Publicado na RIE em julho de 1928
Com a irrupção dos fatos espíritas e anímicos no mundo todo, o materialismo foi vivamente abalado e a conversão ao Espiritismo dos mais eminentes sábios originou a fundação na Inglaterra de uma Sociedade de Investigações Psíquicas, cujos trabalhos, graças ao método dos seus associados, deram-lhe grande prestígio, resultando a publicação de dois grossos volumes intitulados “Phantams of the Living” (Fantasmas dos vivos), fenômenos de valor, consignados por Myers, Gurney e Podmore.
Como é natural, em vista das personalidades eminentes que tomaram a sério esses estudos, em todos os países foi se acentuando o desejo de pesquisa, e fatos transcendentes foram constatados com precisão inalienável, achando-se registrados os seus relatos em milhares de livros que enriquecem atualmente a biblioteca espírita.
O Espiritismo, como bem sabem os nossos leitores, e esta Revista têm procurado esclarecer o mais possível; não constam os seus fatos unicamente de manifestações dos mortos, mas também de fenômenos psíquicos verificdos com os vivos.
Se aquela fase do Espiritismo é de indispensável valor para o testemunho da imortalidade, esta é também um poderoso elemento para a constatação da existência da alma, que se afirma e manifesta nos vivos completamente independente do corpo carnal, demonstrando assim não ser ela o resultado do trabalho celular, dos nervos, do cérebro, como erroneamente julgava a ciência materialista.
Os fenômenos de exteriorização da sensibilidade e da motricidade, que se acham aliás restritos ao animismo, uma das modelações do Espiritismo, vêm tornar patente a existência do corpo espiritual, invólucro permanente do espírito e seu verdadeiro instrumento não só na Vida do Além, mas também indispensável à vida atual como o fator máximo da conservação da forma e do equilíbrio vital, e como dissemos no nosso último número, revestido de propriedades peculiares que se apresentam em certos indivíduos, nos casos de bilocação, desdobramento etc.
Muitos investigadores e magnetizadores têm experimentado a sensibilidade do indivíduo completamente exteriorizada. Dentre os mais exigentes e escrupulosos de todos eles lembramos o coronel De Rochas, de quem reproduzimos alguns trechos insertos em sua magistral obra “Exteriorisation de la Sensibilité”.
Nos seus estudos o coronel De Rochas notou que quando se faz atravessar um copo d’água por uma zona luminosa sensível de um sonâmbulo exteriorizado, as camadas que se acham por trás do vidro, em relação ao corpo, ficam interrompidas, e a água do copo se ilumina rapidamente, desprendendo-se daí uma espécie de fumaça luminosa, e o sonâmbulo sentia os contatos feitos nessa água.
Foi então que fez a experiência de fotografia com a Sra. Lux, tirando três chapas, uma quando esta se achava ainda acordada, outra adormecida, e a outra quando exteriorizada. Picando com um alfinete a primeira placa, a Sra. Lux nada sentia; na segunda sentia pouco, e na terceira sentia demasiadamente, caindo em contraturas e soltando gritos lancinantes.
Essas experiências foram assistidas por um médico distinto que constatou o fato, o Dr. Barlemont.
Foi nessa ocasião que esses dois ilustres investigadores obtiveram a fotografia do corpo do médium e do seu duplo momentaneamente separados, fotografia que a Revue Spirite, de novembro de 1894, estampou com um relato do referido sábio.
Aksakof, em sua obra Animismo e Espiritismo cita três casos, mais ou menos semelhantes em que a aparição foi fotografada.
Não são só essas as aparições de vivos que impressionam chapas fotográficas; outros fatos análogos foram observados pelo capitão Volpi e por Straud, diretor do Bordeland, assim como a forma desdobrada do Professor Istrati que impressionou diversas placas à distância de 50 quilômetros do lugar onde se achava adormecido o corpo daquele professor.
Falando da exteriorização do espírito, o Prof. Myers diz que “a autoprojeção é o único ato definido que o homem parece capaz de executar, tanto antes como depois da morte corporal”.
Comunicando a si próprio uma vibração especial, o espírito demonstra à evidência, não ser um composto, um agregado de forças, mas ao contrário, o centro da vida, da vontade, o princípio dinâmico que governa o organismo e dirige suas funções. Além disso a independência da alma vem provar que o corpo nenhum papel representa nessa prova que se objetiva a ponto de ser visto, tocado e fotografado.
O seguinte caso narrado pelo Dr. Britten, em seu livro “Man and his relations”, é característico, digno de registro nesta Revista.
– “Um indivíduo de nome Wilson, morador em Toronto (Canadá), adormece no seu escritório e sonha que se acha em Hamilton, cidade situada a quarenta milhas inglesas ao oeste de Toronto. Em sonho, faz as suas visitas habituais e vai bater à porta de uma amiga, a Sra. D... Vem uma criada abrir a porta, e anuncia-lhe que a patroa havia saído; entretanto, ele entra e bebe um copo d’água; depois sai, encarregando a criada de transmitir os seus cumprimentos à dona da casa. Wilson desperta, e verifica que tinha dormido quarenta minutos.
Alguns dias mais tarde, uma Sra. chamada G..., residente em Toronto, recebe uma carta da Sra. D..., de Hamilton, na qual esta referia-lhe que o sr. Wilson viera à casa dela, bebera um copo d’água e depois partira sem voltar, o que a tinha contrariado, pois desejaria muito vê-lo. O Sr. Wilson afirmou não ter estado em Hamilton havia já um mês; mas, pensando no seu sonho, pediu à Sra. G... , que escrevesse à Sra. D..., para solicitar-lhe que não falasse do incidente aos criados, a fim de saber se por acaso reconhecê-lo-iam. Ele foi depois a Hamilton com alguns amigos e todos reunidos apresentaram-se na casa da Sra. D... Duas criadas reconheceram Wilson como a pessoa que tinha estado em casa, que batera à porta, que bebera um copo d’água, e que pedira para transmitir os seus cumprimentos à patroa”.
Os casos de desdobramento abundam nas páginas da história e o seu fim providencial é a demonstração da existência espiritual independente do corpo carnal.
Catalogados nas manifestações anímicas, esses fenômenos só podem ser explicados sucintamente pelo Espiritismo, que, como disse o grande sábio inglês, Sir. Russel Wallace, “é a ciência da natureza espiritual do homem pondo-nos em relação com aqueles que indevidamente chamamos mortos”.
Como é natural, em vista das personalidades eminentes que tomaram a sério esses estudos, em todos os países foi se acentuando o desejo de pesquisa, e fatos transcendentes foram constatados com precisão inalienável, achando-se registrados os seus relatos em milhares de livros que enriquecem atualmente a biblioteca espírita.
O Espiritismo, como bem sabem os nossos leitores, e esta Revista têm procurado esclarecer o mais possível; não constam os seus fatos unicamente de manifestações dos mortos, mas também de fenômenos psíquicos verificdos com os vivos.
Se aquela fase do Espiritismo é de indispensável valor para o testemunho da imortalidade, esta é também um poderoso elemento para a constatação da existência da alma, que se afirma e manifesta nos vivos completamente independente do corpo carnal, demonstrando assim não ser ela o resultado do trabalho celular, dos nervos, do cérebro, como erroneamente julgava a ciência materialista.
Os fenômenos de exteriorização da sensibilidade e da motricidade, que se acham aliás restritos ao animismo, uma das modelações do Espiritismo, vêm tornar patente a existência do corpo espiritual, invólucro permanente do espírito e seu verdadeiro instrumento não só na Vida do Além, mas também indispensável à vida atual como o fator máximo da conservação da forma e do equilíbrio vital, e como dissemos no nosso último número, revestido de propriedades peculiares que se apresentam em certos indivíduos, nos casos de bilocação, desdobramento etc.
Muitos investigadores e magnetizadores têm experimentado a sensibilidade do indivíduo completamente exteriorizada. Dentre os mais exigentes e escrupulosos de todos eles lembramos o coronel De Rochas, de quem reproduzimos alguns trechos insertos em sua magistral obra “Exteriorisation de la Sensibilité”.
Nos seus estudos o coronel De Rochas notou que quando se faz atravessar um copo d’água por uma zona luminosa sensível de um sonâmbulo exteriorizado, as camadas que se acham por trás do vidro, em relação ao corpo, ficam interrompidas, e a água do copo se ilumina rapidamente, desprendendo-se daí uma espécie de fumaça luminosa, e o sonâmbulo sentia os contatos feitos nessa água.
Foi então que fez a experiência de fotografia com a Sra. Lux, tirando três chapas, uma quando esta se achava ainda acordada, outra adormecida, e a outra quando exteriorizada. Picando com um alfinete a primeira placa, a Sra. Lux nada sentia; na segunda sentia pouco, e na terceira sentia demasiadamente, caindo em contraturas e soltando gritos lancinantes.
Essas experiências foram assistidas por um médico distinto que constatou o fato, o Dr. Barlemont.
Foi nessa ocasião que esses dois ilustres investigadores obtiveram a fotografia do corpo do médium e do seu duplo momentaneamente separados, fotografia que a Revue Spirite, de novembro de 1894, estampou com um relato do referido sábio.
Aksakof, em sua obra Animismo e Espiritismo cita três casos, mais ou menos semelhantes em que a aparição foi fotografada.
Não são só essas as aparições de vivos que impressionam chapas fotográficas; outros fatos análogos foram observados pelo capitão Volpi e por Straud, diretor do Bordeland, assim como a forma desdobrada do Professor Istrati que impressionou diversas placas à distância de 50 quilômetros do lugar onde se achava adormecido o corpo daquele professor.
Falando da exteriorização do espírito, o Prof. Myers diz que “a autoprojeção é o único ato definido que o homem parece capaz de executar, tanto antes como depois da morte corporal”.
Comunicando a si próprio uma vibração especial, o espírito demonstra à evidência, não ser um composto, um agregado de forças, mas ao contrário, o centro da vida, da vontade, o princípio dinâmico que governa o organismo e dirige suas funções. Além disso a independência da alma vem provar que o corpo nenhum papel representa nessa prova que se objetiva a ponto de ser visto, tocado e fotografado.
O seguinte caso narrado pelo Dr. Britten, em seu livro “Man and his relations”, é característico, digno de registro nesta Revista.
– “Um indivíduo de nome Wilson, morador em Toronto (Canadá), adormece no seu escritório e sonha que se acha em Hamilton, cidade situada a quarenta milhas inglesas ao oeste de Toronto. Em sonho, faz as suas visitas habituais e vai bater à porta de uma amiga, a Sra. D... Vem uma criada abrir a porta, e anuncia-lhe que a patroa havia saído; entretanto, ele entra e bebe um copo d’água; depois sai, encarregando a criada de transmitir os seus cumprimentos à dona da casa. Wilson desperta, e verifica que tinha dormido quarenta minutos.
Alguns dias mais tarde, uma Sra. chamada G..., residente em Toronto, recebe uma carta da Sra. D..., de Hamilton, na qual esta referia-lhe que o sr. Wilson viera à casa dela, bebera um copo d’água e depois partira sem voltar, o que a tinha contrariado, pois desejaria muito vê-lo. O Sr. Wilson afirmou não ter estado em Hamilton havia já um mês; mas, pensando no seu sonho, pediu à Sra. G... , que escrevesse à Sra. D..., para solicitar-lhe que não falasse do incidente aos criados, a fim de saber se por acaso reconhecê-lo-iam. Ele foi depois a Hamilton com alguns amigos e todos reunidos apresentaram-se na casa da Sra. D... Duas criadas reconheceram Wilson como a pessoa que tinha estado em casa, que batera à porta, que bebera um copo d’água, e que pedira para transmitir os seus cumprimentos à patroa”.
Os casos de desdobramento abundam nas páginas da história e o seu fim providencial é a demonstração da existência espiritual independente do corpo carnal.
Catalogados nas manifestações anímicas, esses fenômenos só podem ser explicados sucintamente pelo Espiritismo, que, como disse o grande sábio inglês, Sir. Russel Wallace, “é a ciência da natureza espiritual do homem pondo-nos em relação com aqueles que indevidamente chamamos mortos”.
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