domingo, 2 de maio de 2010

Ler Matéria - Revista RIE

Destino final
Redação

Um sem número de “pérolas” encontramos no estudo das obras da Codificação. Uma delas está no item VI da Introdução de “O Livro dos Espíritos”, publicado no dia 18 de abril há 153 anos.
Com admirável poder de síntese Kardec resume a Doutrina Espírita ensinada pelos Espíritos superiores.
Recomendamos aos estimados leitores a leitura na íntegra desse texto.
Neste espaço, vamos nos ater a algumas transcrições pertinentes ao aspecto moral:
Os Espíritos não ocupam perpetuamente a mesma categoria. Todos se melhoram passando pelos diferentes graus da hierarquia espírita. Esta melhora se efetua por meio da encarnação, que é imposta a uns como expiação, a outros como missão. A vida material é uma prova que lhes cumpre sofrer repetidamente, até que hajam atingido a absoluta perfeição moral.
As diferentes existências corpóreas do Espírito são sempre progressivas e nunca regressivas; mas, a rapidez do seu progresso depende dos esforços que faça para chegar à perfeição.
O Espírito encarnado se acha sob a influência da matéria; o homem que vence esta influência, pela elevação e depuração de sua alma, se aproxima dos bons Espíritos, em cuja companhia um dia estará. Aquele que se deixa dominar pelas más paixões, e põe todas as suas alegrias na satisfação dos apetites grosseiros, se aproxima dos Espíritos impuros, dando preponderância à sua natureza animal.
As relações dos Espíritos com os homens são constantes. Os bons nos atraem para o bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os maus nos impelem para o mal: é lhes um gozo ver-nos sucumbir e assemelhar-nos a eles.
A moral dos Espíritos superiores se resume, como a do Cristo, nesta máxima evangélica: Fazer aos outros o que queríamos que os outros nos fizessem, isto é, fazer o bem e não o mal. Neste princípio encontra o homem uma regra universal de proceder, mesmo para as suas menores ações. Ensinam-nos que o egoísmo, o orgulho, a sensualidade são paixões que nos aproximam da natureza animal, prendendo-nos à matéria; que o homem que, já neste mundo, se desliga da matéria, desprezando as futilidades mundanas, e amando o próximo, se avizinha da natureza espiritual; que cada um deve tornar-se útil, de acordo com as faculdades e os meios que Deus lhe pôs nas mãos para experimentá-lo; que o forte e o poderoso devem amparo e proteção ao fraco, porquanto transgride a lei de Deus aquele que abusa da força e do poder para oprimir o seu semelhante. Ensinam, finalmente, que, no mundo dos Espíritos, nada podendo ser oculto, o hipócrita será desmascarado e patenteadas todas as suas torpezas; que a presença inevitável, e de todos os instantes, daqueles para com quem houvermos procedido mal constitui um dos castigos que nos estão reservados; que ao estado de inferioridade e superioridade dos Espíritos correspondem penas e gozos desconhecidos na Terra. Mas, ensinam também não haver faltas irremissíveis, que a expiação não possa apagar. Meio de consegui-lo encontra o homem nas diferentes existências que lhe permitem avançar, conformemente aos seus desejos e esforços, na sena do progresso, para a perfeição, que é o seu destino final.
Que a nossa homenagem a mais um aniversário do primeiro livro da Terceira Revelação possa ser o seu contínuo estudo e difusão, contribuindo para que pessoas dirimam suas dúvidas sobre de onde viemos, para onde vamos, interação entre os dois planos da vida, por que vivenciamos desafios interentes à nossa programação reencarnatória, necessidade de abraçarmos o processo de reforma íntima e, sobretudo, para que nós mesmos coloquemos em prática o que, no estudo teórico, nossa alma consegue apreender.

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