A pugna que se travava além dos olhos físicos fazia-se constrangedora. O espírito, que fora expulso violentamente do corpo, não se desligara da matriz uterina, influenciando com a mente vigorosa e revoltada o organismo que se negara a sustentá-lo. Utilizando-se do motivo, sentia-se injustamente repudiado, não obstante as reiteradas súplicas que fizera à futura mãe na ânsia de progredir através das engrenagens do corpo físico. Assenhoreando lentamente a criminosa pela incidência telepática, foi desenhando na tela mental e conseguiu, ao longo dos meses, desarticular o equilíbrio da razão de seu comportamento. Nesse particular, a consciência culpada foi rompendo a couraça da falsa justificativa para o crime hediondo, gerando os pródromos do arrependimento, que se transformaria no fio mágico para o intercâmbio mental. Manoel Philomeno de Miranda
Fonte: Obsessão e Desobsessão de A a Z
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