Meus bem-amados, não creiais em
qualquer Espírito; experimentai se
os Espíritos são de Deus, porquanto
muitos falsos profetas se têm levantado
no mundo. - (João, Epístola 1ª, cap. IV,
v. 1.)
Os fenômenos espíritas, longe de
abonarem os falsos Cristos e os
falsos profetas como apraz a algumas
pessoas dizerem, golpe mortal
desferem neles. O Espiritismo não faz
milagres, como alguns supõem. Tudo
que faz está previsto nas leis divinas.
– O Evangelho Segundo o Espiritismo,
cap. 21, itens 6 e 7.
Esta recomendação de João, em
sua primeira Epístola, e reiterada no
Evangelho Segundo o Espiritismo, é
muito oportuna para todos nós, que nos
dedicamos ao Espiritismo prático. Ela
nos faz lembrar uma conclusão muito
feliz de Allan Kardec, logo que iniciou
suas pesquisas sobre os fenômenos
espíritas, ao constatar que não sendo
os Espíritos, senão as almas daqueles
que habitaram a Terra, não podemos
considerar todos eles na categoria de
Espíritos elevados.
Com base nas ilações do Codificador, o
que encontramos no mundo espiritual
é uma população muito parecida
com a nossa. De um lado, há seres
confiáveis, sérios e, portanto, dignos
de crédito; e de outro, Espíritos prontos
a se pronunciarem sobre qualquer
assunto, sem a mínima preocupação
com a verdade; para estes, basta que
encontrem pessoas dispostas a ouvilos.
É muito comum nas hostes espíritas,
aceitar todas as comunicações como
algo ‘sagrado’ e que não devem ser
questionadas. É bom que se diga
que muitas vezes, os Espíritos mais
não fazem do que emitir opiniões
pessoais, que podem ser verdadeiras
ou falsas. Cabe a nós avaliá-las dentro
dos critérios que a Doutrina Espírita
nos oferece. Quando nós analisamos
cuidadosamente as comunicações
dos Espíritos, na verdade estamos
prestando um grande serviço à causa
espírita. E dessa forma, separando o
joio do trigo.
Admitir cegamente tudo o que nos
chega do além, é considerar-se
incapaz de pensar e raciocinar por
conta própria. Há muitas decisões
que tomamos no dia a dia, que devem
resultar de nossa observação e da
análise dos fatos. Não precisamos
perguntar tudo que pretendemos fazer
aos Espíritos. Seria ocupá-los com
assuntos que cabem a nós resolvê-los.
Senão, quais seriam nossos méritos?
Desse modo, não acreditamos que
os Espíritos queiram estabelecer uma
relação conosco de dependência
a eles. Adotar este caminho é abrir
brecha para a obsessão e se confessar
incapaz de administrar a própria vida.
Geraldo Ribeiro - Editor
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