quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Ler Matéria - Revista RIE Depressão e a espessura do cérebro

Ricardo Orestes Forni

“A nostalgia reflete evocações inconscientes, que parecem haver sido ricas de momentos felizes que não mais se experimentam. Pode proceder de existências transatas do Espírito, que ora as recapitula nos recônditos profundos do ser, lamentando, sem dar-se conta, não mais as fruir; ou de ocorrências atuais.” – Joanna de Ângelis.

Mais uma vez a ciência materialista invoca uma nova explicação para a depressão com base em alterações orgânicas do indivíduo. É o que nos revela a revista VEJA em sua edição de n.º 2106, de 1º de abril de 2009: “Os médicos acreditam que a depressão patológica é causada, principalmente, por alterações químicas do cérebro. Os baixos níveis de serotonina e dopamina, neurotransmissores responsáveis por regular o humor, são a maior evidência biológica da doença.”
Por que a ciência que tanto indaga e questiona não considera a hipótese de a serotonina e a dopamina estarem mais baixas em virtude da depressão, preferindo fechar a questão na tese de que as substâncias citadas diminuídas sejam a causa do processo depressivo? Continua a reportagem: “Um estudo da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, divulgado na semana passada, traz uma nova pista para desvendar as origens da depressão. A pesquisa compara a estrutura cerebral de pessoas com histórico familiar da doença, e, portanto, com probabilidade de desenvolvê-la, à de outras sem essa característica. No grupo de risco observou-se uma alteração anatômica no cérebro que surpreendeu os cientistas – o córtex direito era 28% menos espesso. Essa diferença é comparável às perdas de massa cerebral que ocorrem em pacientes com Alzheimer, em estágio inicial.”
Novamente a ciência deveria interrogar se o córtex dos depressivos é 28% menos espesso e por isso ocorre a depressão, ou se a depressão, por causas ainda não conhecidas, levaria a essa espessura menor.
Pelo que sugere a reportagem não fazem essa indagação e prosseguem: “O córtex lateral é responsável pela determinação do estado emocional, pela capacidade de tomar decisões e pela habilidade de planejamento. É comum que pessoas que sofreram algum tipo de trauma físico nessa região desenvolvam depressão.”
Esse trauma reduziria a espessura do córtex cerebral na região atingida? Haveria perda de massa cerebral motivada pelo trauma? Não ficou esclarecido. Persiste, então, a dúvida: a espessura é menor como causa da depressão ou em consequência dela, como seu efeito?
Um pouco adiante encontramos: “A pesquisa analisou o cérebro de 131 voluntários entre 6 e 54 anos, metade deles com histórico familiar de depressão. Nesse grupo, embora tivessem o córtex direito menor, nem todos haviam apresentado a doença.”
Quer dizer, então, que a espessura cerebral não é a causa da depressão, devendo existir outras causas ou fatores concorrentes? Creio que a ciência deve responder que sim, desde que não seja esse tal de espírito ou de alma utilizados pelas religiões, é claro.
No final da reportagem sobra uma esperança para nós, espiritualistas: “Os cientistas ainda não conseguiram definir como a menor espessura do córtex direito se relaciona com a propensão a desenvolver depressão. Não se sabe se esse é um fator determinante para sofrer da doença no futuro ou apenas um sinal de vulnerabilidade a ela.”
Ufa! Não conseguiram, ainda, aniquilar com esse tal de Espírito, não é verdade? E se ele não está liquidado, está no páreo. Dessa maneira, vamos ler um pouco de Joanna de Ângelis no livro Amor, imbatível amor, 14ª edição da LEAL, psicografia de Divaldo: “Seja, porém, qual for a gênese desses distúrbios, é de relevante importância para o enfermo considerar que não é doente, mas que se encontra em fase de doença, trabalhando-se sem autocomiseração nem autopunição para reencontrar os objetivos da existência. Sem o esforço pessoal, mui dificilmente será encontrada uma fórmula ideal para o reequilíbrio, mesmo que sob a terapia de neurolépticos. O encontro com a consciência, por meio de avaliação das possibilidade que se desenham para o ser, no seu processo evolutivo, tem valor primacial, porque liberta-o da fixação da ideia depressiva, da autocompaixão, facultando campo para a renovação mental e a ação construtora. Naturalmente, quando o processo se instala – nostalgia que conduz à depressão – a terapia bioenergética (Reich, como também a espírita), a logoterapia (Viktor Frank), ou conforme se apresentem as síndromes, o concurso do psicoterapeuta especializado, bem como de um grupo de ajuda, se fazem indispensáveis.
Seja, no entanto, qual for a problemática nessa área, a criação de uma psicosfera saudável em torno do paciente, a mudança de fatores psicossociais no lar e mesmo no ambiente de trabalho constituem valiosos recursos para a reconquista da saúde mental e emocional.
O homem é a medida dos seus esforços e lutas interiores para o autocrescimento, para a aquisição das paisagens emocionais.”

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