Meus irmãos, que esta irmandade criada pelo Divino Arquiteto do Universo possa prosseguir com êxito em cada um de nós, que possamos juntos estar sempre cientes de que temos um elo nos ligando e que este elo em vida terrena, muitas vezes, se nos apresenta como elos familiares, mas que, verdadeiramente, existem como elos espirituais.
A família terrena é composta por Espíritos em necessidades de complementação, de soerguimento, de vivenciar oportunidades, a se colocarem em disponibilidade espiritual mais abrangente. Isto quer dizer que a nossa família, nas esferas reencarnatórias, é composta por almas, por Espíritos em necessidade de entendimentos entre si, em necessidade de elevação e de cumprimento e preenchimento de lacunas do passado.
Portanto, caberá a cada um de nós, em sabendo disto, tentar reavivar as chamas do amor, da compreensão, da paz e da caridade, dentro do âmbito familiar.
Em primeiro lugar, busquemos a nossa organização dentro da esfera familiar, para depois, buscarmos os complementos, na vida e urbana.
Falo-vos disto porque em cada mente podemos observar as dificuldades dentro do próprio lar, as dificuldades em entendimento, em aceitação, em vivenciação, em atitudes que é necessário serem tomadas e que nos recusamos a isto.
Sim, quantos de nós nos revoltamos diante uma situação em nosso lar; quantos de nós queremos enfatizar uma personalidade e nos sobrepor às demais; quantos nos sentimos em controvérsias com as almas queridas que nos acompanham; quantos de nós não encontramos um momento de entendimento, de conversa pacífica e amiga. Mas também, muitos de vocês aliam-se a estes irmãos atores de uma mesma representação ambiental e vêm para estender-lhes as mãos, para acudir-lhes as necessidades, para serem o guia, o orientador e o estimulador a ultrapassar os problemas e vicissitudes, não é verdade?
Em primeiro lugar, em nos vendo como Espíritos em atendimento uns aos outros, em cuidados uns aos outros, saberemos que estamos numa representação necessária, e que esta representação se repetirá, tantas e tantas vezes, de acordo com as nossas necessidades e serem preenchidas e as das criaturas que, à nossa volta, estão. Portanto, caberá a cada um de nós buscar, em nosso prosseguimento familiar, a paz, o entendimento e a elevação.
A paz, para ser gerada e expandida, refletida a um ambiente e às pessoas que nos cercam, precisa ser trabalhada dentro de nós, precisa estar comungada às nossas aspirações mais elevadas.
Precisamos entender que esta paz, que ansiamos tanto, não se traduz por um baú repleto de moedas de ouro; não se traduz por preenchermos todas as nossas ambições e vaidades; não se traduz por estarmos nós em posição orgulhosa diante de irmãos próximos ou que pertençam à sociedade em que vivemos, não. Essa é uma paz conseguida através da vivência extensa da firme moral, da ampla compreensão e da vasta aceitação. Aceitação de cada criatura como se apresenta, hoje, em vida encarnada. Essa paz, a ser exalada a cada coração, precisa ser trabalhada, orientada e sedimentada.
Como conseguirmos isto, perguntarão?
Em várias e várias vidas, em vários exercícios encarnatórios, em abstinência a chamativos materiais, colocando-nos numa eloqüência do próprio Espírito diante das verdades eternas.
Se hoje, aqui, tocamos nesta palavra paz, é por estarmos vendo que muito poucos conseguem mantê-la dentro de si e dentro do ambiente em que tangenciam com irmãos encarnados.
Se não conseguimos a paz dentro de nós, não iremos conseguir em nosso ambiente familiar. Não iremos estender esta paz àqueles que convivem conosco em nosso trabalho, em nosso convívio social e humano em geral. Portanto, a humanidade hoje freqüenta os ambientes e se tumultua interiormente, apenas visando a uma paz diária, temporária, uma paz, que lhes aplaque as necessidades do momento, mas... e quando deixarmos o corpo terreno, essa paz, que acolhemos em minúcias na materialidade, não irá nos acompanhar, teremos um imenso vazio dentro de nós, seremos inadimplentes em Espírito, em sentimentos e emoções.
Tudo isto nos revela que esta busca pelo encontro de nossas necessidades e das nossas vontades, diante do nosso processo cármico, precisa ser mais ampla, mais dilatada. Esqueçamo-nos um pouco da vaidade, da ostentação, do orgulho, desta ambição desmesurada em que achamos que iremos envolver-nos em tranqüilos momentos de paz e harmonia. Não, jamais. A experiência nos mostra que nosso íntimo precisa estar ansiando momentos pacificos e eloqüentes, momentos baseados em leis maiores de procedimento de vida, de vida encarnada e eterna.
Essa busca por estes momentos, esta fertilidade que nos possibilitaremos, esta vontade firme de crescermos, de avançarmos em busca de uma paz e de uma complementação maior, isto será feito de acordo com a escolha de cada um.
Existem caminhos e caminhos para chegarmos a um equilíbrio dentro de nós mesmos. Mas, para isso, teremos que avançar, deixando para traz o excesso: o excesso da matéria; o excesso de emoções trepidantes; o excesso de sentimentos apaixonantes; o excesso de luxúrias, de orgulhos, de vaidades. Aí sim, estaremos abertos e dispostos a angariar formas mais amplas de ambientações espirituais, isto é, formas mais amplas de nos sentirmos reconfortados, com visões mais plenas e abundantes de vida, visões que se estenderão à vida infinita.
Por isso, meus amigos, em primeiro lugar, até atingirmos estes momentos, precisamos trabalhar, trabalhar muito, trabalhar a nós mesmos, mas com disciplina, com tenacidade e com respeito.
Que nosso Pai, Que tanto nos possibilita este distendimento, ajude a todos, para que, como irmãos eternos, possamos buscar a reforma íntima, em primeiro lugar a ser feita em cada um de nós, para que os momentos de entendimento e de paz se repercutam a todos aqueles que nos envolvem.
Que Jesus, nosso Irmão Maior, nos ajude nesta caminhada em direção à luz eterna.
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