domingo, 18 de abril de 2010

BOA NOVA no ar REDAÇÃO DA RÁDIO BOA NOVA

Osmar Marsili , é diretor superintendente da Rádio Boa Nova. Impossível seria falar da história desta emissora sem citá-lo. Após dezenove anos de uma sólida carreira em uma indústria alemã, teve apenas cinco minutos para decidir se iria trabalhar ou não na rádio, adquirida pelas Casas André Luiz.
Nesta entrevista, ele nos relata a rica experiência proporcionada pela emissora, das dificuldades iniciais, das metas conquistadas e da grande expectativa em relação ao futuro.

Como nasceu a Rádio Boa Nova?
Esta história é tão bonita quanto a das Casas André Luiz e se funde com a aquisição da Rádio Clube de Sorocaba. Com a primeira emissora, percebemos o grande valor deste meio de comunicação para a divulgação da Doutrina Espírita. Então, começamos a procurar uma segunda emissora em vários lugares, até que soubemos que o Grupo Paulo Machado de Carvalho, antigas Emissoras Unidas, estava vendendo a Rádio Difusora Hora Certa de Guarulhos. Em 31 de maio de 1964, já com um pouco de experiência obtida com a rádio de Sorocaba, compramos esta emissora, sendo que em 1975 se deu a troca de nome para Rádio Boa Nova.

Quando e como iniciaram suas atividades na emissora?
Logo depois da alegria de termos adquirido essa emissora, os espíritos congratularam-se conosco. Assim como aconteceu com a Rádio Clube, nós precisávamos de alguém para dirigir a emissora. E a indicação, disseram, "recaiu sobre você, Osmar". Eu me surpreendi muito. Pedi tempo para pensar, e foi-me dado... cinco minutos!

Como foi tomar esta decisão?
Eu trabalhava há 19 anos em uma indústria alemã, e tinha um bom padrão de vida. Então, os espíritos disseram ser uma valiosa oportunidade para mim. Diante disso, aceitei. Pedi demissão da empresa. Logo no início, caí em depressão devido à mudança radical. Mas para nós naquela época, e ainda hoje se tivéssemos de renunciar, faria o mesmo pelo ideal, pela Casa e pela Causa e, por fim, pelo futuro promissor, que eu vi na rádio, para o Espiritismo. Entretanto, é difícil imaginar dirigir algo sem experiência. Exemplificando, nos meus primeiros dias na rádio, havia um jornal falado e quando o repórter não trazia notícias, eu utilizava a ajuda do "gilette-press’’, isto é, recortava notícias dos jornais impressos, para colocar no ar. Dirigia a emissora, buscava discos nas gravadoras, vendia publicidade, ia cobrar, fazia o caixa, emitia faturas à noite, substituía apresentadores... Era uma dedicação total. Em 1966, foi construído o prédio da administração das Casas André Luiz e o auditório Lísias. Foi quando nos mudamos. Quando íamos vender publicidade, a emissora, conhecida como religiosa, encontrava grandes dificuldades junto aos anunciantes e gravadoras que, levadas pelo preconceito, negavam-se, muitas vezes, a nos atender.
Enfim, era muito difícil o nosso trabalho.

Qual foi o aconselhamento proveniente dos Espíritos nesta ocasião?
Aceitar todas as nossas conquistas como verdadeiras. Os espíritos nos aconselhavam a prosseguir incansavelmente neste trabalho de radiodifusão, dizendo que fomos preparados no plano espiritual antes desta atual encarnação para a tarefa de difusão e do esclarecimento moral que não pudemos realizar antes. Eles pediram que fôssemos fortes, pois esta é a nossa luta, que devíamos dar exemplo aos que virão depois, para dar continuidade à obra que não é nossa, mas do Cristo, e sendo dele, ele enviará os trabalhadores e os recursos na hora certa.

O movimento espírita, à época, já participava da programação?
Bem poucas pessoas no movimento espírita tinham prática com radiodifusão. Os primeiros, iniciaram com a divulgação das obras de André Luiz, limitando-se a ler suas páginas, o que tornava os programas pouco atrativos.

A emissora também integrou-se às iniciativas do mundo artístico. Como foi isso?
A Boa Nova colaborou muito para o lançamento de artistas do mundo musical como Roberto Carlos, que fez vários shows beneficentes para as Casas André Luiz, e outros que doavam seus cachês, como Wanderléia, Agnaldo Rayol e os Vips.

Como foi o encontro com Chico Xavier?
Alguns conselheiros da Instituição queriam vender a rádio. As dificuldades econômicas eram enormes. E pensavam, não havia como sustentar as Casas e as Rádios. Tanto a Rádio Clube, como a Boa Nova, já tinham programações espíritas e eram tidas como emissoras com tendência religiosa. Desta maneira, muitos evitavam fazer publicidade na emissora. A viagem à Uberaba, foi a maneira do grupo aconselhar-se com Chico Xavier quanto ao rumo a se adotar. Diante do incentivo do Chico, prevaleceu o formato híbrido (espírita e leigo) até que nova situação surgisse. Daí, resolvemos transformar a emissora, tanto a Boa Nova quanto a Clube de Sorocaba, em fundação. Por que isto? Porque ao tornarem-se fundação, elas não poderiam mais ser vendidas, ao passo que enquanto permanecessem em nome de pessoas físicas, poderiam perfeitamente ser comercializadas. Desde 1979, quando surgiu esta idéia, passamos por várias contrariedades e só conseguimos viabilizar a Fundação em 1990. A partir deste momento, o grupo percebeu que era melhor dar à Rádio Boa Nova a finalidade primeira pela qual ela foi adquirida, ou seja, a de divulgar a Doutrina Espírita codificada por Kardec e cumprir com as recomendações dos Espíritos, de que o evangelho deveria penetrar pelos telhados.
Nestes anos em que estou aqui na direção da emissora, sinto-me realizado plenamente por tudo o que está sendo concretizado. (DA REDAÇÃO DA RÁDIO BOA NOVA)


Nenhum comentário: