Redação
A dúvida, no estágio evolutivo em que nos encontramos, vez por outra, surge em nossa mente com suas incertezas, hesitações, indecisões.
Pode estar ligada a informações que nos chegam, ao cepticismo, à desconfiança, entre outras formas.
Por vezes, a dúvida corrói a alma, seja em relação ao ciúme, seja pela busca de ideias claras sobre determinado tema.
No item XII, da Introdução de O Livro dos Espíritos, Kardec aborda, por exemplo, a dúvida relativa à identidade do Espírito comunicante, passando instruções a respeito.
A lógica e o bom senso podem nos auxiliar, e muito, a dirimir certas dúvidas.
Na questão 37, desse livro, que representa a base de toda a Doutrina Espírita, o Codificador aborda, à luz da razão, a tese da criação do Universo, que tantas dúvidas tem causado a muitos, cientistas e teólogos, ou não.
O materialismo é outra fonte de dúvidas – como coloca Kardec, na questão 148 dessa obra básica –, principalmente na aceitação de verdades que estão além do plano físico, representando o Espiritismo uma fonte de luz para dirimi-las. Nessa oportunidade, muito antes, portanto, da afirmação de que o Espiritismo é uma religião (o que fez mais tarde), o Codificador acentua: “O Espiritismo é o mais potente auxiliar da religião (para dirimir dúvidas, alimentar esperanças e certezas que ajudam o ser humano a perseverar no caminho do bem)”.
Quantos duvidam da Justiça Divina, diante de tragédias individuais e catástrofes coletivas! Como entendê-la, amplamente, sem a aceitação da pluralidade das existências? É o que aborda Kardec, na questão 222, desse livro, editado, pela primeira vez, em 18 de abril de 1957.
Sem a reencarnação, como entender as diferenças entre as pessoas, do ponto de vista evolutivo? O mesmo se aplica às provas e expiações, pessoal ou de um grupo de Espíritos.
Nas questões 669 a 673, o Codificador dirime dúvidas sobre o sacrifício feito para agradar a Deus, que existiu e continua existindo entre muitos.
Deixando a vida futura de estar velada pela dúvida, coloca Kardec, na questão 799, de O Livro dos Espíritos, o homem perceberá melhor que, por meio do presente, lhe é dado preparar o seu futuro. Abolindo os prejuízos de seitas, castas e cores, o Espiritismo ensina aos homens a grande solidariedade que os há de unir como irmãos.
Na questão 961, pergunta o Codificador: “Qual o sentimento que domina a maioria dos homens no momento da morte: a dúvida, o temor, ou a esperança?”
Resposta: “A dúvida, nos cépticos empedernidos; o temor, nos culpados; a esperança, nos homens de bem.”
A fé, a meditação, a reflexão, a intuição, a inspiração, o estudo são meios ao nosso alcance para dirimir dúvidas.
Nossa mente pode estabelecer um canal de ligação com todos esses meios, para alcançar soluções, caminhos, esclarecimentos, formas de sentir e agir.
A Doutrina Espírita, no seu tríplice aspecto (científico, filosófico e religioso), dispõe de um acervo enorme para esclarecer, ensinar, animar o ser humano a fazer bom uso da sua programação reencarnatória, com o entendimento da sua condição de Espírito imortal e perfectível, sempre amparado por Deus, por Jesus, pelos benfeitores espirituais, motivando-o e mostrando como adquirir sintonia para tal, sempre no caminho do bem.
A dúvida, por menor que seja, pode nos fazer sofrer, conforme o caso. Dirimi-la deve ser meta, com todos os meios ao nosso alcance.
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