Não banalizar a vida Abel Glaser
A Folha de São Paulo do dia 8 de março deste ano, à página A-13 publica: “Lei que facilita aborto detona protesto maciço na Espanha”.
A lei foi aprovada por ampla maioria no Congresso: as grávidas têm até a décima quarta semana de gestação para decidir se querem ou não abortar.
Antes a legislação só permitia o aborto a mulheres que comprovassem o risco de vida para si ou para o bebê dentro deste mesmo período.
Agora, nos casos de risco para a mãe ou para o bebê ou anomalias comprovadas no feto, a permissão se estende até a vigésima segunda semana.
Em casos de “anomalias incompatíveis com a vida”, o aborto é permitido em qualquer estágio da gestação.
O texto diz que “a decisão de ter filhos e quando constitui um dos assuntos mais íntimos e pessoais. Os poderes públicos estão obrigados a não interferir nesse assunto”.
Essa lei, conforme a Folha noticiou no dia 25 de fevereiro à página A-17, permite a adolescentes entre 16 e 18 anos interromper a gravidez mesmo sem o consentimento de seus pais.
À luz da Doutrina Espírita trata-se de um equívoco.
A vida existe, no organismo materno, a partir do momento da fecundação, e deve ser respeitada.
Não existe “anomalias incompatíveis com a vida”. Há um Espírito ligado ao corpo em formação, com sua programação reencarnatória, que envolve provas e expiações, com vistas ao seu contínuo progresso espiritual e moral.
Na visão espírita, apenas o risco de vida da mãe justifica o aborto.
Deus estabeleceu que a evolução do Espírito se faz em estágios realizados ora no plano espiritual, ora no material. Por isso a reencarnação do Espírito, através da gestação, precisa e deve ser valorizada. Não fazê-lo representa infringir a lei divina, com todas as suas consequências.
Banalizando a vida, outros fatos vêm ocorrendo.
Na Suíça, anuncia a Folha de 16 de fevereiro à página E-10, a empresa Dignitas oferece suicídio assistido. Mil clientes “entraram pelo próprio pé e saíram entre quatro tábuas”, ou reduzidas a uma urna de cinzas. Existem seis mil na lista de espera.
A morte é necessária para o progresso do Espírito, mas na hora certa. Ela representa o retorno do Espírito ao mundo espiritual, com sua bagagem própria, que inclui o seu estado emocional. O suicídio, assistido ou não, é crime praticado contra a lei de Deus, e causa de muitos sofrimentos no lado de lá.
A Folha de 18 de fevereiro à página A-10 divulga o caso de eutanásia provocado por Ray Goslin, apresentador de documentários britânicos, que sufocou um antigo parceiro que tinha Aids e estava, segundo ele, na fase terminal.
Dos duzentos países do mundo, quatro, lamentavelmente, legalizaram a eutanásia: Holanda, Bélgica, Luxemburgo e Suíça, além dos estados americanos de Washington e Oregon. Em todas as outras nações, ajudar um paciente terminal a morrer é considerado crime.
Londres, por outro lado, dá brecha a suícidio assistido. Embora sem legalizar a prática, o Reino Unido cria lista de atenuantes para quem ajudar doente terminal a morrer, publica a Folha de 26 de fevereiro à página A-19. Essas diretrizes chegam dias após a confissão do jornalista da BBC, acima mencionado, ter praticado seu ato.
Pena de morte, eutanásia, aborto, suicídio, são posturas materialistas. É ilusão achar que esses procedimentos “resolvem problemas” dos quais se pretende libertar.
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