quinta-feira, 11 de junho de 2009

Sugestão de Leitura


“Renúncia”

A II Grande Guerra Mundial atingia o auge de crueldades inomináveis. Era 1942.

Benfeitores espirituais, radicados nos céus do Brasil, acorrem aos campos de ódio e destruição do velho mundo europeu para a semeadura do Amor Imortal, como nos narra André Luiz nas obras “Nosso Lar” e “Os Mensageiros”.

O poder enlouquecido, sob a inspiração macabra do materialismo devastador, produzia milhões de vítimas.

Poucas vezes, na história da humanidade, se fizera tão necessária uma mensagem de sentimento que falasse aos corações encarcerados na dor de ansiosas expectativas, que fluísse como mel em lábios ressequidos, como bálsamo reconfortante sobre as feridas da alma.

Foi com esse sublime propósito que o autor espiritual nos trouxe essa preciosa biografia romanceada sobre a venerável figura de Alcíone, “a meiga figura de anjo, em trânsito pela Terra”.

“Renúncia” vai muito além da preocupação com o entretenimento.

É uma epopéia de luz, soprando esperanças e consolações, que peregrina pelo árido deserto da vida, oferecendo-lhe o encanto das flores e frutos dos ideais santificados da paz duradoura.

“A psicologia de Alcíone é bem mais complexa do que se possa imaginar ao primeiro exame”, assevera-nos Emmanuel.

A dedicada missionária deixara para trás as alegrias perenes de seu mundo banhado pelas claridades de três sóis diferentes para o escuro sólio da atmosfera. Deseja reerguer aquele que “abaixo do céu” era o seu grande afe-to: Carlos Clenaghan, que vinha de experiências fracassadas nos atormentados campos da religiosidade humana.

Do renascimento, na Paris do século XII, que sucumbia sob um surto incontrolável de varíola, transferindo-se para a mística cidade de Ávila, na Espanha, vivendo numa modesta casinha de chácara ao lado da Igreja de São Tomás, fixou-se em Medina Del Campo “não nas sombras do claustro, mas nos trabalhos nobres do coração que se consagra a Jesus”, até a sua desencarnação em Madri, nos imundos catres da Inquisição, Alcione escreveria os luminosos capítulos de sua existência exemplar.

Não se conhece, quem quer que seja, que, ao ler esse monumental livro, não se tenha banhado em lágrimas, aliviando as angústias da própria alma.

Ao amado, que falira mais uma vez, na personalidade confusa do frei José do Santíssimo, que se fizera insensível inquisidor, ela esquece o cenário úmido e escuro da cela que a fizera tuberculosa, onde encontraria a morte, para implorar: “Sai dos círculos de revolta e vingança!... Jesus nos oferece irmãos e tutelados em toda parte... não permaneças nos lugares onde haja perseguição ou separatividade em seu nome...”

“Volta, Carlos... volta à pobreza, à simplicidade, ao esforço laborioso! Se preciso for, pede, de porta em porta, o pão do corpo, mas não odeies a ninguém... A desesperação te conservará algemado no lodaçal do mundo! Desperta novamente para o amor que o Mestre nos trouxe e perdoa o passado pelas dores que te deu...

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