Que tal realizar um balanço em sua vida? Pense há quanto tempo você ouviu o chamado do Cristo, isto é, há quanto tempo você se afirma cristão.
Depois, dê uma olhada a sua volta, em sua própria casa. O que você vê?
As estantes estão abarrotadas de vozes caladas, livros que a traça devora. Estão ali, parados há tanto tempo que a poeira já se acumula e umas pequeninas teias de aranha aparecem entre uns e outros, só para lhe dar trabalho com a limpeza.
Os armários estão entupidos de roupas fora da moda e que você acha que um dia voltarão a ser usadas.
As caixas se empilham, guardando botas, sapatos, sandálias que não servem mais em seus pés.
Em baús ou armários bem altos estão os agasalhos de inverno abandonados, entregues ao apodrecimento.
Os móveis estão cheios de coleções de tantas coisas que você guarda, há tanto tempo que nem se recorda.
As farmácias improvisadas estão cheias de medicamentos que aguardam as suas enfermidades, enquanto o prazo de validade expira.
Estantes, armários, baús, caixas, pacotes cobertos de pó, mofo, bolor. Comida de traça, esconderijo para pequenos animaizinhos.
Tanta coisa parada, sem uso. E tantos a padecer carências.
Por isso, dê uma mexida nas estantes. Passe adiante os livros que você não vai ler. Examine o conteúdo e torne-os mensagens de vida.
Distribua as roupas usadas, enquanto ainda estão boas, para os que se encontram desnudos, na miséria.
Verifique se falta um botão, se há necessidade de refazer uma bainha, costurar um pequeno rasgo. Retoque e faça delas instrumentos da alegria.
Selecione os calçados, botas e sandálias. Retifique as solas gastas, providencie uma cola aqui, uma costura ali e oferte a quem anda descalço.
Você já aprendeu a respeito do grande número de enfermidades provocadas por pés-no-chão.
Imagine quantas crianças terão os seus pezinhos protegidos dos cacos de vidro, das pedras pontiagudas. Quantos pés cansados, não terão mais que suportar o calor das pedras ou do frio da terra úmida.
Desapegue-se das velhas lãs e capotes, dando-os aos sofredores.
Propicie calor abençoado a corpos quase sem roupa.
Conduza os remédios que estão nas prateleiras, esperando que você um dia adoeça, para postos de saúde, hospitais, clínicas comunitárias.
Não espere a doença visitar seu corpo. Socorra as criaturas doentes nos bairros pobres, nas estradas esquecidas.
Sacuda a poeira. Limpe o bolor. Afugente as traças.
Conserve o que tem em movimento. Tudo o mais, distribua, demonstrando que você é senhor e não escravo de coisa alguma.
Não espere que a dor se adorne de trapos e se apresente ao abandono, para que surja o seu momento de ajudar.
Não espere que a miséria desnude corpos sofredores a fim de que você possa oferecer a contribuição do seu socorro.
Não aguarde que as pessoas pereçam à falta de medicamentos.
Vá ao encontro da dor, da necessidade e ajude com o que tiver. Distribua o que quiser.
Atenda as ordens do seu coração de seguidor de Jesus, nosso Mestre.
(Fonte: livro Legado Kardequiano, do Espírito Marco Prisco)
Colaboração: Sergio Giese (sergio@bsdux.com.br)
Abraços
J.L.Veiga
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