publicado em 31 de março de 2000
Dentro dos vários segmentos da Doutrina Espírita Cristã temos visto indisciplinas espirituais, desamor, falta de observância a trabalhos e intenções, como também acontece dentre os vários segmentos de fé distendidos por séculos, permanecendo em discussões e distorções por meros conceitos materialistas, falta de percepção, estagnação de idéias e radicalismos, não é verdade?
O Cristo veio nos trazer a descortino valores e posturas engrandecedoras e nas quais precisamos pautar nosso viver, não nos promovendo sob alegações individualistas, a inimizades e desencontros.
Jesus nos abriu os olhos espirituais e mesclou nossas vidas com sentimentos mais amplos através de Suas mensagens, jamais jogando e colocando almas em conflitos e desajustes.
A espada trouxe o descortino a várias almas e, ao mesmo tempo a oportunidade de penetração maior em nós mesmos e n’Aquele que nos criou.
Atravessando os séculos discorrendo sobre a pluralidade das existências, as diversas manifestações e os acúmulos a que nos expomos a cada vida, entrelaçando-nos em amor, caridade e fé, buscando o entendimento maior entre as almas e alastrando-nos na própria Ciência e Filosofia de vida, o Evangelho Cristão nos promove as direções certas a tomarmos a cada dia, como também a cada existência.
Em nos revendo em linhagens pretéritas nos surpreenderíamos nos atos e manifestações, como em encarnações futuras visualizaremos as nossas posturas atuais numa análise mais inteligente e captativa do que fomos e geramos a nós mesmos e a irmãos de caminhada.
Será que estamos sendo correligionários na caridade, amor e compreensão?
Será, meus irmãos, que estamos seguindo, verdadeiramente os postulados trazidos há 2000 anos, ou apenas estaremos tentando nos iludir nesta mesclagem de fé exteriorizada e sob véus de ocultimos e manutenção das conveniências?
Sim, talvez as ramificações surjam, unicamente, por interesses materiais mais do que, verdadeiramente, sob outros diferentes enfoques.
Por que, perguntariam vocês? Simplesmente, porque o homem já percorrendo as várias existências e a cada uma delas se situando em aprendizados e percepções, muito capta das direções de fé, e se hoje uma grande rede de manifestação religiosa oculta conhecimentos mais atuantes derivantes do estudo da verdadeira vida, certamente, será para não se destituir dos poderes e domínios adquiridos, e que poderiam lhe minar as bases construídas ilusória e oportunamente.
A colaboração entre almas irmãs precisa existir, mesmo que cada um de nós tenha um patamar espiritual ou intelectual, porém a rede de amor, perdão e caridade não poderá ser repartida e distendida sem que haja uma codificação central de valores e posturas dentro da moral, do amor e da fé. Na postulação de segmentos nobres, nós, almas primárias, precisaremos converter a nós mesmos em primeira estância, para depois nos embrenharmos nas relíquias da caridade social e direcionada a amplitudes universalistas.
A colaboração única, a caridade ampla, o amor distendido e sem rótulos, o pronunciamento de irmãos de fé que se multiplicam sob égides, muitas vezes disformes, os correligionários de uma fé cristã precisam se unir e realizar, em prol de uma sociedade carente e irmã, atos atuantes em atendimentos, socorro e ilustração real da verdadeira vida. Somente assim, visando conceitos maiores, distendendo-nos além das impregnações dogmáticas que nos forçam a atitudes individualistas e preconceituosas é que poderemos manusear a nós mesmos como almas ainda incultas na sabedoria universal e lacunadas em demonstrações maiores de irmandade.
O Mestre nos ilustrou muito bem o proceder diário e eterno, colocando-se em acordes com todos os irmãos e permitindo declarações divergentes, entretanto em atitudes e palavras posicionou-se amplamente a colocar sob um só enfoque a caridade.
Esta caridade única e irmã não poderá ser dividida ou trazida sob preconceitos. Tiremos as vestes sacerdotais, a faixa de pastores ou de representantes divinos e olhemo-nos no espelho em situação real de irmandade em prosseguimento único, ainda sob defasagens, erros e falta de percepção. Olhemos mais abrangentemente e auscultemos nosso íntimo para ver se despidos de tantas realezas e manifestações de exuberância e diletantismos, não somos iguais e ainda rudimentares sob olhares mais perspicazes e, principalmente sob a ótica divina.
Realmente, esta pequena visualização, esta introspecção se efetivada verdadeira e positivamente, nos fará pensar que estamos nos forjando em vestimentas ilustrativas e deixando com isto, de compor as nossas reais vestes que são as do Espírito.
Amigos e irmãos, ultrapassemos as exteriorizações e diletantismos, tentemos arrefecer ânimos e tornar única a direção da fé e do amor, trazendo acima de nós e de tudo que possa nos ornar artificialmente, a caridade. Quando falo caridade, refiro-me à caridade ampla a se situar no bem do nosso próximo e em melhor qualidade de sobrevivência, não importando o que leva as criaturas a atuações inoperantes ou viciosas, mas alastrando nossos limites e tentando minimizar reflexos de um passado adulterado, pois assim estaremos colaborando irmãmente com almas necessitadas e enfermas, que muito precisam para sair do lodaçal em que se situam por má colocação de suas mentes.
A colaboração irmã entre almas que se postulam cristãs se faz necessária, visando objetivos maiores que na realidade são os próprios obstáculos que as têm diferenciado e iludido por séculos, mas neste instante em que visualizamos mais claramente, por já termos galgado alguns degraus, o Pai espera de todos nós a união em prol dos irmãos mais necessitados.
Está na hora de abraçarmos, finalmente, uma só causa, tomar uma só direção, ultrapassando barreiras seculares e olhando-nos como verdadeiros irmãos de luta, de aprimoramentos e de constituição, amparando-nos e reavaliando nossos atos.
Neste intuito, nos perguntaremos: SOMOS, REALMENTE CRISTÃOS E IRMÃOS?
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