sexta-feira, 17 de junho de 2011

Perdão

Alguns subsídios para a reflexão sobre o perdão:

Poderemos utilmente pedir a Deus que perdoe as nossas faltas?

“Deus sabe discernir o bem do mal; a prece não esconde as faltas. Aquele que a Deus pede perdão de suas faltas só o obtém mudando de proceder. As boas ações são a melhor prece, por isso que os atos valem mais do que as palavras.” (L.E. 661)

Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?

“Benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.” (L.E. 886)

A misericórdia é o complemento da brandura, porquanto aquele que não for misericordioso não poderá ser brando e pacífico. Ela consiste no esquecimento e no perdão das ofensas. O ódio e o rancor denotam alma sem elevação, nem grandeza. O esquecimento das ofensas é próprio da alma elevada, que paira acima dos golpes que lhe possam desferir. Uma é sempre ansiosa, de sombria suscetibilidade e cheia de fel; a outra é calma, toda mansidão e caridade. (Ev. X 4)

Quantas vezes perdoarei a meu irmão? Perdoar-lhe-eis, não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes. Aí tendes um dos ensinos de Jesus que mais vos devem percutir a inteligência e mais alto falar ao coração. (Ev. X 14)

Perdoar aos inimigos é pedir perdão para si próprio; perdoar aos amigos é dar-lhes uma prova de amizade; perdoar as ofensas é mostrar-se melhor do que era. (Ev. X 15)

Quando perdoardes aos vossos irmãos, não vos contenteis com o estender o véu do esquecimento sobre suas faltas, porquanto, as mais das vezes, muito transparente é esse véu para os olhares vossos. Levai-lhes simultaneamente, com o perdão, o amor; fazei por eles o que pediríeis fizesse o vosso Pai celestial por vós. Substituí a cólera que conspurca, pelo amor que purifica. (Ev. X 17)

Amai os vossos inimigos. Não há coração tão perverso que, mesmo a seu mau grado, não se mostre sensível ao bom proceder. Mediante o bom procedimento, tira-se, pelo menos, todo pretexto às represálias, podendo-se até fazer de um inimigo um amigo, antes e depois de sua morte. Com um mau proceder, o homem irrita o seu inimigo, que então se constitui instrumento de que a justiça de Deus se serve para punir aquele que não perdoou. (Ev. XII 5)

O perdão é uma inspiração e, por vezes, um conselho dos Espíritos. Infelizes os que fecham o coração a essa voz: como diz a Escritura, serão punidos porque tinham ouvidos e não escutavam; o homem habituado às lutas pessoais, às reflexões justas e sãs, perdoa facilmente. (R.E. 1862, pág. 252)

Cairbar Schutel, no livro “Reforma Íntima – teoria e prática da evolução espiritual”, dedica o capítulo XIX ao tema perdão, do qual destacamos alguns itens:

O perdão é um gesto, uma vibração, um exemplo, um Bem. Corporifica-se numa palavra; simboliza um ato de desprendimento; permite a emanação de bons fluidos; representa uma maneira de amar; serve somente a bons propósitos. (461)

A prática da reforma íntima demanda o exercício constante do perdão. Não há limites para perdoar, ser indulgente, atuar com compaixão e absolver falhas alheias. Porém, cumpre lembrar que, no universo do perdão, exige-se honestidade, pureza de coração. A benevolência é símbolo maior do amor espiritual e jamais conseguirá mascarar-se em um perdão falsificado. (477)

O dom de perdoar aperfeiçoa-se na exata medida da evolução espiritual. Quanto mais se elevar na senda evolutiva, mais facilidade ter-se-á para remitir erros e relegar falhas alheias. O perdão é o amor verbalizado e contracenado no palco da vida eterna.

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