E eis que se levantou um doutor da lei, e lhe disse, para o tentar: Mestre, que hei de eu fazer para entrar na posse da Vida Eterna? Disse-lhe Jesus: Que é o que está escrito na lei? Como lês tu? Ele, respondendo, disse: Amarás o Senhor te Deus de todo o coração, de toda a sua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. E Jesus lhe disse: Respondeste bem; Faze isso, e viverás. Mas ele, querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é meu próximo? E Jesus, prosseguindo no mesmo discurso, disse: Um Homem, baixava de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos dos ladrões, que logo o despojaram do que levava, e depois de o terem maltratado com muitas feridas, se retiraram, deixando-o meio morto.Aconteceu pois que passava pelo mesmo caminho um Sacerdote; e quando o viu, passou de largo. E assim mesmo um Levita, chegando perto daquele lugar, e vendo-o, passou também de largo.Mas um Samaritano, que ia a seu caminho, chegou perto dele, e quando o viu, se moveu à compaixão:E chegando-se lhe atou as feridas, lançando nelas azeite e vinho; e, pondo-o sobre sua cavalgadura, o levou a uma estalagem, e teve cuidado dele. E ao outro dia tirou dois denários, e deu-os ao estalajadeiro, e lhe disse: Tem-me cuidado dele: e quanto gastares demais, eu to satisfarei quando voltar. Qual deste três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos ladrões? Respondeu logo o outro: Aquele que usou com o tal de misericórdia. Então lhe disse Jesus: pois vai, e faze tu o mesmo.” (2)
Tendo como paradigma as leis morais, analisemos os personagens da parábola e suas conseqüências, utilizando a bibliografia mencionada abaixo.
Inicialmente, observamos que o doutor da lei é astuto, orgulhoso, mas soube colocar a questão e respondeu acertadamente. Jesus (4), depois da resposta inteligente do consulente, esclarece com profundidade: Faze isso, e viverás (3). Sobre aquele que viria a ser a vítima, Jesus situa-o apenas “UM HOMEM”, não faz distinção de raça, cor, religião ou outra particularidade (5). O Sacerdote e o Levita têm comportamentos análogos, ambos são instruídos, religiosos, mas longe ainda de por em prática o amor ao próximo, conforme preceitua a lei (6). O Samaritano, tido pelos Judeus ortodoxos como herético e desprezível, entretanto, tem compaixão da vitima e espontaneamente o socorre, unta as feridas com azeite e vinho, e o conduz a uma estalagem, ou seja, cuida dele sem saber quem era e sem esperar recompensa (7), podemos mesmo considerá-lo um homem de bem (8).
Reflitamos nessa sublime lição, e concluamos, conforme leciona Kardec, que Jesus não faz da caridade uma das condições da salvação, mas a condição única (2-item 3)
Em suma; estudar o Evangelho de Jesus à luz do Espiritismo é conveniente a todos nós, assim como devemos empregar todas as forças para realizar nossa transformação moral, fazendo todo empenho em alijar nossas tendências inferiores, e praticar a caridade (7), fazendo o bem e evitando o mal.
Bibliografia.
1 – O Evangelho de Lucas, 10: 25-37.
2 – O ESE. Capítulo XV, item 2.
3 – Livro, Caminho, Verdade e Vida, lição 157 – Emmanuel.
4 – Livro dos Espíritos – questão, 625.
5 - Livro dos Espíritos – questão, 803.
6 – Livro dos Espíritos – questão, 642.
7 – Livro dos Espíritos – questão, 886.
8 – Livro dos Espíritos – questão, 918.
- Deveremos expor o conteúdo da parábola na íntegra, de memória, ou proceder à leitura (2) “Os personagens da parábola destacamos em negrito”.
“E eis que se levantou um doutor da Lei, e lhe disse, para o tentar: Mestre que hei de eu fazer para entrar na posse da Vida Eterna? Disse-lhe então Jesus: Que é o que está escrito na Lei? Como lês tu? E respondendo, disse: Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a sua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. E Jesus lhe disse: Respondeste bem; Faze isso, e viverás. Mas ele, querendo justificar a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo? E Jesus, prosseguindo no mesmo discurso, disse: Um Homem baixava de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos dos ladrões, que logo o despojaram do que levava; e depois de o terem maltratado com muitas feridas, se retiraram, deixando-o meio morto. Aconteceu pois que passava pelo mesmo caminho um Sacerdote; e quando o viu, passou de largo. E assim mesmo um Levita, chegando perto daquele lugar, e vendo-o, passou também de largo. Mas um SAMARITANO, que ia a seu caminho, chegou perto dele, e quando o viu, se moveu à compaixão: E chegando-se lhe atou as feridas, lançando nelas azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, o levou a uma estalagem, e teve cuidado dele. E ao outro dia tirou dois denários, e de-os ao estalajadeiro, e disse-lhe. Tem-me cuidado dele; e quanto gastares demais, eu to satisfarei quando voltar. Qual destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos ladrões? Respondeu logo o outro: aquele que usou com o tal de misericórdia. Então disse-lhe Jesus: Pois vai, e faze tu o mesmo”.
Analisar os Personagens do Contexto: poderemos optar em comentar o comportamento de cada um e posteriormente desdobrar com as instruções das Leis Morais, e também desenvolver simultaneamente conforme demonstramos abaixo: (em razão da exigüidade do tempo, poderemos omitir dois personagens – ladrões e hoteleiro – sem prejuízos significativos).
O doutor da Lei; instruído, astuto, soube colocar a questão, porém é orgulhoso e presunçoso, mas responde acertadamente (10).
JESUS; O Mestre, indulgente, enérgico, bom, sábio, educador, o Ser consciente (11), esclarece com profundidade, Faze isso, e viverás (5).
O homem; o Mestre situa-o simplesmente “um Homem” não lhe identifica a raça, a cor, a posição social ou outra particularidade (12).
Os ladrões; O ser, mais no animal do que espiritual, mais nas trevas, do que à luz, indivíduos ainda numerosos em um planeta de Expiações e Provas (13).
O sacerdote; instruído, detém um título religioso, porém longe ainda de colocar em prática a teoria Cristã, o amor ao próximo (14 e 15).
O Levita; podemos situa-lo no mesmo patamar do Sacerdote ( Cairbar Schutel, qualifica-o como “padre da tribo de Levi”. (3, 14 e 15).
O SAMARITANO; homem comum, porém tido pelos Judeus ortodoxos como herético, desprezado e perseguido.entretanto Jesus, coloca-o na parábola como quem melhor soube interpretar e agir, no amor ao próximo; quem melhor representa a caridade, tem compaixão, espontaneamente se propõe a socorrer a vítima, sem saber quem é e sem esperar recompensa, pensa mais no outro do que em si (16,17 e 18).
O Hoteleiro; homem de boa vontade; faz mais do que a obrigação, oferece assistência e solidariedade (19).
Sugestão; Dispondo de tempo, poderemos esclarecer o porquê do antagonismo entre Judeus e Samaritanos.
(9) – (Livro Boa Nova , Jesus na Samaria).
CONCLUSÕES
A critério de cada um (estilo e inspiração), porém, exponho o que eu entendo e procuro propagar.A palavra acoplada ao sentimento. Exaltando a excelência da Doutrina Espírita; Esclarecedora, Consoladora, Libertadora, e Dinâmica.
Convidar os presentes a reflexão do tema apresentado, lembrando que a Doutrina Espírita é a Doutrina da razão; e tem como objetivo principal a transformação moral do Ser.
Alertar que esta parábola bem interpretada é o melhor ensino que nos esclarece que a caridade é a virtude indispensável na evolução do homem, e nessa virtude, que a espiritualidade Superior inspirou o Codificador a alicerçar a Doutrina na máxima “FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO”.
Porém, esses esclarecimentos dispensados aos Espíritas, implicam em responsabilidades, propagar a Doutrina e colocar em prática a fé que professamos (21 e 22).
Concluindo: a receita para nosso aprimoramento é: vigiar e orar, estudar, trabalhar, servir, ser solidário, ser fraterno e praticar a caridade (17). Em suma; fazendo a nossa parte, estejamos certos que Jesus fará o resto.
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