Foram seis meses de trabalho para comparar ambas as amostras, usando um software empregado pelo FBI americano. A conclusão foi taxativa, num laudo com 52 páginas: ambas as vozes eram da mesma pessoa.
Revista Além da Vida - A transcomunicação buscada sem o conhecimento especializado do assunto pode trazer conseqüências negativas? De que tipo?
Sonia Rinaldi - Não tenho noticias de qualquer tipo de problema enfrentado por pessoas que pratiquem as gravações. Geralmente são pessoas que perderam um ser querido, e independentemente de serem espíritas ou não, gravam e obtém contatos. Claro que gravações não devem ter o teor de brincadeira, mas acho difícil alguém brincar com isso.
Revista Além da Vida - Sabemos que qualquer pessoa pode participar da experiência. Em rápidas palavras, o que precisa para alguém iniciar-se nessa prática?
Sonia Rinaldi - Basicamente um computador... e saber manusear programas de gravação. Tudo isso ensinamos no nosso recente livro "Gravando Vozes do Além" (que não está em livrarias). Publicamos esse livro com o objetivo de ensinar o leitor a gravar, justamente porque são milhares de pessoas que nos procuram porque sofrem pela perda de alguém querido e nos é impossível, atender nem 5% delas. O jeito foi ensinar, e é surpreendente como iniciantes vão obtendo bons resultados. Como esse nosso sétimo livro tem o objetivo de nos apoiar na compra de equipamentos, somente nós o vendemos. Caso o leitor se interesse é só visitar: http://www.ipati.org
Revista Além da Vida - Que outra eventual finalidade prática teria a transcomunicação, além de comprovar a imortalidade da alma?
Sonia Rinaldi - A transcomunicação permite provas que outros fenômenos não permitem; fenômenos subjetivos não são passíveis de serem estudados cientificamente; as imagens dos falecidos que já estamos recebendo, endossam a literatura espírita; mostram que vida do "outro lado" segue normal, sem anjos esvoaçantes etc... e claro, traz um consolo que muitas vezes não se consegue por outros recursos. Ouvir a voz do falecido querido e vê-lo, é algo que só a transcomunicação possibilita. Mais que isso: sabemos que estamos em contatos com diversos planos dimensionais - que ainda podem trazer informações e avanços que sequer sonhamos. Há que se fazer... Ou merecer.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Belas frases de Chico Xavier

"A árvore nascente aguarda-te a bondade e a tolerância para que te possa ofertar os próprios frutos em tempo certo. " [Chico Xavier]




"Às vezes, naquele minuto de oração deixamos de tomar uma atitude precipitada, de proferir uma palavra agressiva, de permitir que a cólera nos induza a qualquer atitude infeliz..." [Chico Xavier]


"No mínimo, a prece nos pacifica para que encontremos, por nós mesmos, a saída para a dificuldade que estejamos enfrentando..." [Chico Xavier]

Em qualquer dificuldade, não nos esqueçamos da oração... Elevamos o pensamento a Deus, procurando sintonia com os Espíritos bons." [Chico Xavier]

"Eu permito a todos serem como quiserem, e a mim como devo ser." [Chico Xavier]

"A criança desprotegida que encontramos na rua não é motivo para revolta ou exasperação, e sim um apelo para que trabalhemos com mais amor pela edificação de um mundo melhor." [Chico Xavier ]

"Plante amor e paz e a vida lhe trará colheita de paz e amor." [Chico Xavier]

"Não exijas dos outros qualidades que ainda não possuem." [Chico Xavier]

"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim." [Chico Xavier]

"Eu vivo muito alegre, muito feliz, trabalho, tenho sempre muita gente em volta de mim, muita, muita gente na minha vida, é disso que eu gosto." [Chico Xavier]

"A desilusão de agora será benção depois." [Chico Xavier]

"Valoriza os amigos. Respeita os adversários." [Chico Xavier]

"Não cobres tributos de gratidão." [Chico Xavier]

"Hoje auxiliamos, amanhã seremos os necessitados de auxilio." [Chico Xavier]

"Deixe algum sinal de alegria, onde passes." [Chico Xavier]

"Lembra-te de que falando ou silenciando, sempre é possível fazer algum bem." [Chico Xavier]

"Não exijas dos outros qualidades que ainda não possuem. A árvore nascente aguarda-te a bondade e a tolerância para que te possa ofertar os próprios frutos em tempo certo." [Chico Xavier]

"Lembra-te sempre: cada dia nasce de um novo amanhecer." [Chico Xavier]

"A vida, como a fizeres, estará contigo em qualquer parte." [Chico Xavier]

"Não me preocupei nem um pouco com essa previsão. Infelizmente, certas pessoas gostam de sensacionalismo. Não temos a menor idéia do dia de nossa partida, a menos que haja alta concessão do mundo espiritual..."
Obs.: Chico Xavier, sobre uma previsão de sua morte, feita por uma vidente. [Chico Xavier]


"Desde que Emmanuel assumiu o comando de minhas faculdades, tudo ficou mais claro, mais firme. Ele apareceu em minha vida mediúnica assim como alguém que viesse completar a minha visão real da vida." [Chico Xavier]

"A meu ver, tive três períodos distintos em minha vida mediúnica. O primeiro, de completa incompreensão para mim, é aquele dos cinco anos de idade, quando via minha mãe desencarnada, a proteger-me, até os dezessete anos, época em que me via sob a influência de entidades felizes e infelizes, até que a misericórdia do Senhor penetrou nossa casa, em maio de 1927." [Chico Xavier]

"Resisti aos impulsos, e não foi fácil. Outro dia, a grande poetisa goiana, Cora Coralina, dizia a uma repórter que os velhos, mesmo os velhos, têm direito aos sonhos eróticos. Sonhos maravilhosos..." [Chico Xavier]

"Eu vivo muito alegre, muito feliz, trabalho, tenho sempre muita gente em volta de mim. Muita, muita gente na minha vida, é disso que eu gosto." [Chico Xavier]

"Muitas vezes em aula, quando criança, ouvia vozes dos espíritos ou sentia mãos sobre as minhas mãos que eu senti vivas, guiando meus movimentos de escrita, sem que os outros as vissem. Isso me criava muitos constrangimentos." [Chico Xavier]

"Em fins de 1927, numa reunião pública e depois da evangelização, D. Carmem Perácio, médium de muitas faculdades, transmitiu a recomendação de um benfeitor espiritual para que eu tomasse o lápis e experimentasse a psicografia. Minha mão de pronto obedeceu, escrevendo dezessete páginas sobre os deveres espíritas. Senti alegria e susto ao mesmo tempo. Tremia muito quando terminei."
Obs.: Chico Xavier, sobre a primeira vez que psicografou [Chico Xavier]


"Estou convencido de que todos os políticos, sejam eles quais forem, merecem o nosso respeito e a nossa cooperação para serem para nós aquilo que nós esperamos deles." [Chico Xavier]

"Quanto ao meu sobrinho, era um perturbado. Bebia muito, não trabalhava direito, acabou louco. E morreu há alguns anos. Ele fez aquilo, ao que parece, pela sedução do dinheiro. Que o altíssimo o perdoe."
Obs.: Chico Xavier, sobre a atitude do sobrinho Amauri Xavier Pena, que declarou aos jornais que tudo o que ele e o tio escreviam não era de autoria de espíritos, mas deles próprios. [Chico Xavier]


"Ambiente limpo não é o que mais se limpa e sim o que menos se suja." [Chico Xavier]

Fonte: www.rivalcir.com.br

O Evangelho Segundo o Espiritismo

Desigualdade das riquezas

A desigualdade das riquezas é um dos problemas que inutilmente se procurará resolver, desde que se considere apenas a vida atual. A primeira questão que se apresenta é esta: Por que não são igualmente ricos todos os homens? Não o são por uma razão muito simples: por não serem igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem sóbrios e previdentes para conservar. É, alias, ponto matematicamente demonstrado que a riqueza, repartida com igualdade, a cada um daria uma parcela mínima e insuficiente; que, supondo efetuada essa repartição, o equilíbrio em pouco tempo estaria desfeito, pela diversidade dos caracteres e das aptidões; que, supondo-a possível e durável, tendo cada um somente com que viver, o resultado seria o aniquilamento de todos os grandes trabalhos que concorrem para o progresso e para o bem-estar da Humanidade; que, admitido desse ela a cada um o necessário, já não haveria o aguilhão que impele os homens às grandes descobertas e aos empreendimentos úteis. Se Deus a concentra em certos pontos, é para que daí se expanda em quantidade suficiente, de acordo com as necessidades.
Admitido isso, pergunta-se por que Deus a concede a pessoas incapazes de fazê-la frutificar para o bem de todos. Ainda aí está uma prova da sabedoria e da bondade de Deus. Dando-lhe o livre-arbítrio, quis ele que o homem chegasse, por experiência própria, a distinguir o bem do mal e que a prática do primeiro resultasse de seus esforços e da sua vontade. Não deve o homem ser conduzido fatalmente ao bem, nem ao mal, sem o que não mais fora senão instrumento passivo e irresponsável como os animais. A riqueza é um meio de o experimentar moralmente. Mas, como, ao mesmo tempo, é poderoso meio de ação para o progresso, não quer Deus que ela permaneça longo tempo improdutiva, pelo que incessantemente a desloca. Cada um tem de possuí-la, para se exercitar em utilizá-la e demonstrar que uso sabe fazer dela. Sendo, no entanto, materialmente impossível que todos a possuam ao mesmo tempo, e acontecendo, além disso, que, se todos a possuíssem, ninguém trabalharia, com o que o melhoramento do planeta ficaria comprometido, cada um a possui por sua vez. Assim, um que não na tem hoje, já a teve ou terá noutra existência; outro, que agora a tem, talvez não na tenha amanhã. Há ricos e pobres, porque sendo Deus justo, como é, a cada um prescreve trabalhar a seu turno. A pobreza é, para os que a sofrem, a prova da paciência e da resignação; a riqueza é, para os outros, a prova da caridade e da abnegação.
Deploram-se, com razão, o péssimo uso que alguns fazem das suas riquezas, as ignóbeis paixões que a cobiça provoca, e pergunta-se: Deus será justo, dando-as a tais criaturas? E exato que, se o homem só tivesse uma única existência, nada justificaria semelhante repartição dos bens da Terra; se, entretanto, não tivermos em vista apenas a vida atual e, ao contrário, considerarmos o conjunto das existências, veremos que tudo se equilibra com justiça. Carece, pois, o pobre de motivo assim para acusar a Providência, como para invejar os ricos e estes para se glorificarem do que possuem. Se abusam, não será com decretos ou leis suntuárias que se remediará o mal. As leis podem, de momento, mudar o exterior, mas não logram mudar o coração; daí vem serem elas de duração efêmera e quase sempre seguidas de uma reação mais desenfreada. A origem do mal reside no egoísmo e no orgulho: os abusos de toda espécie cessarão quando os homens se regerem pela lei da caridade.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVI, item 8.)

Teatro, concerto e música popular no fim de semana do paulistano

Um olhar para a cultura. Para quem estiver em São Paulo neste final de semana, dicas para curtir teatro, concerto e música popular.

Teatro

A peça Há 2000 anos – com direção de Gabriel Veiga Catellani está em cartaz no Teatro do Ator com o Grupo WeGa. Adaptada do livro psicografado por Francisco Cândido Xavier conta com dezoito atores em cena, é uma peça objetiva, dramática e lúdica. Publio Lentulus é um senador romano orgulhoso que viaja à Palestina na época em que Jesus viveu na Terra transmitindo seus ensinamentos.

Publio não soube aproveitar a existência que soa para quem crê na reencarnação como um minuto no relógio da vida. Sofrimento, alegria, ciúmes, crueldade e a conversão de sua esposa Lívia ao Cristianismo fazem parte dessa história.

A peça tem 2 horas de duração. Aos sábados 21h e domingos 19h. Ingresso R$ 30,00 mas levando 1 kg de alimento não perecível paga-se R$ 15,00. Sócios do Clube Amigos da Boa Nova têm 60% de desconto, pagando apenas R$ 12,00.

O Teatro do Ator fica na praça Franklin Roosevelt nº 172, ao lado da Igreja da Consolação, próximo a estação República do metrô, no centro da capital paulista. Informações: (11) 3082-2020

Concerto

Para os que apreciam música clássica a dica é assistir a Orquestra Jovem de Heliópolis nesta sexta (17) às 20h e no sábado (18) às 17h, com regência de Edison Venturelli, interpretando “As Criaturas de Prometeu, Opus 43” de Beethoven e “Marcha Radetzky, Opus 228”, de Strauss, no Theatro São Pedro, na rua Barra Funda nº 171, centro de São Paulo. Informações: (11) 3667-0499. Grátis. Necessário retirar ingresso com antecedência.

MPB

O violeiro Almir Sater se apresentará neste sábado, dia 18, às 17h30, na região de Itaquera, zona leste de São Paulo. Cantor, compositor e ator, Almir cantará entre seus sucessos Tocando em Frente e Chalana. O show será no Sesc Itaquera, praça de eventos, na avenida Fernando do Espírito Santo Alves de Mattos nº 1.000, Parque do Carmo. Informações: (11) 2523-9200. Ingressos R$ 7,00 e R$ 1,50 meia entrada.

Diversão para toda a família com qualidade! Aproveite!

Marcadores de noticias relacionadas: Teatro, Música, Concerto,RBN, Espiritismo,

Only If - Enya

Mais Um video do Enya para elevação espiritual.
Vocês poderão ler as noticias do Blog enquanto escutam as canções mais lindas do Enya.

As revelações enviadas a Terra

Não vim destruir à Lei, este é o título do primeiro capítulo do livro O Evangelho Segundo o Espiritismo. A obra de Allan Kardec escrita em 1864 por intermédio de diversos espíritos, elucidando sobre as questões morais em torno dos pensamentos do Cristo.
Neste capítulo contém as três principais revelações enviadas ao Planeta Terra:

- Moisés
- Cristo
- Espiritismo

O Capítulo "Não vim destruir a lei" foi escrito numa época em que a ciência era Newtoniana, ou seja, extremamente materialista, sem perspectivas para a espiritualidade E mostra o encadeamento das ideias, o planejamento estratégico que a Espiritualidade Maior faz com a Humanidade em busca da regeneração.

Moisés abriu o caminho através da justiça, disciplinado um povo rude e escravo, Cristo veio mostrar o Amor em sua essência e sua aplicabilidade nas relações e o Espiritismo mostra a relação entre o mundo espiritual e o nosso mundo físico.

As três revelações fazem parte da preparação da nova era, Elas defendem a ideia de que a Humanidade terrestre atingirá um novo patamar de evolução.

“A revolução que se apresta é antes moral do que material. Os grandes Espíritos, mensageiros divinos, sopram a fé, para que todos vós, obreiros esclarecidos e ardorosos, façais ouvir a vossa voz humilde, porquanto sois o grão de areia; mas, sem grãos de areia, não existiriam as montanhas. Assim, pois, que estas palavras - "Somos pequenos" - careçam para vós de significação. A cada um a sua missão, a cada um o seu trabalho. Não constrói a formiga o edifício de sua república e imperceptíveis animálculos não elevam continentes? Começou a nova cruzada. Apóstolos da paz universal, que não de uma guerra, modernos São Bernardos, olhai e marchai para frente; a lei dos mundos é a do progresso. Fénelon. (Poitiers, 1861 ESE. )”

Assista ao vídeo com o tema: Não vim destruir a Lei:

http://www.youtube.com/watch?v=gNZGldXslgo

Notícias

Encontro Estadual do ESDE
Sorocaba/SP

Com o tema “A pedagogia de Jesus”, o Departamento do ESDE (Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita) da USE (União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo) promove o 3o Encontro Paulista de Monitores do ESDE, em Sorocaba/SP, nos dias 9 e
10 de julho.
O evento tem o objetivo de reunir monitores de grupos de ESDE, para a troca de experiências, estudos e aprendizado sobre os princípios e dinâmica deste programa de estudos e contará com a presença da presidente da Federação Espírita do Mato Grosso do Sul, Maria Túlia Bertoni. A participação é aberta também para educadores, dirigentes e coordenadores de estudos na casa espírita interessados em conhecer este curso.
As inscrições vão até o dia 3 de julho e podem ser realizadas exclusivamente pelo e-mail esde@usesp.org.br. Mais informações pelo site www.usesp.org.br, ou pelo telefone: (11) 2950-6554.

I Enartecap
Cachoeira Paulista/SP

A USE Regional de Cachoeira Paulista e a União Espírita Cachoeirense (UEC) realizam, nos dias 1, 2 e 3 de julho, a primeira edição do Enartecap (Encontro de Arte Espírita em Cachoeira Paulista), com música, teatro e oficinas de arte.
Presenças confirmadas: Grupo Vocal Espírita Joanna de Ângelis (Volta Redonda/RJ), Companhia de Arte Amigos da Luz (Rio de Janeiro/RJ), Banda Anima (Taubaté/SP), Ariovaldo Filho (Rio de Janeiro/RJ) e Júnior Vidal (Campos dos Goytacazes/RJ), com o lançamento do DVD “Confia”.
Mais informações pelos contatos: joaluizpt@yahoo.com.br e
deboracomonian@hotmail.com.

2o Encontro da Família Espírita da Zona Norte – Guarulhos/SP

A USE Distrital Santana promove no dia 26 de junho, das 9h às 18h no Espaço Prisma Eventos (Rua João Cavalari, 133 – Guarulhos/SP), o 2o Encontro da Família Espírita da Zona Norte, com o tema central “Família, Vida
e Sociedade”.
A programação, que contará com palestras, músicas, danças e sessões de autógrafos, abrangerá assuntos com foco em temas como “Desafios da educação pelo amor”, “Preservação do nosso planeta para futuras reencarnações” e “Desajuste dos comportamentos
na sociedade”.
Presenças confirmadas dos palestrantes José Carlos de Lucca, Heloísa Pires, Dra. Júlia Nezu e Dr. Alberto Almeida. Na parte artística, presenças de Paula Zamp, Allan Vilches, Coral Vozes do Caminho e grupos de danças.
Mais informações pelos telefones: (11) 3451-2788 e (11) 3405-9703; ou pelo e-mail usesantana@
usesantana.com.br.

Feira do Livro
São Bernardo do Campo/SP

Acontece no dia 5 de junho, das 9h às 18h30, a II Feira do Livro Espírita de São Bernardo, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (Rua João Basso, 231 – Centro – São Bernardo do Campo/SP), próximo ao Terminal Ferrazópolis.
O evento, com organização das Mocidades Espíritas “Azaluz” e “Eurípedes Barsanulfo”, terá a presença de várias editoras, com centenas de livros expostos. Autografando seus livros, estarão os autores Américo Canhoto, Maria Eduarda Vidal, Priscila Vono, Renata Stort, Rogério Pietro e
Tatiana Benitez.
Haverá também a apresentação do Coral da Mocidade Espírita Lírio Branco, o Espaço Criança para o público infantil e palestras especiais com Sebastião Lima, Manolo Quesada, Rosângela Pires, João Berbel e
Jacob Mello.

Simpósio – Carapicuíba/SP

A USE Intermunicipal de Carapicuíba promove no dia 12 de junho um simpósio para discutir o tema “Drogas e álcool: afaste essa ameaça da sua vida”, no Salão de Festas Paraíso (Av. Miriam, 132 – Centro – Carapicuíba/SP), próximo à Câmara Municipal.
O evento, das 13h às 17h30, contará com exposições de Ronaldo Campos (voluntário do Amor Exigente), com o tema “Dependência química em uma abordagem mais espiritual” e Adão Nonato (psicólogo, advogado e apresentador da Rádio Boa Nova), que abordará o “Programa dos doze passos e espiritualidade”. Além das palestras, haverá apresentações artísticas e do Projeto “Café da manhã sem drogas”, com os voluntários do Núcleo Espírita Amor e Luz.
As inscrições podem ser realizadas pelo e-mail secretaria@
usecara.org com o fornecimento de 1kg de alimento não perecível. Mais informações através do site www.usecara.org.

Música mediúnica – Atibaia/SP

Atibaia promove, no dia 18 de junho às 17h, o 2o Festival de Música Mediúnica, realizando um tributo a Jorge Rizzini, grande divulgador da música mediúnica e escritor de diversos livros espíritas.
O evento, com participações confirmadas de Maria Lúcia, Alna Ferreira, Écio Buck e Coral Jasmin, será realizado na sede do Centro Espírita Verdade e Luz (Rua Benedito Almeida Bueno, 55 – Centro – Atibaia/SP) e a entrada será feita pela doação de 1kg de arroz ou feijão, que serão destinados aos centros espíritas Verdade e Luz e Casa do Caminho Meimei.

Encontro de mocidades espíritas
Araraquara/SP

O Departamento de Mocidade da USE Intermunicipal de Araraquara promove, no dia 26 de junho, o EMEARA (Encontro de Mocidades Espíritas de Araraquara) com o tema “A vida e a morte”.
O encontro será dividido em três módulos: o primeiro módulo terá como tema “A morte”; o segundo abordará o tema “Depois da morte”; o terceiro módulo trará a questão “Somos Humanos buscando uma vivência espiritual ou Espíritos buscando uma experiência humana?”. O evento será das 8h30 às 17h10 na escola CAIC “Rubens Cruz” (Av. Dr. José Logatti, s/n – Selmi-Dey IV – Araraquara/SP) e as inscrições podem ser feitas até o dia 15 de junho com os dirigentes das
mocidades participantes.

Deus pode

Fausto Fabiano da Silva

faustofabianodasilva@yahoo.com.br



No livro “O que é o Espiritismo?” de Kardec, capítulo primeiro, O Maravilhoso e o Sobrenatural, encontramos que o sobrenatural é “tudo o que está fora das leis da Natureza”, ou seja, com existência independente dela. A ideia que a realidade ou os fenômenos são regidos muitas vezes pelo sobrenatural é excluída da compreensão espírita de mundo, como fica evidente neste trecho, do mesmo livro e capítulo já mencionados: “O sobrenatural desaparece à luz do facho da Ciência, da Filosofia e da Razão...”. Do mesmo modo, deparamos com pensamento semelhante em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”:

Para o vulgo ignorante, todo fenômeno cuja causa é desconhecida passa por sobrenatural, maravilhoso e miraculoso; uma vez encontrada a causa, reconhece-se que o fenômeno, por muito extraordinário que pareça, mais não é do que aplicação de uma lei da Natureza. Assim, o círculo dos fatos sobrenaturais se restringe à medida que o da Ciência se alarga.

Como se vê, a ideia do sobrenatural é tida como fruto da ignorância das reais causas dos fenômenos (sempre naturais) ou também como uma fase a ser superada pelo avanço do conhecimento humano.

É tentador encontrar a causa desta opção pelo natural, no espírito científico do século dezenove, como se a Doutrina Espírita fosse toda determinada por uma época. Se o Espiritismo fosse totalmente histórico, teríamos que concordar que, se Kardec fosse mulçumano, teríamos apenas um Islamismo Segundo o Espiritismo e não “O Evangelho Segundo o Espiritismo”; se Kardec nascesse na Índia, talvez Jesus não fosse: “o mais perfeito modelo” e sim outro. O que mostra o absurdo que é entender a Doutrina Espírita apenas pelo viés histórico/materialista.

Entretanto, não podemos negar que o Espiritismo e o próprio Kardec receberam influência da mentalidade histórica do seu século, porém, certos princípios da Doutrina Espírita dizem respeito a verdades eternas, não históricas, como a Lei do Progresso, os princípios morais, a imortalidade da alma, a reencarnação, a comunicação mediúnica, a existência de Deus e por fim, a noção que a realidade é regida por leis naturais e não por fatores sobrenaturais.

Podemos dizer, para sermos justos, que o século XIX ajudou, com sua mentalidade científica, na aceitação “de um mundo natural”, mas este princípio é próprio das verdades imutáveis do Criador, que o Espiritismo vem revelar para aqueles que têm ouvidos para ouvir e olhos para ver.

Esta exclusão do sobrenatural tem outra consequência importante: criar uma concepção de Deus diferente do tradicional “Deus do Impossível”, largamente utilizada nas religiões evangélicas. Aparentemente, o Deus espírita estaria em desvantagem agindo apenas sobre as leis da natureza, mas esta desvantagem é apenas ilusória, pois é muita pretensão acreditar conhecer todas as leis do universo. Sobre isto, é revelador o pensamento encontrado em “O Livro dos Médiuns”: “Conheceis, porventura, tão bem essas leis, que possais marcar limite ao poder de Deus?” . É significativo também o trecho encontrado no livro “A Gênese” de Kardec:

Deus não se torna menos digno da nossa admiração, do nosso reconhecimento, do nosso respeito, por não haver derrogado suas leis, grandiosas, sobretudo, pela imutabilidade que as caracteriza. Não se faz mister o sobrenatural, para que se preste a Deus o culto que lhe é devido .

A ideia da não derrogação das leis de Deus se dá através de um raciocínio simples encontrado outra vez no livro “A Gênese” de Allan Kardec: “Deus não faz milagres, porque, sendo, como são, perfeitas as suas leis, não lhe é necessário derrogá-las” , ou seja, Deus sendo perfeito, Suas leis também são, logo, Ele agiria apenas de forma natural, mas isto como já vimos, não O diminui. Entretanto, como um dos atributos de Deus é de ser: “absolutamente poderoso” , “Ser absoluto!” , ou ainda, Onipotente , Deus não pode estar sujeito a nada, inclusive às Suas próprias leis, já que seu poder é sem limites, sem restrições, caso contrário, não seria Deus. Por isto, Allan Kardec, sabiamente, deu a entender várias vezes que, embora Deus agisse não de maneira sobrenatural, isto não Lhe tiraria o poder de fazê-lo se essa fosse Sua vontade, como fica evidente nesta frase:

Na acepção teológica, os prodígios e os milagres são fenômenos excepcionais, fora das leis da Natureza. Sendo estas, exclusivamente, obra de Deus, pode ele, sem dúvida, derrogá-las, se lhe apraz . (grifos meus)

Também no livro A Gênese, outra vez uma afirmação com o mesmo teor:

Mesmo, porém, que semelhante derrogação seja possível, ter-se-á, pelo menos, de reconhecer que só ele, Deus, dispõe desse poder. (grifos meus)

E por fim na Revista Espírita de janeiro de 1862, no item “O Sobrenatural”, outra vez o mesmo tipo de pensamento:

Mas, ainda uma vez, não contestamos a Deus o poder de derrogar suas leis.

Concluímos então, que o caráter absoluto de Deus continua preservado na Doutrina Espírita, e não há nenhuma contestação ao Seu poder; o que existe, é um entendimento sobre Seu agir, entendimento este, que é importante lembrar, relativo e limitado à nossa capacidade humana de compreendê-Lo.

Perdão

Alguns subsídios para a reflexão sobre o perdão:

Poderemos utilmente pedir a Deus que perdoe as nossas faltas?

“Deus sabe discernir o bem do mal; a prece não esconde as faltas. Aquele que a Deus pede perdão de suas faltas só o obtém mudando de proceder. As boas ações são a melhor prece, por isso que os atos valem mais do que as palavras.” (L.E. 661)

Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?

“Benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.” (L.E. 886)

A misericórdia é o complemento da brandura, porquanto aquele que não for misericordioso não poderá ser brando e pacífico. Ela consiste no esquecimento e no perdão das ofensas. O ódio e o rancor denotam alma sem elevação, nem grandeza. O esquecimento das ofensas é próprio da alma elevada, que paira acima dos golpes que lhe possam desferir. Uma é sempre ansiosa, de sombria suscetibilidade e cheia de fel; a outra é calma, toda mansidão e caridade. (Ev. X 4)

Quantas vezes perdoarei a meu irmão? Perdoar-lhe-eis, não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes. Aí tendes um dos ensinos de Jesus que mais vos devem percutir a inteligência e mais alto falar ao coração. (Ev. X 14)

Perdoar aos inimigos é pedir perdão para si próprio; perdoar aos amigos é dar-lhes uma prova de amizade; perdoar as ofensas é mostrar-se melhor do que era. (Ev. X 15)

Quando perdoardes aos vossos irmãos, não vos contenteis com o estender o véu do esquecimento sobre suas faltas, porquanto, as mais das vezes, muito transparente é esse véu para os olhares vossos. Levai-lhes simultaneamente, com o perdão, o amor; fazei por eles o que pediríeis fizesse o vosso Pai celestial por vós. Substituí a cólera que conspurca, pelo amor que purifica. (Ev. X 17)

Amai os vossos inimigos. Não há coração tão perverso que, mesmo a seu mau grado, não se mostre sensível ao bom proceder. Mediante o bom procedimento, tira-se, pelo menos, todo pretexto às represálias, podendo-se até fazer de um inimigo um amigo, antes e depois de sua morte. Com um mau proceder, o homem irrita o seu inimigo, que então se constitui instrumento de que a justiça de Deus se serve para punir aquele que não perdoou. (Ev. XII 5)

O perdão é uma inspiração e, por vezes, um conselho dos Espíritos. Infelizes os que fecham o coração a essa voz: como diz a Escritura, serão punidos porque tinham ouvidos e não escutavam; o homem habituado às lutas pessoais, às reflexões justas e sãs, perdoa facilmente. (R.E. 1862, pág. 252)

Cairbar Schutel, no livro “Reforma Íntima – teoria e prática da evolução espiritual”, dedica o capítulo XIX ao tema perdão, do qual destacamos alguns itens:

O perdão é um gesto, uma vibração, um exemplo, um Bem. Corporifica-se numa palavra; simboliza um ato de desprendimento; permite a emanação de bons fluidos; representa uma maneira de amar; serve somente a bons propósitos. (461)

A prática da reforma íntima demanda o exercício constante do perdão. Não há limites para perdoar, ser indulgente, atuar com compaixão e absolver falhas alheias. Porém, cumpre lembrar que, no universo do perdão, exige-se honestidade, pureza de coração. A benevolência é símbolo maior do amor espiritual e jamais conseguirá mascarar-se em um perdão falsificado. (477)

O dom de perdoar aperfeiçoa-se na exata medida da evolução espiritual. Quanto mais se elevar na senda evolutiva, mais facilidade ter-se-á para remitir erros e relegar falhas alheias. O perdão é o amor verbalizado e contracenado no palco da vida eterna.