sexta-feira, 17 de abril de 2009

FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO

FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO

Todas as religiões consideram a caridade como o principal meio para a elevação e salvação do homem. (NOTA: A IGREJA CATÓLICA, dogmática, SINALIZA QUE "FORA DA IGREJA NÃO HÁ SALVAÇÃO"). É através da caridade que se consegue a libertação do egoísmo e do orgulho, que acorrentam o ser humano ao sofrimento que caracteriza o seu baixo nível de evolução espiritual.

Assim, caridade e humildade são o único caminho da salvação: egoísmo e orgulho são o da perdição. Não é a prática ortodoxa de qualquer religião que assegura a salvação, aí entendida como libertação do homem do estágio inferior em que ainda se encontra. O herético que sente amor pelo próximo coloca-se acima do ortodoxo endurecido e orgulhoso, a quem falta caridade. Esta não é apenas uma das condições da salvação, mas a única, já que ela encerra implicitamente todas as outras: a humildade, a mansidão, a benevolência, a indulgência, a justiça.

A caridade assim encarada é muito mais do que o oferecimento de dádivas materiais aos necessitados. Ela resume todo o conceito de amor ao próximo, expresso a cada momento nas atitudes que caracterizam o relacionamento entre os seres humanos, que desse modo evoluem para a sublimação nos mundos superiores, onde todos são verdadeiros irmãos, porque filhos do mesmo Pai, o Criador Supremo. Os dogmas sectários que apontam a salvação através de afirmações como "fora da Igreja não há salvação" (e isse pode ser estendido a todas as igrejas ... ) desconhecem a grande lei de igualdade perante o túmulo. A verdadeira máxima é "fora da caridade não há salvação", que consagra o princípio de igualdade diante de Deus e da liberdade de consciência. Todos os homens são irmãos e, seja qual for a sua maneira de adorar o Criador, dão-se as mãos e oram uns pelos outros.

As várias escolas religiosas pretendem ter o privilégio da verdade e, por isso, através dele, a exclusividade da via da salvação. Mas a verdade absoluta só é partilhada pelos Espíritos de ordem mais elevada, ou então a Humanidade terrestre não teria, assim, possibilidades de salvar-se, ou seja, de evoluir. Daí a impossibilidade de condicionar o conhecimento da verdade apenas através da fé.

O caminho do progresso espiritual está na prática da caridade, na sua mais ampla acepção. A caridade, nas suas mais diversas modalidades, está ao alcance de todo o mundo, do ignorante e de sábio, do rico e do pobre, porque ela é independente de toda crença particular, de qualquer estágio de conhecimentos e de cultura ou de quaisquer posses.

A caridade não está apenas na benemerência, mas na reunião de todas as qualidades do coração, na bondade e na benevolência para com o próximo. Não basta uma virtude passiva, é preciso uma virtude ativa. Para fazer o bem é preciso sempre a ação da vontade. Para não fazer o mal são suficientes muitas vezes a inércia e o descuido.

Para terminar, ouçamos as sublimes palavras de Paulo, o apóstolo, que foi também Saulo: "Se eu falasse todas línguas dos homens e mesmo a língua dos anjos, se não tivesse caridade, seria como um bronze que soa e um címbalo que retine. Se eu tivesse o dom da profecia, que penetrasse em todos os mistérios e que tivesse perfeito conhecimento de todas as coisas; se tivesse ainda a maior fé possível até transportar montanhas, se não tiver caridade não serei ninguém. E quando houver distribuído todos os meus haveres para alimentar os pobres e quando tiver entregado meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, tudo isso não me servirá de nada.

"A caridade é paciente: é suave e benfeitora; a caridade não é invejosa; não é temerária nem precipitada; ela não se enche de orgulho; ela não é desdenhosa; não procura seus próprios interesses; não se melindra nem se irrita com nada; não tem desconfiança maldosas; não se rejubila com a injustiça, mas rejubila-se com verdade. Ela tudo suporta, tudo crê, tudo espera e tudo sofre".

Baruch Ben Ari

Nenhum comentário: