sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A claridade íntima

A CLARIDADE ÍNTIMA

Visualizamos quem realmente somos?

Sentimos uma realidade necessária a ser, realmente, vivenciada?

Atravessamos períodos difíceis e traduzidos por serena conscientização ou nos atordoamos, intimamente, sem saber os porquês e a razão de períodos e etapas nebulosos?


Sim, porque a verdadeira claridade íntima, buscada no entendimento e na própria procura pelas plausíveis razões que nos tocam o viver, só será sentida e visualizada, se a buscarmos no vivo relacionamento entre nossas almas e a Daquele Que nos criou.

Aprendendo a cada existência, buscando condições mais amplas no relacionamento entre as almas que, diante de nós, também se expõem, é que poderemos, pouco a pouco, intentar aproximações de nossos Espíritos com as relativas energias que nos tangem e abastecem.

Como buscar a claridade íntima?

Como tentar elucidar o viver e seus envolvimentos, se não ousarmos penetrar no labirinto de nossa mente, observando aquilo que somos?

Como nos querer perpetuar como seres iluminados, se não conseguimos sequer deliberar a nós mesmos, como se estivéssemos diante de um espelho, o retrato fiel e transparente de nossa personalidade, dentro de nossas possibilidades e condições humanas, morais e espirituais?

Como nos trazer sob condições legítimas de patrocinar com certa largueza e positividade a nossa existência atual, se as verdades ficam escondidas num dos quartos da mente, para não nos atrapalharem nestas vivenciações explorativas na materialidade?

Como enfrentarmos estes quartos mentais tão sombrios e que, naturalmente, nos colocarão sob visualizações difíceis, que terão de ser trazidas à luz das verdades divinas, para serem enfrentadas?

Como, meus irmãos, penetrarmos na profundidade de nós mesmos e termos a coragem de reagir às tantas propostas onerosas que nos são expostas por nossas almas?

Como buscar a autenticidade necessária e a disponibilidade a trânsitos mais amenos, se nós mesmos trancamos, fortemente, estes compartimentos mentais que sentimos poderão levar-nos a ocasiões difíceis e pelas quais teremos de lutar mais, reivindicando posicionamentos disciplinadores e moldados às verdadeiras leis de códigos divinos?

Como nos desembaraçarmos das dilacerações que poderão ficar expostas, nos causando sofrimentos e traçando caminhos de responsabilidade e disciplina?

Como, realmente, expor a nós mesmos os medos e angústias, fraquezas, delitos, e enfrentarmos o viver de forma íntegra, real e reivindicando uma postura correta e digna?

Esse “como”, tão diversificado em exigências a nós mesmos, nos solicitará mais e exigirá um comportamento pleno diante de todas as solicitações vivenciais, não é verdade?

Creio que alguns de vocês já se tenham perguntado como reagir de forma ideal, com tantos vínculos sombrios lhes toldando o comparecimento consciencial neste viver atribulado; entretanto, as delineações íntimas, só caberá a nós, distende-las e, neste particular, o livre arbítrio é que contará para nosso crescimento.

Naturalmente, os vínculos e viciações do pretérito, assim como também os acréscimos e aperfeiçoamentos é que estarão estacionados no pátio mental, esperando algum sinal, para que se movimentem e busquem as estradas certas a serem percorridas, objetivando etapas mais férteis, caminhos vivenciados em plena luz e beleza.

A luz íntima precisa ser buscada através do pleno relacionamento da alma encarnada em personalidade atual e o Espírito em manifestação no corpo carnal. Este entrelaçamento entre Espírito e corpo, entre alma e consciência atual ou o entrosamento entre consciência e inconsciência é que precisam estar bem claros e ser bem definidos. Se entendermos que somos almas eternas em busca do crescimento a cada etapa encarnatória, já teremos condições de compreender que necessitamos ir em direção aos quartos sombrios de nossa mente e tentarmos abrir as janelas do amor, da compreensão e da fé, para que, pouco a pouco, a luz penetre nos recantos mais escuros. Porém, esta abertura será gradual e em total livre escolha das almas, para que seja válida.

A claridade íntima se fará, então, lentamente, dando-nos oportunidades a restabelecer esquemas desvirtuados, programações deturpadas, manuseios trazidos de forma exorbitante e, ao mesmo tempo, fazer rebrilhar os quartos mentais já antes iluminados e que precisam ser visualizados, não só por nós mesmos, mas por todos aqueles que estiverem em concordância espiritual conosco.

Amigos e irmãos de fé, a verdadeira luz íntima será projetada quando nos compactuarmos com as almas irmãs em plenitude vivencial, em total moralidade, humanidade e espiritualidade.

Cada um de nós tem um papel diante desta humanidade, e serão precisos coragem, amor e fé, para estabelecer parâmetros mais amplos a nos situarmos como filhos do Criador, exemplificando-nos dentro da dignidade e do respeito a nós mesmos e ao nosso próximo.

A luz íntima será externada no livre exercício de nós mesmos, quando aprendermos a agir, conscientemente, diante de nossa própria imagem e daqueles que esperam tanto de nós.

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