A arte é a capacidade que tem o ser humano de pôr em prática uma ideia; utilização de tal capacidade com vista a um resultado que pode ser obtido por meios diferentes; atividade que supõe a criação de sensações ou de estados de espírito, de caráter estético, carregados de vivência pessoal e profunda, podendo suscitar em outrem o desejo de prolongamento ou renovação.
Temos aí três acepções da palavra arte, no “Aurélio”, dentre outras que existem. Entre elas, a capacidade criadora do artista de expressar ou transmitir tais sensações ou sentimentos.
A arte é um dos meios para a divulgação da ideia espírita, e ela pode estar presente na música, no teatro, na poesia, na literatura, entre outras formas de manifestação.
Rossini, em três mensagens, reproduzidas por Kardec, na Revista Espírita, fala-nos sobre a música espírita, a música e as harmonias celestes, a harmonia comparada com a luz.
A certo ponto, coloca: “A harmonia, a ciência e a virtude são as três grandes concepções do Espírito: a primeira o deslumbra, a segunda o esclarece, a terceira o eleva. Possuídas em suas plenitudes, elas se confundem e constituem a pureza.” E, mais adiante:
– O compositor, que concebe a harmonia e a traduz na linguagem chamada música, concretiza a ideia, escreve-a. O artista apreende a forma e toma do instrumento que lhe deve permitir exprimir a ideia.
– Produz sensações nos que escutam; essas sensações são a harmonia. A música as produziu.
– A música é o médium da harmonia.
– A harmonia é tão indefinível quanto a felicidade, o medo, a cólera: é um sentimento.
– A música é essencialmente moralizadora, uma vez que leva a harmonia às almas, e a harmonia as eleva e as engrandece.
– A influência da música sobre a alma, sobre o seu progresso moral, é reconhecida por todo o mundo. Mas a razão dessa influência, geralmente, é ignorada. Sua explicação está inteiramente neste fato: a harmonia coloca a alma sob o poder de um sentimento que a desmaterializa.
– Moralizando os homens, o Espiritismo exercerá uma grande influência sobre a música.
– Os ouvintes que o Espiritismo tiver preparado para receber, facilmente, a harmonia, ouvindo música séria, sentirão um verdadeiro encanto.
– O Espiritismo terá influência sobre a música: seu advento mudará a arte, depurando-a. Sua fonte é divina, sua força o conduzirá por toda a parte onde houver homens para amar, para se elevar e para compreender. Tornar-se-á o ideal e o objetivo dos artistas. Pintores, escultores, compositores, poetas lhe pedirão suas inspirações, e ele lhas fornecerá, porque é rico, inesgotável.
– O Espírito do maestro Rossini, em nova existência, virá continuar a arte que considera como a primeira de todas. O Espiritismo será o seu símbolo e o inspirador de suas composições.
Essas as palavras finais de Rossini, na terceira mensagem.
O que Rossini fala da música é como colocado acima, aplica-se às outras artes.
Inclusive a sétima arte, o cinema.
Está em exibição “Nosso Lar – o filme”, baseado no livro “Nosso Lar” de André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier, no início da década de 40.
Essa superprodução cinematográfica leva a temática espírita do livro para as telas. É o resultado de uma enorme equipe de trabalho e visa sensibilizar o espectador, com a história real, autobiográfica, de André Luiz, seus estágios e aprendizados, tanto no umbral como na cidade espiritual de luz que o abrigou. É mais uma contribuição espírita para a espiritualização da arte, e de cada um de nós.
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