terça-feira, 23 de junho de 2009

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 – Como podemos entender a expressão de Jesus: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos”?

R: Esta expressão foi uma alegoria , uma parabola.

Jesus tenta explicar para os seus Apostolos quem na verdade eram seus irmãos de sangue e sua Mãe e quem eram seus irmãos e mãe espiritual.Portanto ele disse que sua mãe e seus irmãos eram aqueles que o seguiam e que acreditavam em Deus e faziam a vontade Dele.Jesus jamais reprovou sua Mãe e seus irmãos de sangue, e sim quis explicar a diferença entre uma mãe de carne e irmãos de carne e uma mãe e irmãos espirituais, pois estes jamais se acabam pois dura a amizade e o amor para sempre.

2 – Defina parentela corporal e parentela espiritual.

R: Parentela corporal: São pai, mãe e irmãos que reencarnam para reajuste de contas. Provem de um corpo material.

Parentela Espiritual: Provem do Espirito, podem ser simples amigos que sentem o amor incondicional um pelo outro. Parentela espiritual tudo é verdadeiro, tudo é amor, é um tipo de familia que dura até a eternidade no plano espiritual.

3 – Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.

R: "Pelo que concerne a seus irmãos, sabe-se que não o estimavam. Espíritos pouco adiantados, não lhe compreendiam a missão: tinham por excêntrico o seu proceder e seus ensinamentos não os tocavam, tanto que nenhum deles o seguiu como discípulo. Dir-se-ia mesmo que partilhavam, até certo ponto, das prevenções de seus inimigos. O que é fato, em suma, é que o acolhiam mais como um estranho do que como um irmão, quando aparecia à família. S. João diz, positivamente (cap. VII, v. 5), "que eles não lhe davam crédito".

No texto acima diz claramente que os Irmãos de carne e de sangue de Jesus, não acreditavam que ele era o messias.Talves ainda não eram suficientemente esclarecidos.
Maria com seu eterno amor de mãe fez de tudo para entender o seu filho Jesus.
Isso vemos muito hoje as mães tentando através do amor entender seus filhos e os irmãos de sangue repudiar os irmãos achando que tudo esta errado.Mas vejam que Jesus jamais repeliu os Irmãos e nem a Mãe de sangue, ele simplesmente explicou a seus discipulos certas diferenças que eles precisavam saber.

A - Texto de Apoio:

Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?

5. E, tendo vindo para casa, reuniu-se aí tão grande multidão de gente, que eles nem sequer podiam fazer sua refeição. - Sabendo disso, vieram seus parentes para se apoderarem dele, pois diziam que perdera o espírito.

Entretanto, tendo vindo sua mãe e seus irmãos e conservando-se do lodo de fora, mandaram chamá-lo. - Ora, o povo se assentara em torno dele e lhe disseram: Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e te chamam. - Ele lhes respondeu: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E, perpassando o olhar pelos que estavam assentados ao seu derredor, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos; - pois, todo aquele que faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe. (S. MARCOS. cap. III, vv. 20, 21 e 31 a 35 - S. MATEUS, cap. XII, vv. 46 a 50.)

6. Singulares parecem algumas palavras de Jesus, por contrastarem com a sua bondade e a sua inalterável benevolência para com todos. Os incrédulos não deixaram de tirar daí uma arma, pretendendo que ele se contradizia. Fato, porém, irrecusável é que sua doutrina tem por base principal, por pedra angular, a lei de amor e de caridade. Ora, não é possível que ele destruísse de um lado o que do outro estabelecia, donde esta conseqüência rigorosa: se certas proposições suas se acham em contradição com aquele princípio básico, é que as palavras que se lhe atribuem foram ou mal reproduzidas, ou mal compreendidas, ou não são suas.

7. Causa admiração, e com fundamento, que, neste passo, mostrasse Jesus tanta indiferença para com seus parentes e, de certo modo, renegasse sua mãe.

Pelo que concerne a seus irmãos, sabe-se que não o estimavam. Espíritos pouco adiantados, não lhe compreendiam a missão: tinham por excêntrico o seu proceder e seus ensinamentos não os tocavam, tanto que nenhum deles o seguiu como discípulo. Dir-se-ia mesmo que partilhavam, até certo ponto, das prevenções de seus inimigos. O que é fato, em suma, é que o acolhiam mais como um estranho do que como um irmão, quando aparecia à família. S. João diz, positivamente (cap. VII, v. 5), "que eles não lhe davam crédito".

Quanto à sua mãe, ninguém ousaria contestar a ternura que lhe dedicava. Deve-se, entretanto, convir igualmente em que também ela não fazia idéia muito exata da missão do filho, pois não se vê que lhe tenha nunca seguido os ensinos, nem dado testemunho dele, como fez João Batista. O que nela predominava era a solicitude maternal. Supor que ele haja renegado sua mãe fora desconhecer-lhe o caráter. Semelhante idéia não poderia encontrar guarida naquele que disse: Honrai a vosso pai e a vossa mãe. Necessário, pois, se faz procurar outro sentido para suas palavras, quase sempre envoltas no véu da forma alegórica.

Ele nenhuma ocasião desprezava de dar um ensino; aproveitou, portanto, a que se lhe deparou, com a chegada de sua família, para precisar a diferença que existe entre a parentela corporal e a parentela espiritual.

A parentela corporal e a parentela espiritual

8. Os laços do sangue não criam forçosamente os liames entre os Espíritos. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, porquanto o Espírito já existia antes da formação do corpo. Não é o pai quem cria o Espírito de seu filho; ele mais não faz do que lhe fornecer o invólucro corpóreo, cumprindo-lhe, no entanto, auxiliar o desenvolvimento intelectual e moral do filho, para fazê-lo progredir.

Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas, também pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses Espíritos, afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação. Não são os da consangüinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de idéias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações. Segue-se que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito, do que se o fossem pelo sangue. Podem então atrair-se, buscar-se, sentir prazer quando juntos, ao passo que dois irmãos consangüíneos podem repelir-se, conforme se observa todos os dias: problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das existências. (Cap. IV, nº 13.)

Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. Duráveis, as primeiras se fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e muitas vezes se dissolvem moralmente, já na existência atual. Foi o que Jesus quis tornar compreensível, dizendo de seus discípulos: Aqui estão minha mãe e meus irmãos, isto é, minha família pelos laços do Espírito, pois todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus é meu irmão, minha irmã e minha mãe.

A hostilidade que lhe moviam seus irmãos se acha claramente expressa em a narração de São Marcos, que diz terem eles o propósito de se apoderarem do Mestre, sob o pretexto de que este perdera o espírito. Informado da chegada deles, conhecendo os sentimentos que nutriam a seu respeito, era natural que Jesus dissesse, referindo-se a seus discípulos, do ponto de vista espiritual: "Eis aqui meus verdadeiros irmãos." Embora na companhia daqueles estivesse sua mãe, ele generaliza o ensino que de maneira alguma implica haja pretendido declarar que sua mãe segundo o corpo nada lhe era como Espírito, que só indiferença lhe merecia. Provou suficientemente o contrário em várias outras circunstâncias.

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 – Como podemos entender a expressão de Jesus: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos”?

2 – Defina parentela corporal e parentela espiritual.

3 – Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.

Eloci
Facilitadora EESE

Paulo Henrique
Facilitador EESE

GRATIDÃO FILIAL

William

Minha querida Mãe:

Jesus nos abençoe, concedendo-nos muita paz dentro da luta em que precisamos conquistar os valores da nossa evolução.

Estamos lembrando o oitavo aniversário de meu novo nascimento, na vida espiritual, e venho agradecer o consolo de seus carinhos, em torno de minha memória.

Raros, na Terra, conhecem os benefícios reais da prece. Há muita gente que ao invés de orar, apenas congrega palavras de aflição ou desespero, quando o ato de comunhão das almas entre si ou com o Divino Poder resulta sempre do silêncio sublime em que o amor se edifica para a vida eterna.

Trago ao seu coração o meu coração reconhecido e feliz. Agradeço as suas lágrimas de saudade e esperança, porque traduzem a maior dádiva que seu Filho pode receber atualmente da Terra.

É doce voltar ao espírito materno no torvelinho de lutas a que a evolução nos arrebata, porque, na ternura das Mães, há sempre flores de puro e desinteressado amor, perfumando o oxigênio que respiramos.

Enquanto o tempo corre e enquanto correm os homens para se contemplarem depois, dentro desse mesmo tempo convertido em passado, cheios de pesar por não haverem aproveitado o tesouro das horas, nós dois permanecemos, nestes abençoados minutos, refazendo forças para o bom combate,

Entrelacemos nessas rogativas, pedindo a Deus energias para não desmerecer a nossa oportunidade bendita de sofrer e lutar. Reunamos nossas aspirações antigas e novas de trabalho num voto ardente de mais aplicação aos princípios sagrados da renúncia e de maior devotamento ao sacrifício próprio, em cujo segredo estamos restaurando os nossos destinos.

Abençoemos a dificuldade que nos impõe a renovação dos pensamentos e louvemos a dor que nos desperta na direção dos cumes da vida e confiantes retomemos o curso das obrigações que nos competem, na certeza, Mamãe, de que sem o sofrimento, a nossa alma não ultrapassaria a condição da pedra.

Quando o termômetro das nossas necessidades acusa graus de elevação, nossos sentimentos como que se fortalecem na romagem para o Céu.

As marchas do mundo abrandam-nos a natureza e, os golpes da marcha, muitas vezes abrindo chagas em nosso coração, nos modificam o intimo para a luz suprema.

Estou satisfeito com a sua paciência, com a sua tolerância e com a sua serenidade, mas peço ao seu valor moral nunca trair a nossa necessidade de bom animo. Tenhamos fé para a viagem que estamos efetuando sob a tempestade de muitos anos.

Creia que nunca esteve sozinha, assim também quando eu me reconheço sempre amparado em sua dedicação.

Guarde a alegria e a coragem, pois, aqui, os Mestres da Vida Superior nos ensinam que a inquietação de qualquer espécie é sempre a pior resposta de nosso espírito ao Céu que tudo nos confere para o Bem e para a Luz.

Esperando que a sua dedicação renda graças comigo a Jesus, pelo muito que nos tem concedido, beija o seu coração com muita gratidão e com muito amor o seu filho saudoso que não a esquece.

Livro Relicário de Luz

O Livro dos Médiuns O Livro dos Médiuns: Medo dos mortos?

Por que ter medo dos mortos se somos apenas espíritos aprisionados em um corpo?

O Livro dos Médiuns O Livro dos Médiuns: O poder de ação da mente sobre o corpo

A parapsicologia prova por meio de experiências em laboratório a ação da mente sobre a matéria.

O Livro dos Médiuns O Livro dos Médiuns: Fenômenos sobrenaturais

Todo efeito inteligente possui uma causa inteligente. Ao morrer perde-se apenas o corpo material, mas conserva-se a inteligência, que é a chave de todos os fenômenos ditos sobrenaturais.

O Livro dos Médiuns O Livro dos Médiuns: Aparições

As aparições propriamente ditas ocorrem no estado de vigília, no pleno gozo e completa liberdade das faculdades da pessoa. Apresentam-se, geralmente, com uma forma vaporosa e diáfana, algumas vezes vagas e indecisas.

Essência Evangélica Essência Evangélica: A lei de Jesus é o amor incondicional

Jesus trouxe a verdade cumprindo a lei de Moisés, resumindo no em dois mandamento: Amai o próximo como a si mesmo e Nunca fazer oa outro o que não queres que te faça.

Essência Evangélica Essência Evangélica: A vinda de Jesus

As antigas escrituras mostravam um Deus severo e sem piedade. Mas Jesus traz o advento do amor dizendo: Amai-vos uns aos outros.

Essência Evangélica Tema: Essência Evangélica: Meu reino não é deste mundo

Pilatos indaga Jesus dizendo: Logo, tu és rei? Veja a resposta dada por Jesus.

Especial - Os Dez Mandamentos

A Ordem dos Cavaleiros Templários

Conheça a Ordem dos Templários, a misteriosa organização medieval que entre outros objetivos, procurou obstinadamente o Santo Graal, a taça sagrada que recebeu o sangue de Jesus após a crucificação.

Judas Iscariotes e Maria Madalena.

Judas Iscariotes e Maria Madalena: um outro olhar sobre estes polêmicos personagens bíblicos.

Os precursores do Espiritismo

Conheça Sócrates e Platão, os filósofos que foram classificados por Allan Kardec como os “precursores do Espiritismo”.

Edgard Armond

Conheça um pouco da biografia de um dos grandes divulgadores do espiritismo no Brasil.

Santo Agostinho.

Conheça a biografia de um dos pais da teologia ocidental, que também esteve presente na codificação espírita.

Mahatma Gandhi.

Conheça a força da não-violência e como ela libertou a Índia do jugo inglês.

Família: a célula básica da sociedade e uma nobre experiência espiritual.

O programa "Transição", exibido pela Rede TV e retransmitido pela TV Mundo Maior. Apresentado por Del Mar Franco com participação de Divaldo Pereira Franco. www.tvmundomaior.com.br

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Ciência e Espiritualidade Tema: Aparelhos eletrônicos são portais de encontro entre 2 mundos

A pesquisadora e escritora Sônia Rinaldi fala sobre os contatos registrados entre o plano físico e outros planos dimensionais através de equipamentos eletrônicos:A Transcomunicação Instrumental.

O Evangelho Segundo o Espiritismo Tema: Planeta Terra: Provas e expiações

O nosso mundo é uma morada de expiações e provas, pois é aqui que, espíritos ainda rebeldes às leis de Deus, podem resgatar seus débitos e caminhar rumo à evolução.

A Gênese Tema: A Gênese: Inteligência divina

Segundo os ensinamentos dos espíritos superiores, Deus age por meio das leis divinas ou naturais quando a natureza inteira está imersa no fluido divino.

Ciência e Espiritualidade Tema: Os limites entre mediunidade e transtorno mental

Giovana Campos entrevista o psiquiatra Franklin Antônio Ribeiro que aborda o tema sobre os limites entre mediunidade e transtorno mental.

Abrindo a Bíblia Tema: Abrindo a Bíblia: Autoridade de Jesus

Jesus mostra a sua autoridade e sabedoria para os Judeus em uma única pergunta: O batismo de João é do céu ou dos homens?

Portal de Luz Tema: Portal de Luz: O passe como a cura magnética

Passe magnético: Dra. Marlene esclarece dúvidas sobre a ação do passe em seu novo livro “O passe como cura magnética”.

Mediunidade Cristã Tema: Mediunidade Cristã: O estudo prévio

O estudo da doutrina espírita nos traz esclarecimentos sobre os fenômenos mediúnicos.

O Livro dos Espíritos Tema: O Livro dos Espíritos: O infinito

Qual o significado da palavra infinito? Não ter começo e nem fim? A resposta pode estar no impenetrável.


Vida Além da Vida

O trabalho era visto como um castigo, as pessoas se sentiam escravas. Mas com a vinda de Jesus nos passamos a compreender que o trabalho é a virtude do amor e solidariedade.

Seminário

Seminário - Quem sabe pode muito. Quem ama pode mais

O Centro Espírita Semeadura de Jesus convida para o Seminário, que acontecerá no dia 28 de junho, das 9h às 13h, no Teatro Adamastor do Centro.

O tema será: Quem sabe pode muito. Quem ama pode mais, com o médium mineiro Wanderley Soares de Oliveira.

Faça sua inscrição pelo telefone (11) 2441-2269 ou pelo e-mail edsonhamazaki@globo.com

Para participar é necessário levar um livro espírita em bom estado, que será doado à biblioteca do Centro Espírita Semeadura de Jesus.

O Teatro Adamastor fica na avenida Monteiro Lobato, 734, bairro Macedo, em Guarulhos-SP.

Dica de Leitura
Quem sabe pode muito. Quem ama pode mais
Romance por Wanderley Soares de Oliveira


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Agenda de Palestras Centro Espírita Humberto de Campos

Agenda de Palestras Centro Espírita Humberto de Campos

O Centro Espírita Humberto de Campos divulga sua agenda de palestras.

Dia 18/06 - quinta - 19h30
Tema:
Ligar-se a Deus

Dia 20/06 - sábado - 16h
Tema:
O Precursor do Cristianismo

Dia 25/06 - quinta - 19h30
Tema:
Se vossa mão é motivo de escândalo, cortai-a

Dia 27/06 sábado - 16h
Tema:
Parábola do cego que guia outro cego

Dia 28/06 - domingo - Projeto conhecer mais
Horário:
das 9h às 17h
Tema: A Doença como Instrumento de Cura

O Centro Espírita Humberto de Campos fica na av. Projetada, s/n, São Cristóvão II, São Luís – MA

A JUSTIÇA DIVINA

A) A JUSTIÇA DIVINA

Entre os atributos de Deus, encontra-se o de sua soberana justiça e bondade (qualidades indubitáveis da divindade), em seu mais alto grau: “o infinito de uma qualidade exclui a possibilidade da existência de uma qualidade contrária que a diminuísse ou anulasse) (A Gênese, Cap. II, item 14). Portanto, não se pode duvidar da justiça e da bondade divinas, medida precisa da sabedoria providencial, que se revela tanto nas menores quanto nas maiores coisas.

Mas, ainda vemos muitas criaturas, cristalizadas nas ilusões do mundo, que, ao menor sopro das adversidades, são capazes de questionar a justiça divina. Para estes, “Deus castiga, Deus pune, Deus não é justo”. Em outros momentos, por uma alegria fugaz, “Deus é maravilhoso, Deus é bom, Deus é justo”. Tal contradição encontra-se na criatura e não no Criador.

“Deus não poderia ser ao mesmo tempo bom e mau, pois então, não possuindo nenhuma de tais qualidades no grau máximo, não seria Deus; todas as coisas seriam submetidas ao seu capricho, e não haveria estabilidade para nada. Ele não poderia ser senão infinitamente bom, ou infinitamente mau; ora, como suas obras testemunham sua sabedoria, sua bondade e sua solicitude, necessariamente se conclui que, não podendo ao mesmo tempo ser bom e mau, sem cessar de ser Deus, deve ser infinitamente bom.

“A soberana bondade implica na soberana justiça, pois se ele agisse injustamente ou com parcialidade numa só circunstância, ou em relação a uma só de suas criaturas, não seria soberanamente justo e, por conseqüência, não seria soberanamente bom”. (A Gênese, cap. II.ítem14)

A lição é muito significativa. Não podemos continuar tendo uma idéia contraditória de Deus, porque Ele “não se mistura à cadeia das suas criaturas”, como bem o definiu Léon Denis. Não podemos pensar num Deus caprichoso, mudando de humor a cada instante; devemos, antes, abandonar a idéia do Deus humanizado, descrito à nossa imagem e semelhança, já que desconhecemos completamente sua natureza íntima.

“O Pai a ninguém julga, mas deu ao filho todo o poder de julgar” (Jô, 5:22), disse Jesus, com toda a propriedade. O filho da frase não era, evidentemente, o próprio Cristo: “Vós julgai segundo a carne, eu a ninguém julgo” (Jô, 8:15), como ele mesmo afirma e confirma: “Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, eu não o julgo, porque não vim para julgar o mundo, mas para salvar o mundo”. (Jô, 12:47). Esse filho é cada um de nós, que tem o poder de julgar a si mesmo.

Na verdade, não se trata de uma aberração da Providência Divina, mas de um processo natural. Afinal, onde se encontra escrita a lei de Deus? “Na consciência” (l.E., 621), responderam os Espíritos a Kardec. Isto significa que, ao chegar à Espiritualidade, finda a romagem terrena, o Espírito não encontrará um Tribunal formado, Juízes togados ou Promotores de Justiça prontos para sentencia-lo. Contudo, haverá um outro julgamento, uma avaliação da existência ora terminada, naquilo que houve de mais importante.

Esse julgamento se dará no “Tribunal da Consciência”, onde cada um é seu próprio juiz e julgará de acordo com a verdade, sem procurar atenuar suas falhas, mas sendo o mais justo quanto possível. As leis imperantes nesse tribunal não são as humanas (falhas, lacunosas, obscuras), mas as Leis Divinas (sábias, harmonizadoras, perfeitas).

A sentença é equilibrada, isto é, abrange todo o campo das necessidades de aperfeiçoamento do Espírito, mais voltada para o futuro até do que para o passado, traçando os próximos passos do indivíduo no sentido de sua reformulação moral. Em posse dela, o Espírito começa a preparar-se para o retorno à vida corporal, com novas expectativas, ciente das probabilidades de reincidência no erro, motivo que o leva a fazer um esforço maior para corrigir-se.

Em tudo e por tudo, apresenta-se a Providência Divina, que “é a solicitude de Deus pela suas criaturas”. (A Gênese, cap. II, item 20). Os perigos a que estamos expostos não são mais do que advertências para nos desviar do mal e nos tornar melhores a cada passo. “Se examinarmos a causa e a natureza do perigo, veremos que, na maioria das vezes, as conseqüências foram a punição de uma falta cometida ou de um dever negligenciado. Deus vos adverte para refletirdes sobre vós mesmos e vos emendardes”. (L.E. 855).

A necessidade de reflexão é permanente para cada um de nós. É o melhor meio de nos melhorarmos já nesta vida e resistirmos ao arrastamento do mal. Sócrates, imortalizando o “conhece-te a ti mesmo”, enfatizou também que “a vida sem exame é indigna do homem”. Santo Agostinho reforçou esse pensamento: “o conhecimento de si mesmo é portanto a chave do melhoramento individual”. (L.E., 919a). Estejamos, pois, atentos a nós mesmos, a todo momento, para que a Justiça Divina possa vir mais em abono das nossas virtudes e menos em corrigenda de nossas imperfeições.

BIBLIOGRAFIA:

Kardec, Allan - A Gênese.
Kardec, Allan - O Livro dos Espíritos

B ) NÃO JULGUE, COMPREENDA...

Dizia o filósofo Protágoras que “o homem é a medida de todas as coisas”. Pode sê-lo, de fato, do ponto de vista filosófico e científico. Porém, quando o que se tem para medir é o comportamento alheio, recomenda-se em primeiro lugar, cautela, bom senso, prudência, já que, como ensinava o Divino Mestre Jesus: “Aquele dentre vós que estiver sem pecado, atire-lhe a primeira pedra”. (Jô, 8:1-11). E qual de nós pode, realmente, sequer pensar em atirar a primeira pedra?...

Além, disso, o Excelso Amigo nos alertava, no Sermão do Monte, para a responsabilidade de julgar o próximo: “Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque como o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.” (Mt. 7:1-2). Na verdade, nenhum de nós gosta de ser julgado pelo outro; esta é mais uma razão para que não nos disponhamos a julgar ninguém (nem mesmo em pensamento).

Emmanuel também nos orienta para a necessidade de benevolência nos julgamentos, mormente quando se tratar de assuntos do coração, em que ainda somos extremamente deficientes. Diz o notável mentor espiritual: “Se alguém vos parece cair, sob enganos do sentimento, silenciai e esperai! Se alguém se vos afigura tombar em delinqüência, por desvarios do coração, esperai e silenciai!... Sobretudo, compadeçamos-nos uns dos outros, por que, por enquanto, nenhum de nós consegue conhecer-se tão exatamente, a ponto de saber hoje qual o tamanho da experiência afetiva que nos aguarda amanhã.

Calai os vossos possíveis libelos, ante as supostas culpas alheias, porquanto nenhum de nós por agora, é capaz de medir a parte de responsabilidade que nos compete a cada um nas irreflexões e desequilíbrios dos outros...”

Em tudo, devemos nos inspirar em Jesus, “o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem, para lhe servir de guia e modelo” (L.E., 625), e que nos apontava sempre para a necessidade de humildade, paciência, compreensão, perdão, benevolência, indulgência. Ele tinha a fórmula exata para a solução de todas as modalidades de problemas derivados das relações humanas, que sintetizava num pensamento profundo: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”.

O Mestre falava do amor incondicional, do amor sublime, irrestrito, perene, que deveria estender-se ao parente difícil, ao companheiro rebelde, ao ofensor, ao adversário, ao inimigo...Nada pode substituir esse sentimento, nada é capaz de fazer cicatrizar uma ferida com tanta eficácia, nada se lhe pode opor com o fim de neutralizá-lo. O amor, enfim, cobre a multidão dos pecados, como enfatiza o evangelista, e tudo devemos fazer para agir em seu nome, com pureza de alma.

BIBLIOGRAFIA:

Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo
Xavier, F. C. - Vida e Sexo

A) O ESPIRITISMO NA ATUALIDADE

Depois de séculos de obscurantismo religioso e do dogmatismo imposto, consciências amadurecidas começam a despertar em busca de solução para os seus problemas transcendentes. Nos dias de hoje, vê-se um surto desenfreado de seitas e doutrinas que procuram atender aos Espíritos inquietos, sedentos de novas luzes. Há um inegável interesse pelo fenômeno, como resposta a velhas questões filosóficas, sem qualquer conseqüência de ordem moral.

Nesse diapasão, vê-se um crescimento do espiritualismo no mundo, redescobrindo velhas práticas, com roupagem moderna. Presas ao imediatismo da vida material, as criaturas especulam em todos os campos possíveis, no encalço de fórmulas mágicas ou de revelações fantásticas que lhes atendam os anseios da curiosidade vã.

Quando se trata do comportamento humano e das suas conseqüências morais, o homem ainda se reserva o direito de não esmiúçá-lo, conservando-se como era (e como pretende continuar sendo), protegido pelos mecanismos de defesa da sua personalidade. A nova ordem de coisas custa a penetrar nos corações mais endurecidos.

O Espiritismo, porém, como o Consolador Prometido pelo Cristo, surge no horizonte humano como um oásis em meio ao universo da desinformação e da desesperança, oferecendo ao homem o conhecimento da verdade que liberta e eleva o Espírito.

Enquanto muitos ainda permanecem presos aos modismos, buscando soluções imediatistas para problemas enraizados na personalidade desde longa data, e aderindo a práticas místicas do passado, com roupagem moderna, “o Espiritismo, nos tempos modernos, é, sem dúvida, a revivescência do Cristianismo em seus fundamentos mais simples”, como enfatiza Emmanuel.

Mostrando ao homem que ele é o interexistente, isto é, aquele que vive entre os dois mundos, oferece-lhe novas oportunidades de realização, por alterar-lhe o panorama das cogitações mentais. A sobrevivência além da morte já não encerra a criatura nos círculos intransponíveis do céu, inferno e purgatório. A pluralidade dos mundos habitados, da mesma forma, não prende o Espírito nas teias incompreensíveis da mesquinha problemática planetária.

O Diálogo entre vivos e mortos alarga o universo do conhecimento e preserva os laços afetivos bem formados. Os sofrimentos não são senão nódulos temporários na cadeia da evolução, dissolvidos pelo trabalho digno e pelo conhecimento de si mesmo, que levam o indivíduo a harmonizar-se definitivamente com os imperativos da lei divina. O princípio da reencarnação passa a ser entendido como a chave que abre as portas da existência a todos quantos desejem ardentemente atingir a perfeição a que todos estamos destinados pela Justiça e o Amor Divinos.

Hoje, encontramos na literatura espírita toda sorte de recursos para a renovação necessária, a começar pelas obras da Codificação. N’O Evangelho, o roteiro para a solidificação do comportamento fraterno cristão. Em O Livro dos Espíritos, os princípios filosóficos para a fortificação do pensamento bem formado. Em O Livro dos Médiuns, a prática mediúnica à luz da fenomenologia perispíritica.

Além disso, a obra de Francisco Cândido Xavier, com mais de 400 títulos, surge com um indispensável complemento para o conhecimento do Espírito imortal, mormente com as mensagens dos Espíritos André Luiz e Emmanuel. Da pena mediúnica ainda, cumpre ressaltar a obra de Divaldo Pereira Franco, composta de muitos títulos e ditada por Joanna de Angelis, Bezerra de Menezes, Victor Hugo e muitos outros Espíritos.

Não bastasse todo esse manancial de bênçãos, há ainda o trabalho dos clássicos como Léon Denis, Gabriel Delanne, Camille Flammarion e Ernesto Bozzano, entre os mais notáveis. Autores contemporâneos devem ser lembrados também: Hernani Guimarães Andrade, Jorge Andréa, Hermínio C. Miranda, Richard Simonetti, Paulo Alves Godoy, José Herculano Pires, Manoel Pelicas São Marcos e outros.

Nos dias atuais, vê-se ainda o surgimento de novas práticas que se colocam dentro do vasto círculo da fenomenologia do espírito, entre as quais destacamos a TRVP (Terapia Regressiva a Vidas Passadas) e a TCI (Transcomunicação Instrumental), que auxiliam na elucidação de algumas questões da competência da Doutrina Consoladora. Todavia “urge o estabelecimento de recursos para a ordenação justa das manifestações que dizem respeito à nova ordem de princípios que se instalam vitoriosos na mente de cada um”, adverte Emmanuel.

Hoje, sente-se a necessidade da unificação do Espiritismo, em torno do ideal do ensino espírita, do aprendizado da Doutrina, principalmente no que diz respeito ao Evangelho de Jesus, com a prática da caridade e do amor ao semelhante. Congressos mundiais ou internacionais vêm sendo organizados com essa finalidade, no Brasil e na Europa. É um fato histórico, de grande significado.

Se o Espiritismo começou com a curiosidade (causada pela estranheza dos fenômenos) e passou para a fase do raciocínio e da filosofia, é chegado o terceiro momento: da aplicação e das conseqüências. Já superamos a etapa da fé cega e chegamos ao porto seguro da fé raciocinada, sob as claridades inegáveis de um novo tempo. Não basta conhecer o Evangelho; é preciso praticá-lo. Não é suficiente ter os exemplos de Jesus na memória; é imprescindível inscrevê-los no coração e segui-Lo, além dos limites do tempo...

BIBLIOGRAFIA:

Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo
Xavier, F. C. - Roteiro

TRABALHADORES DA ÚLTIMA HORA

“O Reino dos Céus é semelhante a um homem, pai de família, que ao romper da manhã saiu a assalariar trabalhadores para a sua vinha. E tendo feito com eles o ajuste de um denário por dia, mandou-os para a sua vinha. Saiu, ainda, pela terceira hora, e viu estarem outros na praça, ociosos. E disse-lhes: ide vós também para a minha vinha e dar-vos-ei o que for justo. E eles foram. Saiu, porém, outras vezes, pela sexta e pela nona hora do dia; e fez o mesmo.

E tendo ainda saído à undécima hora achou outros que lá estavam, também desocupados e lhes disse: por que estais vós aqui o dia todo, ociosos? Responderam-lhe eles: porque ninguém nos assalariou. Ide então vós também para a minha vinha. Porém, lá no fim da tarde, disse o senhor da vinha ao seu mordomo: chama os trabalhadores e paga-lhes o jornal, começando pelos últimos e acabando nos primeiros. Tendo chegado, pois, os que foram ajustados na hora undécima, recebeu cada um o seu denário.

E chegados também os que tinham ido primeiro , o seu denário. E chegados também os que tinham ido primeiro julgaram que haviam de receber mais; porém também estes não receberam mais do que um denário cada um. E ao recebê-lo, murmuravam contra o pai de família, dizendo: Estes, que vieram por último, não trabalharam senão uma hora e tu os igualastes conosco, que aturamos o peso do dia e do calor. Porém ele, respondendo a um deles, lhe disse:

Amigo, eu não te faço agravo; não concordaste comigo no preço de um denário pelo teu dia? Toma o que te pertence e vai-te, que eu de mim quero dar também este último tanto como a ti. Não é licito fazer o que quero? Acaso teu olho é mau porque eu sou bom? Assim, os últimos, serão os primeiros e os primeiros serão os últimos, pois muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos”. (Mateus, 20:1-16. Ver também Mt, 22:1-14).

”Parábola da festa de Núpcias”. Consideramos que nesta parábola, entre outras coisas, o Mestre aproveita para mais uma vez admoestar os homens sobre o seu inveterado costume de reparar sempre demais nas coisas que dizem respeito aos outros do que cuidar das que lhes são próprias. Estamos sempre prontos para superavaliar o nosso próprio mérito e subestimar o merecimento alheio e parece-nos injustiça que os outros recebam mais ou tanto quanto nós por um serviço que, na nossa opinião, executamos tão bem ou melhor do que eles.

Avaliando o nosso próprio valor, somos invariavelmente levados a exagerá-los perante o mundo, em detrimento do valor real que muitas vezes possui o nosso semelhante. Por isso, Jesus, conhecedor profundo de nossas fraquezas, ministra-nos lições que nos alertam e nos obrigam a considerar melhor o nosso procedimento, ajudando-nos a aceitar sem revoltas e sem murmurações tudo o que nos couber na vida, pois recebemos sempre o que melhor nos serve e de acordo com o nosso merecimento.

As reiteradas vezes que o pai de família, durante as várias horas do dia, desde o amanhecer até a última hora, sai, para convidar e assalariar novos trabalhadores, devem significar para nós a constância com que somos chamados a realizar a nossa tarefa, e o pagamento, sempre de acordo com o nosso esforço, perseverança e dedicação, nem sempre proporcional ao tempo gasto para executá-la, simboliza as conquistas definitivas que vamos fazendo, em busca de nosso aperfeiçoamento no caminho da evolução.

As referências que notamos no texto evangélico, sobre a hora terceira, hora sexta e hora nona, correspondem, respectivamente, de acordo com a divisão do dia usada naquele tempo, às nossas atuais 9 horas, 12 horas e 15 horas do dia, sendo ainda, a undécima hora deles igual às 17 horas de hoje.

Em face do orgulho que caracterizava as classes elevadas dos judeus daquela época, objetivava o Mestre com a sua Doutrina, abater aquele sentimento mau, ao mesmo tempo que animava os esforços das classes menos favorecidas, enchendo de esperanças e de coragem os pecadores que se arrependiam, mostrando-lhes, ainda, que a questão não era de classe, nem de culto ou de nacionalidade, mas sim de trabalho para obter merecimento recompensado e encorajado, igualmente, os trabalhadores que tardiamente adquiriam o conhecimento das verdades evangélicas.

Com muito mais propriedade, ainda, pode a parábola ser explicada através da Lei da Reencarnação, sendo então fácil aceitarmos a aparente desproporção da paga, visto tratar-se no caso, de caminheiros da eternidade em diferentes estágios evolutivos, uns mais e outros com menos realizações trazidas do passado e portadores, portanto, de necessidades diferentes.

Da mesma forma se esclarece porque haverá primeiros que serão últimos e últimos que serão primeiros, pois o que decidirá será a maneira como caminharmos, isto é, se nos esforçamos para frente, em linha reta, seremos dos primeiros e, no caso contrário, se tomarmos atalhos tortuosos, seremos dos últimos, não obstante pudéssemos ter sido dos primeiros, a iniciar a marcha e a adquirir conhecimentos.

Igualmente, muitos serão chamados de cada vez e todos serão chamados no curso dos tempos, mas, como é sempre muito grande o número de recalcitrantes e retardatários em relação aos obedientes e diligentes, acontece que poucos são os escolhidos de cada vez.

BIBLIOGRAFIA:

Xavier, F. C - Roteiro

LIVRE-ARBÍTRIO e FATALIDADE

A) LIVRE-ARBÍTRIO e FATALIDADE

Ao tratar da criação dos Espíritos, Galileu Galilei (Espírito), assim se expressa: “O Espírito não chega a receber a iluminação divina, que lhe dá, ao mesmo tempo, o livre-arbítrio e a consciência, a noção de seus altos destinos, sem haver passado pela série divinamente fatal dos seres inferiores, entre os quais se elabora lentamente a obra de sua individualidade; é somente a partir do dia em que o Senhor imprime sobre sua fronte seu augusto sinal, que o Espírito toma lugar entre as humanidades” (A Gênese, Cap. VI, item 19).

O homem goza do livre-arbítrio a partir do momento em que manifesta a vontade de agir livremente; porém, “nas primeiras fases da vida a liberdade é quase nula; ela se desenvolve e muda de objeto com as faculdades”. (L.E. 844).

A liberdade de agir, portanto, é relativa, pois depende, primeiramente, da vontade de realizar algo. No princípio de seu desenvolvimento, o Espírito ainda não sabe direcionar sua vontade, senão para a satisfação de suas necessidades básicas. Neste caso, prevalece o instinto. Uma vez ampliada a sua consciência, novos interesses surgem. À medida que sua vida vai se tornando complexa, o livre-arbítrio é limitado pela atuação da lei de causa e efeito, até que o ser consiga libertar-se do círculo das reencarnações e aí seu exercício torna-se pleno.

De maneira geral, contudo, somos livres para agir e somos responsáveis pelos esforços que fazemos para superar os obstáculos, para realizar nosso programa de vida e para progredir. Nenhuma oportunidade nos é negada; mas não podemos pensar em fazer as coisas de qualquer jeito, burlando as leis divinas, como burlamos as leis humanas.

Isso não quer dizer que haja um fatalismo nos acontecimentos da vida, como se tudo já estivesse escrito previamente; pois, “fatal, no verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte” (no conceito do Espírito da Verdade a Kardec – L.E., 853). Todavia, só morremos quando nossa hora é chegada.

Essa hora é aquela prevista em nosso programa encarnatório ou aquela que assinalamos pela nossa imprevidência (excessos que comemos, perigos desnecessários a que nos expomos, vícios que abreviam nossa existência, etc...). Não sabemos de antemão que gênero de morte devemos sofrer, mas sim a que tipos de perigos estamos expostos pelo gênero de vida que escolhemos.

Além disso, na nossa condição evolutiva, estamos sujeitos, irresistivelmente, à lei das reencarnações, pois se o Espírito permanecesse no mundo espiritual, “ficar-se-ia estacionário, e o que se quer é avançar para Deus” (L.E., 175a). Portanto, o momento da encarnação, como o da reencarnação, é fatal: “a fatalidade só consiste nestas duas horas: aquelas em que deveis aparecer e desaparecer neste mundo” (L.E. 859).

Mas, há um outro tipo de fatalidade, referente à escolha que o Espírito faz de suas provas, no momento da encarnação. Ciente de suas necessidades, “traça para si mesmo uma espécie de destino, que é a própria conseqüência da posição em que se encontra” (L.E. 851). É o caso das provas físicas, que vão delimitar as manifestações do próprio Espírito. Quanto às provas morais e ás tentações, poderá ceder ou resistir a elas pois conserva o livre-arbítrio para o bem e o mal. Neste caso, conscientiza-se da necessidade do autoconhecimento e da reforma íntima e faz tudo por melhorar-se, superando suas imperfeições.

BIBLIOGRAFIA:

Kardec, Allan - O Livro dos Espíritos
Kardec, Allan - A Gênese.


B ) ESQUECIMENTO DO PASSADO

O início de uma encarnação para o homem é sempre cercado de expectativas e dúvidas. É uma nova experiência que se inicia e a ela o ser apresenta-se como um “livro em branco”, em que deverá escrever a história de sua existência.

Espírito milenar, tendo vivido muitas outras encarnações, o homem é uma obra em andamento, um livro que já se encontra preenchido em boa parte de suas páginas. Por que não conseguimos lê-lo? Porque faz parte do processo encarnatório o esquecimento do passado. Em razão dele, somos mais autênticos.

De fato, se hoje somos imperfeitos, no passado o fomos ainda mais; se hoje cometemos tantos erros, se ainda nos envolvemos com as ilusões do mundo, se revelamos constantemente traços de animalidade (violência, ódio, indiferença), podemos imaginar como teremos sido no passado mais distante.

Se ele estivesse vivo em nossa consciência, tornar-se-ia, certamente, um empecilho para as novas experiências. Se nos lembrássemos dos erros cometidos (ou daqueles que cometeram contra nós), viveríamos torturados pela culpa, pelo remorso, pelo desejo de vingança etc... Se tivéssemos tido existências venturosas e confortáveis, no poder, no luxo e na riqueza, o orgulho, o egoísmo e a vaidade seriam um entrave para o nosso livre-arbítrio.

De qualquer forma, as perturbações às nossas relações sociais seriam inevitáveis, visto nos lembrarmos do que fizéramos ou sofrêramos de nosso próximo, mormente naquele que convive conosco.

Por este motivo, misericórdia divina concedeu-nos o que é necessário e suficiente para o sucesso da nova existência a cumprir, isto é, a voz da consciência e as tendências instintivas, que nos permitem identificar aquilo que precisamos fazer para nos corrigir e progredir no presente, superando as montanhas dos nossos erros e imperfeições e prosseguindo no processo evolutivo com maior liberdade e a certeza de que se Deus lançou um véu sobre o nosso passado, isto ser-nos-à o mais adequado.

Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Kardec assim interpretou o esquecimento do passado: “O Espírito renasce freqüentemente no mesmo meio em que viveu, e se encontra em relação com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes tenha feito. Se nelas reconhecesse as mesmas que havia odiado, talvez o ódio reaparecesse. De qualquer modo, ficaria humilhado perante aquelas pessoas que tivesse ofendido.

“Deus nos deu, para nos melhorarmos, justamente o que necessitamos e nos é suficiente: a voz da consciência e as tendências instintivas; e nos tira o que poderia prejudicar-nos.

“O homem traz, ao nascer, aquilo que adquiriu. Ele nasce exatamente como se fez. Cada existência é para ele um novo ponto de partida. Pouco lhe importa saber o que foi: se está sendo punido, é porque fez o mal, e suas más tendências atuais indicam o que lhe resta corrigir em si mesmo. É sobre isso que ele deve concentrar toda a sua atenção, pois daquilo que foi completamente corrigido já não restam sinais. As boas resoluções que tomou são a voz da consciência, que o adverte do bem e do mal e lhe dá a força de resistir às más tentações”.(Cap.V, item 11).

Ora, a lembrança do passado jamais se perde. Muitas vezes, sinais do passado transparecem sutilmente em nossos gestos, em nossos atos, em nossas palavras. Em nossos relacionamentos, as lembranças ficam apagadas, veladas; todavia, elas continuam vivas nos registros profundos da consciência.

As questões que ficaram em aberto, os problemas não resolvidos no passado, mantêm-se presentes na consciência, embora latentes, aguardando novas resoluções. O que já foi superado, funde-se à personalidade, permitindo um caminhar mais liberto e sereno. O esquecimento do passado jamais será um obstáculo à melhoria do Espírito; antes, é um benefício inestimável concedido á criatura humana.

E, após a morte, o Espírito recobra a lembrança do passado, para que possa tomar boas resoluções em relação às suas próximas encarnações.

BIBLIOGRAFIA:

Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo
Kardec, Allan - O Livro dos Espíritos

OBSESSÃO e DESOBSESSÃO

A) OBSESSÃO e DESOBSESSÃO

Na primeira linha das dificuldades práticas do Espiritismo deve-se colocar necessariamente a obsessão, que é o “domínio que alguns Espíritos podem adquirir sobre certas pessoas”, como bem o conceituou Allan Kardec em O Livro dos Médiuns, Cap. XXIII, item 237. Trata-se, portanto, de problema crucial no campo da fenomenologia espírita, no que diz respeito à influência oculta dos Espíritos sobre os nossos pensamentos e as nossas ações, produzindo um conjunto de fenômenos designado genericamente por obsessão. Ela consiste na tenacidade de um Espírito do qual não se consegue desembaraçar (idem, n. 238).

Esse domínio parte sempre de Espíritos inferiores, já que os bons nunca exercem nenhum tipo de constrangimento sobre os demais: “Os bons aconselham, combatem a influência dos maus e, se não os escutam, preferem retirar-se. Os maus, pelo contrário, agarram-se aos que conseguem prender. Se chegam a dominar alguém, identificam-se com o Espírito da vítima e a conduzem como se faz com uma criança”. Não se trata de um problema novo, visto que a Bíblia, no Velho e no Novo Testamentos, registra casos dessa natureza em seus livros.

Em virtude do grau de constrangimento e da natureza dos efeitos que este produz, podemos classificar esse conjunto de fenômenos como: obsessão simples, fascinação e subjugação. No primeiro caso, o Espírito malfazejo impõe-se a um médium, de forma desagradável, dificultando as comunicações com os Espíritos sérios ou com os de nossa afeição. Na fascinação, as conseqüências são muito mais graves, levando a vítima a aceitar as doutrinas mais absurdas e as teorias mais falsas, como sendo as únicas expressões da verdade.

Além disso, pode arrastá-la a ações ridículas, comprometedoras e até mesmo bastante perigosas (L.M., Cap. XXIII, item 239). Finalmente, na subjugação ocorre “um envolvimento que produz a paralisação da vontade da vítima, fazendo-a agir malgrado seu. Esta se encontra, numa palavra, sob um verdadeiro jugo”, que pode ser moral ou corpóreo, levando o médium a atitudes absurdas ou aos atos mais ridículos que se possa imaginar, bem como a movimentos involuntários.

Trata-se, portanto, de um dos maiores escolhos da mediunidade, e um dos mais freqüentes, constituindo-se “um obstáculo absoluto à pureza e veracidade das comunicações”. A obsessão, via de regra, tem como causas gerais: problemas reencarnatórios; tendências viciosas; egoísmo excessivo; ambições desmedidas; aversão a certas pessoas; ódio; sentimentos de vingança; discussões e irritações; futilidades; apego ao dinheiro, etc...

Apesar do perigo da obsessão, que pode ser reconhecida por várias características, Kardec observa que não há nenhum inconveniente em ser médium, de vez que o Espiritismo pode servir de controle e preservar o médium do risco incessante a que se expõe. É preciso, para tanto, estudo e observação de certos cuidados para evitá-la ou tratá-la convenientemente, conforme o caso.

Assim é que, uma vez verificado o problema, há diversos meios de combatê-lo, variando de acordo com as características de que se revista a obsessão. Para a obsessão simples, que não passa de um fato desagradável para o médium, Kardec aponta duas medidas essenciais: provar ao Espírito que não foi enganado por ele e que será impossível deixar-se enganar. Deve-se, além disso, “apelar fervorosamente ao seu bom anjo e aos bons Espíritos que lhes são simpáticos, suplicando-lhes assistência” (L.M., Cap. XXIII, item 249).

Na fascinação, há uma só coisa a fazer: convencer a vítima de que foi enganada e reverter a sua obsessão ao grau de obsessão simples, o que nem sempre é fácil, senão impossível, dada a própria postura do obsedado, refratário a qualquer conselho ou orientação. Quanto à subjugação corpórea, não se trata senão mediante a intervenção de uma terceira pessoa, por meio de magnetismo ou pela força da sua própria vontade.

Em todos os casos, as imperfeições morais do obsedado é que são freqüentemente um obstáculo à sua libertação. São elas que dão acesso aos Espíritos obsessores. “O meio mais seguro de livrar-se deles é atrair os bons pela prática do bem”. (L.M.,Cap. XXIII, item 252). A cura da obsessão, assim revela-se uma autocura, que implica: confiança em Deus e nas forças naturais; vigilância dos pensamentos, sentimentos e palavras; reformulação do conceito de si mesmo, mudança na maneira de encarar os semelhantes; manter a mente arejada e o pensamento sempre elevado; desenvolver a fé.

Jesus, no Evangelho, ao proceder a uma cura, advertia o beneficiado: “Vá e não peques mais, para que te não suceda coisa pior”(Lc 5:14). Está aí a necessidade de cada um de reforma interior e de evangelização de suas atitudes. Nossas provas não podem ser suprimidas pelos Espíritos, mas, na medida das oportunidades, devemos invocar o auxílio da Espiritualidade Superior: “Buscai e achareis; pedi e obtereis; batei e abrir-vos-á”, enfatizava o Divino Mestre (Mt 7:7), sintetizando nossa absoluta necessidade de oração e de vigilância permanentes.

BIBLIOGRAFIA:

Kardec, Allan - O Livro dos Médiuns


B) PERDÃO DAS OFENSAS

Os ensinamentos de Jesus tinham um endereço certo: o coração humano. Mais do que à inteligência, o Divino Mestre falava ao sentimento. A resposta do Cristo a Pedro deve aplicar-se a cada um de nós, indistintamente: “Perdoarás, mas sem limites; perdoarás cada ofensa, tantas vezes quantas elas vos for feita; ensinarás a teus irmãos esse esquecimento de si mesmos, o qual nos torna invulneráveis às agressões, aos maus tratos e às injúrias; serás doce e humilde de coração, não medindo jamais a mansuetude; e farás, enfim, para os outros, o que desejas que o Pai celeste faça por ti. Não tem Ele de te perdoar sempre, e acaso conta o número de vezes que o seu perdão vem apagar as tuas faltas”. (E.S.E.Cap. X, item 14).

É essencial a prática do perdão irrestrito, da indulgência sem limite, da caridade desinteressada, da renúncia de si mesmo; em última análise, o exercício do amor ao máximo que pudermos, para que estejamos em condição de receber o perdão a que Jesus se refere na oração dominical.

“Ide, meus bem-amados, estudai e comentai essas palavras que vos dirijo, da parte d’Aquele que, do alto dos esplendores celestes, tem sempre os olhos voltados para vós, e continua com amor a tarefa ingrata que começou há dezoito séculos. Perdoai, pois, aos vossos irmãos, como tende necessidade de ser perdoados. Se os seus atos vos prejudicaram pessoalmente, eis um motivo a mais para serdes indulgentes, porque o mérito do perdão é proporcional à gravidade do mal, e não haveria nenhum em passar por alto os erros de vossos irmãos, se estes apenas vos incomodassem de leve”. (E.S.E., Cap. X, item 14).

O perdão irrestrito ensinado por Jesus não, só se refere às vezes em que devemos exercitá-lo, mas também em relação a quem se deve externá-lo. De fato, o Cristo recomendou o perdão também aos nossos inimigos, o que representa uma superação das próprias imperfeições. Se desejamos que nossas ofensas sejam perdoadas, não podemos ser intransigentes, duros, exigentes. Mesmo porque se fizermos um exame sincero de consciência, talvez cheguemos à conclusão de que fomos nós mesmos que provocamos a ofensa. Muitas vezes, uma palavra mal empregada, uma opinião dada em momento inoportuno, uma reação mais ríspida, um gesto mal recebido, pode degenerar numa antipatia, numa inimizade, numa aversão ferrenha.

“Mas há duas maneiras bem diferentes de perdoar: há o perdão dos lábios e o perdão do coração. Muito dizem do adversário: “Eu lhe perdôo”, enquanto, interiormente, experimentam um secreto prazer pelo mal que lhe acontece, dizendo-se a si mesmo que foi bem merecido. Quando dizem: “Perdôo”, e acrescentam: ‘mas jamais me reconciliarei; não quero vê-lo pelo resto da vida!’ É esse perdão segundo o Evangelho? Não.

O verdadeiro perdão, o perdão cristão, é aquele que lança um véu sobre o passado. É o único que vos será levado em conta, pois Deus não se contenta com as aparências; sonda o fundo dos corações e os mais secretos pensamentos e não se satisfaz com palavras e simples fingimentos. O esquecimento completo e absoluto das ofensas é próprio das grandes almas; o rancor é sempre um sinal de baixeza e de inferioridade. Não esqueçais que o verdadeiro perdão se reconhece pelos atos, muito mais do que pelas palavras.”, conforme a sábia mensagem do Apóstolo Paulo (E.S.E. Cap. X, item 15).

Portanto, é preciso saber perdoar, principalmente com a sinceridade e gestos largos, para que nenhum resíduo de mágoa possa resistir ao impulso de bondade do coração.

BIBLIOGRAFIA:

Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo

As relações do Além-Túmulo Livro dos Espiritos Partes 1 e 2

LE048-Estudo Sintetico do Livro dos Espiritos
LIVRO DOS ESPIRITOS- Allan Kardec. Da Vida Espirita. Parte Segunda. Capitulo VI. Perguntas 274 a 278.
Tema: As relacoes no alem-tumulo - 1ª Parte

a) "Os Espiritos tem, uns sobre os outros, a autoridade correspondente ao grau de superioridade que hajam alcancado. Autoridade, essa, que eles exercem por ascendente moral irresistivel."

b) "O poder e a consideracao de que um homem gozou na Terra nao lhe dao supremacia no mundo dos Espiritos, pois que os pequenos serao elevados e os grandes rebaixados."

c) "Entende-se essa elevacao e esse rebaixamento considerando-se que os Espiritos sao de diferentes ordens conforme seus meritos. Assim, pode o maior da Terra pertencer 'a ultima categoria entre os Espiritos ao passo que o seu servo pode estar na primeira."

d) "Aquele que foi grande na Terra e, como Espirito, vem a achar-se entre os de ordem inferior, experimenta, as vezes, grande humilhacao, mormente se era orgulhoso e invejoso."

e) "Os espiritos das diferentes ordens se acham misturados uns com os outros, mas se distinguem uns dos outros. Evitam-se ou se aproximam conforme a simpatia ou a antipatia que sentem reciprocamente."

LE049-Estudo Sintetico do Livro dos Espiritos
LIVRO DOS ESPIRITOS- Allan Kardec. Da Vida Espirita. Parte Segunda. Capitulo VI. Perguntas 278 a 290.
Tema: As relacoes no alem-tumulo - 2ª Parte

f) "Todos os Espiritos tem, reciprocamente, acesso aos diferentes grupos ou sociedades que eles formam. Assim, os bons vao a toda parte para que possa influir sobre os maus, porem, as regioes que os bons habitam estao interditadas aos Espiritos imperfeitos, a fim de que nao os pertubem com suas paixoes inferiores."

g) "Os bons Espiritos ocupam-se em combater as mas inclinacoes dos maus, a fim de ajuda-los a subir. E' como uma missao."

h) "Os Espiritos inferiores se comprazem em induzir os que lhes sao superiores pelo despeito que lhes causa o nao terem merecido estar entre os bons."

i) "Os Espiritos nao se comunicam, entre si, atraves da palavra que e' material, simples reflexo do Espirito. O fluido universal estabelece entre eles constante comunicacao; e' o veiculo da transmissao de seus pensamentos como, para nos, o ar o e' do som."

j) "Os Espiritos nao podem, reciprocamente, dissimular seus pensamentos, pois tudo e' patente, sobretudo para os perfeitos. Podem afastar-se uns dos outros, mas sempre se veem. Isto, porem, nao constitui regra absoluta porquanto certos Espiritos podem muito bem tomar-se invisiveis a outros Espiritos, se julgarem util faze-lo."

terça-feira, 16 de junho de 2009

Trabalho Voluntário - Uma maravilhosa experiência pessoal

Débora Cavalcante

Mesmo após 150 anos do Espiritismo, ainda precisamos dedicar muita atenção à máxima “Fora da Caridade não há salvação”. Se nos remetermos ao capítulo do Evangelho Segundo o Espiritismo que trata deste assunto, podemos observar ensinamentos muito interessantes que condizem com o significado de voluntário extraído do dicionário – “Voluntário: 1. Que age espontaneamente. 2. Derivado da vontade própria; em que não há coação; espontâneo”. Ensinam-nos os Espíritos no capítulo supracitado: “Submetei todas as vossas ações ao governo da caridade e a consciência vos responderá. (...) Para fazer-se o bem, mister sempre se torna a ação da vontade; para praticar o mal, basta as mais das vezes a inércia e a despreocupação”.

Ler frases tão bonitas e cheias de conteúdo é muito fácil; podem até gerar uma reflexão passageira que apenas fica dentro de nossas mentes e nos faz imaginar como o Cristo foi importante para a nossa reforma íntima. Entretanto, é preciso exercitar a caridade, fazer algo pela própria vontade, que exija dedicação, esforço e desprendimento para sermos recompensados por uma alegria indescritível, um sentimento de utilidade e de missão cumprida.

Quando comecei a freqüentar o Centro Espírita Paulo de Tarso, pude notar em vários rostos estes sentimentos gerados pelo trabalho voluntário. Passei dois anos freqüentando a juventude e nada mais, ainda era muito preocupada com a minha vida e o meu tempo; apesar disso, observava o devotamento e o amor aos quais jovens da minha idade, alguns até mais novos, superavam-se para passar ensinamentos do Cristo às crianças da Evangelização. Reparava nas mães e pais de família que separavam um tempo de sua semana para preparar aulas sobre a Doutrina, acordar cedo aos sábados e deixar de ficar com a família para doar seu tempo aos alunos evangelizandos, deixando transparecer muita satisfação e responsabilidade no que faziam. Nesse mesmo ambiente, percebia a logística que os dirigentes faziam para que todas as turmas tivessem aulas, lanches, passeios divertidos; e mais, ainda era muito visível o compartilhamento das responsabilidades e a amizade construída entre os trabalhadores para ninguém ficasse sobrecarregado. Ao ouvir as pessoas conversando em grupos, via a empolgação daqueles envolvidos com a Campanha Auta de Souza, a qual arrecada alimentos para a cesta básica, e pensava no desprendimento de acordar cedo num domingo para bater de porta em porta divulgando o Movimento Espírita e arrecadando alimentos. Observar tão de perto o trabalho dessas pessoas, o qual era feito com o sentimento puro de ajuda ao próximo, me fez repensar minhas ações e perceber, com certo pesar, o tempo que eu já havia perdido presa no mundo hipotético que girava ao meu redor.

Começar a evangelizar foi o pontapé inicial, e agradeço muito ao CEPT, que me deu essa oportunidade. Cada dia de evangelização se tornou um dia diferente e inesquecível; toda semana, preparávamos a aula, dividíamos tarefas, pensávamos em algo diferente para tornar a aula mais divertida e íamos para sala com o ânimo de ver sorrisos ansiosos pela historinha nova que iríamos contar. O trabalho voluntário é apaixonante... Gostaria até que este “click” tivesse ocorrido alguns anos antes, pois ajudar ao próximo me tornou uma pessoa mais sensível, mais prestativa e menos egoísta. Neste mesmo ano, tive a oportunidade de conhecer uma ONG, denominada Sonhar Acordado, que estava iniciando seus trabalhos em Brasília e pude compartilhar com outros vários jovens a experiência do voluntariado.

Ser voluntário no Centro e numa ONG, na atual conjuntura, que envolve faculdade, cursos, estágios e trabalhos, é algo prazeroso e gratificante; posso até dizer que é uma fuga da rotina, uma experiência nova a cada dia e uma ferramenta para trabalhar as virtudes e os defeitos inerentes a qualquer ser humano. Confesso que exige bastante organização e abnegação; porém, a certeza de que é o trabalho que edifica, faz com que eu tenha orgulho de ser voluntária. Junte-se a nós!

Vamos agir! Não há tempo a perder!

Alex Alves Tavares


“Não há uma única imperfeição da alma que não carregue consigo as suas conseqüências deploráveis, inevitáveis, e uma única boa qualidade que não seja a fonte de um prazer. A soma das penas assim é proporcional à soma das imperfeições, do mesmo modo que a dos gozos está em razão da soma das qualidades. A alma que tem dez imperfeições, por exemplo, sofre mais do que aquela que não as tem senão três ou quatro; quando, dessas dez imperfeições, não lhe restar senão a quarta parte ou a metade sofrerá menos, e, quando não lhe restar nenhuma delas, não sofrerá mais de qualquer coisa e será perfeitamente feliz” (Allan Kardec. O Céu e o Inferno – Capítulo VII – Parágrafo 3).


Neste trecho do livro O Céu e o Inferno, codificado por Kardec, temos uma grande lição. Quem não quer ser completamente feliz? A felicidade em sua plenitude, porém, exige de nós um enorme esforço. Travamos uma incessante luta contra as nossas próprias más tendências. A felicidade, então, não pode estar em qualquer outro lugar senão dentro de nós mesmos. Ao contrário do que muito comumente se diz, não é o sofrimento a melhor via para o nosso progresso ou para que atinjamos a felicidade, mas sim a ação. Evidentemente devemos pautá-la de acordo com os ensinamentos da Doutrina Espírita, direcionando-a de modo a reduzir as nossas imperfeições e multiplicar as nossas qualidades.

Valhamo-nos aqui das sempre sábias palavras de Emmanuel, em trecho retirado do livro Justiça Divina, psicografado por Francisco Cândido Xavier: “Cada hora, no relógio terrestre, é um passo do tempo, impelindo-te às provas de que necessitas para a sublimação do teu destino (...) Retifiquemos a estrada, corrigindo a nós mesmos. Resgatemos nossas dívidas, ajudando e servindo sem distinção. Tarefa adiada é luta maior e toda atitude negativa, hoje, diante do mal, será juro de mora no mal de amanhã”.

Através da análise destes dizeres, podemos concluir que, definitivamente, não há tempo a perder! Há muita coisa a ser feita em muito pouco tempo aqui na Terra, enquanto encarnados! O nosso esforço na reforma íntima e na serventia ao próximo deve ser constante.

Para finalizar, não há como deixar de lembrar que há exatos 150 anos iniciava-se, enfim, a concretização do Consolador prometido por Jesus. É com muita alegria que estamos completando 150 anos de Doutrina Espírita! Já é tempo de colocarmos em prática, com todo o nosso empenho, os inúmeros ensinamentos maravilhosos que ela nos traz, irradiando as virtudes ensinadas e vivenciadas pelo Cristo.

Conforto Espiritual

Texto do site: www.paulodetarso.org.br

Não são poucas as reportagens contendo visões equivocadas do Espiritismo, o que chega a ser natural, uma vez que a mesma denominação é erroneamente utilizada para indicar diversas religiões afro-brasileiras, pelo simples fato de haver comunicação com os espíritos. Curiosamente, o sincretismo entre religiões africanas trazidas pelos escravos e o catolicismo é que formou essas novas vertentes, que nada têm, desde a origem, com o Espiritismo. A utilização de imagens e altares é prova inequívoca, uma vez que tais figuras são ausentes na Doutrina Espírita.

O nome Espiritismo foi dado pelos espíritos quando da codificação feita por Allan Kardec. Logo, não deve ser utilizado para designar outra religião. Além disso, a comunicação com o plano espiritual está longe de ser o principal aspecto da Doutrina Espírita, que é o amor ao próximo, representado com ênfase na caridade.

Em determinada oportunidade, uma revista falou que o Espiritismo trazia conforto porque, como havia comunicação com os mortos, o desencarnado manifestava-se para a família, mostrando-se vivo e bem. Embora, de fato, por diversas vezes seja possível a comunicação com entes queridos que deixaram a carne, isso está longe de ser a regra.

O conforto que o Espiritismo traz está em sua Doutrina, que dá nova luz aos ensinamentos de Jesus. Estuda-se a vida após a morte e, especialmente pelas obra de André Luiz, psicografadas por Chico Xavier, tem-se uma noção mais clara do plano espiritual. Pela reencarnação é possível entender o motivo dos sofrimentos e, por conseguinte, aceitá-los, o que não quer dizer conformismo, pois o trabalho incessante pelo aprimoramento é mandamento básico. Também, por não aceitar que um castigo possa ser eterno, o espírita sabe que o Pai sempre concede nova oportunidade, embora ciente de que o resgate das faltas é penoso.

Após o desencarne, o espírito costuma viver momento de perturbação, uma vez que o desenlace do corpo, ainda que não necessariamente doloroso, é complexo. Assim, não basta “invocar” um espírito, o que deve ser evitado, ou aguardar que se manifeste espontaneamente, é necessário que ele esteja pronto para isso. A questão é ainda mais séria porque diversos espíritos infelizes, denominados “zombeteiros”, podem aproveitar o desejo da família de ouvir o ente querido e se passarem por ele, inclusive dando conselhos falsos e, como já há inúmeros casos registrados, arruinando a família.

Outro ponto importante é a questão do mérito, tanto do desencarnado quanto do encarnado. Para que um desencarnado possa comunicar-se com encarnados, trazendo conforto aos familiares, é preciso que mereça, ou seja, que pelo que fez em vida tenha conquistado esse direito. Quanto aos encarnados, ocorre o mesmo, e ainda que o desencarnado possa comunicar-se, se os encarnados não merecerem, muitas vezes não haverá contato.

Nada mais comum que um espírita que jamais teve notícias de entes queridos desencarnados, e nem por isso há revolta ou desolação. A Doutrina dos Espíritos traz o conforto que se precisa, ensinando que o Pai sempre está conosco, e que a vida corpórea é uma passagem necessária no caminho da evolução.

Na luta diária, à vezes somos brindados com a manifestação de um ente querido, ou de um irmão amigo que desconhecemos. Esses momentos são de grande alegria, e estimulam a continuidade do trabalho, mas o mais importante é a certeza de que, vendo ou não, as pessoas que queremos bem estão ao nosso redor, sussurando intuições benéficas, e nos amparando na jornada.