domingo, 24 de abril de 2011

O que é ser Epírita?

Por: Orson Peter Carrara

"Se consultarmos o dicionário ele nos indicará tratar-se de pessoa vinculada ao Espiritismo.

Se perguntarmos a quem não é espírita, uns ironizam (dizendo por exemplo que os espíritas "mexem" com os mortos), outros temem, outros permanecem indiferentes.


Para você, O QUE É SER ESPÍRITA ?
Se indagarmos aos próprios espíritas, uns dirão que é ir ao Centro, tomar passe, ouvir ou fazer palestras, ler livros.

Outros dirão que é fazer caridade.

As respostas serão várias, mas todas incompletas."

Tem MELHOR RESPOSTA que essa!

Ser espírita não é ser nenhum religioso; é ser cristão.

Não é ostentar uma crença; é vivenciar a fé sincera.

Não é ter uma religião especial; é deter uma grave responsabilidade.

Não é superar o próximo; é superar a si mesmo.

Não é construir templos de pedra; é transformar o coração em templo eterno.

Ser espírita não é apenas aceitar a reencarnação; é compreendê-la como manifestação da Justiça Divina e caminho natural para a perfeição.

Não é só comunicar-se com os Espíritos, porque todos indistintamente se comunicam, mesmo sem o saber; é comunicar-se com os bons Espíritos para se melhorar e ajudar os outros a se melhorarem também.

Ser espírita não é apenas consumir as obras espíritas para obter conhecimento e cultura; é transformar os livros, suas mensagens, em lições vivas para a própria mudança.

Ser sem vivenciar é o mesmo que dizer sem fazer.

Ser espírita não é internar-se no Centro Espírita, fugindo do mundo para não ser tentado; é conviver com todas as situações lá fora, sem alterar-se como espírita, como cristão.

O espírita consciente é espírita no templo, em casa, na rua, no trânsito, na fila, ao telefone, sozinho ou no meio da multidão, na alegria e na dor, na saúde e na doença.

Ser espírita não é ser diferente; é ser exatamente igual a todos, porque todos são iguais perante Deus.

Não é mostrar-se que é bom; é provar a si próprio que se esforça para ser bom, porque ser bom deve ser um estado normal do homem consciente.

Anormal é não ser bom.

Ser espírita não é curar ninguém; é contribuir para que alguém trabalhe a sua própria cura.

Não é tornar o doente um dependente dos supostos poderes dos outros; é ensinar-lhe a confiar nos poderes de Deus e nos seus próprios poderes que estão na sua vontade sincera e perseverante.

Ser espírita não é consolar-se em receber; é confortar-se em dar, porque pelas leis naturais da vida, "é mais bem aventurado dar do que receber".

Não é esperar que Deus desça até onde nós estamos; é subir ao encontro de Deus, elevando-se moralmente e esforçando-se para melhorar sempre.

Isto é ser espírita.

Com as bênçãos de Jesus, nosso Mestre.

"Aprendendo a lidar com as crises"

” Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no livro do tempo. Aquilo que colocamos nela, corre por nossa conta“.
(Chico Xavier)

(...) O homem materialista, esquecido de Deus, foge das Suas verdades e uma delas é a que nos traz felicidade — o amor, que nos faz respeitar a tudo o que nos rodeia. Os orgulhosos e egoístas são extremamente infelizes; eles não se contentam com coisa alguma, são eternos insatisfeitos. Não gostam das pessoas simples, achando-as ignorantes; os mais sábios que eles, causam-lhes inveja. Vivem irritados e temerosos. O mundo não se lhes apresenta como uma estação, onde nos encontramos apenas de passagem, mas, sim, como um lugar a ser conquistado, nem que para isso deixem para trás lágrimas e desespero. No dia em que o homem descobrir que a sua alma é imortal e que ninguém conhece sua essência a não ser quem a criou, não mais tentará destruí-la.

Livro: Mãos Estendidas
Irene Pacheco Machado, pelo Espírito Luiz Sérgio
Livraria e Editora Recanto

A grande função da Codificação Kardequiana nos
tempos modernos: apontar ao viajor extenuado do
planeta o conhecimento de si mesmo e a estrutura
de sua personalidade imortal e indivisível, alargando
as possibilidades e ampliando a sua visão espiritual.
Emmanuel e Chico Xavier
Do livro: Pérolas de Sabedoria
Há um século (e meio)
Hilário Silva e Chico Xavier
Do livro: O Espírito da Verdade - FEB

I

Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, naquela triste manhã de abril de 1860, estava exausto, acabrunhado.
Fazia frio.
Muito embora a consolidação da Sociedade Espírita de Paris e a promissora venda de livros, escasseava o dinheiro para a obra gigantesca que os Espíritos Superiores lhe haviam colocado nas mãos.
A pressão aumentava...
Missivas sarcásticas avolumavam-se à mesa.
Quando mais desalentado se mostrava, chega a paciente esposa, Madame Rivail – a doce Gaby –, a entregar-lhe certa encomenda, cuidadosamente apresentada.

II

O professor abriu o embrulho, encontrando uma carta singela. E leu:

“Sr. Allan Kardec:
Respeitoso abraço.
Com a minha gratidão, remeto-lhe o livro anexo, bem como a sua história, rogando-lhe, antes de tudo, prosseguir em suas tarefas de esclarecimento da Humanidade, pois tenho fortes razões para isso.
Sou encadernador desde a meninice, trabalhando em grande casa desta capital.
Há cerca de dois anos casei-me com aquela que se revelou minha companheira ideal. Nossa vida corria normalmente e tudo era alegria e esperança, quando, no início deste ano, de modo inesperado, minha Antoniette partiu desta vida, levada por sorrateira moléstia.
Meu desespero foi indescritível e julguei-me condenado ao desamparo extremo.
Sem confiança em Deus, sentindo as necessidades do homem do mundo e vivendo com as dúvidas aflitivas de nosso século, resolvera seguir o caminho de tantos outros, ante a fatalidade...
A prova da separação vencera-me, e eu não passava, agora, de trapo humano.
Faltava ao trabalho e meu chefe, reto e ríspido, ameaçava-me com a dispensa.
Minhas forças fugiam.
Namorava diversas vezes o Sena e acabei planeando o suicídio. “Seria fácil, não sei nadar” – pensava.
Sucediam-se noites de insônia e dias de angústia. Em madrugada fria, quando as preocupações e o desânimo me dominaram mais fortemente, busquei a Ponte Marie.
Olhei em torno, contemplando a corrente... E, ao fixar a mão direita para atirar-me, toquei um objeto algo molhado que se deslocou da amurada, caindo-me aos pés.
Surpreendido, distingui um livro que o orvalho umedecera.
Tomei o volume nas mãos e, procurando a luz mortiça de poste vizinho, pude ler, logo no frontispício, entre irritado e curioso:
“Esta obra salvou-me a vida. Leia- com atenção e tenha bom proveito. – A. Laurent”.
Estupefato, li a obra – “O Livro dos Espíritos” – ao qual acrescentei breve mensagem, volume esse que passo às suas mãos abnegadas, autorizando o distinto amigo a fazer dele o que lhe aprouver”.

Ainda constavam da mensagem agradecimento finais, a assinatura, a data e o endereço do remetente.
O Codificador desempacotou, então, um exemplar de “O Livro dos Espíritos” ricamente encadernado, em cuja capa viu as iniciais do seu pseudônimo e na pagina do frontispício, levemente manchada, leu com emoção não somente a observação a que o missiva se referira, mas também outra, em letra firme:

“Salvou-me também. Deus abençoe as almas que cooperaram em sua publicação. – Joseph Perrier.”

III

Após a leitura da carta providencial, o Professor Rivail experimentou nova luz a banhá-lo por dentro...
Conchegando o livro ao peito, racionava, não mais em termos de desânimo ou sofrimento, mas sim na pauta de radiosa esperança.
Era preciso continuar, desculpar as injúrias, abraçar o sacrifício e desconhecer as pedradas...
Diante de seu espírito turbilhonava o mundo necessitado de renovação e consolo.
Allan Karde levantou-se da velha poltrona, abriu a janela à sua frente, contemplando a via pública, onde passavam operários e mulheres do povo, crianças e velhinho...
O notável obreiro da Grande Revelação respirou a longos haustos, e, antes de retomar a caneta para o serviço costumeiro, levou o lenço aos olhos e limpou uma lágrima....

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